Solenidade de São Pedro e de São Paulo


“TU ÉS PEDRO, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja...” – Jesus se referia à fé que Pedro n’Ele anunciara. Esta fé institui o fundamento sólido da Igreja, torna-a firme e capaz de vencer as forças adversas. Todos aqueles que, como Pedro, adotam a fé em Jesus Cristo Filho do Deus vivo, passam a fazer parte deste edifício extraordinariamente sólido que nunca cairá. Nada nem ninguém poderá impedir a Igreja de realizar a sua missão de salvação.

Pedro, que acaba de exteriorizar a sua fé em Cristo, caracteriza os Apóstolos e todos os cristãos que praticam a mesma fé.

Este Apóstolo aparece sempre em primeiro lugar e é aquele que deve confirmar a fé dos outros. Ele é o incumbido de manter a unidade de todos os cristãos nessa mesma fé. Por isso, a Igreja confia no Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, como responsável de preservar a fé em Cristo recomendada por esse Apóstolo, a fim de executar tal missão no decurso de todos os tempos.

Temos a obrigação de rejeitar tudo aquilo que não é evangélico no nosso modo de perceber o ministério do Papa e a sua autoridade na Igreja. Devemos ajustar-nos, sobretudo, àquilo que Jesus repetiu tantas vezes e com tanta evidência: «Aquele que for o maior, proceda como se fosse o menor, e o que governar proceda como o que serve os outros» (Lucas 22,26).

É esta também a visão de Paulo. Poucos meses antes de morrer, fechado numa prisão de Roma, escreve a Timóteo, seu companheiro de missão, dando-se conta que o seu fim está próximo, faz um balanço de toda a sua vida. Está convencido que, no anúncio do Evangelho, realizou a sua imposição principal como os atletas que participam nas competições desportivas no estádio: consumiu todas as suas forças pela causa justa do anúncio do Evangelho, quando afirma: «Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé».

Está convicto de que Deus lhe dará também a ele, no dia em que for recebido na morada eterna, a coroa da vitória que espera todos aqueles «que aguardaram com amor a sua vinda», isto é, a todos aqueles que, como ele, tenham lutado pela justiça.

Pedro e Paulo apontaram-nos com que abnegação à Igreja, com que qualidade de amor, com que desprendimento e com que coragem deve ser cumprido o ministério do anúncio do Evangelho. São o modelo de lealdade à vocação cristã quando somos confrontados com situações nada fáceis: perante a amargura, o isolamento, o desentendimento, ou a marginalização a que nos possam algemar.

Como nos refere a primeira leitura, quem sofre por causa de Cristo deve demonstrar, como Pedro e Paulo, o seu amor franco e dedicado à Igreja, mesmo quando todos lhe são desfavoráveis. Do seu lado terão sempre o «anjo do Senhor» para ampará-los e libertar, como fez com Pedro no momento em que ele mais precisava.

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Fonte:
'Encontro com o Bispo', por Dom Antônio Carlos Rossi Keller, disp. em:
encontrocomobispo.org/2015/06/solenidade-de-sao-pedro-e-de-sao-paulo.html
Acesso 29/6/015
ofielcatolico.com.br

Teoria de gênero? – ou – A sociedade ocidental enlouqueceu de vez?


Pelo Prof. Joathas Belo*, especialmente para O Fiel Católico


A TESE PRINCIPAL da "teoria de gênero" diz: "o gênero é um construto cultural, logo, ele independe do sexo biológico". O que isso quer dizer? "Gênero" é uma palavrinha "mágica" que encobre mais do que revela alguma coisa; significa o papel social masculino ou feminino.

Evidentemente que esse papel é construído, em boa medida, na sociedade, pois ele não vem "pronto", por assim dizer, junto com o sexo biológico. Mas a inferência que se faz a partir do dado verdadeiro da construção cultural dos papéis sociais da masculinidade e da feminilidade, de que tais papéis não têm relação com o sexo biológico, não procede. Isto porque as ideias sobre os papéis sociais dos sexos masculino e feminino nascem precisamente da diferença que, fenomenologicamente, se expressa na fisiologia e na anatomia do varão e da mulher. Tais ideias respondem à pergunta: "como estas diferença e complementaridade biológicas se projetam na vida social?".

Trata-se, portanto, de interpretar o que é ser varão ou mulher, e não de que cada um "decida" se é homem ou mulher (ou, ainda, um terceiro 'gênero' nem masculino, nem feminino, mas “neutro”). Não se "constrói" a masculinidade ou a feminilidade, simplesmente, mas sim o sentido social desta diferença. A perspectiva de gênero sofisma, – ao tomar uma parte (o papel social do sexo) como o todo (o sexo mesmo), – a ponto de alguns teóricos chegarem a negar a própria realidade do sexo biológico (até esta já seria uma interpretação)!

Uma real preocupação com as injustiças ou opressões concretas que se cometem em nome de uma concepção rígida dos papéis sociais masculino e feminino deveria apelar à igual dignidade ontológica das pessoas feminina e masculina, mas nunca a uma condição sexual amorfa, que poderia ser modelada arbitrariamente. Não existe "pessoa humana" em abstrato: toda pessoa é pessoa feminina ou masculina; a condição sexuada é fato inerente ao ser humano.

Negar essa diferença é, sem percebê-lo, recair numa [falsa] postura "espiritualista", segundo a qual o ser humano é sua "alma", como diriam os antigos, ou sua "mente", como se diz hodiernamente. O corpo não teria nada a ver com a identidade da pessoa, mas seria um mero "acidente" ou "instrumento" que o sujeito –cartesiano – poderia usar ao seu bel prazer. A Filosofia clássica afirma que as diferenças psíquicas nascem precisamente das diferenças corpóreas; nesse sentido, a sexualidade não é um atributo meramente corpóreo, mas pessoal (do ser humano inteiro), portanto, também psíquico ou espiritual.



Se a questão fosse meramente teórica, os parágrafos acima encerrariam o assunto. Porém, os “teóricos” do gênero são, na realidade, ideólogos, e a questão não é científica, mas política: é parte de um programa político mais amplo cuja pretensão é destruir a imagem cristã da família, a beleza da complementariedade entre os sexos, a profundidade do amor humano entre homem e mulher, para erigir, em seu lugar, uma “família” fundada exclusivamente no que a teologia cristã chama “concupiscência”, o desejo irracional propalado por Nietzsche e Freud.

Uma ideologia assim deve ser vencida pela força do testemunho de amor das famílias, conjugado à firmeza na recusa de toda e qualquer influência dessas ideias sobre os filhos. Tais ideias são erradas do ponto de vista lógico e são nocivas do ponto de vista moral.

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* O Prof. JOATHAS BELLO é Mestre em Filosofia pela PUC-RJ e Doutor em Filosofia pela Universidade de Navarra (Espanha), atualmente professor No Seminário da Diocese de Niterói, na faculdade de São Bento e na FAETEC-RJ.
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Sobre as heresias


INICIAMOS, COM ESTE artigo, uma série direcionada especialmente à fundamentação dos conhecimentos dos pesquisadores católicos, – e do público em geral, – sobre o tema das heresias. Entendemos que há uma profunda necessidade de ampliarmos os nossos conhecimentos a esse respeito, até porque vivemos dias em que muitos ditos cristãos perderam o amor pela Verdade, caindo nas malhas do relativismo, corrente filosófica que entende que simplesmente não há esta Verdade universal, e que cada época e indivíduo teriam seu próprio modo de ver/entender o mundo: sua própria “verdade particular”.

Todavia não é apenas o relativismo (tão fortemente denunciado pelos Papas João Paulo II e Bento XVI), que nos atinge. Presenciamos agora, estarrecidos, um fortíssimo espírito de desobediência e infidelidade. Muitos católicos “discordam” abertamente do Magistério da Igreja até naqueles pontos definidos dogmaticamente. Neste contexto ressurgem antigas heresias já condenadas pela Igreja em outras eras, com aparência de “grandes novidades”, com força redobrada, causando confusão e enormes estragos às consciências dos fiéis. Quantos questionam se Jesus é de fato Deus? Se é o único Salvador? Interpela-se a Virgindade Perpétua de Maria. Duvida-se da Presença real do Senhor na Eucaristia. Questiona-se a Santa Missa como atualização do Sacrifício do Calvário. Relativizam-se as Escrituras por meio de uma leitura reducionista e racionalista. Satanás virou um mito ou apenas uma questão psicológica. Questiona-se a eficácia e mesmo a necessidade dos Sacramentos. A Tradição tornou-se algo ultrapassado, algo que até se pode estudar como quem admira uma peça de museu. E para que estudar os Padres da Igreja, afinal?

Além de tudo, vemos uma crítica violenta à moral católica, considerada ultrapassada e sem sentido. Quantos supostos católicos defendem o aborto, a eutanásia, o sexo livre, o homossexualismo, o divórcio?

Em várias passagens do Novo Testamento somos alertados sobre falsas doutrinas. Os apóstolos tinham a contínua preocupação de transmitir fielmente a mensagem do Senhor Jesus. São Paulo, na Carta aos Gálatas (1,6-8), determina que seja considerado anátema qualquer um que apresente um evangelho diferente daquele que foi anunciado pelos Apóstolos.

