"Católico praticante" ?!


QUANDO, NUM encontro social, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é bem comum ver alguém declarar, com a maior naturalidade: “Sou católico não praticante”...

Interessante é que a maioria parece achar muito normal e lógica essa afirmação, que raramente é contestada. Dias depois, numa outra oportunidade, numa outra conversa, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação, e todos continuam achando tudo muito normal e lógico. Entretanto, perguntamos nós, como poderia alguém “ser” e, ao mesmo tempo, não “praticar”? 

Essa ideia de que se pode acreditar na Igreja, – e mais além e mais importante, considerar-se membro desta Igreja, – sem colocar em prática a sua fé, infelizmente, é tão comum que já se tornou a mentalidade predominante em muitos ambientes.

A justificativa de tal comportamento varia de pessoa para pessoa: existem aqueles que deixaram de lado a prática religiosa devido à decepção com algum líder ou administrador de sua comunidade: talvez o padre tenha feito ou dito alguma coisa que aquela pessoa não gostou, e pronto: já é motivo para abandonar a Igreja de Jesus Cristo, a vida de oração comum, as práticas, o aprendizado, a convivência com os irmãos de fé, os Sacramentos, a Comunhão no Corpo do Senhor... Simplesmente viram as costas e vão-se embora, sem mais. 

Alguns outros, meio sem perceber, vão abandonando pouco a pouco a vida de fé: deixam de ir à Missa um dia, depois outro... Quando percebem, não estão  indo mais à igreja, nem aos domingos e dias de preceito. Depois, vão deixando de rezar com regularidade, deixando de ler a Bíblia Sagrada e, quando notam, já organizaram suas vidas de tal maneira que nelas não há mais espaço para Deus. Quando alguém pergunta sua religião, geralmente ainda se declaram católicos, mas realmente não se importam muito com isso.

Outros ainda possuem um conhecimento tão superficial de sua religião que, para eles, qualquer notícia ou acontecimento que não possam compreender já é motivo de escândalo: sem reflexão, sem pudor e sem amor, simplesmente renegam a fé. Quando alguém critica a Igreja, muitas vezes, essas pessoas ajudam a criticar, ao invés de tentarem defendê-la ou buscar a informação segura sobre a quele assunto específico. Lembram-se que existe a Igreja apenas em ocasiões específicas e esporádicas, como a celebração de um batizado, o casamento de algum parente ou a Missa de falecimento ou de sétimo dia de algum amigo querido. Para estes, é como se a Igreja fosse apenas um lugar para reuniões sociais, festivas ou tristes. É uma fé de aparência e nada mais.

Algumas pessoas também deixam a prática religiosa com o argumento de que não gostam de normas, ritos e cerimônias, que eles veem como elementos de uma religião ultrapassada, antiga e antiquada: preferem inventar a sua própria religião, para si mesmos, do “seu jeito”. Não querem saber de "dogmas", e gostam de dizê-lo, – embora, na realidade, não saibam exatamente o significado e o sentido dessa palavra... – Esquecem-se de que somos humanos, e não anjos elevados: os anjos não precisam de gestos, sinais e nem mesmo de palavras para se relacionar com Deus, pois são seres espirituais. Nós, ao contrário, precisamos destes recursos, ao menos como meios de comunicação.

†   †   †

A Fé nos torna participantes da Família de Deus e membros da Igreja, e é através dela que seguimos o Caminho da Salvação, que é Jesus Cristo. Nossa Família cristã, a Igreja do Senhor, tem uma história de dois milênios, riquíssimas tradições e belíssima Liturgia, que se refletem nas belas celebrações. Pode ser que algumas pessoas não as entendam, mas, antes de simplesmente ignorá-las, ou pior, criticá-las, seria mais inteligente procurar conhecê-las, entender as suas origens e significados e tentar conhecer os seus valores.

O principal, muitas vezes, é invisível aos olhos, mas se manifesta através do visível, do palpável, do sensível aos sentidos físicos. O próprio Cristo, mesmo sendo Deus, ao assumir natureza humana observou os ritos e respeitou as normas religiosas: foi batizado, passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém, ia as sinagogas, lia as Escrituras...

É hipocrisia dizer que se tem fé e não demonstrá-la nos gestos, nas atitudes, nas posturas diante da vida, e também nas práticas religiosas. A fé e o modo de vida não vivem separados. A Bíblia é radical e diz, com toda a clareza, que a fé sem obras é morta (Tg 2,14-26).

Conta-se que certo empresário muito rico, mesmo sendo ateu, em viagem à Índia fez questão de ir conhecer Madre Teresa de Calcutá: ele tinha admiração pelo seu despojamento, coragem e obra. Chegando à casa das missionárias, onde Madre Teresa vivia, encontrou-a em meio a um mar de crianças miseráveis, muitas doentes, num quadro desolador. Viu uma velha senhora, que poderia estar descansando e aproveitando tranquilamente seus últimos anos de vida, sacrificando-se, literalmente, pelo bem do próximo.

Comovido, este homem aproximou-se e se apresentou, declarando sua admiração pela religiosa. Madre Teresa foi gentil, mas não deixou de fazer o seu trabalho. Os dois conversaram por alguns minutos, até que e o rico empresário, prestando atenção ao grande crucifixo pendurado ao pescoço de Madre Teresa, comentou: “Admiro muito o seu trabalho e o seu exemplo de vida, mesmo não acreditando neste símbolo que a senhora usa”.

Ouvindo isso, Madre Teresa respondeu: “Meu filho, tudo que eu sou e faço, todas as coisas pelas quais você me admira... É tudo por causa do que este símbolo representa. Se não fosse pela minha fé e amor a Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado, você nem saberia que eu existo!”...

Se você que lê este artigo tem uma "fé morna", que não se reflete concretamente na sua vida prática, lembre-se deste exemplo de Madre Teresa. É assim que os santos nos ajudam: talvez mais do que pedindo por nós a Deus, no Céu, pelo seu exemplo de vida.
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Florista idosa pode perder tudo por não querer colaborar em "casamento gay"

Esta avó preferiu não participar, com seus arranjos, de uma cerimônia de
"casamento" gay, e está sendo duramente punida por isso

BARRONELLE STUTZMAN, uma florista de 70 anos de idade, do Estado de Washington, DC (EUA), é alvo de dois processos judiciais apenas por que não quis elaborar os arranjos para o “casamento” homossexual de um de seus clientes. Um juiz estadual determinou, no dia 8, que Stutzman deveria dar todo o apoio necessário a “casamentos” homossexuais, mesmo que isso seja contrário à sua fé cristã. 

Tanto o Estado de Washington quanto o par de homens, que se pretende um “casal”, exigem agora uma indenização que arruinará tanto o negócio quanto a vida pessoal da florista idosa. Tudo o que ela trabalhou para construir, incluindo sua casa, o negócio da família e suas economias, estão agora em risco. 

Stutzman está sendo assessorada juridicamente pela Aliança Defendendo a Liberdade (ADF). Seu advogado, Kristen Waggoner, comentou: “Leis que deveriam proibir a discriminação podem parecer boas, mas o governo as tem utilizado para ferir pessoas, – para força-las a se conformar, para silenciá-las e puni-las se elas se recusam a violar suas crenças religiosas”.

* * *

"O Fiel Católico" pergunta: a discriminação está proibida, e as vítimas protegidas por lei, nos EUA (como em diversos países  do mundo contemporâneo). Enquanto cristãos católicos, achamos que deve ser assim. Mas, o que é "discriminação"? Como é que a sociedade dos nossos tempos entende esta palavra? Em que casos se enquadra e como se caracteriza a discriminação? Discriminar homossexuais é crime, mas será que a discriminação contra os cristãos, ao mesmo tempo, está não só legalizada, como até patrocinada pelo Estado? Será um ato de justiça punir tão duramente uma amável vovó, por agir de acordo com a sua fé e sua consciência cristã?

