No amor e na verdade

Oh! Mais uma polêmica fabricada...

Por Jorge Ferraz – Deus lo Vult!

AS MANCHETES RIBOMBAM mundo afora: "Papa quer que divorciados casados de novo não sejam tratados como excomungados""Papa pede que divorciados não sejam tratados como excomungados"! "Papa: divorciados que casam novamente ‘não são excomungados’"! Dir-se-ia alguma revelação fantástica, alguma novidade inaudita; trata-se, no entanto, do lugar-comum mais comezinho, que certamente todas as pessoas saberiam se tivessem prestado atenção em suas aulas de catequese – e que, com toda a certeza, os correspondentes de religião dos jornais tinham e têm obrigação de o saber de cor, se quiserem fazer jus ao trabalho que se propõem a fazer.

É evidente que os divorciados não estão “excomungados” (ao menos não pelo fato de serem divorciados recasados) e nem nunca o estiveram. Os adúlteros sempre foram merecedores das mais ásperas censuras, é fato, mas não me consta que tenham sido em alguma época fulminados de excomunhão – e, certamente, não o eram até ontem (ao contrário do que as manchetes dão a entender!), antes de a Imprensa alardear como se fosse a maior novidade do mundo aquilo que os católicos sempre souberam.

Simplificando as coisas (uma vez que a similaridade entre as palavras 'comunhão [eucarística]' e 'excomunhão' pode levar a crer que não poder participar da Comunhão eucarística é o mesmo que estar excomungado), existem dois tipos de pessoas: as que fazem parte da Igreja Católica e as que não fazem parte da Igreja Católica. A “excomunhão” é uma pena mediante a qual o sujeito, que fazia parte da Igreja, é d’Ela expulso e a Ela deixa de pertencer. Portanto, quem é excomungado não faz parte da Igreja Católica. Por não fazer parte da Igreja Católica, evidentemente, não pode participar dos Sacramentos, como não o podem um herege protestante, um pagão ou um ateu.

As pessoas que fazem parte da Igreja Católica – e aqui, por definição, está-se falando daquelas que não estão excomungadas – dividem-se entre as que estão em estado de graça e as que não estão em estado de graça. O estado de graça é a situação de amizade com Deus que se adquire com o Batismo, se perde com o pecado mortal e se recupera com a Confissão sacramental; portanto, quem comete pecado mortal e não se confessa não está em estado de graça. O adultério é pecado mortal. Os divorciados recasados estão em adultério (Mt 5,31-32). Logo, os divorciados recasados, enquanto não se confessarem, estão em pecado mortal, – não estão em estado de graça.

Certos sacramentos – chamados sacramentos “de vivos” – exigem o estado de graça para serem licitamente recebidos. Exemplo máximo desta espécie de sacramentos é o Sacramento da Eucaristia, do qual S. Paulo falou que comia e bebia a própria condenação quem O comesse e bebesse indignamente. A recepção da Santíssima Eucaristia – a Comunhão sacramental – exige o estado de graça. Quem está em pecado mortal não pode, portanto, comungar. Adultério é pecado mortal. Os divorciados recasados estão em adultério. Os divorciados recasados não estão em estado de graça e, portanto, não podem comungar.

Nem todo mundo que não pode comungar não o pode por não fazer parte da Igreja Católica! Quem não é católico (p.ex., quem está excomungado) não pode comungar, é evidente; mas quem não está em estado de graça, mesmo sendo católico, também não pode se aproximar da Comunhão eucarística. Os divorciados recasados não podem comungar por conta deste segundo motivo. Não pelo primeiro. É óbvio.

Que isso não se trata de novidade nenhuma é coisa bastante fácil de se mostrar. Abra-se, por exemplo, a Sacramentum Caritatis, exortação pós-sinodal escrita há apenas oito anos. Ora, isso é já no terceiro milênio; não é crível que a realidade familiar contemporânea seja substancialmente diferente daquela de 2007. Pois bem. Lá, na década passada, um Sínodo dos Bispos já discutiu o problema da admissão dos divorciados recasados ao Sacramento da Eucaristia – que, hoje, quer-se fazer acreditar que é uma discussão importantíssima e inédita em vinte e um séculos de Cristianismo. Um Sínodo dos Bispos, dizia-se, já o discutiu um dia desses. E decidiu (negrito meu):

