Aderir a uma ideologia ou buscar a verdade?


ÀS VEZES, A REALIDADE mais óbvia parece invisível à maioria. 

Não é óbvio que em uma democracia as decisões mais importantes e de repercussão direta na vida dos cidadãos deveriam exigir a participação popular? Que os partidos políticos deveriam apresentar programas, propostas e projetos que pudessem ser racional e cientificamente corroborados ou refutados, por especialistas isentos e pela sociedade que, numa democracia, os elevou ao poder? 

O que vemos, porém, é coisa bem diferente. Atualmente, vivemos submersos num oceano de fanatismo ideológico que falsifica os princípios, que usa de toda sorte de mentiras e considera válido todo e qualquer recurso –, ainda que desonesto –, na construção de projetos de poder. Malditas ideologias, que nos cegam para o que deveria ser óbvio!

“Ideologia, eu quero uma pra viver”, dizia o refrão de uma canção popular nem tão antiga. Seu compositor, com toda a certeza, não sabia exatamente do que estava falando. Ideologia não é conhecimento sobre absolutamente nada, porque o conhecimento precisa ser necessariamente verdadeiro. Ideologia não é adesão à verdade, e sim a uma visão particular e geralmente distorcida da verdade.

Pior ainda, a adesão às ideologias têm sido a fonte das maiores atrocidades da História. É um fato incontestável que todos os piores horrores do século XX (assim como foi desde sempre) foram perpetrados por ideologias: fascismo, nazismo e comunismo são pragas que não morreram. Pelo contrário, as tentativas de revivê-las continuam no mundo contemporâneo – em alguns casos, mais fortes do que nunca. Toda atenção – e ação consciente – da parte dos verdadeiros fiéis católicos ainda é pouco.

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Por que criticam tanto o comunismo, se o liberalismo, a maçonaria e outras doutrinas também são condenadas pela Igreja?

A imagem acima circula pela web. Alguns se apressam em dizer que se trata de 'montagem', mas não é. São duas imagens, de eventos diferentes, em uma. O objetivo é demonstrar quão grande absurdo é que padres apoiem um partido comprometido com a promoção do aborto, um pecado gravíssimo que acarreta, ao fim, excomunhão e perda das Ordens.

O nosso leitor Enildo Luiz Gouveia enviou-nos um comentário bastante oportuno para o momento que estamos vivendo, e que representa bem o pensamento de uma parcela importante de católicos que andam confusos, especialmente em nosso país. O comentário foi postado como resposta ao nosso artigo "Cristianismo, capitalismo e comunismo", que pode ser lido aqui. Resolvemos responder às questões citadas em forma de postagem, pelo interesse comum que estas contém. Rogamos a Deus para que seja útil. Segue.

Quer dizer que o capitalismo pode ser humanizado e o comunismo não. Por que não citar também, as diversas condenações que a Igreja fez e faz ao Capitalismo?..

VEIO A CALHAR ESTE seu comentário, Enildo, porque tenho visto muito esse tipo de argumento por aí, nas conversas e nas redes sociais, e queria mesmo publicar um esclarecimento aqui no site. É para isso que O FIEL CATÓLICO serve: para ser um instrumento no esclarecimento das coisas que concernem à Fé cristã e católica.

Antes de entrar no assunto principal, vamos dizer o óbvio: o artigo que o leitor está comentando fala do comunismo –, e não do capitalismo –, simplesmente porque é a resposta a um outro leitor que veio nos propor uma suposta similaridade entre a doutrina comunista e aquilo que vemos na Igreja primitiva segundo o Livro dos Atos dos Apóstolos (o que se traduz em um completo absurdo, como o próprio artigo demonstra). 

Se a questão é sobre comunismo, não teria sentido responder falando de capitalismo, certo? Esta, aliás, é uma tática típica dos defensores de criminosos esquerdistas; se alguém questiona Lula, eles respondem dizendo: "E o Aécio?", ou: "E o Fernando Henrique?"... É como se os crimes de um automaticamente justificassem todos os crimes do outro. Como se todos aqueles que criticam "A" necessariamente fossem eleitores de "B", o que não é verdade em muitos casos. No fim, é só uma estratégia para tirar o foco da questão principal, mudando de assunto e de personagem.

