Sobre o caráter

Por Tihamer Toth*

Régulo em Cartago

CARTAGO IA MANDAR uma embaixada a Roma para pedir a paz. Um prisioneiro de guerra romano, chamado Régulo, foi encarregado de chefiá-la, mas teve de jurar, antes de partir, que, se a sua missão viesse a fracassar, ele voltaria ao cativeiro. Qual haverá sido a emoção dele, ao achar-se de novo em Roma, sua cidade amada! Lá poderia ficar para sempre, se a paz fosse obtida.
Todavia, o que fez ele?

Com toda a sua eloquência incitou o senado a continuar a guerra e, quando lhe pediram que ficasse em Roma, uma vez que um juramento feito por coação não podia obrigar, respondeu:

“Querem então, loucamente, que eu falte à honra? Bem sei que as torturas e a morte me aguardam à minha volta. Mas tudo isso não é nada em comparação com a vergonha acarretada por uma ação desleal, e com as feridas que a alma recebe do pecado. É verdade que ficarei prisioneiro dos cartagineses, mas ao menos conservarei, em toda a sua pureza, meu caráter de romano. Jurei voltar, e cumprirei meu dever até o fim. Confiem o resto aos deuses.”

E voltou a Cartago, onde morreu entre horrorosos tormentos.

Isso era o caráter romano! Ora, e o que é, então o caráter cristão?

Nem todos podem ser ricos, nem sábios, nem homens célebres. Mas há uma coisa que se pode exigir de todos: um caráter irrepreensível. Conquistar reinos terrestres é obra de homens excepcionais, e a coroa real, feita para bem poucas cabeças. Mas conquistar o reino dos tesouros espirituais e colocar na cabeça a coroa de um caráter viril, eis uma tarefa sublime e sagrada, que deve nos preocupar a todos sem exceção. Todos, disse eu. Entretanto, muitos deixam de cumpri-la. Porém você, meu filho, não a desdenhará, estou certo.

Entretanto, um caráter irrepreensível não é sorte grande que se pode ganhar sem nenhum mérito pessoal. Não é também nome ilustre que se traz consigo ao nascer, ou que se adquire sem trabalho. Um caráter irrepreensível é resultado de luta muitas vezes dura, da guerra viril que a nós mesmos nos fazemos, e às nossas inclinações egoístas, e que pede muitas conquistas, abnegação e disciplina. Esse combate, cada um de nós deve travá-lo dentro de si mesmo e sair dele vitorioso.

O resultado magnífico que obterá nessa luta será um caráter impecável. Hoje em dia, o sentido profundo dessa expressão escapa-lhe ainda, talvez. Mas, no dia em que a obra principal da sua vida for desvendada ante a face de Deus, e sua alma, que tiver formado com tanto trabalho, aparecer em toda a sua incomparável grandeza, exclamará, deslumbrado, como Haydn na representação de sua obra A Criação: “Meu Deus, fui eu mesmo que fiz isto?”.

Segundo o termo clássico de Santo Agostinho, “homines sunt voluntates”, isto é, o valor do homem é determinado pela sua vontade. Cada vez melhor se reconhece que hoje a escola moderna se ocupa quase exclusivamente da inteligência dos jovens, em detrimento do seu caráter e da sua vontade, que ela ignora desenvolver. Daí, o fato tão triste de se acharem entre os adultos muito mais mentes cultivadas do que ombros de aço, muito mais saber do que caráter. Não obstante, a base, o sustentáculo moral da sociedade é a pureza moral, não a ciência; o homem, não a fortuna; o caráter, não a covardia.

Este livro tem um único fim: exortar os jovens a formarem impecável seu caráter, induzi-los a raciocinar desta maneira: “Uma responsabilidade enorme pesa sobre mim, porque séria tarefa me aguarda e devo empregar minha vida a cumpri-la. Os germes do meu futuro repousam em minha alma: cumpre que eu a aqueça, cultive e desenvolva, para que ela se transforme em flor primorosa digna de exalar seu perfume diante do trono de Deus, por toda a eternidade. E só posso consegui-lo cumprindo meu dever em todas as circunstâncias e vivendo uma vida ideal”.