O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura (Mc 10, 2-12), de não admitir aos sacramentos os divorciados re-casados, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia. Todavia os divorciados re-casados, não obstante a sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida, através da participação na Santa Missa ainda que sem receber a comunhão, da escuta da palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da cooperação na vida comunitária, do diálogo franco com um sacerdote ou um mestre de vida espiritual, da dedicação ao serviço da caridade, das obras de penitência, do empenho na educação dos filhos." (Sacramentum Caritatis, 29)

Ora, dizer que os divorciados recasados «continuam a pertencer à Igreja» é a mesmíssima coisa que dizer que eles «não são excomungados». O que Bento XVI disse há oito anos, o Papa Francisco repetiu agora. À época, a mídia fez um escarcéu porque o Papa dissera que o divórcio era una piaga (isto é, uma chaga, com o sentido de que a Igreja sofre junto com essas pessoas); hoje, a mídia faz uma festa para ocultar o que o Papa disse: que é preciso acolher os divorciados recasados no amor e na verdade.

No amor e na verdade! A expressão se encontra na catequese pontifícia: «é necessário um fraterno e atento acolhimento, no amor e na verdade, para com os batizados que estabeleceram uma nova convivência depois do fracasso do Matrimônio sacramental». Amor na verdade. Lembra alguma coisa?

A caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira." (Bento XVI, Caritas in Veritate, int. n.1)

Assim se inicia outro documento de Bento XVI, uma encíclica social. Veja-se se esta introdução não serve como uma luva para as presentes celeumas a respeito de divorciados e acesso aos sacramentos:

Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é simultaneamente a luz da razão e a da fé, através das quais a inteligência chega à verdade natural e sobrenatural da caridade: identifica o seu significado de doação, acolhimento e comunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente." (Caritas in Veritate, int. n.3)

E ainda, a se grafar em faixas enormes a serem estendidas a cada vez que alguém vier falar em dar a Comunhão aos divorciados recasados:

Um cristianismo de caridade sem verdade pode ser facilmente confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a convivência social, mas marginais. Deste modo, deixaria de haver verdadeira e propriamente lugar para Deus no mundo." (CV int. n.4)

Eis, portanto, o que significa acolher «na verdade» – e outra coisa não é possível fazê-lo significar. Não dentro da Igreja de Nosso Senhor – Aquela que, «fundada sobre Cristo, não obstante as inúmeras tempestades e os nossos muitos pecados, permanece fiel ao depósito da fé no serviço, porque a Igreja não é dos Papas, dos Bispos, dos padres e nem mesmo dos fiéis; é só e unicamente de Cristo» (Papa Francisco, homilia de 29/6/2015).

Decerto o mundo, inimigo da Igreja, havia de tentar obscurecer a mensagem do Evangelho; decerto a mídia anticlerical haveria de tentar semear a confusão. Não é a primeira vez, nem será a última. O que importa aos homens é permanecer firmes na Verdade, e não dar ouvidos às opiniões levianas que saem na mídia. Porque a Igreja, que não é nem mesmo dos Papas, muito menos o é da Imprensa. Muito menos o é das reivindicações da moda. Por mais que rujam os demônios, a Igreja é e vai continuar sempre sendo «só e unicamente de Cristo». E, por mais que se tente, ninguém será capaz de vencer a força desta verdade.

Fala-se muito em como a Igreja deveria se portar; ninguém quer ouvir como a Igreja ensina que os homens devem proceder. Não engrossemos o coro dos primeiros. Ouvir a voz da Igreja outra coisa não é que ouvir a voz de Cristo. E felizes – mil vezes felizes! – os que, ouvindo esta Doutrina, puserem-na em prática.