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Fonte:
CNA, em
http://catholicnewsagency.com/news/grandmother-florist-may-lose-her-business-and-home-for-declining-gay-wedding-66410/
Acesso 24.2.015

** Saiba mais sobre o caso Barronelle Stutzman aqui (Alliance Defending Freedom)

*** Veja também: Pais são presos por não aceitarem 'ideologia de gênero'"

Sacerdotes católicos heróis no holocausto nazista

A notícia que reproduzimos abaixo (ACI Digital) traz algumas informações muito interessantes e especialmente úteis para a instrução daqueles que gostam de, irresponsavelmente, repetir certas teorias da conspiração absurdas sobre um suposto envolvimento entre a Igreja e o regime nazista.



POR OCASIÃO DOS 70 ANOS da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, foi publicado na França um livro que resgata o valor e o heroísmo dos sacerdotes católicos durante a Segunda Guerra Mundial, dos quais mais de 2500 foram enviados pelos nazistas ao campo de concentração de Dachau, local onde muitos deles morreram.

O livro, cujo título é “A Barraca dos Padres, Dachau, 1938-1945” ('La Baraque des Prêtres', editora Tallander, 2015), foi escrito pelo jornalista Guillaume Zeller, editor chefe da agência Direct Matin que ficou impressionado pela “dignidade assombrosa (dos sacerdotes), mantida apesar dos esforços das SS por desumanizar e degradar os prisioneiros” provenientes de todas as regiões da Europa: Alemanha, Áustria, Checoslováquia, Polônia, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Itália.

Em declarações ao Le Figaro, o autor explicou que entre 1938 e 1945 foram deportados ao campo de extermínio 2579 padres, seminaristas e monges católicos, junto com outras 141 pessoas, entre os quais haviam também padres ortodoxos e alguns ministros protestantes. Destes, 1034 morreram, assassinados ou devido aos maus tratos extremos. – Neste sentido, Zeller afirmou que “o campo de Dachau continua sendo o maior cemitério de padres católicos no mundo”. Eles puderam preservar a sua humanidade graças à "armadura da fé".

O autor indicou que alguns dos sacerdotes, seminaristas e religiosos foram presos por causa de sua oposição ao programa hitleriano de eutanásia, outros por serem considerados parte das elites eslavas (poloneses), e outros por participarem na resistência francesa. Estes homens da Igreja, explica Zeller, “esforçaram-se em manter a virtude da fé, esperança e caridade. A oração, os Sacramentos e o apoio dado aos doentes e moribundos, a formação teológica e pastoral clandestina, a reconstrução da hierarquia eclesiástica foram para eles uma armadura que lhes permitiu preservar a própria humanidade”.

O autor destaca ainda que não faltaram histórias de heroísmo e santidade. Apesar da SS “tentar jogar os presos uns contra os outros”, os sacerdotes “não cederam a este mecanismo”. Entre 1944 e 1945 ocorreu uma epidemia de tifo que foi exterminando os internos. “Enquanto as SS e os chefes não entravam mais nas barracas contaminadas, dezenas de sacerdotes entravam voluntariamente, sabendo dos altíssimos riscos que corriam, para tratar e consolar os agonizantes. Muitos destes sacerdotes morreram”, relatou o jornalista.

Do mesmo modo, indicou que em Dachau também ocorreu a primeira, – e única na história da Igreja, - ordenação sacerdotal clandestina, de um seminarista alemão que estava prestes a morrer. O seminarista Karl Leisner recebeu o Sacramento dentro de uma barraca improvisada como capela pelo Bispo de Clermont-Ferrand (França), Dom Gabriel Piguet.

Por último, o autor destaca que por iniciativa de São João Paulo II e Bento XVI, o Papa Francisco beatificou 56 religiosos mortos em Dachau após aprovação do reconhecimento de virtudes heroicas dos mesmos.

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Fonte:
ACI Digital, em
http://acidigital.com/noticias/campo-de-concentracao-de-dachau-o-maior-cemiterio-de-sacerdotes-catolicos-30452/
Acesso 23/2/015
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O heroísmo dos mártires cristãos e as misérias dos nossos tempos


Fonte: Antonio Socci – Tradução: "Dominus Est"

É PRECISO OLHAR para o rosto daqueles 21 jovens cristãos que, na Líbia, por não renegarem a Cristo sofreram o martírio, e que antes de serem degolados pelo ISIS, – segundo a leitura labial que foi feita, – pronunciaram continuamente o nome de Jesus. Como os antigos mártires.

O vídeo pode ser visto aqui. Honestamente, não aconselho a ninguém a assisti-lo, mas espero que, a todos que o façam, que as imagens pavorosas lhes sirvam para fazer entender que não podemos mais ficar parados, que precisamos tirar, nem que seja na marra, a Igreja desta crise que parece interminável, deste 'catolicismo light' que tem medo de dizer a verdade e que eleva o respeito humano mais alto que a proclamação do Evangelho.


O Nome de Jesus

O bispo destes mártires disse: “Aquele Nome sussurrado no último instante foi como que o selo do seu martírio”. Os cristãos coptas são gente forte, temperada por quatorze séculos de perseguição islâmica. São herdeiros daquele Santo Atanásio de Alexandria que salvou a verdadeira fé católica da heresia ariana da maior parte dos bispos. São cristãos ousados, não uns imbecis como nós, católicos tíbios do Ocidente.

Eis aqui a verdadeira força: não é aquela dos que odeiam e matam os indefesos, até crianças, e crucifica quem tem uma fé diferente, violenta as mulheres, desfraldando a bandeira negra e escondendo o próprio rosto.

A verdadeira força é a dos indefesos que aceitam até mesmo o martírio para não renegarem a própria glória, isto é, a sua fé, para testemunharem a maravilha do “Belo Amor”, como diz uma antiga definição do Filho de Deus.

Um grande testemunho. Estes são os verdadeiros mártires: os cristãos. Não aqueles que massacram inocentes indefesos.

É esta a glória dos cristãos: seguir um Deus que salvou o mundo fazendo-se matar e não matando os outros, como fazem todos os déspotas, agitadores e ideólogos ou revolucionários deste mundo, que são aclamados nos livros de história.


A Lição

Uma grande lição para um Ocidente embriagado pelo “politicamente correto”, que, como um desastroso presidente da nação mais poderosa da Terra, Obama, se auto-impôs de nem sequer pronunciar a palavra “islã” e “muçulmanos” quando fala dos massacres destes meses, desde o Norte do Iraque até Paris e Líbia. Um Ocidente nihilista, que se envergonha de suas raízes cristãs e não perde nenhuma ocasião para as cobrir de desprezo.

É uma dolorosa lição, enfim, sobretudo para a Igreja. Para uma Igreja que não testemunha mais o fogo ardente da fé. Para a Igreja de Bergoglio que, enquanto existem homens e mulheres que dão a vida por Cristo, define como “uma solene besteira” o "proselitismo" da Igreja; para aquela Igreja de Bergoglio que, enquanto os cristãos são perseguidos e massacrados em todo o mundo muçulmano, faz um ato de adoração numa Mesquita, que parece se identificar com a ideologia obamaniana dominante, evitando cuidadosamente pronunciar a palavra “Islã”, a não ser para louvá-lo (por sua vez, o seu porta-voz em Buenos Aires atacou Bento XVI por causa de seu corretíssimo discurso em Ratisbona sobre o mesmo islã).

E sobretudo para um Papa que diz que a grande emergência atual da Igreja não é a fé, mas o meio-ambiente, e, depois, a acolhida aos novos tipos de "casal" e a Comunhão para os divorciados recasados. Parece com o filme de Benigni, onde se dizia que o verdadeiro, o grande problema de Palermo é… “o trânsito!”. É tanto assim que logo mais teremos a encíclica bergogliana sobre a ecologia e sobre as vantagens da coleta seletiva de lixo, ao invés de termos um grito de amor a Deus neste mundo sem fé e sem esperança. Teremos um apelo contra a erosão, ao invés da denúncia do ódio anticristão em todo o planeta (pelo resto, já sabemos que em sua Missa de entronização falou sobre o meio-ambiente, assim como no discurso à Expo, ao invés de falar de Cristo).