Enfim, no mundo atual é nítida a perseguição ao pensamento cristão. Além disso, muitas vezes através dos meios de comunicação são transmitidas várias informações falsas, às vezes tendenciosas e parciais, sobre a fé cristã. Aqueles cristãos que não possuem uma formação muito sólida ficam confusos e, ou se afastam da Igreja ou até permanecem, mas com o claro intuito de instituir uma “igreja” totalmente nova, “moderna”, que agrade ao mundo.

Devido a toda a realidade descrita até aqui, entendemos que se faz necessário esclarecer o público católico e a população em geral, sobre o que vem a ser, na perspectiva cristã e católica, uma heresia, um cisma e uma apostasia. Assim como analisar as diversas heresias antigas, – mas sempre tão (e cada vez mais) vivas, tais como o ebionismo, o docetismo, o gnosticismo, o arianismo, o apolinarismo, o macedonianismo, o montanismo, o adocionismo, modalismo, o nestorianismo, o monofisismo, o iconoclasmo. E também quais Pais da Igreja combateram essas correntes de pensamento.



Esta é, portanto, a introdução de uma série de postagens relacionadas entre si, adaptadas do conteúdo do recém-lançado (e precioso) opúsculo do Prof. Dr. Joel Gracioso, “Heresias: tão antigas e tão novas” (Kenosis; DDM, 2015), que publicaremos em capítulos, rezando e pedindo a Nosso Senhor que renove, nos corações dos homens, o amor sincero pela Verdade.

** O opúsculo pode ser adquirido por e-mail:
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A Igreja e o ‘arrebatamento’


O TÃO FALADO “arrebatamento”, que tanto mexe com a imaginação dos protestantes, refere-se a uma passagem da primeira Carta aos Tessalonicenses, capítulo 4, que menciona cristãos sendo “raptados” e levados às nuvens para encontrarem o Senhor nos ares, além de algumas outras passagens bíblicas difusas e de difícil interpretação (são elas: Ap 3,10; Lc 17,34-35; Mt 24,40-41)..

    Muitos protestantes têm interpretações equivocadas dessas passagens, tanto assim que, a esse respeito, umas congregações disputam com outras, e um livro publicado inicialmente no ano de 1995 nos EUA, intitulado “Left Behind” ('Deixados para Trás'), e que de lá para cá ganhou diversas novas edições, ajudou consideravelmente a popularizar essa ideia de que os fieis serão literalmente “raptados” deste mundo para encontrar o Senhor antes da grande tribulação que se aproxima. – Segundo essa teoria, os cristãos vão simplesmente "desaparecer" do convívio de todos, para encontrarem-se com Jesus nas nuvens e depois avançarem com Ele ao Céu para aguardar o fim dos tempos.

    O livro “Left Behind” ganhou esse título a partir de uma passagem de Lc 17 e outra semelhante em Mt 24, que falam da vinda do Senhor como nos dias de Noé e nos dias de Lot. E Evangelho segundo S. Mateus (24) diz o seguinte:

Como foram os dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem … eles comiam, bebiam, casavam-se e eles não sabiam até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Em seguida, dois homens estarão a trabalhar no campo, um será levado e o outro será deixado para trás. Duas mulheres estarão a moer no moinho, uma será levada a outra será deixada para trás.

    “Veja”, argumentam os entusiastas da interpretação literal do arrebatamento, “um será levado, o outro deixado. É o arrebatamento! Jesus leva os cristãos e deixa os ímpios para trás!”...

    Mas há problemas com essa interpretação. Note-se que a vinda de Jesus está sendo comparada aos que ocorreu nos dias de Noé e nos dias de Lot. Sendo assim, vejamos: depois do dilúvio, quem foi deixado? Noé e sua família, que eram exatamente os justos, enquanto os pecadores foram levados. Também nos tempos de Lot, depois que Sodoma e Gomorra tornaram-se cinzas, quem foi deixado? Lot e suas filhas, os justos, mas os pecadores foram levados.

    Em segundo lugar, lembremo-nos do versículo 17 de 1Ts, que diz que aqueles que são “deixados” é que vão ao encontro de Jesus nos ares, não os que são levados. Ou seja, os justos são deixados para trás. – Em outras palavras, o cristão deveria desejar ser deixado para trás, para que possa ir ao encontro de Jesus, que irá acompanhá-lo de volta à Terra em sua segunda e definitiva vinda. – Portanto, não haverá arrebatamento tal e qual tratam publicações como "Left Behind".


Explicação de cada uma das teorias protestantes sobre o arrebatamento

Qual a sua versão do arrebatamento? – Você é "pré", "médio/meso" ou "pós? – Se você não sabe como responder a essa pergunta, você provavelmente é católico. A maioria dos fundamentalistas dentre os ditos "evangélicos" sabe que essas palavras são sinônimos de pré-tribulação, meso-tribulação e pós-tribulação. Os termos referem-se a quando o arrebatamento deve ocorrer. Este é um ponto.


O Milênio

Em Apocalipse 20,1-3; 7-8, lemos:

Vi, então, descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande algema. Ele apanhou o Dragão, a primitiva Serpente, que é o Demônio e Satanás, e o acorrentou por mil anos. Atirou-o no abismo, que fechou e selou por cima, para que já não seduzisse as nações, até que se completassem mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por um pouco de tempo. (...) Depois de se completarem mil anos, Satanás será solto da prisão. Sairá dela para seduzir as nações dos quatro cantos da Terra (Gog e Magog) e reuni-las para o combate. Serão numerosas como a areia do mar.

    O período de mil anos, conforme nos diz o autor sagrado, é o Reinado de Cristo. Esse período é popularmente chamado de Milênio. O Milênio é o prenúncio do fim do mundo. O capítulo 20 do Apocalipse é interpretado de três maneiras por diferentes protestantes conservadores: as três escolas de pensamento são chamadas pós-milenismo, amilenismo e pré-milenismo. Vamos analisá-las brevemente.


Pós-Milenismo

Segundo Loraine Boettner, no seu livro "Millennium" (mesmo autor do caluniuoso do patético livro anticatólico 'Catolicismo Romano'), pós-milenismo é “a visão de que as últimas coisas que sustentam o Reino de Deus estão sendo estendidas no mundo agora, através da pregação do Evangelho e da obra salvadora do Espírito Santo; que o mundo finalmente está para ser cristianizado, e que o retorno de Cristo ocorrerá no final de um longo período de justiça e paz, comumente chamado de Milênio".

    Esta opinião foi popular entre os protestantes do século XIX, quando o progresso era esperado até mesmo na religião e antes dos horrores do século XX . Hoje, poucos a mantêm, exceto grupos como os reconstrucionistas cristãos, uma consequência do movimento conservador presbiteriano.

    Comentaristas apontam que o pós-milenismo deve ser distinguido da visão de teólogos liberais e seculares que preveem melhoria social e até mesmo que o Reino de Deus venha puramente através de meios naturais, ao invés de sobrenaturais. Pos-milenialistas, no entanto, argumentam que o homem seja incapaz de construir um "paraíso terrestre" por si mesmo; o Paraíso só virá pela Graça de Deus.

    Pos-milenialistas típicos também dizem que o milênio mencionado em Apocalipse 20 deve ser entendido em sentido figurado e que a expressão “mil anos” não se refere necessariamente a um período fixo de dez séculos, mas a um tempo indefinidamente longo. Por exemplo, o Salmo 50 (vs. 10) fala da Soberania de Deus sobre tudo o que existe e diz-nos que Deus é o Dono “do gado sobre milhares de montanhas”, o que não é para ser entendido literalmente. No final do milênio, aconteceria então a Segunda Vinda, a ressurreição geral dos mortos e o Juízo Final.

    O problema com a ‘teoria’ do pós-milenismo é que a Bíblia não descreve que o mundo vivenciará um período de cristianização completa (ou relativamente completa) antes da Segunda Vinda. Existem inúmeras passagens que falam da era entre a primeira e a segunda vinda como um momento de grande tristeza e luta para os cristãos. Uma passagem reveladora é a parábola do trigo e do joio (Mt 13,24-30; 36-43). Nesta, o Cristo declara que os justos e os ímpios serão ambos plantados e crescerão lado a lado no campo de Deus ('o campo é o mundo', conf. Mt 13,38) até o fim do mundo, quando serão separados, julgados, e serão ou lançados no fogo do inferno ou herdarão o Reino de Deus (Mt 13,41-43).

    Não há nenhuma evidência bíblica de que o mundo acabará por tornar-se totalmente (ou mesmo quase que totalmente) cristão, mas que sempre haverá um desenvolvimento paralelo dos justos e os ímpios até o Julgamento Final.


Amilenismo


A visão amilenista interpreta Apocalipse 20 simbolicamente, e não vê o Milênio como uma era de ouro terrestre em que o mundo será totalmente cristianizado, mas como o atual período de reinado de Cristo no Céu e na Terra, através da sua Igreja (que para os protestantes é apenas o conjunto dos que 'aceitam a Jesus como Senhor e Salvador', espalhados no mundo). Esta foi a opinião dos chamados "reformadores" protestantes e ainda é a visão mais comum entre os protestantes tradicionais, embora não seja assim entre a maioria dos chamados "evangélicos" mais novos e as seitas fundamentalistas.