Quer este livro dar aos jovens um caráter de aço, neste tempo em que o mundo inteiro vai completamente transtornado e parece como que andar de pernas para o ar; nesta época em que a maior e talvez a única doença da humanidade (responsável por todos os seus erros e vícios) é o perecimento assustador da vontade; nestes dias de desânimo quase geral, em que se diz, complacentemente, que é sabedoria conformar-se com as circunstâncias, e ver a salvação pública na negação dos princípios da política realista e na procura dos interesses pessoais; hoje, que a sensibilidade, sempre à espreita de uma ofensa, se chama dignidade própria, e a inveja pretende ser o senso de justiça; hoje, que se evita qualquer trabalho um pouco mais difícil, sob pretexto de que é impossível; que cada um procura a vida fácil e seus gozos. Sim, este livro quer formar jovens de caráter inatacável, de princípios justos e sólidos; jovens cuja vontade não recua ante os problemas; cavaleiros devotados a todo e qualquer dever; moços rijos como o aço, retos como a verdade, luminosos como um raio de sol, límpidos como o fio de água das montanhas; moços puros de corpo e alma.

Seria muito bom se só houvesse estudantes de caráter inteiriço; e que não se encontrasse mais nenhum de alma vil e sentimentos mesquinhos, desses que não se interessam por nenhum problema espiritual, que só pensam em iludir o professor, subtrair-se às lições difíceis, ir ver a nova estrela do cinema e arranjar um convite para a festa na casa da Dona X. Mas, ai! Há tantos desta espécie! E os jovens de caráter firme são, em comparação, tão poucos! Pois bem! Este livro quer demonstrar que quem tem razão é essa minoria que trabalha e se fatiga no caminho do caráter, enquanto os outros são tão despreocupados e irreverentes. E este livro, ao mesmo tempo, quer incentivá-lo a que se inscreva entre os primeiros, pois só a vida deles é que é digna dos homens. Afirmo, com Schiller, que é a vontade que faz o homem pequeno ou grande. E concordo com o barão Joseph Eotvos, o grande pensador húngaro, que diz: “O valor real do homem não depende da sua inteligência, porém da força de sua vontade. Os grandes talentos intelectuais só servem para enfraquecer aquele a quem falta firmeza; um grande espírito, cujo caráter não está à mesma altura, é a mais desgraçada e não raro a mais desprezível das criaturas”.

Na primavera, o camponês se detém junto ao seu campo e passeia o olhar preocupado ao longo dos sulcos silenciosos.

“O que me dará este ano, minha terra?”, parece ele dizer. Porém o campo lhe responde com outra pergunta: “Diga você primeiro o que me dará”. E assim pergunta o moço à vida: “O que é que me reserva, ó vida? O que é que me espera no correr dos anos?”. Porém a vida, como o campo, lhe responde a pergunta: “Isso depende do que me der! Receberá o que merecer por seu trabalho. Colherá o que semear”.

Quero tornar conhecido o grande meio de êxito neste grande trabalho: a educação de si próprio. Porém, tome cuidado, meu filho, e não se deixe iludir! Posso apenas desvendar-lhe os inimigos dissimulados, preveni-lo contra os perigos, designar as armas, mas não posse combater em seu lugar! Se quiser adquirir caráter, é preciso que faça você mesmo esse trabalho espiritual, que só você pode realizar.

A experiência lhe mostrará que o caminho do caráter não é fácil. Faz-se necessário uma vontade bem forte para combater os pequenos defeitos e nunca pecar, uma vontade que não conhece nem demora nem trégua. Mas não importa! “Sim, não importa! Quero, quero!”, deve dizer. – E que quer então? – Quero dominar meus sentidos e meus sentimentos. Quero pôr em ordem o caos dos meus pensamentos. Quero refletir antes de falar. Quero considerar as coisas antes de agir. Quero aproveitar as experiências do passado, quero pensar no futuro, quero, portanto, fazer o melhor emprego possível do presente. Quero trabalhar com gosto, sofrer sem me queixar, viver de maneira irrepreensível e, finalmente, morrer em paz, na esperança da minha felicidade eterna!

Pode-se imaginar mais elevado programa de vida? Existirá objetivo mais digno de ser realizado do que uma vida sem mancha?


O que é o caráter?

E o que queremos dizer quando falamos de alguém: “Ali está um (bom) caráter”? A palavra "caráter" designa a vontade humana fixada no bem; e um jovem é um (bom) caráter se tem nobres princípios e se em nada os sacrifica, ainda quando tal constância lhe impõe renúncias. Aquele que, ao contrário, muda de princípios conforme as circunstâncias, a sociedade ou os amigos, que abandona um modo de agir até aqui reconhecido como bom, sob o pretexto que não lhe causem o menor desagrado, esse é volúvel e pouco seguro, tem caráter fraco, ou, pior ainda, falta-lhe inteiramente caráter.