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Fonte:
Artigo "No amor e na verdade", postado em "Deus lo Vult!", disp. em:
deuslovult.org/2015/08/05/no-amor-e-na-verdade/
Acesso 5/8/015
www.ofielcatolico.com.br

30 comentários:

  1. Pra mim essa daqui é mais uma daquela que defende o papa de toda besteira que ele faz. Td bem concordo que a mídia faz muito sensacionalismo, mas o papa tamb´em facilita, isso é verdade. Qdo ele fala que divorciado não deve ser tratado como excomungado, dá ele a entender que antes era excomungado. Quando ele fala que a igreja deve acolher os homossexuais, dá a entender que a igreja e uma malvada e nunca acolheu os homossexuais. Eu duvido que o papa não sabe que a mídia vai agir assim. Ele é um homem inteligente, ele sabe que isso vai acontecer. Qdo ele diz um comentários desses, ele devia esclarecer do jeito que esse e outros artigos da internet que parecem bombeiros apagando incêndio. Ele devia ser prudente e esclarecer bem as coisas que ele fala, pra não precisar depois ficar esse monte de gente correndo pra explicar 'FOI ISSO QUE O PAPA QUIS DIZER...."

    Fora isso, muito bom, um dos melhores sites católics quye eu conheço. Abç

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    1. Concordo plenamente com você, anônimo. O papa não é bobo e sabe muito bem qual o peso que suas palavras têm, e que podem ser facilmente distorcidas pela mídia. O "Quem sou eu para julgar?" é um ótimo exemplo disso.
      Não sejamos nós fiéis católicos os chamados "cleaners", que limpam toda a "sujeira" que o papa faz como se ele próprio não soubesse muito bem o que estava fazendo. A paz de NSJC!

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    2. Não posso dizer que não compreendo as preocupações de muitos, e talvez nós pudéssemos refletir e ponderar, sim, sobre a imprudência em algumas declarações de Francisco. Mas também é um fato que temos hoje um batalhão de católicos predispostos a julgar e condenar o Papa por tudo que ele diz e faz, – às vezes até mesmo antes que ele diga ou faça alguma coisa. Vejo muita má vontade para com o Santo Padre, e penso que talvez estejam sobrando críticos e doutores da lei, e faltando aquela mansidão necessária a todo cristão.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    3. Apenas concluindo, não pretendi "apagar incêndio" algum. Reproduzi o bom texto de meu irmão Jorge Ferraz porque o achei coerente, explicativo e genuinamente católico.

      Apostolado Fiel Católico

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    4. Henrique, concebo criticar o Papa por TUDO que ele diz e faz como comportamento de sedevacantistas, que não vão obedecer ao Papa independente do que ele disser e fizer. Já criticá-lo pela imprudência de algumas de suas frases um tanto ambíguas é algo que todo bom católico poderia fazer.
      Tanto que eu não conheço nem nunca ouvi falar de um católico desse batalhão que você citou que tenha criticado Francisco por suas declarações contra a ideologia de gênero, por exemplo. A paz de NSJC!

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    5. Concordo. Por isso eu disse que compreendo as preocupações de muitos. Apenas acho que há muito exagero e muita falta de piedade em certas críticas que encontro por aí.

      Apostolado Fiel Católico

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  2. Belo e teológico foi o comentário feito pelo jornalista comunista da toda poderosa rede de TV, cognominado de Chico Pinheiro, após a jornalista internacional em Londres dar em primeira mão a fala do Papa acerca do tratamento aos divorciados na Igreja de Jesus Cristo:
    - “Brigado Ciça, mais coerente né? com a pregação do Evangelho”. E a outra colega de bancada (Ana Paula), complementa: “Que alívio né?”.

    Só nos resta saber do qual “evangelho” o Chico se referiu.

    “Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (São Mateus 19, 4-6).

    Veja:
    http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/papa-francisco-diz-que-divorciados-que-se-casam-de-novo-nao-sao-excomungados/4370670/

    Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

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    1. mas como fica a permissão de um novo casamento (carta de divorsio) que a mulher (ou o homem) tem direito caso haja um caso de pecado sexual (adulterio por exemplo) praticado pelo conjuge?...

      Pelo post o autor fala que o separado e casado novamente está em pecado de adultério, até que faça confissão... e daí deixa de estar no tal pecado? volta a condição original? o segundo casamento passa a ser válido?

      pela biblia, quem foi traído está condenado a solidão?

      grato

      Ricardo Gomes - Campinas

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    2. A carta de divórcio era parte da legislação mosaica, Ricardo, que foi consumada em Jesus Cristo. A partir da nova e eterna Aliança, as coisas velhas já passaram, e o Cristo deu autoridade à sua Igreja, na pessoa de S. Pedro e dos demais Apóstolos, e, evidentemente, dos seus sucessores. Por isso Paulo é tão taxativo quando diz: "Com efeito, mudado o sacerdócio, é necessário que se mude também a Lei" (Hb 7, 12), e mais ainda quando confirma: "Com isso, está abolida a antiga legislação, por causa de sua ineficácia e inutilidade" (Hb 7,18).

