Truculência abortiva a serviço do governo petista


Por Rodrigo R. Pedroso

ÀS VÉSPERAS DA SOLENIDADE de Todos os Santos deste ano de 2015, a Catedral Metropolitana de São Paulo amanheceu pichada com dizeres abortistas, após manifestação de supostos "movimentos sociais" (compostos por trabalhadores que não trabalham, sempre disponíveis para manifestações de meio de semana), que servem de bate-paus e jagunçada ao partido político que insistentemente se mantém no poder.

Na ordem moral e religiosa, tal ocorrência constitui sacrilégio, – pecado contra o Primeiro Mandamento, – na medida em que consiste em tratamento indigno e injurioso a um objeto consagrado a Deus Nosso Senhor, caracterizando-se também como delito canônico, de acordo com o cânon 1.376 do Código promulgado em 1983 pelo papa São João Paulo II.

Na ordem secular, constitui concurso formal entre os crimes de ultraje a culto religioso (art. 208 do Código Penal) e dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico tombada pela autoridade competente (art. 165 do mesmo Código). Trata-se, pois, de uma ação delituosa que ofende bens máximos que o Estado brasileiro se propôs a garantir: a liberdade religiosa, a cultura e o próprio ambiente, na medida em que deste faz parte o patrimônio histórico e cultural.

Por conseguinte, os que conspurcaram a Catedral são, perante a lei de Deus, da Igreja e do Brasil, baderneiros sacrílegos e criminosos, e como tais devem ser tratados e punidos.


As patéticas ativistas do grupo feminista 'Femen' (aqui acorrentadas a uma cruz da Catedral Almudena, em Madri), ao que tudo indica, estão fazendo escola para as 'idiotas úteis' tupiniquins: fazem o que querem, atentam à vontade contra nossos direitos, sem sofrer nenhuma punição.

Entretanto, nossa reação será segura, eficaz e completa apenas se formos capazes de, indo além da superfície, identificar as causas do sinistro entrevero. Difere o homem dos outros animais por não agir às cegas, mas por reagir com conhecimento de causa. Por que essa manifestação e por que essa violência? Por que todas essas expressões de ódio? A resposta encontraremos no exame da conjuntura política do País.

É fato notório e de conhecimento público que os ditos “movimentos sociais”, entre eles o nefasto movimento abortista que patrocinou o vandalismo contra a Catedral de São Paulo, são grupos organizados para servir de massa de manobra aos interesses do PT, partido ironicamente dito "dos trabalhadores". Conforme as palavras de Antonio Gramsci: 

O Partido permanece a hierarquia superior deste irresistível movimento de massas; ele exerce a mais eficaz ditadura, a que nasce do prestígio, a aceitação consciente e espontânea de uma autoridade que se reconhece indispensável para o bom êxito da tarefa empreendida."
(O Partido e a Revolução, in Sobre a Democracia Operária e Outros Textos, p.62)

Pois bem, ocorre que o domínio político do Partido encontra-se ameaçado pelas tentativas, apoiadas por manifestações de rua, de responsabilizar a presidente Dilma Rousseff pelos crimes que ela de fato cometeu no exercício do cargo (ver art. 85 da Constituição Federal). Sendo assim, para manter-se no poder, o PT convocou suas linhas auxiliares e seus satélites na esquerda radical para maliciosamente mudar a pauta do debate político, não se importando a que custo nem com que meios.

Para ficar num único exemplo, o líder do PT na Câmara Federal, deputado Sibá Machado (o popular 'tranqueira', foto à esquerda), quebrando o decoro parlamentar, disse que ia juntar gente para dispersar “a pau” os manifestantes que pedem o impeachment da presidente nos lugares públicos. A agressão à Catedral, ainda que a Igreja nada tenha a ver com questões político-partidárias, é fruto dos chamados de ódio feitos pelas lideranças do partido dominante.

O PT veio da baderna e é para a baderna que, encerrado o seu ciclo histórico, está voltando. A fim de abafar o clamor popular pelo impeachment da presidente da República, o Partido mandou um “salve” para os pseudo-movimentos sociais, dizendo que existe uma “onda conservadora” no País e que é preciso ocupar as ruas e fazer agitação política (leia-se 'baderna') para detê-la. É sintomático e revelador que nem Dilma Rousseff, nem Rui Falcão, presidente do diretório nacional do PT, tenham pedido desculpas ou se manifestado condenando o atentado contra a Catedral.

Disse o papa Francisco que se alguém insultasse sua mãe, mesmo que fosse um grande amigo, lhe daria uma merecida bofetada: «si un grande amico mi dice una parolaccia contro la mia mamma, gli arriva un pugno!». A Igreja é nossa mãe na ordem da graça: Sancta Mater Ecclesia. A agressão sacrílega à Catedral de São Paulo teve por objetivo atingir a própria Igreja. Dar a outra face quando somos nós os agredidos pode ser um ato de virtude e caridade, mas oferecer a face dos outros quando os agredidos são estes, ainda mais quando se trata da própria mãe, é ato de covardia, injustiça e indiferença. Não podemos deixar de reagir, com os meios de que dispomos dentro da lei e da moral, contra esse abuso sacrílego. O PT precisa de uma resposta nossa nas ruas e nas urnas.

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Rodrigo R. Pedroso é procurador autárquico, advogado graduado e mestrando em Filosofia pela Universidade de São Paulo, membro da UJUCASP (União dos Juristas Católicos de São Paulo)
• Correio eletrônico: rpedroso2015@yahoo.com.br

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