Esta nova Igreja comove os centros sociais, tipo Leoncavallo, mas não os cristãos que heroica e pacificamente lutam para testemunharem a salvação, sofrendo o desprezo e as acusações do mundo. Por que não se concede a púrpura, – sinal do martírio, – àqueles Bispos que, concreta e heroicamente, vivem com suas comunidades ameaçadas e verdadeiramente arriscam suas vidas junto com elas?


Salvar aqueles cristãos

Este é o caso do Bispo de Tripoli, D. Martinelli, o mesmo Bispo que, em 2011, quase sozinho (apenas com o apoio de Bento XVI), gritava todos os dias contra a guerra, explicando que se abriria a “Caixa de Pandora”, exatamente o que aconteceu depois. É uma tragédia pela qual devemos agradecer aos prêmios Nobel da Paz, Obama e Sarkozy.

E hoje, na Itália e no exterior, aqueles que aclamaram a guerra se fazem de desentendidos. Mas, enquanto nestes dias a Líbia corre o risco de se tornar uma base do ISIS, o Bispo Martinelli decidiu permanecer ali, expondo-se à morte: “Vi tantas cabeças cortadas, – conta, – e pensei que eu também poderia acabar assim. E se Deus quiser que meu fim seja ter a cabeça cortada, assim será (…). Poder dar testemunho é uma coisa preciosa. Eu agradeço ao Senhor que me permite fazê-lo, também com o martírio. Não sei até onde vai dar este caminho. Se me levar à morte, isso quer dizer que Deus quis assim… E eu não saio daqui. Eu não tenho medo!”.

Ele não quer abandonar a sua pequena comunidade, constituída por cerca de trezentos trabalhadores filipinos, que estão compreensivelmente aterrorizados. O Bispo é o único italiano que ficou em Trípoli, com alguns religiosos e religiosas não italianos.

Eu queria propor uma coisa ao Papa. O Vaticano, também com a ajuda do governo italiano, poderia pedir um auxílio humanitário, uma operação relâmpago de socorro aos cristãos que ficaram lá com o seu Bispo. São apenas trezentos, e arriscam suas vidas pela fé. O Vaticano poderia hospedá-los e, depois, eles decidiriam se é o caso de voltar às Filipinas. A coisa é possível. Por que não fazê-la? Esta é a minha oração ao Papa Bergoglio: que salve do massacre toda uma comunidade cristã e o seu pastor.

Esta seria, realmente, uma coisa digna da Santa Sé. Não esse clima de caça às bruxas e de apuração, que desde alguns dias circula no stablishment Vaticano, contra aqueles “grandes cardeais” (Ratzinger) que, fiéis à Igreja, ousaram se opor a Kasper no Sínodo de outubro.

“Quando abriu o quinto Selo, vi debaixo do Altar as almas dos homens imolados por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da Terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos”. (Ap 6, 9-11)


O Mito da "Minoria Radical" Muçulmana
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Época de mudanças ou mudança de época? – Igreja e Sociedade na Campanha da Fraternidade 2015




Por Evaristo de Miranda

NESTE INÍCIO do século XXI, a sociedade brasileira não vive uma época de mudanças, como a que marcou as décadas de 60 e 70 e o final do século passado. Vivemos sim, uma mudança de época. Quais as características marcantes dessa mudança na sociedade? Como estão hoje as relações entre a Igreja e a sociedade? Esse será o foco da Campanha da Fraternidade 2015.

Sobre essa questão, um primeiro indicador está na religião praticada pelos brasileiros. A cada ano, uma parte significativa da sociedade abandona a Igreja Católica, mesmo se permanece (confessionalmente) cristã. O último censo do IBGE apontou que a Igreja teve uma redução da ordem de 1,7 milhão de fiéis (12,2%) em dez anos. Pela primeira vez, em 500 anos, o número de católicos caiu em termos absolutos. Com essa tendência, em 25 anos, católicos e “evangélicos” terão números iguais na população. – Igualdade e até inferioridade numérica que já é vivida pela Igreja Católica em várias cidades e periferias urbanas.

Esse fenômeno ocorre em toda a América Latina, mas em nenhum país com a intensidade observada no Brasil. Em 1970, 91,8% dos brasileiros eram católicos. Em 2010, eram 64,6%. Os “evangélicos” passaram de 5,2% da população para 22,2% (e, convenhamos, pelo barulho que fazem, parece que são em número bem maior). Além disso, a proporção de católicos é maior em pessoas com idade superior a 40 anos. Os “evangélicos” têm sua maior proporção entre crianças e adolescentes, o que indica também o envelhecimento da população católica (e o fatal crescimento da população dita ‘evangélica’).

Como a proporção dos que se confessam cristãos se mantém a mesma na sociedade (86,8%), há uma clara migração social de católicos para correntes “evangélicas”. O povo não se tornou ateu, em deixou a fé em Cristo. O divórcio é com a Igreja romana.

A Igreja fez uma "opção preferencial pelos pobres"; estes, pelas igrejas “evangélicas”.

Qual a responsabilidade da Igreja frente a esse processo? Este aspecto se reveste de uma forte dimensão quaresmal. Os católicos encontram essa mudança religiosa no seu cotidiano e acostumaram-se à pluralidade religiosa resultante de um trabalho feito na comunidade e nas famílias. Mesmo quando ela se traduz por atitudes agressivas em relação à Igreja. Onde está o teu irmão (, pergunta o SENHOR em Gn 4,9)? Como está o irmão que deixou a Igreja? O que essa mudança trouxe para a sua vida? O que ele encontrou de crescimento e realização pessoal ou familiar nessa mudança? Ninguém responde. Poucos sabem.

A hemorragia de fiéis é cotidiana. Mesmo assim, não há nem mobilização institucional visível face à retração social da Igreja, nem engajamento claro na busca de resultados efetivos para reverter tal situação e seus processos. E o rebanho segue diminuindo.

Os católicos podem ficar indiferentes a esse processo? A quê estará reduzida a Igreja Católica daqui mais 50 anos? Todas essas transformações no relacionamento Igreja-Sociedade suscitam muitas interrogações. (...) O processo de abandono da Igreja e de envelhecimento dos fiéis prossegue e tende a acelerar-se.

O fermento de justiça e fraternidade que tantos documentos episcopais reivindicaram como essenciais na ação da Igreja na sociedade não tem sido capaz de fazer crescer a massa católica. – Haverá para a Igreja na Campanha da Fraternidade 2015 um tema mais relevante a ser debatido do que o declínio do número dos que aderem à fé católica?

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Fonte:

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO, Semanário “O São Paulo” nº 3038, ano 60, p. 2.
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Estado laico não é Estado ateu

Reproduzimos abaixo o brilhante artigo do Dr. Ives Gandra da Silva Martins para a sessão "Tendência/Debates" da Folha de São Paulo.


 NO "CONSULTOR JURÍDICO", leio artigo de Lenio Streck, eminente constitucionalista gaúcho. Ele, até com certa ironia e um misto de humor britânico e local, destrói todos os argumentos da pretensão de membro do Ministério Público que impôs ao Banco Central o prazo de 20 dias para retirar das cédulas do real a expressão "Deus seja louvado" (nov/2012).

Concordo com todos seus argumentos. Lembro que o referido procurador deveria também sugerir aos constituintes derivados, que são todos os parlamentares brasileiros (513 deputados e 81 senadores), que retirassem do preâmbulo da Constituição a expressão "nós, os representantes do povo brasileiro, sob a proteção de Deus, promulgamos esta Constituição".

Creio, todavia, que por ser preâmbulo da lei suprema, é imodificável. Terá o probo representante do parquet (Ministério Público) de suportar a referência ao SENHOR.

Aliás, é bom lembrar que, sob a proteção de Deus, a Constituição promulgada permitiu que, pelos artigos 127 a 132, tivesse o Ministério Público as relevantes funções que recebeu e que ensejaram ao digno procurador ingressar com a ação anticlerical.