    Amilenistas também acreditam na coexistência do bem e do mal na Terra até ao fim. Para estes, a tensão que existe na Terra entre os justos e os ímpios será resolvida apenas com a volta do Cristo no fim dos tempos. A idade de ouro do Milênio seria, ao invés, o Reinado celestial de Cristo com os santos, do qual a Igreja na Terra participa de alguma forma, embora não da forma gloriosa como será na Segunda Vinda.

    Amilenistas salientam que os tronos dos santos que reinarão com Cristo durante o milênio parecem fixados no Céu (Ap 20,4) e que o texto nada diz sobre Cristo na Terra durante esse Reinado com os santos. "Explicam" eles que, embora o mundo nunca vá ser totalmente cristianizado até a Segunda Vinda, o Milênio não tem efeitos sobre a Terra a que Satanás está preso, de tal forma que ele não poderá enganar as nações no sentido de dificultar a pregação do Evangelho (Ap 20,3). Eles apontam que Jesus falou da necessidade de “amarrar o homem forte” (Satanás), a fim de saquear a sua casa, resgatando as pessoas de seu aperto (Mt 12,29).

    Quando os discípulos voltaram de uma turnê de pregação do Evangelho, rejubilando-se com a forma como os demônios estavam sujeitos a eles, Jesus declarou: “Eu vi Satanás cair como um relâmpago” (Lc 10,18). Assim, para o evangelho avançar em todo o mundo, é necessário que Satanás seja atado em um sentido, mesmo que ele ainda possa estar ativo (1Pd 5,8).

    O Milênio é uma época de ouro não quando comparado com as glórias do porvir, mas em comparação a todas as eras anteriores da história humana, nas quais o mundo fora engolido em trevas pagãs. Hoje, um terço da raça humana é cristã, e muitos mais ainda repudiam os ídolos pagãos e abraçam o culto ao Deus de Abraão, Isaac e Israel.


Pré-Milenismo

Em terceiro lugar na lista, há o pré-milenismo, atualmente o mais popular entre os fundamentalistas e ditos "evangélicos" (ainda que, há um século atrás, fosse o amilenismo). A maioria dos livros escritos sobre o fim dos tempos, como o de Hal Lindsey, "A Agonia do Grande Planeta Terra", são escritos sob uma perspectiva pré-milenista.

    Como os pós-milenistas, os pré-milenistas acreditam que os mil anos sejam uma era de ouro na Terra, durante a qual o mundo será completamente cristianizado. Ao contrário dos pós-milenistas, acreditam que essa era irá ocorrer após a Segunda Vinda e não antes, para que Cristo reine fisicamente na Terra durante o Milênio. Eles acreditam que o Juízo Final só ocorrerá após o fim do Milênio, o que muitos interpretam como um período de exatamente mil anos.

    Mas as Escrituras não apoiam a ideia de um período de mil anos entre a Segunda Vinda e o Juízo Final. Cristo declara: “Porque o Filho do Homem há de vir com os seus anjos na glória de seu Pai, e então retribuirá a cada homem pelo que ele tem feito” (Mt 16,27), e “Quando o Filho do Homem vier na sua Glória, e todos os anjos com Ele, então, se assentará em seu Trono glorioso. Diante dEle serão reunidas todas as nações, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos …. E eles [os bodes] irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25,31-32, 46).


Doutrina do  Arrebatamento

Os pré-milenistas muitas vezes dão muita atenção à doutrina do arrebatamento. De acordo com essa doutrina, quando Cristo voltar, todos os eleitos que morreram serão ressuscitados em seus corpos físicos e transformados a um estado de glória, junto com os eleitos viventes, e então serão arrebatados para estarem com Cristo. O texto-chave referente ao arrebatamento é 1Ts 4,16-17, que afirma: “Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com um grito de comando, com o chamado do Arcanjo e com o som da Trombeta de Deus. E os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, os vivos, que ficam, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor ".

    Os pré-milenistas acreditam, assim como praticamente todos os cristãos (exceto alguns pós-milenistas), que a segunda vinda será precedida por um momento de grande aflição e perseguição do povo de Deus (2Ts 2,1-4). Esse período é chamado frequentemente a tribulação. Até o século XIX, todos os cristãos concordavam que o arrebatamento, – embora não fosse chamado assim, – ocorreria imediatamente antes da Segunda Vinda, no final do período de perseguição. Esta posição hoje é chamada de “pós-tribulacional” porque afirma que o arrebatamento virá depois da tribulação.

John N. Darby
    Mas em 1800, alguns começaram a clamar que o arrebatamento ocorrerá antes do período de perseguição. Esta posição, hoje conhecida como o ponto de vista ”pré-tribulacional”, também foi abraçada por John Nelson Darby, um dos primeiros líderes de um movimento fundamentalista que ficou conhecido como dispensacionalismo. A visão pré-tribulacional do arrebatamento de Darby foi então adotada por um homem chamado Cyrus Ingerson Scofield, que ensinou esta posição nas notas de rodapé de sua Bíblia de Referência Scofield, que foi amplamente distribuída na Inglaterra e nos Estados Unidos.

C. I. Scofield
    Muitos protestantes que leram a chamada "Bíblia de Referência Scofield" aceitaram sem críticas esta sua interpretação particular, e adotaram a sua visão pré-tribulacional, apesar de que qualquer cristão jamais tivesse ouvido falar de algo assim nos 1800 anos anteriores de história da Igreja.

    Eventualmente, uma terceira posição foi desenvolvida, ficando conhecida como a “meso-tribulacional” ponto de vista que afirma que o arrebatamento ocorrerá durante o meio da tribulação.

    Finalmente, um quarto ponto de vista elaborou que não haverá um arrebatamento único no qual todos os crentes serão reunidos a Cristo, mas que haverá uma série de "mini-arrebatamentos" que ocorrerão em momentos diferentes com relação à tribulação. Nem seria preciso esclarecer que toda essa confusão fez com que o movimento se dividisse em campos mais ou menos radicalmente opostos.

    O problema com todas essas posições (exceto o ponto de vista histórico, pós-tribulacional, o qual foi aceito por todos, inclusive os não pre-milenialistas) é que eles dividem a Segunda Vinda em eventos diferentes. No caso da visão pré-tribulacionista, acredita-se que Cristo teria três vindas: uma quando nasceu em Belém, uma quando retornará para o arrebatamento no início da tribulação e uma no final da tribulação, quando estabelece o Milênio. Esse ponto de vista, de três vindas, parece contrário às Sagradas Escrituras.

Dale Moody
    Os problemas com a visão pré-tribulacional são evidenciados pelo teólogo (e pré-milenista) batista Dale Moody, que escreveu:… “A crença em um arrebatamento pré-tribulacional contradiz todos os três capítulos do Novo Testamento que mencionam a tribulação e o arrebatamento juntos (Mc 13,24-27; Mt 24,26-31; 2Ts 2,1-12). A teoria é tão falida biblicamente que a habitual defesa é feita através de três passagens que não chegam a mencionar uma tribulação (Jo 14,3; 1Ts 4,17; 1Cor 15,52)". Estas são passagens mais importantes, mas elas não dizem uma palavra sobre um arrebatamento pré-tribulacional. A pontuação é de três a zero, três passagens que ensinam um arrebatamento pós-tribulacional e três que não dizem nada sobre o assunto.


Afinal, qual é a posição católica?

Depois de nos dedicarmos à tarefa inglória de tentar esclarecer tamanha confusão, faz-se necessário dizer da postura da primeira Igreja quanto ao assunto. Vamos a ela.

    Sobre o Milênio, nós, católicos, tendemos a concordar com Sto. Agostinho e com os amilenistas. Assim, a posição católica tem sido historicamente “amilenista”, embora não usemos esse termo, ao menos costumeiramente. A Igreja tem rejeitado a posição pré-milenista, às vezes chamada de “milenarismo” (cf. Catecismo da Igreja Católica, §676). Embora a Igreja não tenha dogmaticamente definido a questão, em 1940 o Santo Ofício considerou que o pré-milenismo “não pode ser ensinado com segurança”.

    Com relação ao arrebatamento, os católicos certamente acreditam que o evento de nossa reunião com Cristo terá lugar, embora geralmente não usem comumente a palavra “arrebatamento” para se referir a esse momento. – Situação que traz em si certa ironia, uma vez que o termo “arrebatamento” é derivado dos textos da Vulgata Latina, a tradução oficial da Bíblia Católica, em 1Ts 4,17 – que significa 'seremos raptados' (do latim rapiemur).

Nihil obstat:  
Cheguei à conclusão de que os materiais 
apresentados
neste trabalho estão livres de erros doutrinais ou morais.
Bernadeane Carr, STL, Censor Librorum, agosto 10, 2004

Imprimatur:  
De acordo com 1983 CIC 827 
Permissão
para publicar este trabalho é concedida.

† Robert H. Brom,
Bispo de San Diego, 10 de agosto de 2004



Clique aqui e aprenda a interpretar a Bíblia com a Igreja Católica.