Isto basta já para mostrar em que consiste a educação do caráter. Primeiro, cumpra-se procurar nobres princípios; em seguida, por um exercício contínuo, urge que se acostume a agir segundo esses princípios, em todas as circunstâncias. A vida moral de um homem sem princípios é tão agitada quanto uma pequena cana surpreendida pela tempestade. Ela faz hoje de um modo e amanhã de outro. A primeira necessidade é, pois, formar em nós princípios firmes, e a segunda é adquirir a força de que precisamos para seguir, sem tropeços, o caminho que tivermos reconhecido como direito.

Repito: a sua primeira tarefa é formar em si princípios justos. Ora, qual é o princípio justo no tocante aos estudos, por exemplo? “Devo estudar com aplicação constante, pois Deus quer que eu cultive os talentos que ele me deu”. Qual é o princípio justo a respeito dos colegas? “Devo fazer a eles o que eu quereria que eles fizessem a mim”. E assim por diante. Cumpre que tenha princípios justos em todas as coisas.

A segunda tarefa é muito mais difícil: seguir esses exatos princípios, isto é, exercitar-se no caminho do caráter.

Um belo caráter não se recebe de presente: nós o fazemos por um labor sólido e contínuo, trabalhando nisso durante longos anos, dezenas de anos muitas vezes. A influência do círculo de relações, as inclinações boas ou más recebidas de herança, podem produzir certa impressão no nosso caráter, mas, afinal de contas, o nosso caráter é obra pessoal nossa, é resultado do nosso trabalho de educação de nós mesmos. Por isso, é uma dupla educação a que recebemos: a primeira nos é dada por nossos pais e pela escola; a segunda, a mais importante, nos vem dos nossos próprios esforços.

Sabe o que é a educação? É a influência da nossa vontade que nos leva pelo bom caminho, em qualquer situação, sem hesitar, com alegria.

Sabe o que é o caráter? É agir em conformidade com os princípios fundamentais; é o esforço empenhado de nossa alma na realização da nobre concepção que fazemos da vida.

Já pode concluir que, nessa educação de si, o difícil não é a formação do justo princípio vital, porém o esforço que se deve fazer dia a dia para se conformar com ele. “Isto é o meu princípio, e não o abandonarei; ser-lhe-ei fiel, custe o que custar”. E é preciso dizer que isso exige, não raro, muitos sacrifícios; e aí está a razão por que se encontram tão poucos caracteres no mundo.

“Permanecer sempre fiel a seus princípios”, “nunca se divorciar da verdade”. Quem é que não se entusiasmaria por estes belos pensamentos? Ah! Se não fosse tão difícil converter esses pensamentos em ações! Se esses belos intentos não se desvanecessem em nós tão facilmente, sob o influxo contrário da sociedade, dos amigos, da moda, do nosso próprio “eu” que não gosta de ser continuamente molestado! Ouça o que, a respeito, diz o poeta:

Por que agir com desalinho,
Ser como o pião a girar?
Se encontraste o bom caminho,
procura perseverar.
(Reinick)

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* Este artigo é o conteúdo do primeiro capítulo de um precioso e pouco conhecido livro de Tihamer Toth, intitulado 'O Jovem de Caráter'. Toth foi um digno bispo católico e professor, nascido na bela e valorosa Hungria, no ano 1889. Estudou na Universidade de Pázmány, Budapeste, e foi ordenado sacerdote em 1912. Suas obras tratam de temas como convivência, vocação profissional, esportes, estudos, amizade, leituras e muito mais, sempre sob a ótica dos valores cristãos, mesmo que nem sempre partam de uma abordagem necessariamente doutrinária. O autor também era conhecido pelo seu bom humor. Especializou-se em escrever para a juventude. Seu propósito de atrair jovens para Cristo nasceu na época em que foi capelão do exército austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial, quando conheceu a miséria moral em que já se encontrava a juventude do seu tempo. Tornou-se um conhecido educador, nomeado, em 1924, professor de Pedagogia na Universidade de Pázmány. Em 1916, iniciou um programa de rádio que se tornou famoso no país. Em 1931, foi escolhido para diretor do seminário de Budapeste. Foi sagrado bispo em 1938, mas faleceu pouco depois, em 1939. Em 1943, iniciou-se o processo para a sua beatificação. As obras de Toth podem ser aproveitadas por jovens de todos os tempos, pois tratam de valores e princípios eternos. Ele procura lidar com os anseios mais profundos do ser humano. Por essa razão, podemos afirmar que seus escritos não são indicados exclusivamente para jovens, mas também para pais, pedagogos e todas as pessoas
desejosas de, a qualquer época da vida, crescer no amor a Deus.