      O Senhor diz com muita clareza: "Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19,6). Além disso, declara que “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos concedeu separar-se de vossas mulheres. Mas não tem sido assim desde o princípio” (Mt 19,8).

      Nunca foi da Vontade de Deus o divórcio. Jesus Cristo veio para cumprir plenamente a Vontade do Pai e nos incumbiu de buscarmos a perfeição, como nosso Pai celestial é perfeito (Mt 5,48). Assim, não cabe mais o divórcio no contexto da nova e eterna Aliança.

      Concluindo, enquanto católicos, não temos a Bíblia como única regra de fé e prática. Não somos a religião do Livro, mas integramos o Corpo do Senhor, que é a Igreja, coluna e fundamento da Verdade para todo aquele que crê (1Tm 3,15).

      Evidentemente, há uma série de desdobramentos possíveis a partir desta questão tão complexa do divórcio, que não cabem neste espaço tão exíguo.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  3. Boa Tarde,
    Estando em uma segunda união mas não tendo relações sexuais, ou seja, mantendo a castidade, mas não eliminando o amor que se tem pela outra pessoa pode-se confessar e comungar?

    Obrigado
    José Abdiniel

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    1. Olá José... como você classifica esta segunda união? casamento? casamento deve por definição ser a união sexual entre dois indivíduos (macho e fêmea), se não for assim, poder ser chamado de qualquer coisa, menos de matrimônio... e cuidado ao manter "amor" velado por outra pessoa, NSJC nos avisa que bastando olhar para uma mulher (ou homem) com desejos impuros, já se comete o adultério no coração...

      Gilberto Gomes - Campinas

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  4. Olá Sr. Henrique, muito obrigado pela resposta, mas ainda não consegui entender... eu li o texto do evangelho de São Mateus que você cita e vi no contexto, após a passagem que você menciona, que o senhor Jesus quando perguntado sobre o porque da carta de divórcio, ele disse que Moisés havia permitido por qualquer razão, baseado em uma tal de dureza de coração (incompatibilidade de gênio), já que em caso de adultério, no Antigo Testamento, a punição era o apedrejamento... Talvez tenha sido por isso que São José resolveu deixar Maria secretamente antes de saber que ela havia concebido do Espírito Santo...
    Mas NSJC disse abertamente que caso houvesse um caso de adultério (pecado sexual) poderia haver o tal divórcio... entre outras coisas ele deixa claro que o plano perfeito de Deus não incluiria a separação, mas que culpa teria uma esposa que possui um marido adultero (ou vice-versa)... consigo entender que temos que suportar tudo, mas Nosso Senhor entende que pecado sexual é muito para seguir com um casamento...
    Como carta de divórcio significava (e ainda significa) uma permissão para novo casamento, desde a lei mosaica... quem recebe a tal carta, se não for por qualquer razão, exceto o pecado sexual, comete adultério e quem casar com o (a) adultero(a) comete adultério também...
    Desta forma, não estaria o Santo Papa corrigindo uma interpretação que punia ambos (tanto marido como mulher)? Sabemos que muitos equívocos foram corrigidos como a caça as bruxas, a fogueira, e tantas outras histórias tristes que temos e que foram corrigidas, talvez este seja um momento de repensar sobre tantos e tantos católicos que foram traídos em seus casamentos e agora podem ter seu novo casamento devidamente abençoados conforme o sacramento do matrimônio?
    Dos demais pontos concordo plenamente com você,
    Um abraço
    Ricardo Gomes - Campinas