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Fonte:
Artigo publicado na página do apostolado "Ecclesia Militans", disponível em
https://igrejamilitante.wordpress.com/2011/06/01/entenda-o-arrebatamento-as-diferentes-posicoes-protestantes-e-o-que-ensina-a-igreja-catolica/
Acesso 17/5/015
www.ofielcatolico.com.br

Biblioteca católica: livro 'Bernadette Soubirous', de Francis Trochu


A OBRA "BERNADETTE Soubirous" conta duas histórias: a da aparição da Virgem Maria em Lourdes, França, em 1858, e a da garota camponesa de apenas 14 anos, – criada na pobreza e analfabeta, – para a qual Nossa Senhora apareceu. É também a história da vida oculta de Bernadette como uma freira comum no seu convento em Nevers, onde ela alcançou o ápice da santidade.

Sua infância e vida familiar, bem como seu caráter, – honesta, inteligente e direta, – são descritos com maestria. O livro conta em detalhes sua descrição de Nossa Senhora, os eventos em torno das 18 aparições, a oposição das autoridades civis e os milagres de Lourdes. Santa Bernadette padeceu muito no corpo e na alma em sua vida como freira. A Virgem Maria lhe dissera: “Não te prometo a felicidade neste mundo, mas no próximo”. A promessa seria cumprida, quando a santa morreu com apenas 35 anos de idade. Na morte, ela parecia jovem e bela, apesar de todo o tormento da doença que sofreu, e, quando seu corpo foi exumado, 30 anos depois, permanecia incorrupto.

• 512 páginas
• Francis Trochu

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• Com o Sem. Filipe David (Arquidiocese de São Paulo / 'O São Paulo' ed. 3048/seção 'Pelo mundo')
www.ofielcatolico.com.br

Relações pré-matrimoniais: um tabu?


Por Valdir Reginato para revista O Fiel Católico n.9*

A MAIORIA DOS JOVENS casais de namorados atualmente sequer levam esta hipótese em consideração. Conhecer e “ficar” tornou-se quase condição natural para duas pessoas que se dispõe a ter um relacionamento, não necessariamente prolongado. A virgindade e a castidade ficaram emboloradas no dicionário, e alguns já duvidam se sairão na próxima edição. Alguns podem dizer que nos casos em que há um compromisso moral, com data marcada, não haveria problema nessa situação, pois já há um “casamento de fato”, afetivo e de responsabilidade; só falta assinar para tornar-se de direito.

Afinal, tem sentido falar sobre isso na sociedade atual? Não é preciso virar esta página uma vez por todas? – Certos fatos permanecem como lendas ao longo da História. Lendas associadas, frequentemente, a um período de ignorância, a tradições esquisitas, que não cabem mais na sociedade moderna, científica e tecnológica, com avanços nas teorias que contemplam a complexidade fisiológica e psíquica do comportamento em sociedade. Não somos mais primitivos para pensar no porquê da virgindade dos noivos, parte de quase todas as lendas das primeiras civilizações, até o encanto de castidade das princesas medievais, que chegou aos nossos tempos. É necessário um "basta" a esta visão irreal do ser humano!

Interessante que, a estas supostas lendas do mito da pureza pré-conjugal, associava-se outra tradição que também vai se perdendo na memória: “E viveram felizes para sempre...”. Que absurdo! Como alguém pode viver feliz para sempre?! Ainda mais preso a outra pessoa... Eis outro aforisma da história do mundo que parece caducar aos ouvidos dos jovens.


Atribui-se ainda algum valor à pureza e à castidade?

Consequentemente, a “felicidade para sempre”, desejo incrustado no íntimo do coração de qualquer ser humano, associava-se a estes dois pré-requisitos: pureza de corações pré-conjugais e fidelidade permanente, em que a ideia do adultério assombrava, como desastroso terremoto, a felicidade. Podemos dizer que eram contos de fadas de uma fase (de milhares de anos), impostos por uma sociedade paternalista e preocupada na preservação do patrimônio familiar, na qual não havia liberdade de sentimentos? Nas últimas décadas, as luzes nos tiram das trevas para um mundo novo! Será verdade?

Os dados apontam que os jovens continuam acreditando no casamento. Apesar das fraquezas humanas, hoje desvinculadas de qualquer culpa moral, consideram ainda que “resistir” até as núpcias é uma história de fortaleza, respeito, admiração, valorização. Assim como as comemorações de bodas de prata, ouro ou diamantes fazem com que assistamos o cumprimento de uma meta que, mesmo difícil, é possível e digna de admiração. Do mesmo modo, sempre causa constrangimento saber que um(a) amigo(a), divorciou-se, sem causa alarmante.

O que estamos dizendo é que ainda que a meta seja alta, e tenha dificuldades que exigem esforço virtuoso, com muito Amor, a referência se apresenta como ponto de chegada. Contudo, quando se pretende transformá-la numa “lenda” muito romântica e sonhadora, passaremos a estabelecer metas “flexíveis” e relativas ao desejo do empenho que cada um considere para si. Seria esta uma boa alternativa às exigências para o cumprimento das “tradições milenares”?

Os resultados já estão ao nosso alcance. As estatísticas demonstram que os divórcios são muito mais comuns quando os casais têm relações pré-matrimoniais, principalmente se desde o início de namoro. A infeliz comparação, que se denominou “test-drive” para casar, não demonstrou sucesso em relação à tradição, ao contrário. Isto só facilitou adiar o casamento por tempo indeterminado, até que cada um tenha tudo que acha importante para si. Alguns prolongam tanto este período que acabam se separando; afinal, não estavam casados, e partem para uma nova tentativa. Evidentemente, isto acarretou a falta de compromisso com filhos, fator complicador para “cônjuges responsáveis” com a paternidade e a maternidade. A conclusão é que a união de um casal de namorados tornou-se uma vida de egoísmo a dois, onde por direito à felicidade própria não se assume compromisso com o outro. Importante é que cada um seja feliz, não necessariamente juntos.


As modalidades "alternativas" de "família", com a lei que permite a
adoção de crianças por "casais" homossexuais, mostram seus frutos:
nossas crianças sendo induzidas à pederastia desde tenra idade, como 
já se viu explicitamente na famigerada "parada do orgulho gay" 2015

Mesmo nos tempos modernos, admite-se que na sociedade a família é a célula fundamental. Família que se encontra descaracterizada em muitas "alternativas". O que assistimos e vivemos chegou a ser denominado “sociedade do descartável” pelo Papa Francisco, onde desde o copinho de café até a namorada, – ou companheira, como queiram, – obedecem as mesmas leis de uso e descarte. "O importante é ser feliz", berram a todo instante, mas o que facilmente se atesta, pela crescente procura por todo tipo de terapias, é uma população que confundiu a satisfação do orgasmo com a união livre, comprometida, fiel e permanente exigidas para um matrimônio de Amor, aberto como fonte para uma nova vida segundo os desígnios de Deus e como caminho de felicidade.


Megan Young
Deixo como esperança as palavras da belíssima miss Filipina Megan Young, de 23 anos. Um mês antes de vencer o concurso que lhe conferiu o título de “mulher mais bonita do mundo” (2013), em entrevista ao canal ABS-CBN, declarou-se contra o aborto, as relações pré-matrimoniais, o divórcio e outros do gênero. Ao fim, a entrevistadora conclusivamente pergunta como uma “boa garota” pode dizer "não" ao sexo antes do casamento, e recebe uma simples resposta: “Muito fácil: você diz 'não'. Quando alguém pressiona e você vê que está indo longe demais, isso significa que não lhe valoriza e não valoriza a relação. Se o rapaz está disposto a se sacrificar, isso diz muito”, concluiu Young.

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* Dr. Valdir Reginato é Doutor em História Social pela FFLCH-USP, Docente Adjunto e Diretor do CeHFi-EPM-UNIFESP e Doutor em Ciências pela FMUSP

12 de Junho – Festa do Sagrado Coração de Jesus


TODO O MÊS DE junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus; a Festa ou Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é no dia 12 de junho.

Todos sabemos que o coração é um órgão muscular situado na cavidade torácica, que recebe o sangue e o bombeia por meio de movimentos ritmados, fazendo fluir a vida em todo o corpo. Mas, além de designar um órgão vital do corpo humano, a palavra “coração” também significa, num sentido analógico, um conjunto de valores de ordem moral e espiritual. Assim, metaforicamente, diz-se que tal pessoa tem um “coração de ouro”, e/ou que alguém tem um “coração de pedra”. No primeiro caso, significa que tal pessoa é bondosa, generosa, amorosa; no segundo, que alguém é insensível, mesquinho, frio. Pode-se dizer também que alguém tem o coração aberto ou fechado, manso ou cheio de ódio, mole ou duro, etc, etc. Rotineiramente, fazemos inúmeras correlações simbólicas a propósito do coração humano.