Mas a outra questão, implícita no comentário de Enildo, é a principal e mais importante. Representa aquele citado argumento, que temos ouvido muito, uma espécie de esquiva sofista semelhante à que acabei de expor, e tem a mesma finalidade: tirar o foco de uma questão, desviando o assunto para um outro problema: "Por que tantas críticas ao comunismo, se o liberalismo também é condenado pela Igreja?". Além do capitalismo e do liberalismo, também há aqueles que mencionam a maçonaria, o sionismo e outras doutrinas imanentes e materialistas.

Antes de entrar na questão, é importante esclarecer: quem procurar vai encontrar, com facilidade e em diversas páginas católicas, muitos artigos com severas (e justas) críticas ao liberalismo, ao dito "capitalismo selvagem", à maçonaria, ao sionismo, etc.

Por outro lado, se nos canais católicos as críticas ao comunismo são mais frequentes e talvez mais contundentes, isso tem uma razão bastante simples e mais do que evidente: está no fato de termos agora, diante de nós, um verdadeiro batalhão de padres e bispos que apoiam partidos e políticos socialistas/comunistas.

Ora, nós não vemos padres e bispos por aí fazendo apologia escancarada do liberalismo. Eu, pelo menos, nunca vi, nem ao vivo, nem em vídeo, nem por escrito ou em qualquer outro canal. Mas quem de nós ainda não ouviu falar da herética "'teologia' da libertação" (TL)? É verdade que a maçonaria, o sionismo e até o liberalismo têm influência entre alguns grupos ditos católicos, mas são casos pontuais. Ao mesmo tempo, há uma multidão de padres e bispos que aderiu à TL comunista – a pior heresia da História segundo Bento XVI – e que a promove descaradamente, no seio da própria Igreja, até mesmo durante as celebrações da santa Missa!

É simples assim o motivo porque se critica mais o comunismo: este é que foi infiltrado na Igreja, travestido de catolicismo, e que como um câncer corrói os seus alicerces, a partir de dentro, fazendo-se passar por doutrina da Igreja. Quando vemos padres e bispos defendendo abertamente um criminoso condenado, e alguns mesmo comparando-o a um santo mártir (quando não ao próprio Cristo!), não há como não haver escândalo. E graças a Deus que os fiéis católicos se escandalizam! É sinal de que o zelo pela Casa de Deus ainda nos consome, como a Nosso Senhor (Sl 68,10), que queremos imitar.

Devo dizer também que o leitor comete um outro equívoco infelizmente comum: achar que nós deveríamos tentar "humanizar" algum sistema político econômico para adotá-lo de maneira cristã. Não, nós não precisamos disso, nem de comunismo e nem de capitalismo "humanizados". Nós não precisamos "humanizar" nada porque já temos a Doutrina Social da Igreja (que inclusive trata do comunismo e do liberalismo), que se fosse posta em prática funcionaria muito bem.

Desgraçadamente, a esquerda conseguiu ludibriar muita gente com essa grande tolice, essa mentira dita e repetida um milhão vezes, que afirma que só os comunistas é que se preocupam com causas sociais, que comunismo é sinônimo de compaixão pelo próximo, enquanto que todos os outros sistemas são fascistas e opressores.

Vá tentar convencê-los de uma verdade já comprovada por diversos estudos: que um Estado menos invasivo, a proteção da propriedade privada e a promoção da livre iniciativa são muitíssimo mais eficazes na erradicação da pobreza do que essa ideia fantasiosa, porém sedutora, de um grande bolo que precisa ser igualmente repartido (nunca dizem que a fatia realmente grande fica sempre com o governo e seus agregados). Aí está uma tarefa praticamente impossível, porque o esquerdismo torna-se uma espécie de seita de fanáticos cegos, que simplesmente não querem enxergar a verdade dos fatos, quando lhes contraria.

Eu mesmo posso testemunhar –, com imensa tristeza –, que já ouvi pessoalmente, da boca de um bispo, que quem não vota no Lula é porque "não tem amor no coração"... 

"Ora, mas o PT promove publicamente o aborto, o aborto está no programa de governo oficial do partido, e também a promoção da ideologia de gênero, a luta de classes e muitos outros elementos que são diretamente contrários à doutrina da Igreja! Como é que um católico pode votar nesse partido?", argumentei, ansioso por uma resposta objetiva, mas só recebi de volta um sorriso amarelo e, como de costume, as mesmas evasivas e artifícios para mudar o foco do assunto.