Tem-se confundido Estado laico com Estado ateu. Estado laico é aquele em que as instituições religiosas e políticas estão separadas, mas não é um Estado em que só quem não tem religião tem o direito de se manifestar. Não é um Estado em que qualquer manifestação religiosa deva ser combatida, para não ferir suscetibilidades de quem não acredita em Deus.

Há algum tempo, a Folha publicou pesquisa mostrando que a esmagadora maioria da população brasileira, mesmo daquela que não tem religião, diz acreditar em Deus, sendo muito pequeno o número dos que negam sua existência.

Na concepção dos que entendem que num Estado laico, sinônimo para eles de Estado ateu, só os que não acreditam no Criador é que podem definir as regras de convivência, proibindo qualquer manifestação contrária ao seu ateísmo ou agnosticismo. Isso seria uma autêntica ditadura da minoria contra a vontade da esmagadora maioria da população.

Deveria, inclusive, por coerência, o procurador mencionado pedir a supressão de todos os feriados religiosos, a partir do maior deles, o Natal. Deveria pedir a mudança de todos os nomes de cidades que têm santos como patronos e destruir todos os símbolos que lembrassem qualquer invocação religiosa, como uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, para não criar constrangimentos à minoria que não acredita em Deus.

A moeda padrão do mundo, que é o dólar, tem como inscrição "In God We Trust". O que me preocupa nesta onda do "politicamente correto" é a revisão que se pretende fazer de todo o passado de nossa civilização, desde livros de Monteiro Lobato às Epístolas de São Paulo, – não ficando imunes filósofos como Aristóteles, Platão ou Sócrates, que elogiavam uma democracia elitista servida por escravos.

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IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 79, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra

Os dois tipos de memória dos pecados passados


A OBRA "TEOLOGIA Espiritual", (Spirtitual Theology, T&T Clark publishers) do Pe. Jordan Aumann, OP, em muitos dos seus trechos pode surpreender a muitos. Ao tratar sobre a purificação da memória, as palavras dele são as seguintes:

"Esqueça os pecados do passado. Este é o primeiro passo, e é absolutamente indispensável para todos os que aspiram a salvação eterna. A lembrança dos seus próprios pecados ou dos pecados do outro tem um forte poder de sugerir à alma novamente as mesmas coisas, levando a uma nova tentação e novamente ao pecado, especialmente se uma imaginação vívida está associada com a lembrança. A alma deve rejeitar imediatamente e energicamente qualquer recordação deste tipo."

Para esclarecer, essa purificação da memória não é uma negação ingênua de que você pecou, – como se os seus pecados nunca tivessem acontecido, – mas é, isto sim, uma recusa do filho de Deus em voltar a chafurdar na vergonha ou no falso prazer dos pecados cometidos. Tais lembranças podem levar, por um lado, à tentação de pecar novamente, ou, por outro, ao escrúpulo exagerado e ao desespero.

A vida de S. Paulo Apóstolo exemplifica essa purificação da memória. Ele admite plenamente que perseguiu os cristãos antes de sua conversão, mas não carrega a bagagem inútil de sua culpa. É a Misericórdia de Deus que permeia a sua memória, pois ele se sente plenamente perdoado. Assim, ele escreve a Timóteo:

"Eu era um blasfemo, perseguidor e injuriador. Mas alcancei misericórdia, porque ainda não tinha recebido a fé e o fazia por ignorância. E a Graça de nosso Senhor foi imensa, juntamente com a fé e a caridade que está em Jesus Cristo. Eis uma verdade absolutamente certa e merecedora de fé: Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os que, a seguir, nEle crerem, para a vida eterna. Ao Rei dos séculos, Deus único, invisível e imortal, honra e glória pelos séculos dos séculos! Amém!" (1Tm 1,13-17)

Santa Catarina de Sena ecoa esta purificação da memória em seu Diálogo, na maneira como registra a Mensagem de Deus Pai:

"Eu não quero [a alma] para que pense sobre os seus pecados, em geral ou especificamente, sem concentrar a atenção no Sangue [de Cristo] e na grandeza da minha Misericórdia. Assim ela só será confundida. Porque, se o auto-conhecimento e o pensamento do pecado não são temperados com a lembrança do Sangue e a esperança na Misericórdia, o resultado tende a ser confusão."

Assim, podemos distinguir dois tipos de memória do pecado. Um, encharcado na Misericórdia de Deus, produz humildade e vigilância contra novos pecados, ou seja, a virtude da penitência. Outro provoca prazer ou vergonha, e deve ser evitado como ocasião de cair novamente em pecado.

Essa distinção depende do indivíduo: a lembrança de um pecado de impureza, por exemplo, vai renovar o crescimento do homem casto em virtude da penitência, mas vai tentar o homem impuro para novos pecados. Assim, a purificação da memória está correlacionada com o crescimento em virtude.

Santa Teresa de Lisieux (Sta. Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face) canta a consumação desta purificação da memória em seu poema, "Vivre d'Amour!". Sua sexta estrofe diz:

 "Viver em amor é banir todo o medo, | toda lembrança das faltas do passado. | Vejo nenhuma marca de meus pecados. | No momento em que o Amor a tudo queimou... | Chama Divina, é o Dulcíssimo, me chama! | Faço a minha casa em seu Lar. | Em seu Fogo eu canto alegremente: | 'Eu vivo do Amor ...!'"

Teresa sofreu e lutou com as memórias dos seus pecados, mas agora ela é totalmente arrebatada pela Misericórdia de Deus! A estrofe acima retrata o tremendo poder da Misericórdia divina, evocando o Livro de Daniel, quando o rei Nabucodonosor ordena que Sadraque, Mesaque e Abed-Nego sejam amarrados e lançados em uma fornalha acesa à temperatura sete vezes maior que a habitual .

Para Teresa, essa fornalha ardente é uma imagem da Misericórdia de Deus. Assim como o calor, nessa passagem bíblica, incinera os carrascos, Deus aniquila a força mortal do pecado, e, assim como os três jovens, ela anda no meio das chamas, leve e solta dos pesos que carregava, cantando louvores ao seu Libertador, livre dos grilhões do escrúpulo. Ainda mais, Nabucodonosor viu um quarto companheiro entre os jovens, semelhante a um "Filho de Deus". Esta é também a nossa razão para a purificação da memória: para que possamos viver e saborear a Intimidade de Deus.

O Papa João Paulo II desenvolveu ainda mais esta razão, em uma homilia no Dia Mundial da Juventude em Toronto (Canadá, 2002); perto do fim, ele corajosamente declara:

"Nós não somos a soma de nossas fraquezas e falhas; somos a soma do Amor do Pai por nós e nossa capacidade real de nos tornarmos a imagem do seu Filho."

Embora, infelizmente, nossos pecados tenham por algum tempo nos moldado, eles não nos definem. O Amor do Pai não deixa muito espaço para que voltemos a chafurdar em qualquer complexo de culpa. Este Amor, somado ao nosso sincero desejo de fidelidade, muda a forma como entramos no confessionário. Nós não estamos nos aproximando um juiz frio, mas do Pai, o Abba (Papai) do Céu, que vigia o retorno de suas amadas crianças, esperando para correr para fora e as abraçar, como na Parábola do Filho Pródigo. Ele acena não com a condenação, mas sim com a restauração da nossa dignidade de filhos, alegrando-se com todo o Céu sobre a ovelha perdida que voltou ao redil!

E isso também muda a forma como saímos do confessionário. Lembre-se de São Paulo: a Misericórdia de Deus não se limitou a endireitar seus erros e mandá-lo de volta para casa, mas fez dele um dos maiores Apóstolos, o Apóstolo para as nações. Assim, também nós, deixemos o confessionário como santos de Deus, vivendo a partir de agora na Fornalha do seu Amor, cantando suas misericórdias e colocando o mundo ao nosso redor em chamas com este mesmo santo Amor!