Nas Sagradas Escrituras, encontramos quase mil vezes repetida a palavra “coração”. Vejamos um exemplo, extraído do Antigo Testamento:
Eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne.
(Ez 11, 19)

Agora, um exemplo do Novo Testamento:
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!(Mt 5, 8)

Sumamente vinculada ao símbolo que o coração representa, está a devoção ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em primeiro lugar, simbolizando o infinito Amor de Deus pelo gênero humano: o Sagrado Coração de Jesus faz parte de sua adorável Pessoa. Entre os elementos integrantes da Pessoa de Cristo, nenhum há tão apropriado como o coração para ser objeto de culto especial. Simboliza a obra do Amor infinito levada ao extremo, pelo nosso bem, pelo Verbo feito homem, no Mistério da Encarnação e Redenção. Portanto, o culto tributado ao Sagrado Coração de Jesus é culto tributado a Jesus Cristo na qualidade de amante do homem.

A Encíclica Haurietis Aquas, de Pio XII  (1956), – considerada por excelência o documento sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus, e leitura indispensável a este respeito (leia aqui), – foi escrita com a finalidade de expor os fundamentos teológicos desse culto, e publicada exatamente no centenário da extensão, para toda a Igreja, da Festa Litúrgica do Coração de Jesus. Esse memorável documento pontifício ensina:
O Coração do nosso Salvador reflete de certo modo a imagem da Divina Pessoa do Verbo, e, igualmente, das suas duas naturezas: humana e divina; e nEle podemos considerar não só um símbolo, mas também como que um compêndio de todo o Mistério da nossa Redenção. Quando adoramos o Coração de Jesus Cristo, nEle e por Ele adoramos tanto o Amor incriado do Verbo divino como o seu amor humano e os seus demais afetos e virtudes, já que um e outro moveram nosso Redentor a imolar-se por nós e por toda a Igreja, sua Esposa.
(N. 43)


O primeiro e maior de todos os Mandamentos

Sta. Margarida
Maria Alacoque
Um escriba de Jerusalém, doutor da lei, perguntou a Jesus qual era o primeiro de todos os mandamentos. Eis a resposta de Nosso Senhor: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, e com todas as tuas forças” (Mc 12,30).

Se de todo coração uma pessoa ama a Deus, estará disposta a sacrificar-se por Ele; estará pronta a combater aqueles que atacam e desprezam seus divinos Ensinamentos, e tudo fará para reparar as ofensas que se fazem contra Deus. Qualquer ofensa a Ele, tomará como se fosse mais grave que uma ofensa pessoal, e desejará ardentemente consolá-lo pelo ultraje recebido.

S. Claudio Colombière
Exemplo admirável desta disposição foi a vida de Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), enaltecida por Nosso Senhor como “Discípula dileta de meu Coração”. A ela se deve, – com o apoio de seu diretor espiritual, São Claudio de la Colombière, – a grande expansão, no século XVII e nos seguintes, da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, principalmente na reparação àquele Coração ofendido pelos pecados dos homens. A ela Nosso Senhor pediu (em Paray-le-Monial, França) que fosse instituído o excelente costume da Comunhão reparadora das primeiras sextas-feiras de cada mês.

Além desta grande santa mística, poderíamos citar muitas outras almas santas que difundiram atos de piedade para desagravar o Divino Coração. Um exemplo é o da simples menina Jacinta, a quem Nossa Senhora, no ano de 1917, apareceu em Fátima. Com apenas 10 anos, ela já tinha uma clara noção disso. Pouco antes de seu falecimento, disse à sua prima Lúcia: “Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro no peito, a queimar-me e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!”. Palavras singelas, mas que revelam o quanto uma menina inocente se abrasava de Amor de Deus e se compadecia daqueles Corações ofendidos.


Muitos católicos vivem como se Deus não existisse

O mundo atual sofre os abalos de um terrível terremoto moral. Todas as instituições da sociedade e do Estado encontram-se flageladas por crises profundas, porque o Criador e Redentor do gênero humano deixou de estar no centro das cogitações, até no centro dos corações daqueles que se dizem católicos. Ele é ultrajado de todos os modos, tendo sido destronado na sociedade neopagã de nossos dias.

Como remediar essa catastrófica situação? O Papa São Pio X indicou-nos uma solução: “Se alguém pedir uma palavra de ordem, sempre daremos esta e não outra: Restaurar todas as coisas em Cristo”. Para isso, a necessidade de se reentronizar o Sagrado Coração de Jesus nas almas, nas famílias, nas instituições, em todas as nações. Numa palavra: restaurar a Realeza social e divina d’Aquele que é “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19,16). Para isso, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é o remédio por excelência.

Não sejamos, então, surdos e ingratos a essa sublime devoção, correspondendo ao Divino Amor de Deus por nós. Como corresponder? Procurando fazer tudo conforme seus divinos Preceitos, e evitar tudo o que os contraria. Assim, estaremos purificando nossos corações e assemelhando-os ao Sacratíssimo Coração. 

Uma breve aplicação: por obra da funesta Revolução Francesa, o Rei Luís XVI foi condenado à guilhotina. Subiu ao patíbulo com toda a paciência, mas quando o carrasco quis atar-lhe as mãos, num gesto enérgico ele não o permitiu, dizendo que não aceitaria tal humilhação. Seu último confessor, o Pe. Edgeworth de Firmont, então, disse-lhe: “Senhor, esta humilhação será ainda mais um traço de semelhança entre Vossa Majestade e Nosso Senhor Jesus Cristo”. Ao ouvir isto, Luís XVI respondeu: “Se isso agrada a Jesus, estou pronto para ser amarrado”.

Tal resposta do soberano francês poderia ser aplicada em todas as circunstâncias de nossa vida: estarmos sempre prontos a fazer tudo o que agrada a Jesus; e nada, absolutamente nada que o desagrade. Para chegar à perfeição dessa prática habitual, é muito aconselhável a jaculatória do final da Ladainha do Sagrado Coração: “Jesus, manso e humilde de coração. Fazei nosso coração semelhante ao vosso!”.

História da Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus surgiu no século XVII, quando Santa Margarida Maria de Alacoque, religiosa do convento das Irmãs da Visitação de Paray-le-Monial, recebeu a visita de Nosso Senhor, que lhe apareceu por três vezes. A primeira foi em dezembro de 1673, a segunda em 1674 e a terceira em 1675, quando o Cristo manifestou-se-lhe com o peito aberto e apontando seu próprio Coração, e exclamou: "Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes seu Amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles".

Durante essas aparições, Jesus fez 12 grandes promessas àqueles que fossem devotos de seu Coração Misericordioso e que participassem da Santa Eucaristia, comungando pela reparação dos nossos pecados e dos pecados do mundo, toda primeira sexta-feira de cada mês, durante nove meses seguidos. Depois, em 11 de junho de 1899, o Papa Leão XIII consagrou todo o gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus, afirmando ser esse o maior ato de todo o seu pontificado.

Dessa forma, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus difundiu-se por todo o mundo e foi recomendada por muitos Papas da Igreja. Muitos grandes Santos, como São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola, Santa Tereza D’Avila e outros, dedicaram terna devoção, admiração e adoração ao Sagrado Coração de Jesus. Hoje, o movimento do Apostolado da Oração ao Sagrado Coração de Jesus zela por essa devoção e a propaga pelo mundo todo. Listamos, abaixo, as doze promessas de grandes benefícios espirituais para às vidas daqueles que têm essa santa devoção:

1ª Promessa: “Eu darei aos devotos de meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”.

2ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias ”.

3ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”.

4ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”.

5ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”.

6ª Promessa: “Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”.

7ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”.

8ª Promessa: “As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição”.

9ª Promessa: “A minha Bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração”.

10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”.

11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no meu Coração”.

12ª Promessa: “A todos os que comunguem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.



Pequena Oração de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus, de Santa Margarida Maria Alacoque

Santa Margarida Maria compôs uma belíssima oração de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus, que se chama “Pequena Consagração”. Reze-a com um "santinho" nas mãos ou diante da imagem do Sagrado Coração de Jesus. Você certamente receberá muitas graças.
Eu, (seu nome), entrego e consagro ao Sagrado Coração de Jesus minha pessoa e minha vida, minhas ações, dores e sofrimentos, e quero me servir de todas as partes de meu ser apenas para honrá-Lo, amá-Lo e glorificá-Lo.Amém!”