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* TOTH, Tihamer, O jovem de caráter, São Paulo: Molokai, 2016, pp.15-16.
www.ofielcatolico.com.br

Escândalo! Folhetos da santa Missa estão sendo usados para panfletagem socialista!

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VIVEMOS TEMPOS insanos. Muitos católicos haverão de se lembrar do episódio ocorrido há alguns anos, quando, por ocasião das eleições presidenciais de 2010, o heroico bispo emérito de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, foi perseguido – fora e dentro da Igreja – por ter se envolvido na distribuição de folhetos que alertavam o povo católico contra candidatos que apoiassem a descriminalização do aborto. Imediatamente o PT, que tinha e tem como meta de governo a legalização do aborto em nosso país, sentindo-se prejudicado, registrou boletim de ocorrência(!) contra o prelado (pela distribuição dos folhetos) e entrou com processo legal contra o mesmo. Na época, a Justiça Eleitoral determinou a apreensão dos panfletos e houve grande polêmica, amplamente promovida pela mídia televisiva.

A apreensão do material foi um claro ato de censura política totalmente ilegítima, tanto assim que foi posteriormente considerada ilegal pelo Ministério Público Federal (após as eleições...), e o material veio a ser finalmente liberado, dois anos depois.

Dom Luiz Bergonzini
“Não tenho partido político; sou contra o aborto e a favor da vida”, declarou a época Dom Bergonzini, que chegou a ser agredido fisicamente por militantes do PT, os quais cercaram sua casa berrando palavrões e soltando rojões durante as madrugadas: “Cheguei a ser ameaçado”, disse o bispo à Imprensa, e advertiu, em entrevista à revista Veja: “Ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender o papel, mas nada altera as minhas convicções”1.

Mais triste do que todos esses fatos lamentáveis, entretanto, é o fato de que partiram perseguições e pesadas críticas ao bom pastor também do interior da própria Igreja, da parte dos irmãos de Dom Bergonzini, que deveriam maciçamente apoiá-lo nessa causa indiscutivelmente justa e coerente com a doutrina da Igreja.

Por que trazemos novamente à tona este assunto do passado, (infelizmente) já esquecido pela maioria dos fiéis católicos? Porque há algo muitíssimo mais grave acontecendo agora, no presente, e que não provoca grandes reações; uma ação indubitavelmente ilegal e criminosa, e ainda pior, um ato de traição sendo perpetrado no interior da própria Igreja, especialmente nas paróquias periféricas, atingindo fiéis humildes e talvez ingênuos, e que, entretanto, parece não provocar a indignação de ninguém, a não ser um ou outro cristão consciente como nossa leitora Juliana Ricchini, que nos enviou a imagem abaixo e mensagem ao Bispo da região episcopal em questão, exigindo uma explicação e uma providência.

Não vemos, todavia, nenhuma grande polêmica acontecendo, não vemos nenhum jornalista importante escrevendo sobre o assunto, nenhum fiel católico influente tomando providências, nenhuma ação sendo movida, nenhum processo... Principalmente, não vemos nenhuma ação da parte de nossos bispos ou especialmente de nosso Cardeal Arcebispo de São Paulo, diante do escândalo que representa esta verdadeira aberração.

Os folhetos das santas Missas de domingo da paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, como o do dia 19 de março de 2017, que se vê na imagem abaixo, são recheados de textos revolucionários explicitamente socialistas e político-partidários, incitando a população à revolta e propagandeando o pensamento marxista/classista, incluindo apologia ao feminismo, ao movimento LGBTs e às ações do MTST (sim!), chegando ao cúmulo de finalizar com o famigerado grito de guerra "Fora Temer!", verdadeiro mantra dos petistas e seus coligados(!):



Talvez a maior pérola nesta "obra de arte" de folheto de Missa seja o trecho que afirma a necessidade de um "projeto para reconstruir a esquerda no país e superar os modelos de conciliações de classe". Em outras palavras, eles não querem conciliação de espécie alguma; o "Dai a César o que é de César" foi descaradamente substituído pela incitação à revolução, que deve ser promovida por todos os meios, até pela violência e o desrespeito do direito e/ou da vontade do próximo (que no caso do Brasil é a maioria), se necessário. Note-se que, aqui, não se trata de combater determinada ação de um governo –, o que já seria errado e inadmissível nos espaços sagrados e no folheto da santa Missa –: trata-se de uma clara e assumida campanha contra o governo atual e propaganda declarada de uma determinada ideologia política.