"Vivre d'Amour!" ('Viver no Amor')
Sta. Teresa de Lisieux
Poesia de Santa Teresa de Lisieux
Música: Pe. Naji Khalil OMM
do álbum "le Bientot" (2006)

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Referência:

Adaptado do artigo do Pe. Joseph Martin Hagan, O.P., "Furnace of Mercy" ('Fornalha de Misericórdia'), blog "Dominicana", disponível em
http://dominicanablog.com/2013/11/06/furnace-of-mercy/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+dominicanablog%2Fuxdv+(Dominicana)
Acesso 6/11/014.

A ditadura militar no Brasil: a verdade sufocada

A "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", movimento de protesto anticomunista e de apoio à intervenção militar, realizado em 19 de março de 1964, teve amplo apoio da população

TODO BRASILEIRO tem ou deveria ter o direito de saber a verdade dos fatos que não vem sendo ensinada nas escolas – Fato é que o regime militar que tivemos no Brasil foi bem menos ruim do que aquilo que poderia ter acontecido se o país tivesse caído nas mãos dos grupos comunistas organizados, que à época preparavam, – estes sim, – um golpe.

Resumidamente o que ocorreu, da parte dos militares, foi na verdade um contragolpe, apoiado pela maioria da população brasileira. Toda pessoa que viveu aquele período sabe disso, nossos pais ou avós o conhecem bem, mas essa realidade simples tem sido cuidadosamente oculta e sistematicamente mascarada por jornalistas e, especialmente, por nossos professores, que são em sua esmagadora maioria simpáticos aos ideais socialistas.

Sim, o que houve em 1964 foi uma reação urgente à tentativa de implantação de uma ditadura comunista/socialista (dita 'do proletariado') no Brasil. Não é mera coincidência que nossos governos esquerdistas das últimas décadas, juntamente com todo o nosso sistema educacional (que está entre os piores do mundo), completamente dominado pelo famigerado marxismo cultural que sorrateiramente acabou por tomar conta do nosso modo de pensar e entender a realidade (aprenda a respeito aqui), tenham feito tantos esforços para reescrever a história e punir os militares que tinham por objetivo combater a guerrilha armada esquerdista nos anos 1960.

Por que ninguém diz que os generais da tão criticada e combatida ditadura morreram pobres? Por que ninguém comenta que à época da ditadura o nosso país era bem mais seguro do que é nos dias atuais, com os atuais mais de 50 mil homicídios por ano? Por que não se diz que só foram perseguidos aqueles que praticavam crimes e, em muitos casos, como é o da ex-presidente Dilma, assaltos à mão armada e até atos terroristas que chegaram a ceifar vidas inocentes? – Se você não ouviu falar a respeito (o que é bem provável), saiba mais lendo os artigos listados abaixo:

• "O assalto que Dilma ajudou a planejar";

• "Dilma, o documento que ela diz ser falso e o 'crime de organização'”;

• "Dilma Roussef e as organizações terroristas nas quais militou";

• "Ex-marido de Dilma conta como roubaram 2 milhões e seiscentos mil dólares";

• "Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda";

• "Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda -2";

• "Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda -3";

• "Todas as pessoas mortas por terroristas de esquerda -4".


Sim... Não é coincidência que a infame "Comissão da Verdade" tenha recebido este nome altamente irônico e vingativo. Não é coincidência que essa mesma comissão não admita historiadores ou opositores das ideias comunistas. Não é coincidência que nossos últimos governos tenham sistematicamente, aos poucos, enfraquecido e sufocado as forças armadas. Não é coincidência que terroristas do passado tenham conseguido, enfim, tomar o poder. Não foi coincidência a população ter pedido por uma intervenção militar nos anos 1960.

Tudo é parte de um planejamento: para quem estuda o assunto, toda a questão é clara como água, mas para aqueles que não se preocupam em conhecer a realidade mais a fundo (infelizmente a maioria esmagadora dos brasileiros) esses fatos podem parecer surpreendentes ou até inacreditáveis. Enfim, a nossa busca deve ser sempre pela verdade, seja ela boa ou ruim, favorável ou não à nossa opinião. E a busca pela verdade não se ocupa de agradar ninguém, apenas em conhecer o que muitos não querem que seja conhecido.

Sim, é verdade que, depois de certo tempo, a situação se complicou, a população se indignou e lutou contra o regime militar, que se tornara ditatorial. Porém, ao contrário dos diversos grupos comunistas armados e treinados que atuavam à época, o povo brasileiro pedia era por democracia. Já os marxistas lutavam com armas e bombas para implantar uma outra ditadura no Brasil, a saber, o mesmo regime pelo qual milita hoje o Foro de São Paulo e que grassou na Venezuela: o deplorável e falido socialismo marxista.

Não é sem razão que se compara comunismo à micose de unha: quando se pensa que o mal está debelado, ele reaparece e volta a crescer. Enquanto houver ódio, inveja, preguiça e indolência no mundo, o retorno do comunismo será um perigo em potencial.

Fato é  que a tal "Comissão da Verdade" representa uma das maiores farsas judiciais já praticadas no Brasil: condena apenas um único lado; é comandada por agentes esquerdistas declarados; entre seus membros estão juízes e uma psicóloga que nada entendem de História. Alardeiam-se, à exaustão, os crimes da ditadura brasileira, mas por que não se investigam também os muitíssimos crimes cometidos pelos terroristas socialistas antes e depois da ditadura? Como visto, as guerrilhas comunistas não surgiram para combater a ditadura militar em prol da democracia. Longe disso.

A guerrilha comunista no Brasil começou no ano 1961 e foi acobertada por João Goulart, que, em crime de alta traição, procurava entregar o nosso país à mercê do comunismo. O próprio Fernando Gabeira, que lutou ao lado dos grupos terroristas de esquerda na época, reconheceu a simples verdade que não nos ensinam na escola: admitiu que o objetivo da luta armada esquerdista não era lutar contra os militares pela democracia, mas sim lutar contra eles para instaurar um regime semelhante ao de Cuba no Brasil.


Nos protestos de 2013, os "Black Blocs" (ou 'idiotas úteis') ostentavam abertamente o emblema comunista, enquanto jornalistas militantes chegaram a afirmar que se tratavam de 'radicais de direita'(!). Assim agem os "cumpanhêros" fomentadores do marxismo cultural: confundindo as mentes, negando as realidades mais evidentes, acusando o outro daquilo que se é. Tudo em prol do objetivo final: a implantação do regime ditatorial do Partido Único.

Após a anistia política, ao final da década de 1970, os integrantes da esquerda se infiltraram em massa nos meios culturais e acadêmicos, passando a atuar dando aulas nas escolas, produzindo novelas, programas e minisséries de TV, pintando para a geração de hoje uma mitologia calculadamente inventada (e invertida) para favorecer uma ideologia bem definida, ao invés de ensinar a história factual.

Cidadão e estudante do Brasil, estude seriamente antes de tirar conclusões a respeito de assuntos políticos. Procure conhecer o que realmente aconteceu na história de nosso país. Procure compreender o que é o marxismo cultural e de que forma você está sendo envolvido nesse sistema. Aproveite a lista disponibilizada mais abaixo para expandir os seus conhecimentos.


** Abaixo, alguns links para documentários, depoimentos, artigos e estudos, em vídeo e por escrito, com boas dicas para aprender a respeito dos assuntos citados neste artigo, de modo crítico e diverso do que reza a cartilha marxista. Bons estudos!