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Ref.:
• SCHNEIDER, Roque. Espiritualidade do Coração de Jesus. São Paulo: Loyola, 2002
• DUFOUR, Gerard. Rezar 15 dias com Margarida Maria, São Paulo: Loyola, 2003
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'Regional Norte 3' da CNBB emite nota sobre os Planos de Educação

Dom Philip Dickmans
CNBB – O RECIONAL Norte 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota explicativa sobre os Planos de Educação, diante do contexto de aprovação no país das Diretrizes, Metas, Estratégias dos Planos Estadual e Municipal de Educação (2015-2025), que pretendem incluir a ideologia de gênero nas escolas e a possibilidade de ensinar, a partir dos três anos de idade, que não existe diferença entre homem e mulher. O texto lembra que “a ideologia de gênero, ao proclamar a absoluta liberdade de construir a própria identidade sexual, uma vez aplicada, destrói o ser humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja célula-mãe é a família”. Segue abaixo a íntegra da nota:


Nota explicativa sobre os planos de educação

Aos presbíteros, Religiosos, Religiosas, Diáconos, Professores, Educadores, Pastores das Igrejas Evangélicas, homens e mulheres de boa vontade

“A ideologia de gênero é contrária ao plano de Deus!” (Papa Francisco)

O Brasil está se mobilizando para aprovar as Diretrizes, as Metas, as Estratégias dos Planos Estadual e Municipal de Educação (2015-2025), com base na Lei 13.005/2014, que, segundo consta no Documento de Referência, para uma educação integral e humanizada. É louvável esta iniciativa. Todos nós somos conscientes que sem uma educação de qualidade o Brasil não se desenvolverá. O problema, no entanto, é o que está sendo proposto nos referidos Planos, como destacaremos a seguir:

Em 2014, o governo federal tentou aprovar no Congresso Nacional a introdução da linguagem de gênero no Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024). Queria-se introduzir na educação brasileira a possibilidade de ensinar, a partir dos três anos de idade, que não existe diferença entre homem e mulher. Essa ideologia, de maneira oculta e à revelia da população brasileira, pretende acabar com as bases da nossa cultura e fundar uma nova ordem em que cada um pode decidir autonomamente e de maneira não definitiva a própria orientação sexual ou livre opção sexual.

O ponto que mais nos preocupa é a estratégia de número 12.6, que reza o seguinte: “garantir condições institucionais para o debate e a promoção da diversidade étnico-racial, de gênero, diversidade sexual e religiosa, por meio de políticas pedagógicas e de gestão específicas para esse fim”.

Existem organizações nacionais e internacionais muito ocupadas em destruir a família natural, constituída por um pai, uma mãe e seus filhos. Hoje um dos recursos mais perigosos para atentar contra a família se chama “ideologia de gênero”.

A ideologia de gênero também denominada de “teoria de gênero” ou “perspectiva de gênero” ensina que ninguém nasce homem ou mulher e que todos devem construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo de sua vida. Segundo os teóricos de gênero, cada um deveria ser identificado não por seu sexo biológico, mas pela identidade que ele constrói para si mesmo.

No número 40 do Documento de Aparecida já alertou que “entre os pressupostos que enfraquecem e menosprezam a vida familiar, encontramos a ideologia de gênero, segundo a qual um pode escolher sua orientação sexual, sem levar em consideração as diferenças dadas pela natureza humana. Isso tem provocado modificações legais que ferem gravemente a dignidade do matrimônio, o respeito ao direito à vida e a identidade da família”.

Segundo o Papa emérito Bento XVI, a ideologia de gênero “contesta o fato de o homem possuir uma natureza corpórea pré-constituída (…) nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um facto pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria. (…) Homem e mulher como realidade da criação, como natureza da pessoa humana, já não existem. (…). A manipulação da natureza, que hoje deploramos relativamente ao meio ambiente, torna-se aqui a escolha básica do homem a respeito de si mesmo. (…) Se não há (…) homem e mulher como um dado da criação, então deixa de existir também a família como realidade pré-estabelecida pela criação. Mas, em tal caso (…) o filho, de sujeito jurídico que era, com direito próprio, passa agora necessariamente a objeto, ao qual se tem direito e que, como objeto de um direito, se pode adquirir. Na luta pela família, está em jogo o próprio homem. E torna-se evidente que, onde Deus é negado, dissolve-se também a dignidade do homem. Quem defende Deus, defende o homem.”

O Papa Francisco, recentemente, afirmou que a ideologia de gênero é um erro da mente humana que provoca muita confusão e ataca a família. O papa lamentou a prática ocidental de impor uma agenda de gênero a outras nações por meio de ajuda externa. Chamou isso de “colonização ideológica”, comparando-o à máquina de propaganda nazista. Segundo ele, existem “Herodes” modernos que “destroem e tramam projetos de morte, que desfiguram a face do homem e da mulher, destruindo a criação.”

A ideologia de gênero, ao proclamar a absoluta liberdade de construir a própria identidade sexual, uma vez aplicada, destrói o ser humano em sua integralidade e, por conseguinte, a sociedade, cuja célula-mãe é a família. Todas as orientações sexuais reconhecidas como “gêneros” ou variantes lícitas seriam legitimadas, ensinadas, legalmente praticadas e oferecidas como opções sexuais às nossas crianças por meio da rede de ensino pública e privada.

A introdução da igualdade de gênero e da livre opção sexual em leis federais, estaduais ou municipais, especialmente nas que tratam da Educação, será certamente acompanhada pela introdução da disciplina de Educação Sexual nos currículos da Educação Básica de escolas públicas e privadas, em todos os níveis e modalidades. Nossas crianças deverão aprender que não são meninos ou meninas, e que precisam inventar um gênero para si mesmas. Para isso receberão materiais didáticos destinados a deformarem sua identidade. Sendo obrigatório por lei, os pais que se opuserem, poderão ser criminalizados por isso.

Como podemos ter certeza de que tudo isso de fato acontecerá? Porque exatamente isso já está acontecendo em países da América e da Europa, onde, como na Alemanha, já há pais que são detidos, porque seus filhos se recusam a assistir às aulas de gênero.

Frente a essa gravíssima situação, os bispos do Estado do Tocantins conclamam aos fiéis católicos do Estado a acompanhar com responsabilidade as discussões e decisões dos gestores do Estado e dos Municípios, a formação escolar dos próprios filhos e as decisões tomadas em cada estabelecimento de ensino, dando o próprio testemunho cristão, e posicionando-se corajosamente contra a ideologia de gênero em todos os ambientes que frequentam.

Expressamos veementemente o nosso desejo de que todas as forças vivas do Estado se unam em defesa da vida, da família e da sociedade em geral. Que as futuras gerações possam ter a certeza de que não fomos omissos e de que lutamos, dentro da lei e da ordem, contra os prejuízos de uma ideologia perigosamente revolucionária.

Fraternalmente,

Dom Philip Dickmans

Presidente

Regional Norte 3 da CNBB e

Bispo da Diocese de Miracema do Tocantins


Dom Pedro Brito Guimarães – Arcebispo de Palmas

Dom Romualdo Matias Kujawski – Bispo da Diocese de Porto Nacional

Dom Giovane Pereira de Melo – Bispo da Diocese de Tocantinópolis

Dom Rodolfo Luiz Weber – Bispo da Prelazia de Cristalândia

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Fonte:
CNBB, Regional Norte 3 (Tocantins e norte de Goiás), disp. em:
cnbb.org.br/regionais/norte-3-tocantins-e-norte-de-goias/16651-regional-norte-3-emite-nota-explicativa-sobre-os-planos-de-educacao
Acesso 7/6/015
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Orações sugeridas aos leigos para as horas do dia


Orações da Manhã

Consagração do Dia

"Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo,

Eu vos ofereço todos os meus pensamentos, palavras, obras e ações, alegrias e sofrimentos deste dia; tudo quanto eu fizer e padecer, descontados os meus pecados, seja tudo, ó meu Deus, para vossa Glória, pelo bem das almas do purgatório, em reparação das minhas faltas e em desagravo ao Sacratíssimo Coração de Jesus. Amém."

ou

Oferecimento do Dia

"Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo meu coração. Dou-Vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite. Ofereço-Vos as ações deste dia; fazei que sejam todas segundo a vossa santa Vontade, para maior glória vossa. Preservai-me do pecado e de todo o mal. A Vossa Graça seja sempre comigo e com todos os que me são caros. Amém."

ou

Brevíssimo Oferecimento do Dia

"Todos os meus pensamentos, todas as minhas palavras e obras deste dia, eu vos ofereço, Senhor, e a minha vida inteira por amor. Amém."

e

Ao Anjo da Guarda

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege e guarda, governa e ilumina. Amém."

com

Oração para ganhar as indulgências do dia

"Tenho intenção e desejo de ganhar hoje todas as indulgências de que possa ser capaz, e as ofereço em satisfação dos meus pecados e em sufrágio pelas almas do Purgatório, especialmente as mais abandonadas. Amém."



Orações do Meio-Dia

Angelus

"O Anjo do Senhor anunciou a Maria
E Ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria…

Eis a escrava do Senhor.
Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.
Ave Maria…

E o Verbo divino se fez carne.
E habitou no meio de nós.
Ave Maria…

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos
Infundi, Senhor, nós Vos pedimos, em nossas almas a Vossa Graça, para que nós, que conhecemos pela Anunciação do Anjo a Encarnação do Cristo, Vosso Filho, cheguemos por sua Paixão e sua Cruz à glória da Ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amém."

ou (no Tempo Pascal, do Domingo de Páscoa até o do Pentecostes)

Regina Coeli (Rainha do Céu)

Rainha do Céu, alegrai-vos, aleluia.
Porque Quem merecestes trazer em vosso seio, aleluia.

Ressuscitou, como disse, aleluia.
Rogai a Deus por nós, aleluia.

Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia.
Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia.

Oremos
Ó Deus, que vos dignastes alegrar o mundo com a ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo, Senhor nosso, concedei-nos, vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, Senhor Nosso. Amém."