A mais simples verdade é que, no caso do PT, os crimes de corrupção representam uma questão secundária para nós, enquanto católicos. Bastam dois fatos insofismáveis para que possamos chegar ao cerne da questão toda:

1) Sim, existem outras doutrinas e ideologias condenadas pela Igreja. Mas a Igreja não se encontra infiltrada e praticamente tomada, em alguns casos, por simpatizantes dessas outras doutrinas. Temos, ao contrário, uma quantidade imensa de clérigos simpáticos (para dizer o mínimo) ao comunismo. Por isso é que é muitíssimo mais urgente combater este, e demonstrar aos fiéis católicos a incompatibilidade deste com a verdadeira Doutrina católica.

2) Uma questão pontual: o PT promove o aborto. Ponto. / Padres e bispos apoiam o PT. Ponto. / O Código de Direito Canônico vigente1 prevê excomunhão automática (latae sententiae, conf. Cân. 1398) e perda das Ordens (Cân. 1041, item 4º), para quem pratica ou promove o aborto. Ponto final. Ou será preciso dizer mais?


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Resumo: se a bronca maior recai sobre o comunismo, a razão é mais do que óbvia: a Casa de Deus está em chamas, e quem lhe toca fogo são esses maus pastores que – seja por má  vontade ou por ingenuidade (ignorância pura e simples) – promovem esse grande mal. A urgência maior em condenar o comunismo, enfim, comprova-se até mesmo pela mensagem da própria Mãe de Deus dada em Fátima. Será que alguém quer perguntar à Nossa Senhora por que ela quis nos advertir tão especialmente contra o comunismo?

** A edição 26 da revista O FIEL CATÓLICO traz um estudo completo sobre o Decreto contra o Comunismo, seus termos, sua validade ou não e suas implicações

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1. De 25 de janeiro de 1983 sob o pontificado de S. João Paulo II, e atualizado com a Carta Apostólica sob forma de Motu Próprio Ad Tuendam Fidem, de 18 de maio de 1998.
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Da linguagem inconveniente aos cristãos


CONTAM OS ANTIGOS que certo camponês foi até o mosteiro vizinho à sua aldeia levar alguns frangos para os bons frades, que viviam de esmolas e da caridade do povo. No caminho, um dos frangos desvencilhou-se das mãos do campônio e desandou a correr. Correu o pobre atrás da ave, xingando e praguejando: “Frango do diabo! Volta aqui,seu #&#$@*!”...

Conseguiu enfim recuperar o fujão, e prosseguiu o seu caminho. Chegando ao mosteiro, tocou o sino da porta de entrada (naquele tempo não havia campainha) e foi logo atendido.

“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”, disse. “Aqui estão alguns frangos que separamos para os frades e para ajudar na quermesse de São Sebastião”... Solícito, o frade recebeu o homem, com um sorriso, e agradeceu. Porém, não quis aceitar um frango. Diante do espanto do camponês, explicou o motivo: “Este, nós infelizmente não podemos aceitar; ele já tem dono. E o dono dele é nosso inimigo e inimigo de Cristo”. 

Qual não foi a surpresa do camponês ao perceber que se tratava justamente daquele que escapara no caminho e sobre o qual ele rogara: “Frango do diabo!”...



Hoje em dia há muita liberalidade quanto ao linguajar, mesmo entre católicos –, mesmo os mais tradicionais –, especialmente entre os mais jovens. Quem se escandalizar com a boca suja do irmão será logo taxado de "puritano".

Xingar, praguejar, dizer palavrões é pecado? Em determinadas circunstâncias, talvez não. Mas podemos afirmar ao menos –, isto com toda a certeza –, que o bom cristão preferirá sempre não fazê-lo.