* * *

Transformaram, já há tempos, as nossas igrejas e ambões em palanques políticos; agora, transformam nossas paróquias em diretórios de partido político, para a distribuição de material de propaganda socialista, quando transformam o folheto da Missa –, o missal do Sacrifício de Cristo! –, em panfleto comunista. Isto não é só desrespeito: é traição e também profanação.

Os mesmos que tanto se indignaram contra Dom Luiz Bergonzini, acusando-o de prejudicar a candidatura do PT com os seus folhetos anti-aborto, aqueles mesmos que tão furiosamente bradavam que a Igreja não pode ter partido político, agora, diante deste criminoso e apostático uso do material que deveria servir à sagrada Liturgia como meio de propaganda política, voltam seus olhares plácidos para outro lado...

Enviaremos, o mais breve possível, carta ao revmo. Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, com a denúncia do crime aqui apresentado e sua referida comprovação, e pedindo uma atitude concreta que impeça tal absurdo de continuar ocorrendo, livremente e sob a anuência do respectivo pároco2. A íntegra desta carta publicaremos também neste site, para que se torne pública. Aos leitores que quiserem participar desta iniciativa, pedimos que nos enviem por e-mail ou deixem abaixo, no espaço para comentários, nome completo e documento de identificação (RG).

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1. Em entrevista ao jornalista Reinaldo de Azevedo, disponível em:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/exclusivo-8211-petistas-intimidaram-e-xingaram-dom-luiz-bispo-de-guarulhos-que-recebeu-ameacas-mas-ele-nao-se-cala-recomendo-voto-contra-dilma-por-causa-de-suas-ideias-favoraveis-ao-aborto/
Acesso 20/3/017

2.
 
O 'padre' Paulo Sérgio Bezerra, que escandalosamente vem trabalhando contra a Igreja infiltrado dentro da própria Igreja há anos, com ações como esta e compondo 'orações' deste tipo, sem que nenhuma providência tenha sido tomada até agora.
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Esperança em tempos de guerra... Interior!

O ator italiano Gigi Proietti interpreta São Filipe Neri

Por Felipe Marques – Fraternidade São Próspero


É DO CONHECIMENTO de todos que a Santa Igreja Católica sofreu, sofre e sempre sofrerá perseguições de todos: muçulmanos, comunistas, globalistas. Entretanto, o que mais escandaliza alguns fiéis, hoje em dia, é ver a Igreja sendo perseguida e destruída por dentro, pelos próprios católicos que deveriam amar e cuidar de sua Santa Madre... Se você é um desses fiéis, deixo esta mensagem de esperança do biógrafo Guilherme Sanches Ximenes:

Nas épocas de especial dificuldade para a Igreja, Deus parece suscitar inúmeros Santos para que a reergam e façam brilhar novamente no seu rosto a sua eterna beleza de Esposa de Cristo. Assim aconteceu naqueles anos da Renascença, ensanguentados pelos povos em guerra em toda Europa, enlameados pela decadência moral da população, escandalizados com o espetáculo de papas preocupados com o prazer, as honras, as artes ou a política, com uma Igreja despedaçada pela revolta e pelo cisma. Diante desse panorama em que tudo parecia sem solução, Deus quis mostrar como cuida da sua Igreja, e como realmente as portas do Inferno não prevalecerão contra Ela (Mt 16, 18): foi nesses cem anos que nasceram Teresa de Ávila, Pedro de Alcântara, João da Cruz, Camilo de Lélis, Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Carlos Borromeu, Francisco de Sales, Filipe Neri e tantos outros Santos que realizaram um trabalho de renovação nunca dantes visto, apoiado inteiramente na humildade, na obediência, na fidelidade, na caridade – na renovação interior, numa palavra.1

Se os tempos são difíceis, por outro lado, Deus continua nos chamando à sermos luz do mundo e sal da Terra. Se você ama Santos e Santas e os admira como heróis, saiba que você também é chamado a ser como eles! Sim, seja o herói que você tanto admira, torne-se o Santo ou a Santa que Deus quer que você seja. Lembre-se: a Igreja Católica não precisa mudar a doutrina, nem nada do tipo... A única coisa que precisa mudar na Igreja Católica são os próprios católicos!