1. "O Contragolpe 1964 - A Verdade Sufocada" (Documentário, Gobar Filmes), assista em:

2. "Reparação" (Documentário, Terra Nova Filmes), assista em:
http://youtube.com/watch?v=1OLG9NtXSAY

3. Gal. Leônidas Pires Gonçalves fala sobre o regime militar (Entrevista concedida ao canal Globo News), assista em:
https://youtube.com/watch?v=ZhPTwO6CXps

4. "Guerrilha Comunista no Brasil" (artigo de Félix Meier), leia em:

5. "O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro" (artigo de Denise Rollemberg), leia em:
http://historia.uff.br/artigos/rollemberg_apoio.pdf

6. Olavo de Carvalho e a declaração de Dilma Roussef sobre a ditadura (vídeo), assista em:
https://youtube.com/watch?v=_FvLc9Zzkh0

7. "A Guerrilha Já Existia Antes de 64" (audio de Olavo de Carvalho), ouça em:

8. "Nós Queríamos Implantar o Comunismo no Brasil - A Ditadura do Proletariado" (entrevista com Fernando Gabeira), assista em:
https://youtube.com/watch?v=8VtXhnxWHC0

9. "Brasileiros Sofrem Lavagem Cerebral Há Mais de 40 Anos" (apresentação do canal "Conspirações Comprovadas"), assista em:
https://youtube.com/watch?v=PyDmPFyytBE

10. "A Farsa da 'Imprensa Alternativa' Durante o Regime Militar" (trecho do programa semanal 'True Outspeak', com Olavo de Carvalho), assista em:
http://youtube.com/watch?v=m7rcyo_Ks3E

11. Cadernos da edição de "O Globo" de 18 de janeiro de 1964:
http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=196019640118C&edicao=Matutina

12. "Derrubando a História Oficial de 1964" (artigo de Olavo de Carvalho), leia em:
http://midiasemmascara.org/arquivos/10973-derrubando-a-historia-oficial-de-1964.html

13. "Resumo do que penso sobre 1964" (artigo de Olavo de Carvalho), leia em:
http://olavodecarvalho.org/textos/resumo_1964.htm

14. "Direito à Verdade - O passado Oculto de Dilma" (minidocumentário do canal 'Direito à Verdade'), assista em:
https://youtube.com/watch?v=xWnTEM5grH0


16. Arquivos Abertos da Ditadura (artigo-trecho do livro 'Projeto Orvil'), leia em:
http://averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=737&Itemid=78

17. Artigos diversos no website - "A Verdade Sufocada", leia em:
http://averdadesufocada.com/

18. O ex-ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves presta um longo depoimento ao programa "Memória Política", assista em:
https://youtube.com/watch?v=tA55FbOY0hU

19. "Monopólio e Choradeira" (artigo de Olavo de Carvalho), leia em:
http://midiasemmascara.org/artigos/desinformacao/14484-monopolio-e-choradeira.html

20. "A Falsidade da Comissão da 'Verdade' e os erros do regime militar" (trecho do programa semanal 'True Outspeak', com Olavo de Carvalho), assista em:
http://youtube.com/watch?v=7jlT7F-vWto

21. Entrevista sobre o Livro: "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que você saiba" (depoimento do Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra em vídeo), assista em:
http://youtube.com/watch?v=FvQnh_wH0qI (parte 1)

22. "Relembrando 1964" (artigo de Luis Afonso Assumpção), leia em:
http://midiasemmascara.org/artigos/desinformacao/10971-relembrando-1964.html

23. "O grande Erro dos Militares" (trecho do programa semanal 'True Outspeak', com Olavo de Carvalho), assista em:
http://youtube.com/watch?v=pfRb3GGKlbE

24. "A Exumação de Jango: em vez de pensar em 2064, país se volta para 1964. Vamos aplaudir um século de atraso!" (artigo de Reinaldo Azevedo), leia em:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/1964/

25. "Revolução e Marxismo Cultural" (série antológica de palestras do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr.), assista em:
http://padrepauloricardo.org/cursos/revolucao-e-marxismo-cultural
www.ofielcatolico.com.br

O falar em 'línguas estranhas' e falar 'a língua dos anjos'




RECEBEMOS DO LEITOR Carlos Alberto Silva a pergunta que reproduzimos abaixo, e respondemos a seguir:

Outro dia fui á uma igreja protestante (sou católico) e logo depois dos louvores alguém levantou e começou a falar numa linguagem para mim desconhecida, e em seguida como em uníssono o Pastor começou a traduzir o que o rapaz falava, mais tarde perguntei o que era aquilo e informaram que o mesmo estava falando em línguas. Fico pensando e não entendo, será que só na igreja dos "evangelicos" DEUS se manifesta, não é isto que entendo quando Paulo diz sobre "dons". Gostaria de maiores esclarecimentos sobre este fato. Obrigado.


Caríssimo Carlos, há determinados grupos inseridos na Igreja Católica entre os quais também ocorre o fenômeno ao qual você se refere: muitos membros do movimento denominado "Renovação Carismática Católica" (RCC) falam "em línguas”. Esta, porém, é uma prática vista com muito cuidado pela Igreja, e não poderia ser diferente. O então Cardeal Ratzinger, quando Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tratou do assunto no prefácio do Documento de Malines. Abaixo, alguns trechos do referido documento que consideramos particularmente esclarecedores (atenção às partes destacadas em negrito):

Qual é a relação entre a experiência pessoal e a fé comum da igreja? Ambos fatores são importantes. A fé dogmática que não esteja baseada em uma experiência pessoal é vazia. Por outro lado, a mera experiência pessoal que não esteja relacionada com a fé da Igreja permanece cega.

(...) O Espírito Santo, que é dado a toda a Igreja, faz-se visível e tangível através de diversos Ministérios; todavia, não se confunde com eles. Como manifestações visíveis do Espírito, os carismas estão ordenados para o serviço da Igreja e do mundo, mais do que para a perfeição dos indivíduos que os recebem. Como tais, eles pertencem à própria natureza da Igreja. Está portanto fora de questão que um grupo ou movimento particular, no seio da Igreja, reivindique uma espécie de monopólio do Espírito e dos seus carismas.

Se o Espírito e os seus carismas são inerentes à Igreja no seu conjunto, então são constitutivos da vida cristã e das suas diversas expressões, comunitárias ou individuais. Na comunidade cristã não há, em termos de direito, membros passivos, desprovidos de função ou Ministério. 'Há diversidade de Dons, mas é o mesmo Espírito; diversidade de Ministérios, mas é o mesmo Senhor; diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito em vista do bem de todos' (1Cor 12, 4-7).

Neste sentido, todos os cristãos são carismáticos, e todos são desde logo investidos num Ministério ao serviço da Igreja e do mundo.

Os carismas são, contudo, de importância desigual. Aqueles que estão mais diretamente ordenados para a edificação da comunidade possuem maior dignidade. 'Vós sois o Corpo de Cristo; cada um por sua parte é os seus membros. Aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, primeiramente, os Apóstolos, em segundo lugar, os profetas, e em terceiro lugar os que estão encarregados de ensinar; vêm de seguida, o dom dos milagres, depois o de cura, o de assistência, o de direção e [por último] o dom de falar em línguas (1Cor 12, 27-28).
(Documento de Malines I, Bélgica, coord. Cardeal Suenens, ed. Pneuma, 1974)


Também existe um documento da CNBB, intitulado "Orientações Pastorais Sobre a Renovação Carismática Católica" (doc. 53), com recomendações disciplinando certas práticas místicas no contexto da RCC, e explicações e orientações sobre o assunto. – Aqui está o link para a leitura e download do documento na íntegra: Orientações Pastorais Sobre a Renovação Carismática Católica. – Abaixo, um trecho do referido documento:

62. Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador ao grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete.


Já o estudo das Sagradas Escrituras vai revelar que elas não contém orientações a respeito dessa prática: não há clareza quanto ao assunto. Apenas mencionam que, na época dos Apóstolos, um certo fenômeno acontecia numa igreja bastante problemática: a de Corinto (conf. 1Cor 14). Nota: quando dizemos "Apóstolos", evidentemente nos referimos aos verdadeiros Apóstolos, instituídos por Cristo, e não a qualquer pessoa que interprete a Bíblia por conta própria e se intitule a si mesma "bispo" ou "apóstolo fulano" da "igreja de tal".

Além do silêncio das Escrituras, a Tradição cristã parece ter-se desenvolvido como que ao largo do fenômeno. Nos documentos antigos e registros históricos, praticamente não encontramos menção a ele. Com o passar dos séculos, o costume parece ter caído no esquecimento. Por tudo isso, a compreensão do assunto varia muito entre teólogos, tanto protestantes (muitas comunidades protestantes não aceitam a prática) quanto católicos. Alguns líderes "evangélicos" chegam a exortar às suas comunidades que estejam atentas para que não sejam iludidas por Satanás. O fato é que precisamos de prudência; devemos tomar muitíssimo cuidado ao analisar a questão, antes de tomarmos qualquer posição radical.