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    1. Ricardo, eu não acredito que você seja um católico que acredita que a Igreja Católica está cheia de erros, e que vem papa e si papa, outros mais e outros menos vão arrumando estes erros todos, espero que não seja este seu caso, porque tem um monte de católico por que acredita assim. A indissubilidade do casamento é ensino perpétuo da Igreja, sempre foi assim e sempre será, a Igreja não mudará com relação a isto, nem que o mundo queira, que aliás temo que escolher o que o mundo quer e o que DEUS quer, ou sigamos o mundo ou sigamos a CRISTO e sua Igreja. As diversas passagens do Evangelho deixam claro que JESUS não permitiu o divórcio e posteriormente, nem o Santos Apóstolos e nem o sucessores dos mesmos, a passagem que mais intriga e cria polemica são a de Mateus 5,32 e 19, 9 o qual JESUS diz que somente em caso da falso matrimônio e não de adultério, é que se pode contrair não um novo mas um verdadeiro matrimônio, o que acontece na Igreja quando declara que um matrimônio anterior, não foi valido e por isto declarado nulo, podendo o homem e a mulher contrair um matrimônio de fato. Parece que você esta se baseando em alguma bíblia não católica para levantar esta questão, já que os protestante interpretam e traduzem esta passagem não como falso matrimônio ou união ilegal, mas como prostituição ou adultério, porém, se compararmos as demais passagens dos outros evangelhos e dos escritos de São Paulo como em 1º Cor. 7, veremos que tanto JESUS como São Paulo não abrem brecha alguma para o divorcio, então é de se supor que se nos demais escritos sagrados nem JESUS e nem os Apóstolos faziam concessão ao divórcio, em Mateus também não iria, e é por isto, que a interpretação católica a respeito destas passagens de Mateus 5, 32 e 19, 9 parece ser a mais coerente.

      Sidnei.

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    2. olá Sidnei, vendo sua resposta fiquei com algumas dúvidas, como proceder se existem diferenças nas traduções das biblias dos protestantes e das nossas? quais estão corretas? como foi escrito originalmente? abraços
      Andre

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    3. Andre, eu não sou perito em verificar se um texto traduzido para o português é o mesmo que o original: grego, hebraico e aramaico, porque eu não sei de nenhuma destas línguas, agora, dá muito bem para verificar que há diferenças de tradução entre bíblias católicas e protestantes, é só lendo uma passagem de uma bíblia católica e comparar esta mesma passagem com uma bíblia protestantes. Poderá haver variações de traduções, mas o sentido será o mesmo, isto ocorrer atém mesmo entre bíblias católicas, como por exemplo: bíblias da Ave Maria coma Bília de Jerusalém, isto não invalida em nada, mesmo que haja uma pequena variação nas traduções, quer seja entre bíblias católicas ou entre bíblias católicas e protestante. Mas há, sim, bíblias que trazem traduções em que as diferenças saltam aos olhos, é só comparar entre uma tradução e outra, e aí muitas vezes, eu vejo que trais traduções são traduções forçadas para que se aceite a doutrina de certa ceita ou igreja protestante, por exemplo a passagem de João 1,1 aonde se lê que nos principio era o Verbo, o Verbo estava junto de DEUS e o Verbo era DEUS, nesta passagem se diz com clareza que JESUS era DEUS, e tal tradução se encontra igualmente tanto em bíblias católicas, protestantes e ortodoxas, só não se encontrará na bíblia dos Testemunhas de Jeová, o qual eles colocaram no final, ao invés de dizer que o Verbo era DEUS, eles colocaram que o Verbo era um deus, ou seja, um deus menor, ou alguém que tinha alguma propriedade divina, mas não era DEUS. Horas, mesmo nós que não sabemos nada de grego, língua esta que foi escrita o evangelho de São João, podemos notar certa estranheza nesta tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, a primeira delas, porque todos os tradutores bíblicos, quer tenham sido os católicos, protestantes a té os ortodoxos que tem suas bíblias no original grego, nunca viram que no final da passagem de João 1,1 ao invés de se traduzir que o Verbo era DEUS, porque não se traduziu que o Verbo era um deus?, será que nunca, ninguém viu esta sutil diferença?, nem católicos, nem ortodoxos, nem protestantes, quer ter sido os tradutores das bíblicas protestantes, como Lutero, Calvino, Ferreira de Almeida, todos eles não viram que a tradução que sempre fora aceita, esta errada?, e somente 1850 anos depois de CRISTO, uma seita originada de uma camarada que errou de duas a três vezes a volta de CRISTO ao mundo, é que viriam traduzir corretamente tal passagem, derrubando assim a crença na divindade de JESUS e na SANTÍSSIMA TRINDADE?. Não, não creio que o ESPÍRITO SANTO iria dirigir as traduções bíblicas de forma tão errônea nestes dois mil anos de história da Igreja, para somente 1850 anos depois de CRISTO, fazer que um grupo de pessoas pertencentes a uma seita originada lá nos E.U.A venham então traduzir fielmente o que ante nunca ninguém tinha visto que estava errado, nem Ario foi tão longe assim.