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1. XIMENES. Guilherme Sanches. Filipe Neri, o sorriso de Deus. São Paulo: Quadrante, 1998.
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A família cresce

COM MUITA ALEGRIA em Nosso Senhor, a Fraternidade Laical São Próspero vem apresentar aos leitores de "O Fiel Católico" o seu mais novo e ilustre colaborador, o Prof. Dr. Rudy Albino Assunção, que entre outras coisas é um dos maiores especialistas em Ratzinger do nosso país e de língua portuguesa. Publicamos a seguir o texto de apresentação de autoria do próprio.



Eu, descendente de portugueses e italianos, no Batismo recebi um nome alemão, inglês, sei lá − Rudy − talvez porque o Senhor queria me lembrar desde o início que aqui não temos cidade permanente e que estamos neste mundo como “paroquianos”, como estrangeiros e peregrinos (cf. Hb 13, 14). Não é à toa que a Providência me tirou de Santa Catarina, onde nasci, e me trouxe para o Ceará. Troquei a polenta e a minestra pelo baião de dois. 

Sou (bem) casado com Renata S. de Assunção e pai de dois meninos espertos e vivazes, Bento José e Lucas. Minha inclinação mais natural sempre foi para a docência: gosto de ensinar, pois é isso que me move a aprender. Hoje leciono no Centro Universitário Católica de Quixadá, no qual sou também Coordenador do Núcleo de Fé, Razão e Cultura.

Rudy Assunção ao lado do
homem que mudou sua vida
Fiz Bacharelado em Filosofia, Mestrado e Doutorado em Sociologia, mas minha relação com a Teologia há muito deixou de ser um flerte, pois é uma paixão que já virou casamento. Há quase duas décadas descobri o pensamento de um teólogo alemão que mudou minha vida: Joseph Ratzinger, depois Bento XVI. Também ele professor, ensinou-me a lição mais preciosa: o cristianismo não é uma ideia, mas o Encontro com uma Pessoa, Jesus Cristo (cf. Deus Caritas est, n. 1). Hoje, depois de minha família, Bento XVI é a minha companhia diária, como foi particularmente nos últimos quatro anos, período no qual escrevi minha tese doutoral sobre a relação entre a Igreja e modernidade de acordo com a visão dele.

Assim, frequento sua obra como quem vai à casa de um amigo. Estudar o seu pensamento tornou-se um “chamado”, ao qual eu respondo com alegria. E minha contribuição para a revista (e o site 'O Fiel Católico') é uma forma de ser fiel a ele. Na verdade, a Ele.

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* Bacharel em Filosofia (2005) pelo Centro Universitário de Brusque, Mestre (2010) e Doutor (2016) em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Em sua tese, aprofundou o tema “O ‘espírito da modernidade’ na visão de Joseph Ratzinger-Bento XVI”. Realizou seu estágio de doutorado sandwich na Universidade de Navarra (Pamplona, Espanha), sob a supervisão de Pablo Blanco Sarto, especialista de língua espanhola com ampla bibliografia sobre a teologia ratzingeriana. Sobre Bento XVI apresentou o artigo “Joseph Ratzinger e o primado da verdade na política: um confronto com Hannah Arendt” no II Simpósio Internacional sobre Joseph Ratzinger na PUC-RJ (novembro de 2012) depois reproduzido em Lumen Veritatis, São Paulo, v. 6, n. 24, 2013, p. 89-110 e, igualmente, na obra da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI, “O que faz que o homem seja homem. Memórias do segundo Congresso Internacional da Fundação Vaticana Joseph Ratzinger-Bento XVI”, São Paulo, Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 67-88. Organizou e apresentou todos os textos e entrevistas do então Cardeal Ratzinger na edição brasileira da revista italiana "30 Giorni nella Chiesa e nel mondo", publicados com o título "Ser cristão na era neopagã", em três volumes, pela Editora Ecclesiae, 2014, 2015, 2016.

Produção bibliográfica: Autor do livro "O Sacrifício da Palavra, a liturgia da Missa segundo Bento XVI", Campinas: Ecclesiae. Organizador e autor, com Gilcemar Hohemberger, da obra coletiva "O Primado do Amor e da Verdade, o patrimônio espiritual de Joseph Ratzinger-Bento XVI", São Paulo: Fons Sapientiae, 2017. Tradutor de "Bento XVI: um mapa de suas ideias", São Paulo: Molokai, 2016, de Pablo Blanco, e "Contra o Cristianismo: a ONU e a União Europeia como nova ideologia", Campinas, Ecclesiae, 2013, de Eugenia Rocella e Lucetta Scaraffia.
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