As palavras impuras – Há um modo de falar que é comparável à morte, e que não deveria ser encontrado entre os descendentes de Jacó. Os homens fiéis ficam longe de tais coisas, e assim não se afundam em pecados.
Isso está longe dos homens piedosos, que não se comprazem em tais crimes.
Não acostumes tua boca a uma linguagem grosseira, pois aí sempre haverá pecado.
(...) O homem acostumado a dizer palavras injuriosas jamais se corrigirá disso.
(Eclesiástico, 23, 15-17.20)


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O choro da bala perdida


Por Dom Lourenço Fleichman OSB – Permanência.Org

TODOS OS DIAS, na cidade do Rio de Janeiro, acontecem tiroteios, confrontos entre policiais e bandidos nas favelas e periferias. Todos os dias há mortos, há dramas, há choro.

A população da cidade e do país fica submetida a uma série de pressões, de stress, de medos. Vivemos assim e, como em toda guerra, procuramos levar a vida dentro de certa normalidade.

Acontece que, invariavelmente, essas situações dramáticas apresentam cenas muito parecidas, eu diria mesmo repetitivas, diante do olhar distraído de todos, sem que as pessoas pareçam saber como lidar com elas.


​Os personagens do drama

Procuremos acompanhar o fato:

Em razão de alguma investigação, ou de algum chamado emergencial, ou por alguma denúncia, policiais entram nesses becos dominados por bandidos, pelo tráfico – de drogas, de poder, de influência. Invariavelmente são recebidos a bala!

Eis, pois, dois personagens iniciais do nosso drama: bandidos e policiais. Se fosse um jogo de crianças, chamariam de “polícia e ladrão”. Mas não é! É vida real. Então são policiais e bandidos.

Quem são os bandidos? Contrariamente à opinião geral, os bandidos não são moradores do local. Não estão ali porque constituíram família, onde construíram com esforço suas casas, de onde saem todos os dias para trabalhar. Não. Escolheram aquele ponto elevado por motivos estratégicos, em razão da eficácia do seu comércio ilícito e do poder que querem exercer sobre determinado território. Ocupam aquele morro, aquela favela, pelo mesmo motivo que um general, analisando o seu campo de batalha, escolhe uma posição estratégica favorável para a defesa de sua posição e para o ataque ao inimigo.

O bandido está no morro por um ato de guerra. Esse é o nosso primeiro personagem.

O segundo personagem é o policial. Como vimos, chegou ali por motivos diversos. Mas, diferentemente do bandido, o policial mora num determinado bairro, talvez mesmo numa favela, mas mora em sua casa, com sua família, e dessa casa ele sai para o seu trabalho honesto e heroico, todos os dias, pondo em risco a sua vida para a proteção da nossa.

[Antes que alguém ponha em dúvida a honestidade desse profissional, apresso-me a dizer que a fraqueza de alguns policiais não altera a ordem do drama. Corrupto ou honesto, ele está na favela porque foi ali mandado por seu superior para um trabalho árduo, perigoso e sem muitas perspectivas. Aceitemos, pois, esse detalhe: fazem parte da polícia e estão ali por obediência a seus princípios e aos seus superiores.]

Voltemos ao drama. Hoje a história se passou na favela Nova Holanda, ontem na Rocinha, ou no Jacaré. A polícia entrou porque os bandidos estão ali, e fizeram algum mal a alguém. Quando isso ocorre na vida normal dos homens, chama-se a polícia. Ela existe para isso, para socorrer os inocentes desarmados, entregues à maldade dos bandidos. Assinalemos mais essa evidência: a polícia é obrigada a ir na favela em virtude de sua função social de proteção da sociedade. Ela não tem escolha. E ela vai porque os bandidos são maus e fazem maldades reais. Não estão num filme americano, estão na vida de uma guerra sem tréguas que jogaram sobre suas cabeças.

Querem saber como se sente um policial que entra pelos becos da favela? Vejam esse depoimento feito por um policial de verdade:

Sempre que andava na Rocinha lembrava do que os policiais me falavam – Você está vendo todos esses becos, esses casebres, esse caos e essa desordem. Agora imagine andar por aí na expectativa de dar de cara com um fuzil. De onde ele vem? Quando vem? Para onde olhar? Qual lugar é seguro? Qual janela não é uma ameaça? Qual daquelas pessoas não é criminosa?
Claro que os jornais não falam disso. É como se as operações policiais cariocas devessem ocorrer em contextos de plena normalidade. A polícia deveria se pautar por regras, procedimentos operacionais padronizados etc. Chegam ao ridículo de dizer que não se pode chegar atirando sem aviso, como se um fuzil exigisse uma cena de filme policial americano. – Parado, ou eu atiro!

