O grande cardeal Ratzinger, no ano 1990, escreveu, com o habitual brilhantismo, a propósito do centenário da morte de Newman: “Foi sua consciência que o conduziu, dos antigos laços e das antigas certezas, para o difícil e estranho mundo do catolicismo”. Vinte anos depois, em 2010, o mesmo Ratzinger, então Papa Bento XVI, beatificou o Cardeal Newman em Coventry, Grã-Bretanha, aos 19 de setembro, durante sua viagem à Inglaterra.
Como bom pensador, Newman viveu a sua fé de maneira inquieta, como quem procura incessantemente o autoaprimoramento e não se contenta com menos que a Verdade (que é o próprio Cristo), e em suas inquietações sempre estiveram entrelaçadas fé e razão. À época da beatificação do Cardeal inglês, a escritora italiana Cristina Siccardi, autora do livro "Nello specchio del cardinale Newman" (No espelho do Cardeal Newman, 2010, ed. Fede e cultura), que escreve também para vários meios de comunicação católicos da Itália, concedeu entrevista à agência Zenit, na qual revelou diversas facetas interessantes a respeito de seu biografado. Reproduzimos, a seguir, a atemporal entrevista:

A infância de Newman