Orações da Noite

Ação de Graças

Eu vos adoro, meu Deus, e Vos amo com todo o coração.
Dou-Vos graças por me terdes criado,
feito cristão e conservado neste dia.
Perdoai-me as faltas que hoje cometi e,
se algum bem fiz, aceitai-o.
Guardai-me durante o repouso
e livrai-me dos perigos.
A vossa graça esteja sempre comigo
e com todos os que me são caros. Amém.

Meu Deus, dai-me luz
para conhecer os pecados que hoje cometi,
as causas deles e os meios de os evitar.

ou

À Sagrada Família

Jesus, Maria e José, modelos perfeitíssimos de recolhimento, caridade e humildade, alcançai-nos a graça de imitarmos as sublimes virtudes que praticastes na terra e dignai-vos proteger a todos nós, que agora prostrados na vossa presença imploramos o vosso patrocínio.
Lembrai-vos, ó Jesus, Maria e José, de que somos inteiramente vossos; defendei-nos, pois, de todo e qualquer perigo, socorrei-nos em nossas necessidades e dai-nos graças para nos mantermos constantemente na imitação da vossa santa Família, a fim de que, servindo-vos fielmente na terra, possamos depois bendizer-vos por toda a eternidade no Céu. Amém.

e

Ao Anjo da Guarda

Anjo da Guarda, minha companhia, guardai a minha alma de noite e de dia.

com

Pelas Almas do Purgatório

Dai, Senhor, às almas que padecem no Purgatório, o eterno descanso, entre os esplendores da Luz perpétua. Descansem em paz. Amém.


Exame de Consciência para o Fim do Dia:

Deveres para com Deus: Lembrei-me de Deus durante o dia oferecendo-Lhe o meu trabalho, dando-Lhe graças, recorrendo a Ele com confiança de filho? Deixei-me vencer pelos respeitos humanos em algum momento? Fiz as minhas orações pausadamente com atenção e devoção?

Deveres para com o próximo: Tratei com dureza ou desprezo os demais? Tive a preocupação de ajudar os que me rodeiam, fazendo-lhes, além disso, a vida mais agradável? Preocupa-me também a sua vida religiosa? Fiz algum apostolado? Caí na murmuração? Sei perdoar? Rezei pelas pessoas que de algum modo me preocupam?

Deveres para comigo mesmo: Lutei pela minha própria santificação? Deixei-me levar por sentimentos de orgulho, vaidade, sensualidade? Esforcei-me por arrancar o meu defeito dominante? Recorri a Deus para que aumente em mim todas as virtudes e, especialmente, a fé, a esperança e a caridade?

Ato de contrição: Meu Deus, porque sois tão bom, tenho muita pena de vos ter ofendido. Ajudai-me a não tornar a pecar.
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Questão de classe – os pobres e a redução da maioridade penal


Por J. R. Guzzo

UMA DAS CRENÇAS mais resistentes do pensamento que imagina a si próprio como o mais moderno, democrático e popular do Brasil é a lenda da inocência dos criminosos pobres. Por essa maneira de ver as coisas, um crime não é um crime se o autor nasceu no lado errado da vida, cresceu dentro da miséria e não conheceu os suportes básicos de uma família regular, de uma escola capaz de tirá-lo da ignorância e do convívio com gente de bem.

De acordo com as fábulas sociais atualmente em vigência, pessoas assim não tiveram a oportunidade de ser cidadãos decentes, – e por isso ficam dispensadas de ser cidadãos decentes.

Ninguém as ajudou; ninguém lhes deu o que faltou em sua vida. Como compensação por esse azar, devem ser autorizadas a cometer delitos, – ou, no mínimo, considera-se que não é justo responsabilizá-las pelos atos que praticaram, por piores que sejam.

Na verdade, segundo a teoria socialmente virtuosa, não existem criminosos neste país quando se trata de roubo, latrocínio, sequestro e outras ações de violência extrema; – a menos que tenham sido cometidos por cidadãos com patrimônio e renda superiores a determinado nível. E de quem seria, nos demais casos, a responsabilidade? Essa é fácil: "a culpa é da sociedade".

Toda essa conversa é bem cansativa quando se sabe perfeitamente, desde que Moisés anunciou os Dez Mandamentos, que certas práticas são um mal em si mesmas, e ponto-final; não apareceu nas sociedades humanas, de lá para cá, nenhuma novidade capaz de mudar esse entendimento fundamental.

Um crime não deixa de ser um crime pelo fato de ser cometido por uma pessoa pobre, da mesma forma que ser pobre, apenas, não significa ser honesto. Mas e daí?

Em nosso pensamento penalmente correto, a ideia de que as culpas são sobretudo uma questão de classe é verdade científica, tão indiscutível quanto a existência do ângulo reto. Por esse tipo de ciência, um homicídio não é "matar alguém", como diz o Código Penal Brasileiro; para tanto, é preciso que o matador pertença pelo menos à classe média.



Daí para baixo, o assassinato de um ser humano é apenas um "fenômeno social". Fim da discussão. No mais, segundo os devotos da absolvição automática para os criminosos que dispõem de atestado de pobreza, "somos todos culpados". Nada como as culpas coletivas para que não haja culpa alguma. – E para que todos ganhem o direito de se declarar em paz perante suas próprias consciências.

Embora não faça parte dos programas de nenhum partido ou governo, esta é a fé praticada pela maioria das nossas altas autoridades, junto com as camadas superiores da Ordem dos Advogados do Brasil, juristas de renome e estrelas do mundo intelectual, artístico e sociológico. A mídia, de modo geral, os acompanha. Há aliados de peso nos salões de mais alta renda da nação, onde é de bom-tom deplorar a "criminalização da pobreza"; é comum, quando se reúnem, haver mais seguranças do lado de fora do que convidados do lado de dentro.

A moda do momento, para todos, é escandalizar-se com a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, em caso de crimes graves. Não se trata de uma questão de ideologia ou de moral. A punição pela prática de crimes tem, obrigatoriamente, de começar em algum ponto, e 16 anos é uma idade tão boa quanto 18. – É impossível, na realidade, saber qual o número ideal. Mas o tema se tornou um divisor entre o bem e o mal, – sendo que o mal, claro, é a redução, já declarada "coisa da direita selvagem".

Alega-se que o número de menores de 18 anos que praticam crimes violentos é muito pequeno, e que a mudança não iria resolver o problema da criminalidade no Brasil. Ambas as afirmações são verdadeiras e sem nenhuma importância. Quem está dizendo o contrário?

O objetivo da medida é punir delitos que hoje ficam legalmente sem punição, e nada mais.

Também é verdade que pessoas de 60 anos cometem poucos crimes, – e nem por isso se propõe que se tornem livres de responder por seus atos. Também é verdade que os crimes não vão desaparecer com nenhum tipo de lei, – e nem por isso se elimina o Código Penal.

Talvez esteja na hora de pensar que existe alguma coisa profundamente errada com a paixão pela tese de que a desigualdade social é a grande culpada pela criminalidade no Brasil. Segundo o governo, a redução da pobreza está passando por um avanço inédito na história; nesse caso, deveria haver uma redução proporcional no número de crimes, não é? Mas o crime só aumenta. Ou não houve o progresso que se diz, ou a tese está frouxa. Como fica?

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Fonte: 
REVISTA VEJA. Ed. Abril, ed. 2428, 3 de junho de 2015

Por que a ideologia de luta de classes é anticristã


LUTA DE CLASSES; um conceito muito difundido, talvez banalizado, mas inegavelmente popular, mesmo que subjetivamente. É comum que seja assim, não só com este, mas com vários outros conceitos, que ganham conotações diferentes, como uma palavra que ganha diferentes sentidos conforme os anos passam.

Mas não é disso que esse texto irá tratar: aqui veremos como tal conceito é altamente anticristão, e porquê. Não podemos iniciar um texto sobre luta de classes sem antes falar do termo anterior: a ideologia. Por ser um termo deveras espinhoso, explicarei rapidamente as duas definições possíveis, coligando-as de modo a facilitar o entendimento.

Primeiro, pode-se defini-la como um conjunto de ideias e doutrinas individuais ou de grupo, algo como uma subcultura; segundo, pode-se defini-la como meio de dominação por meio do convencimento. Arranjando os termos, temos uma subcultura ilusória. Russel Kirk (1918-1994) define ideologia como a secularização da religião, com seus próprios santos, dogmas e rituais, prometendo um paraíso terrestre contanto que se siga a sua doutrina sistemática; por tais características, a ideologia atrapalha o juízo humano, direcionando-o a um ponto, mascarando seus defeitos por meio de sofismas; e por manter tal fidelidade ao seu dogma, causa a divergência entre homens. Assim, a ideologia cria o caos.



Posto tal ponto, é possível falar da luta de classes. Tal conceito é cunhado por Karl Marx (1818-1883) para nomear o confronto entre “classes” de pessoas, definidas pelo seu “capital acumulado”: há a "burguesia" (dona dos meios de produção) e o "proletariado" (o trabalhador braçal). Para Marx, os trabalhadores estariam influenciados pela ideologia burguesa e, para fugir dessa suposta alienação, deveriam concorrer na luta ideológica, cunhando então a revolução.