Nos primórdios, S. Paulo Apóstolo não parecia muito entusiasmado com o fenômeno, nem se mostra favorável a divulgação e perpetuação da prática do “falar em línguas”. Vejamos:

Assim também vós: se vossa língua só profere palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento.
(1Cor 14,9)


Qual o valor de se repetir palavras que ninguém entende, numa oração? A Bíblia diz que devemos rezar com inteligência, fazendo uso da razão. Diz que devemos orar e cantar "em espírito, mas também com o entendimento" (conf. 1Cor 14,15). Não cabe abrir a boca e proferir palavras que ninguém, nem mesmo a pessoa que está falando, compreende. Os coríntios, de fato indo contra o que Paulo ensinava, falavam em línguas desconhecidas durante suas celebrações; uma confusão de palavras que não diziam nada, mas que contagiavam o povo. Por isso Paulo quis botar ordem nessa casa, dizendo com firmeza:

Se alguém falar língua estranha, que haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, que se cale na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus.
(1Cor 14,27-28)


O que Paulo diz é: “Fiquem em Comunhão com Deus e entre si”, isto é, todos juntos unidos ao SENHOR no coração e em pensamento. Mais adiante, ele vai afirmar que isto é melhor do que falar em línguas.

Mesmo assim, esse costume chegou até nós, e nos últimos tempos ganhou força. Hoje, existem “pastores” que começam a pregar e, de repente, no meio da fala, passam a repetir frases que ninguém entende, supostamente em “línguas estranhas”. Os mais impressionados ficam logo entusiasmados, são rápidos em afirmar que é manifestação do Espírito, e com isso todos se contagiam. Também existem aqueles que começam a rezar em voz alta e, de repente, passam a repetir certas frases já conhecidas (curiosamente, são sempre as mesmas), também supostamente em “línguas estranhas”. São frases curtas, ditas em meio ao sermão ou à oração. Mas o que diz a Bíblia Sagrada, que essas pessoas alegam seguir?

...Como dirá ‘Amém’ sobre a tua ação de graças aquele que ocupa o lugar dos simples, se ele não sabe o que dizes?
(1Cor 14,16)
Prefiro falar na assembléia cinco palavras que compreendo, para instruir também aos outros, do que falar dez mil palavras em línguas estranhas.”
(1Cor 14,19)
Assim, as línguas são sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; enquanto as profecias são um sinal, não para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, numa assembléia da Igreja todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos?”
(1Cor 14,22-23)


A Palavra de Deus escrita não poderia ser mais clara do que isso. Na verdadeira Religião, não devemos nos deixar levar apenas pela emoção ('mas também com o entendimento', como diz S. Paulo, isto é, sem perder a razão). Somente a razão, centrada na Verdade (que é Cristo), pode nos livrar da histeria, da atração hipnótica das multidões que integram certas comunidades carismáticas, conduzidas por verdadeiros atores disfarçados de mestres, com suas frases de efeito e shows ensaiados.

O conselho é ouvir à sua própria consciência. Até que ponto é sensato confiar naquilo que uma pessoa diz, e no que uma outra está supostamente "traduzindo"? Para quê precisaríamos disso, se Deus fala direto às nossas consciências, aos nossos corações e almas, quando rezamos sinceramente e com toda a fé e confiança?

A ação de Deus não depende dos dons carismáticos, nem se limita a eles. Deus não está "mais presente" onde ocorram fenômenos inexplicáveis, e nem a verdadeira Comunhão com Deus depende ou se mede através das emoções humanas.

Além de tudo isso, é muito importante observar que, segundo a Bíblia, em Pentecostes cada um dos discípulos falava ao povo presente, gente de diversas nações, em sua própria língua: todos entendiam o que eles diziam. Não se tratava de um alarido ininteligível, não era um berrar de palavras sem sentido que ninguém entendia, ao contrário. Cada um dos presentes ouviu o Evangelho e o compreendeu em seu próprio idioma, que os pregadores não conheciam.

Uma das grandes incoerências de certas comunidades é afirmar que o seu falar ininteligível é a "língua dos anjos"... Eis um grande absurdo. Em primeiro lugar, existem estudos publicados que demonstram que, em cada país onde ocorre essa prática, entre comunidades protestantes, surgem certas palavras que são repetidas sempre, e coincidem conforme o país de origem. Não se trata de linguagem realmente estranha, mas característica de determinada região.

Além disso, os mesmos estudos apontam que este falar em línguas muda com o passar dos tempos. Gravações de décadas passadas mostram um falar de determinado modo, com certas palavras-chave sendo continuamente repetidas; com o passar do tempo, essa linguagem muda, e novas palavras vão sucessivamente tomando o lugar das antigas. Depois de algum tempo, a suposta "língua dos anjos" muda completamente. Reproduzimos abaixo um trecho bastante esclarecedor do livro "Ímpio", de Fábio Marton, ex-protestante pentecostal atualmente ateu, que trata sobre o tema com a propriedade de quem teve o "falar em línguas" como base de sua fé e viveu no interior de seitas que têm esta mesma crença desde a infância e por muitos anos:

A questão (do 'falar em línguas') foi estudada pela ciência. Em seu livro de 1973, 'Tongues of men and angels' (Línguas de homens e anjos), o linguista canadense W. J. Samarin provou que a glossolalia não é uma língua de verdade. Ela não tem sintaxe gramatical de qualquer tipo, seu vocabulário é de apenas umas duas dezenas de palavras.

Alguém poderia dizer que, por ser a língua dos anjos, é normal que a glossolalia não tenha sintaxe humana. Acontece que também teríamos de admitir que existem muitas línguas dos anjos. Samarim também descobriu que essas palavras mudam completamente conforme a língua de quem fala, e os sons sempre se parecem com os da fala nativa. Ou seja, um pentecostal falando línguas estranhas nos Estados Unidos usa palavras completamente diferentes de outro que fala essa língua na Coreia do Sul ou no Brasil.

Faça o teste você mesmo: veja um culto americano e preste atenção às línguas; depois, compare-as com o que é ouvido nas igrejas do Brasil. Pode ser no YouTube. Não só 'os anjos' falam uma língua em cada país, como sua língua muda rapidamente ao longo dos anos. Meu tio Isaque é o único cético na família, além de eu mesmo. Ele me contou que o som da língua estranha mudou muito desde os anos de 1960, quando meu avô começou a ser pastor. Então, soava mais como um 'salalai'. Vendo as igrejas hoje em dia, parece-me que o 'surimicanta' também já saiu de moda.

A suposta 'língua dos anjos' é o que ocorre quando se articulam sons aleatoriamente, num momento de grande excitação. Não chega nem mesmo a ser um idioma fictício, como o 'klingon' (da série televisiva e cinematográfica 'Jornada nas Estrelas') ou o 'élfico' (de 'O Senhor dos Anéis' e outros): estes têm sintaxe, e não são diferentes em cada país ou época. Falar em línguas é certamente resultado do fervor religioso, mas um resultado físico, como o suor na testa do pastor, que não guarda qualquer mistério. Quinze anos após ter deixado a igreja, ainda posso falar línguas estranhas a quem pedir.

Ainda que tivesse sido milagre e fosse mencionado na Bíblia, certamente não foi o que aconteceu em Pentecostes, portanto devo concluir que não existe Igreja Pentecostal. Ao menos até que se tenha notícia de alguém em Franco da Rocha falando sânscrito, por exemplo – aí, então, teríamos a primeira Igreja Pentecostal do mundo [pois em Pentecostes os discípulos falavam em idiomas estrangeiros que nunca tinham conhecido, e todos entendiam o que eles diziam.