      Sidnei.

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    4. Com relação as suas demais dúvidas, como respondi anteriormente, não sou perito em traduções bíblicas, porque desconheço as línguas em que foram escritas no original, mas creio na Igreja o qual JESUS deixou para guiar seu povo sob a luz do ESPIRITO SANTO, não creio que a Igreja Católica iria dar traduções errôneas das Sagradas Escrituras para o povo de DEUS, pois se assim fizesse, isto provaria que JESUS foi um mentiroso, quando disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja, e o ESPIRITO SANTO, seria um incompetente, quando JESUS disse que o ESPIRITO SANTO viria e ensinaria toda a Verdade a Igreja, tornando a Igreja assim, Coluna e Sustentáculo de Verdade. Há muitas poucas diferenças entre traduções bíblicas de católicos e protestante, há algumas traduções bem sutis, para fundamentar algumas doutrinas protestantes como no casso de Mateus 5,32 e 19,9 o qual algumas traduções protestantes trazem como caso de aprovação para o divorcio o adultério, mas aí vem o que coloquei no último comentário, diante de clausura restritiva que nas outras passagens do evangelho e dos escritos apostólicos, sobre tudo, de São Paulo, que não se reconhecia o divórcio, então é de supor que São Mateus em 5,32 e 19,9 esteja falando em outra coisa, e não em divórcio em caso de adultério. Mais detalhe sobre esta passagem de Mateus 5,32 e 19,9 tem uma matéria no site do Veritais Esplendor, que se encontra aqui: http://www.veritatis.com.br/direito-canonico/dir-matrimonial/727-em-caso-de-adulterio-cristo-admitiu-o-divorcio, que pode elucidar esta questão.

      Espeto ter ajudado.

      Sidnei.

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  5. Boa Noite ,

    Compreendo que a mídia distorce os fatos e que há católicos que estão sempre dispostos a julgar , porém isso não justifica o fato de não podermos estar atentos as atitudes do Papa Francisco e de qualquer outro papa que venha ser nosso representante aqui na Terra.

    Não sei se é de conhecimento de vocês que me leem , mas há um documento secreto escrito no inicio do século 19 que nada mais é que um plano para subversão da igreja católica . O documento se chama Instrução Permanente da Alta Vendita criado pela maçonaria italiana ( Carbonari ) cujo objetivo não é mais a destruição da Igreja, mas sim infiltra-se através de um líder (no caso o Papa) com ideais progressistas (catolicismo liberal) .
    O documento é autentico , caiu nas mãos do Papa Gregório XVI , posteriormente o Papa Pio IX garantiu sua autenticidade e posteriormente o Papa Leão XIII autorização a propagação do documento como forma de "arrancar a máscara da Maçonaria e tornar claro para todos que ele realmente é" . Após esses 3 papas o documento parece ter caído no esquecimento .

    Segue uma parte do documento : "Nosso objetivo final é a de Voltaire e da Revolução Francesa destruição-final do catolicismo, e até mesmo da idéia cristã. . . . O Papa, seja quem for, nunca virá às sociedades secretas, é até a sociedades secretas dar o primeiro passo para a Igreja, com o objectivo de conquistar dois deles. A tarefa que vamos empreender não é o trabalho de um dia, ou de um mês, ou de um ano, que pode durar vários anos, talvez um século, mas em nossas fileiras o soldado morre ea luta continua Nós não pretendemos atrair os Papas à nossa causa, para torná-los neófitos dos nossos princípios, propagadores das nossas idéias. Isso seria um sonho ridículo, e se os acontecimentos acabam de alguma forma, se cardeais ou prelados, por exemplo, de sua livre vontade ou por surpresa, deve entrar em uma parte de nossos segredos, isso não é de todo um incentivo para desejando a sua elevação à Sé de Pedro. Essa elevação arruinar-nos. Só a sua ambição levou-os a apostasia, a necessidades do poder forçá-los a sacrificar-nos."