O próximo passo é responder à pergunta essencial deste artigo: porque a ideologia de luta de classes é anticristã – ou, em outros termos, porque a ideologia e a luta de classes são anticristãs?

Richard M. Weaver (1910-1963) nos diz que a harmonia entre nações que estão divididas em grupos maiores ou menores não depende da quimérica ideia de igualdade, mas de fraternidade, um conceito muito anterior e que está fortemente arraigado no sentimento dos homens. Não é difícil ver que tal ideia é perfeitamente aplicável, visto que a fraternidade demanda respeito e proteção, como em uma família, onde o irmão mais novo pode exigir que o irmão mais velho cumpra seu dever, através de uma rede de sentimentos. – Muito semelhante à famosa frase de Jesus, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”; em que amar não é concordar com tudo o que o próximo diz ou faz, pois não implica amar ações, aplica amar o indivíduo substantivamente; e isso não exige qualquer igualdade fora a substância. Ou seja, igualmente humano, nada mais que isso.

Logo de início, vemos que o ensinamento de Cristo atrita com Marx, mas, antes disso, há o atrito com a ideologia; o catolicismo é Religião, não secularização; não quer ocultar a verdade, mas revelá-la, prega a igualdade substantiva e não material, o amor fraterno e mútuo entre as pessoas humanas.

Um pouco de leitura cristã mostra que o homem possui uma imperfeição intrínseca ao ser; pois, se fosse perfeito, seria Deus, o único Perfeito. Mas, por ser feito à imagem de Deus, ou seja, à imagem do Intelecto infinito, o homem possui intelecto, ou a virtude da razão, o que o diferencia dos animais. Por tais características, o homem pôde desenvolver a Filosofia para buscar a verdade. Por ser imperfeito, porém, o homem não pode conceber um sistema perfeito, e não pode conhecer todas as verdades. Mostrar verdades fundamentais e evitar erros é a função da Revelação, esta que é estudada e corroborada pela Teologia, com o auxílio da Filosofia: a união da ciência de Deus e a ciência do homem.

Querer, por meio de uma ideologia, oferecer um sistema que promete a verdade absoluta, pressuposta pela imperfeita razão humana, é em si automaticamente anticristão, com o agravante de causar atrito entre os homens, em oposição à fraternidade proposta pelo cristianismo. Postas as cartas na mesa, a luta de classes é essencialmente anticristã. Mais que tudo, o objetivo deste, além de explicar a divergência entre os termos de forma enxuta, é o convite à leitura. Há muitas ideologias no mundo, e há ideias que são consideradas como se o fossem mas não são; há outras ainda mascaradas de cristianismo, outras que o apoiam, outras que querem destruí-lo.
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Depressão e Fé


Por Patrícia Mattos

UMA PESQUISA DA UNIVERSIDADE Columbia, nos Estados Unidos, demonstrou que a espiritualidade pode ser uma poderosa arma contra a depressão. O que não significa que a depressão seja falta de fé, mas sim que a fé pode contribuir na cura da doença. Isso porque a confiança em Deus ajuda os seres humanos a terem esperança, coisa que falta na vida de uma pessoa afetada pela depressão.

Além de tristeza profunda, desmotivação para o trabalho e pensamentos negativos sobre a vida, uma das consequências da depressão é o afastamento da pessoa a Deus, aos outros e uma sensação de abandono. A vivência religiosa pode ajudar a pessoa a se situar no mundo novamente, uma vez que pode retomar o sentido da vida através da convivência com outras pessoas e da vida em comunidade. O Padre Ricardo Araújo, responsável pela Paróquia São Benedito e capelão do Hospital Beneficente Santa Gertrudes na cidade de Cosmópolis - SP, lembra que uma pessoa religiosa não é somente aquela que reza em sua individualidade, mas também a que vive sua espiritualidade dentro de uma comunidade de pessoas que possuem o mesmo objetivo: buscar a salvação e construir o Reino de Deus.

Ao contrário do que muitos dizem por aí, a depressão não é um castigo de Deus. Ricardo acrescenta que ao longo de nossas vidas construímos coisas que nem sempre são boas, mas não sabemos lidar com elas. “A misericórdia de Deus e seu amor são infinitos, Ele sempre nos dá a chance de voltarmos e refazermos a vida. Por isso, a vivência da fé dentro de uma comunidade é importante para quem está com depressão, pois ela vai encontrar o consolo de Deus através das pessoas e também vai poder compreender que pode fazer de sua vida uma vida diferente através do seu próprio agir. Além de preencher o vazio que a depressão causa”.

O Padre Márcio Adriano Krefer, da Paróquia Nossa Senhora da Glória – Vila Bela - SP, acrescenta que o cristão tem as ferramentas essenciais para sair do estado depressivo. “Em primeiro lugar, crendo em Deus com muita confiança, e estabelecendo uma comunhão com Deus por meio da oração pessoal e comunitária, aceitando a Palavra de Deus e o conselho dos membros da comunidade. Aquele que acredita em Deus e tem uma vida de oração e fé, tem um instrumento precioso de superação da enfermidade”

Para exemplificar com uma história bíblica, Pe. Ricardo usa o livro do profeta Isaías, onde um relato nos ajuda a entender melhor tal situação. Isaías é chamado para anunciar a esperança aos povos, uma vez que se vive num momento em que as pessoas estão no exílio e são oprimidas pelas lideranças políticas e sociais. “Ele traz em seu anúncio a confiança no ‘Servo Sofredor’, que é o Messias, aquele que virá para libertar o povo da escravidão e da opressão. O ‘Servo Sofredor’ relata a vida de muitas pessoas que vivem na angústia, na desolação, na depressão por muitos motivos, mas que não se deixam abater porque sabem que podem encontrar consolo, cura e libertação através da fé. Também nos ajuda a compreender que por mais difícil que seja o momento de nossa vida, ele não passa de um momento e que, muitos outros virão. É preciso ter esperança e não deixar de lutar por uma vida e por um mundo melhor”. Essa é a esperança alimentada pela confiança em Deus.

Pe. Ricardo aconselha que, aqueles que estão passando por um momento como esse sejam perseverantes. Que usem o momento para crescerem e amadurecerem. Que não se afastem da vivência religiosa e rezem, mesmo sem vontade, pois a oração é uma forma de desabafo e de entrega dos problemas a Deus. “Em vários casos as pessoas precisam também de ajuda profissional, pois a depressão é uma doença e precisa ser tratada em um conjunto de fé e ciência, que não podem andar separadas”, lembra.

Já o Padre Márcio Adriano gosta de relembrar a vida de Jó. Um homem piedoso, íntegro e reto, que temia a Deus e mantinha-se sempre afastado do mal. Tinha uma família linda, muitas posses e, apesar de ser rico tinha um respeito profundo a Deus. “Em um certo momento de sua vida, quando tudo parecia estar na paz e na abundancia de felicidade, começam as provações. Jó começa a perder os seus bens, suas ovelhas e sua família toda. Tudo isto acontece de uma hora para outra. Em pouco tempo, Jó havia perdido tudo. E apesar de tudo, não blasfemou contra Deus. Viveu muitas aflições, agonia e tristeza na alma. Jó declara: ‘a minha alma está desgostosa da vida’ (Jó 10,1). Sente a amargura no seu coração e só pensa no sepulcro. Jó estava vivendo uma tremenda tristeza na alma: ‘Meus olhos se escurecem de tristeza e todo o meu corpo não é mais que uma sombra’ (Jó 17,7). Onde está a felicidade? E a esperança? Para Jó não havia mais saída. Muita tribulação e desconsolo. Viveu uma verdadeira depressão profunda. A angustia o aniquilava. Depois de muito tempo de luta, conversa com Deus, oração constante, Jó recebeu a graça da superação. O Senhor o abençoou muito mais do que quando vivia na felicidade com sua família e seus bens. Recebeu muito mais bens e felicidades porque confiou em Deus, não desistiu de lutar, não se entregou ao escarnio. Esse é um exemplo bíblico de fé e coragem, de provação e superação”, comenta.

Ele complementa que é importante procurar estar com as pessoas, com a família, procurar bons relacionamentos, sair do hábito cotidiano para redescobrir o valor das coisas, das pessoas e do mundo que o cerca; procurar não se entregar ao desanimo; e buscar na oração a força para superar a cada momento as situações de desconforto e cansaço. “Temos que ter em mente que o tratamento para a depressão requer cuidar do corpo e da alma. A medicina cuida do corpo. Porém, só Deus pode curar a alma. A pessoa não pode apenas tratar da alma se muitas vezes o corpo está fragilizado e acaba não colaborando para a restauração total da pessoa. Para isto é fundamental procurar um médico psiquiatra e um psicólogo para que o diagnostico seja dado e para saber como se comportar diante das situações”, finaliza.

O Cristão tem uma ferramenta muito importante na superação das dificuldades: a fé e a luta constante. É preciso acreditar de verdade em um Deus que cura, e, sobretudo, que salva. Crer em Deus ajuda consideravelmente a pessoa na resposta ao tratamento médico. Mas não podemos nos esquecer de que a depressão é uma doença assim como muitas outras em nossa sociedade e exige um tratamento em conjunto. A medicina e a fé precisam andar juntas.
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