Adivinhe, leitor: na notícia dessa noite, mais uma vez os policiais foram recebidos sob rajadas de tiros de fuzil, de metralhadora, ou de qualquer outro aparato de guerra presente nos domínios dos bandidos.


​O Terceiro Personagem

Veio o tiroteio e uma bala perdida matou alguém. Surge o terceiro personagem do drama. Uma pessoa morta e uma família dilacerada.

Esse fato triste e terrível infelizmente é comum em situações de guerra. E a guerra do Rio existe, é real, dura décadas, desde que o irresponsável Leonel Brizola, traidor do povo do Rio de Janeiro e do Brasil, decretou com seu poder de Governador do Estado, que os bandidos estavam livres para agir sem medo, para crescer e dominar o território.

Por culpa do Brizola e de tantos outros políticos corruptos e maus, essa guerra já matou milhares de pessoas, entre bandidos, policiais e pessoas inocentes.

O trabalho e os perigos por que passa a polícia são imensos, e o natural seria que a população da cidade elevasse sempre clamores de agradecimento a esses policiais que dão a sua vida para diminuir o impacto de morte causado pelos bandidos apoiados por essa esquerda corrupta e irresponsável.

Porque razão esse natural agradecimento não acontece? Porque razão a polícia é sempre apontada como a culpada pelo drama dessa família e pela morte por bala perdida?


O Quarto Personagem

A resposta a essa pergunta está na chegada, também invariável e sempre presente, de outro tipo de pessoas. É o nosso quarto personagem. Eles chegam no local do tiroteio carregados de microfones, filmadoras, carros bem equipados a transmitir pelas nuvens da internet as informações mais recentes.

Onde atuam esses personagens do jornalismo? No mesmo local em que o bandido acampa; no mesmo local onde a polícia entra para atender à população; no mesmo local em que um inocente morava. Ah! Sim, este morava de verdade ali, mas vivia sob o domínio do medo e o poder do bandido. Pois é nesse mesmo local que atuam os jornalistas.

Está completa a equipe de personagens do drama:

Bandidos, policiais, vítimas de bala perdida e jornalistas.

E a população do Rio de Janeiro, invariavelmente, escuta no rádio ou vê na televisão os jornalistas atuando. Aparentemente eles fazem o trabalho de informação. Porém, por questões ideológicas e de formação, eles vão além da informação. Eles atuam sobre a opinião pública, eles criam o mito da história, têm o poder de mudar a realidade de acordo com o pensamento do seu jornal, de sua televisão, de sua rede de internet. E esse pensamento é perfeitamente homogêneo, sempre na mesma direção, sempre escolhendo o lado. E o lado que eles escolheram foi de ser contra a polícia.

Se eu dissesse que eles estão do lado dos bandidos, eles se levantariam indignados, e provariam com citações e fotografias muito bem preparadas, cenas previamente montadas para desarmar qualquer acusação, a fim de provar que não apoiam os bandidos. E eles convenceriam qualquer juiz, qualquer cidadão. Porque eles não são a favor do bandido; o que eles são, isso sim, é contra a polícia. Ser contra a polícia é uma atitude política, carregada de ideologia revolucionária, ou seja, com o intuito de quebrar a ordem da sociedade espalhando o caos e o medo.

E como fazem isso na guerra do Rio?

Procuram as vítimas inocentes e sugam o sangue delas até a última gota. Vejam essa pobre mulher em lágrimas. Se os jornalistas estivessem ali porque um gatinho ficara preso num telhado, a pobre mulher seria perfeitamente indiferente aos jornalistas. Não lhes serviria para nada, senão para lhes servir um café. Mas ela é a vítima, está chocada, está chorando pela terrível perda. Passa a ser personagem da mais alta importância para que a rede de jornalismo alcance sua meta de denegrir a polícia.

Partem ao ataque e perguntam:

– A senhora está triste?

Como se possível fora a esta mãe responder que não! Mas isso não importa. A mãe não percebe que está sendo usada, sugada. Acha importante e lindo que se interessem por ela, que deem a ela uma cátedra para pontificar sobre a perda de sua filhinha, ou de seu filhão. Então ela responde chorando, ao vivo e em cores, para todo o Brasil, que, sim está muito triste, seu mundo desabou, sua vida acabou etc. Como qualquer mãe responderia!