    "O que devemos pedir, o que devemos procurar e esperar, como os judeus esperam pelo Messias, é um papa de acordo com nossas necessidades. . . Com que nós sempre marcharemos com mais segurança para o assalto à Igreja do que com os panfletos dos nossos irmãos na França e até mesmo o ouro da Inglaterra. Você quer saber o motivo para isso? É que com esta, a fim de despedaçar a grande rocha sobre a qual Deus construiu Sua Igreja, já não precisamos de vinagre anibaliano, ou de pólvora, ou até mesmo das nossas armas. Nós temos o dedo mindinho do sucessor de Pedro comprometido na jogada, e este dedo mindinho é tão bom, por isso cruzada, como todos os IIs Urban e todos os São Bernardos da Cristandade. Não temos dúvida de que chegaremos a este fim supremo dos nossos esforços. Agora, então, para assegurarmos um Papa com as características desejadas, é uma primeira pergunta de moldar para este Papa uma geração digna do reinado que sonhamos. Deixe os velhos e os de idade madura de lado; ir para a juventude, e se é possível, mesmo para as crianças. . . . Você vai inventar para si mesmos, a baixo custo, uma reputação de bons Católicos e de puros patriotas."

    Entendam que não estou acusando em momento algum o Papa Francisco de ser um progressista , estou apenas enfatizando que devemos sempre estar de olhos bem abertos assim como o Leão XIII enfatizou a mais de 100 anos .

    Fonte dos trechos : http://santamaeddeus.blogspot.com.br/2011/11/alta-vendita.html

    Grato,
    João.

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    1. Documento secreto? Já não é tão secreto assim, não é mesmo?
      Uma parte me chamou a atenção:
      “Nós temos o dedo mindinho do sucessor de Pedro comprometido na jogada, e este dedo mindinho é tão bom...”
      Ah! Como eu queria que a mão esquerda do sucessor de Pedro nestas horas, fosse à mesma mão do nosso ex-presidente da Republica do Brasil, kkkkk!!
      Desculpem!

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    2. Ele é divulgado em apenas alguns blogs , tenho certeza que nem 1% dos católicos brasileiros conhecem ou sabem da existência do mesmo .

      Não podemos tratar o assunto como uma mera teoria da conspiração , afinal os governos da esquerda progressista estão ganhando cada vez mais força , especialmente em nosso continente .

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    3. Concordo também que já não é tão secreto assim, se chegou ao conhecimento de alguém. Ainda acredito no que disse Jesus "As portas do inferno não prevalecerão sobre ela". Ataques sofreremos de todas as partes, e até mesmo de dentro para fora, e isso não seria novidade, aja visto a Batalha de Tróia, mas é mais um sinal de que somos assistido pelo Espírito Santo, embora a Igreja sofra todos estes ataques , ainda assim ela prospera. Me preocupa muito que o Papa Francisco agrade mais aos que estão fora da Igreja, do que os que estão dentro dela, mas estejamos muito atentos, até o momento ele não mudou nada na doutrina milenar da Igreja, e embora seus discursos pareçam ambíguos, ainda assim podemos compreendê-los dentro de uma misericórdia, podendo ser assim uma forma de fazer com que os outros vejam o que de fato é a Igreja e não o que eles pensam que é a Igreja. Concordo também que quando vemos que estão distorcidas as declarações do Papa, devemos sim corrigir aqueles que as distorcem, e até o próprio Papa, São Pedro não escalpou desta correção no Concílio de Jerusalém, porque o Papa Francisco escaparia?

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  6. Caro Henrique Sebastião

    Boa Noite!

    Lendo o comentário anônimo acima sobre a Instrução Permanente da Alta Vendita criado pela maçonaria italiana, o mesmo está publicado em vários sites como o da Monfort e o da Permanência. Nenhum desses são sedevacantistas.

    http://www.montfort.org.br/a-aproximacao-da-maconaria-e-do-comunismo-com-a-igreja-catolica-no-periodo-de-1917-a-1991-parte-ii/

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  7. Prezado Henrique

    No livro publicado recentemente pela editora Castela do Monsenhor Henri Delassus "A Conjuração Anti-Cristã" - O templo maçônico que quer se erguer sobre as ruínas da Igreja Católica, tem toda essa maldita e diabólica Instrução acima.