Outro aspecto é o fato de o próprio Apóstolo Paulo, um dos teólogos mais influentes de toda a História e verdadeiro Pilar da Igreja, apesar de em 1Cor 14,18 dizer: "Falo mais línguas do que vós todos", dá claramente a entender que ele mesmo não falava a dita "língua dos anjos", ao afirmar com muita clareza: "Ainda que eu falasse (logo, não fala) a língua dos anjos..." (1Cor 13,1). Como acreditar, então, que nessas comunidades qualquer novo "convertido" seja abençoado de maneira tão especial e com tamanha facilidade? Sim, porque sabemos que o "falar em línguas" é coisa comum e corriqueira para os pentecostais. Estariam todos sendo agraciados, assim tão facilmente, com o Dom divino de falar a língua dos anjos, uma Graça que nem o santo Apóstolo recebeu?

Além de toda essa análise mais superficial, que apresentamos até aqui, evidentemente nós poderíamos e até deveríamos, numa contemplação mais aprofundada, considerar em que sentido se poderia afirmar que os anjos teriam uma linguagem própria, no sentido de idioma como instrumento de comunicação linguística de um povo, um grupo étnico ou social, assim como é entre nós, seres humanos. Sendo os anjos seres essencialmente espirituais, isto seria teologicamente bastante discutível. É certo que os anjos de Deus são capazes de se comunicar por meio de inspirações mentais/espirituais, e é exatamente assim que os maus anjos, por exemplo, nos tentam e procuram nos levar a praticar o mal. A Teologia nos diz que a população angélica, portanto, não usa de uma língua falada, fonética, com vocabulário e regras gramaticais próprias, para se comunicar. De fato, isto seria absurdo.

Por fim, use a inteligência que o Criador lhe deu, e a sua reta consciência. Peça pelo Dom do entendimento. Assim você saberá se vale a pena confiar em afirmações de homens ou se é melhor manter-se fiel na primeira e única Igreja de Jesus Cristo (una e indivisível), e ouvir o que Deus fala por intermédio do Corpo Místico do Cristo, que é a mesma Igreja (e cuja Cabeça é o próprio Senhor Jesus)... E também diretamente ao seu coração.


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Fontes e ref.:


• MARTON, Fábio. Ímpio: o evangelho de um ateu, São Paulo: Leya, 2011.


• SAMARIN, William J. Tongues of men and angels, London: The Macmillan Company, 1973.
www.ofielcatolico.com.br

Inquisição laica associa religião à violência

Porta-voz do episcopado espanhol aceita a laicidade, desde que positiva e integradora



MADRI – O secretário geral da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Pe. José Maria Gil Tamayo (foto), declarou que "o fato religioso está sendo submetido à suspeita" e associado à "violência e fundamentalismos", o que estabelece uma "inquisição laica" no mundo atual.

A declaração foi feita durante um encontro da iniciativa denominada “entreParéntesis”, dos jesuítas, como parte da qual o porta-voz do episcopado espanhol concedeu a conferência intitulada “A presença pública da Igreja”, e destacou que o espaço público pode estar sendo "ameaçado por fundamentalismos, mas também por um laicismo que exclui”.

Pe. Tamayo instou os cristãos a fazerem com que reine no espaço público uma "laicidade positiva e integradora", e que o fato religioso não seja relegado ao âmbito privado, a fim de "superar a invisibilidade da fé neste mundo".

Ele rejeitou ainda o "contágio da ideologização" da presença cristã, qualificando uns de progressistas (os que colocam a justiça em primeiro plano) e outros de conservadores. "Por que não passamos a mensagem completa em vez de fatiá-la ao gosto do consumidor?", indagou.

Por último, o Pe. Gil Tamayo lamentou que direitos como o da liberdade religiosa fiquem relegados a segundo plano, ou até sejam completamente ignorados, e que até chegue a se falar em "direito à blasfêmia" (veja aqui), o que é "um atentado à dignidade".

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Com a ag. Zenit
http://zenit.org/pt/articles/ha-uma-inquisicao-laica-que-associa-a-religiao-a-violencia
acesso 4/2/015

O racismo invertido do "Esquenta", de Regina Casé



Por Marcos Sacramento

O “ESQUENTA”, DE REGINA Casé, é o programa mais racista da TV? É uma versão barulhenta e colorida de velhos costumes. Num primeiro olhar, parece uma grande festa na periferia, na qual as gírias, danças e modas de regiões com IDH (índice de desenvolvimento humano) baixo e criminalidade alta são irradiadas para todo o país pela tevê.

Vemos meninos contorcendo as articulações em performances de "passinho", meninas com minissaia e microvocabulário, rapazes negros com cabelos louros e óculos espelhados de cores berrantes rodando o salão felizes e eufóricos. A festa mistura samba, funk, estilo de vida despreocupado e despudorado, concurso de beleza, humor(?), artistas de novela, enfim, para usar um termo bem periférico, “tudo junto e misturado”.

Essas características, apenas, não me incomodam. Não sou quadrado, respeito e até admiro algumas formas de cultura vindas do gueto e abuso do direito de desligar a TV. O que me irrita, e muito, e faz com que chame o programa de escravocrata é a cor de pele predominante nessa festa maluca.

Certamente o "Esquenta" é o programa com o maior percentual de negros da TV aberta. Enquanto as novelas, seriados e telejornais são predominantemente caucasianos, quem manda ali são os negros e pardos. É esse o ponto. O programa reforça o estereótipo dos negros brasileiros como indivíduos suburbanos subempregados, mas ainda assim felizes, sempre com um sorriso no rosto, esquecendo-se das mazelas cotidianas por meio da dança, do "remelexo", das rimas pobres do funk, do mau gosto de penteados e cortes de cabelo extravagantes.

Sou negro e não sei sambar, não pinto meu cabelo de louro, não uso cordões, não ando gingando nem falo em dialeto. Não sou exceção, felizmente. Sei que há muitos caras e moças como eu. Muitos são poliglotas, outros gostam de música clássica, vários gostam mais de livros do que de pessoas, outros reclamam do calor da Brasil; certamente há os que são introspectivos e de poucas palavras, e há os que nem sentem falta do feijão quando viajam para o exterior. - Embora o "Esquenta" não tenha a proposta de ser um programa sobre cultura negra, ele ajuda a construir um estereótipo.

O "Esquenta" ajuda a manter uma ordem. Em vez de rapazes elegantes, mostra dançarinos com cabelos bizarros. As moças, sempre de shorts minúsculos e prosódias vulgares, nunca serviriam de modelo para capas da "Marie Claire" ou "Claudia".

Regina Casé e seu programa parecem dizer aos jovens dos guetos: “Isso mesmo, aprendam passinhos, aprendam a rebolar até o chão, continuem com seu linguajar próprio, porque tudo isso é lindo, é legal, é Brasil, é tudo junto e misturado, continuem com seus empregos modestos, porque a vida é agora, é para ser vivida, curtida com alegria, 'malemolência', sempre com um sorriso no rosto!”...

E assim, aquela menina sentada no sofá vai continuar achando o máximo desfilar pela comunidade com pouca roupa e os pelos das pernas pintados de loiro. Nunca vai pensar em aprender a falar alemão ou tentar entender os grafites do Banksy, da mesma forma que os rapazes nunca sonharão em trabalhar no Itamaraty e praticarão bullying contra os meninos polidos que não falam em dialeto e inventam de estudar violino, já que um programa televisivo de uma das principais emissoras do país legitima seu estilo de vida mal-educado e de poucas perspectivas.

Como um coronel oligarca e cínico, o programa dá uma recado para a garotada negra e parda da periferia: “É isso, dancem, cantem, divirtam-se! Mas não saiam do seu lugar”.

** Marcos Sacramento, capixaba de Vitória, é jornalista. (O próprio diz que) Orgulha-se de não saber bater pandeiro nem palmas para programas de TV ruins.

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Fonte:
Website "Diário do Centro do Mundo", artigo "O 'Esquenta', de Regina Casé, é o programa mais racista da TV?", disponível em: 
http://diariodocentrodomundo.com.br/o-esquenta-de-regina-case-e-o-programa-mais-racista-da-tv/
Acesso 19/12/013
www.ofielcatolico.com.br
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