Mas o jornalista passa por essa introdução que só serviu para conduzir a pobre alma a responder o que o jornalista quer que ela responda. E lança-lhe contra o rosto, contra a alma, a facada mortal:

– Como a senhora vê a atuação da polícia entrando assim na comunidade?

Ora, a pobre mulher já assimilou, com a pergunta, que tipo de resposta ela deve dar. O sinal foi dado. Quem poderá afirmar que já tenha ouvido alguma vez uma pobre vítima dessas dizer que agradece todos os dias pela presença da polícia? Não dizem e não conseguiriam dizer. Por detrás dela paira a brilhante luz das câmeras a engolir qualquer pensamento da mulher; e paira também as trevas dos invisíveis bandidos, prontos a matar, a torturar, a expulsar a mulher e o que restou de sua família, se ela ousar apontá-los como causadores de sua dor.

E ela se entrega! O jornalista é formado e é mandado para extrair dessas pobres almas a condenação mais veemente possível da polícia.

Se a mulher tivesse um mínimo de preparo e a presença de espírito de conter suas lágrimas e olhar a realidade diria ao pérfido jornalista:

– Meu filho, a pergunta que você deveria me fazer não é essa! A pergunta deveria ser: como eu vejo a atuação dos bandidos no lugar em que eu moro! Essa é a única questão que vale a pena tratar. Porque eles se escondem aqui nos usando de escudos humanos. Eles nos achacam todos os dias, eles corrompem nossos filhos. Eles são maus, profundamente maus; suas almas corrompidas não nos olham como pessoas e sim como gado. São capazes de roubar, de matar sem razão nenhuma. Sempre que a polícia entrar nas comunidades haverá “balas perdidas”, pois eles matam crianças e inocentes de propósito porque sabem que jornalistas como os senhores vão por a culpa na polícia. E com isso eles vão ganhando a guerra contra a cidade, contra o país, pela cumplicidade dos jornais e televisões.

Mas essa realidade – continuaria a angustiada mãe – essa realidade vocês escondem da população. E vão acuando a polícia com suas ameaças de processos, com os juízes corruptos comprados pelos bandidos, mentindo sempre, enquanto fingem que nos estão entrevistando.

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*   *

Infelizmente estamos nas mãos de poderes como esse. E se uma resposta como essa existisse de fato, feita ali, ao vivo, seria cortada, banida, e a vítima chorosa perderia imediatamente seu status provisório de glória à serviço da corrupção da sociedade.

O que eles querem? O que pretendem? Querem nos manter sob o terror e o medo. Com esse tipo de atitude eles nos mantém reféns da Revolução, massa informe e sem pensamento, bajulando os poderosos do morro, os poderosos da cidade, os donos de jornais e da mídia, os donos da política infernal. Conexão para todos, desinformação para todos, celulares para todos, e com isso estarão tranquilos em seu poder de destruição da civilização católica ocidental.

Há dois tipos de viciados: o viciado das drogas e o viciado das redes sociais. O primeiro é alimentado pelo bandido; o segundo pelos jornalistas, intelectuais e políticos. Ambos sofrem da mesma consequência do seu vício: não conseguem mais pensar; tornaram-se presa fácil da Revolução. E por não mais pensar, são repetidores dóceis das palavras de ordem daqueles que pensam e comandam a sociedade revolucionária. O intuito dessa sociedade é a destruição de toda e qualquer menção ao Cristianismo. Um dia isso ficará mais claro. A guerra do Rio, como os atentados terroristas na Europa, são dois lados de uma mesma moeda. A guerra é contra a sociedade cristã e por isso, ela é contra Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Igreja.

Não existe, pois, um problema político ou um problema econômico no mundo. O que há é uma crise espiritual, é uma enorme apostasia, a perda da fé e a vitória provisória e aparente do demônio, até que Nosso Senhor dê o seu basta, e mate o dragão com o sopro de sua boca.

​Na guerra do Rio, escolha o seu lado: fique sempre do lado da Polícia, contra os bandidos e contra os jornais e os políticos!

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Fonte:
http://permanencia.org.br/drupal/node/5264

Acesso 3/4/2018
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