    Boa Noite e obrigada pelo seu zelo.

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  8. boa noite que a paz estejam convosco
    gostaria de tirar uma duvida se o divorciado se casar novamente apos alguns anos neste segundo casamento ele se confessar e o Bispo lhe der permição para participar dos sacramentos e da eucaristia. e correto ou não
    se não o pecado e de quem ?

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    Respostas
    1. Para ele se confessar, é necessário que ele se arrependa do pecado, Roberto, e portanto pare de pecar. Ou seja, ele teria que terminar esse relacionamento para poder se confessar e receber os demais sacramentos. A paz de NSJC!

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    2. concordo com voce so que eu ja vi casos em que o bispo da permição para os que estão no segundo casamento participar dos sacramentos e da eucaristia isto depois de alguns anos comprovados desta segunda união ,eles estão em pecado pois estão na segunda união ok, mas eles estão pecado tambem em participar da eucaristia sendo que foi o bispo quem autorizou ?
      esta e minha duvida
      a paz de NSJC esteja convosco

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    3. Caro Roberto,
      Graça e paz!
      Acredito que nenhum Bispo vá permitir que uma pessoa que esteja em segunda união, participe do Sacramento da Santa Eucaristia. “Conforme mandamento da Igreja, ‘todo fiel, depois de ter chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar seus pecados graves, dos quais tem consciência, pelo menos uma vez por ano’. Aquele que tem consciência de ter cometido um pecado mortal não deve receber a Sagrada Comunhão, mesmo que esteja profundamente contrito, sem receber previamente a absolvição sacramental, a menos que tenha um motivo grave para comungar e lhe seja impossível chegar a um confessor...” (§1457 CIC).
      A pessoa em segunda união encontra-se cotidianamente com um motivo grave (situação irregular), e até que cesse tal situação, não pode receber os Sacramentos da Reconciliação e da Santa Eucaristia, porém, deve ouvir a Palavra de Deus, freqüentar o Sacrifício da Santa Missa, perseverar na oração, cultivar o espírito e as obras de penitencia e caridade, educar os filhos na fé cristã, conforme o Nr 84 da Familiaris Consortios, do Papa João Paulo II.
      “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (fidelidade até a morte) – (Ef 5, 25)
      Portanto, os casais de segunda união não podem comungar porque a “Igreja professa a própria fidelidade a Cristo e a sua verdade” (FC 84).
      “A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e realizada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio” (FC 84)
      Acredito, que nenhum Bispo ou até mesmo um Papa, possa ir de encontro a estas verdades ditas por um Santo da nossa Santa Igreja.

      Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

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    4. Se um bispo herético permitisse isso tanto ele quanto o adúltero estariam cometendo um pecado grave, Roberto, pois a obediência que se deve aos bispos é em relação à Tradição da Igreja, não às heresias que algum deles por acaso venha a ensinar.
      Como observou André, um sacerdote fiel à Sã Doutrina jamais iria de encontro aos seus dogmas. A paz de NSJC!

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    5. Exatamente, para que o Bispo conceda a permissão, só pode ter acontecido duas coisas, o companheiro(a) faleceu, ou separou-se, pois um segundo sacramento ( matrimônio) não terá acontecido, portanto todas a relações serão sido ilícitas ( adultério ) contra o primeiro cônjuge, falecendo o primeiro, ou o segundo, acaba a relação, então arrependido, o fiel pode regulamentar a segunda união, se o primeiro faleceu, ou pode se abster de ter nova relação , acaso o segundo faleceu. Assim poderá ter permissão de participar da Eucaristia.

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    6. Com a máxima vênia, Sra Mônica, nos meandros das Leis Canônica e/ou normas eclesiásticas, desconheço constarem concessões episcopais para este assunto.

      Se um fiel católico passou a ser viúvo ou até mesmo separado e está na castidade, não precisa de concessão para receber o Sacramento da Penitencia e Reconciliação, e consequentemente, a Sagrada Eucaristia.

      Caso eu esteja errado, por favor, me corrija e indique qual documento da Igreja reza a respeito.

      Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

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