Acadêmicos reagem à doutrinação socialista no ENEM


RIO DE JANEIRO – Um conjunto de questões da prova de Ciências Humanas do último exame nacional de ensino médio (ENEM-2014) abriu um debate entre acadêmicos sobre o direcionamento ideológico e a doutrinação dos estudantes por meio do teste. O sociólogo Demétrio Magnoli (foto), que propôs a discussão, disse que algumas respostas tidas como "corretas" estão carregadas de ideologia antiamericana, de ódio à Imprensa e de ideias das políticas racialistas, todos pontos característicos dos governos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.

Pelo menos seis questões trariam esses vieses, segundo Magnoli e outros especialistas que se manifestaram publicamente. Como de costume (e como já se pôde observar fartamente na campanha eleitoral petista deste ano), os partidários do governo tentaram defender o tom da prova citando supostos trechos com matiz similar nas primeiras edições do exame, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é disparado o "saco de pancadas" favorito dos esquerdistas tupiniquins... O fato óbvio é que, ainda que alguma coisa semelhante tenha acontecido no passado (embora esta seja uma afirmação no mínimo controversa), um erro não justifica o outro.

Bem mais plantado sobre a realidade objetiva dos fatos, Magnoli cita a questão em que um texto do filósofo Marcos Nobre versa sobre "política e conservadorismo brasileiros". Pelo gabarito divulgado pelo Ministério da Educação, a resposta "certa" é: “A característica do sistema político brasileiro (...) obtém sua legitimidade da sustentação ideológica das desigualdades sociais”.

"O que há de fundo nessa questão é que é preciso remodelar a sociedade, o que seria feito pelo poder público, a partir de um combate das ideologias difundidas pelos meios de comunicação", – defende Magnoli. – "O que está por trás é que existe uma clara conspiração para difundir uma certa visão de mundo. O que está aí é o núcleo de controle da mídia. Todas as edições do ENEM vão nessa linha".

Num artigo publicado na última segunda-feira no noticiário "O Globo", o sociólogo criticou questões referentes à "Comissão Nacional da 'Verdade' (sic)" e ao "Golpe de 1964", que transmitiram a ideia de que “a imprensa é má e o governo é bom”. Em relação às políticas racialistas, Magnoli fez ressalvas sobre os enunciados referentes à Frente Negra Brasileira e a um parecer do Conselho Nacional de Educação que instituiu o Ensino de "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana" nas escolas.

Professora de História do tradicional Colégio Sacré-Coeur, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, Alice da Costa concorda com o sociólogo e criticou o que chamou de “caráter catequizante” das questões de Ciências Humanas:

"A prova apresentou questões de cunho ideológico, como um gesto de catequese ideológica, pelo qual os candidatos seriam forçados a se curvar à doutrina política do governo, repetindo exaustivamente a sua ideologia, sob pena de ficar excluído do ensino superior", – afirma. – "Essas questões que abordam políticas sociais adestram o candidato. De alguma forma, pretendem rebater e criticar os governos neoliberais do passado."


"Não é de hoje", diz pesquisador


Doutor em Ciência Política e pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (RJ), Simon Schwartzman (foto) elogia a análise de Magnoli e ressalta que a crítica se estende a edições anteriores do ENEM: "O texto do Demétrio é excelente, mas não surpreendente, por que não é de hoje que o ENEM inclui questões que supostamente avaliariam o pensamento crítico, mas, na realidade, só avaliam o 'politicamente correto' na visão de seus autores."

No Enem 2012, a polêmica girou em torno da prova de Linguagens. Como noticiado à época, pelo menos oito questões mostravam preocupação excessiva em defender o uso oral e coloquial da língua em detrimento da norma culta. No mesmo ano, candidatos receberam a nota máxima em redação apresentando textos com erros grosseiros como “trousse”, “enchergar” e “rasoavel”(!), além de desvios graves de concordância. Após a revelação na mídia e a indignação da sociedade, o MEC tornou os critérios de correção um pouco mais rigorosos. Na edição do fim de semana, havia duas questões sobre variação linguística. O professor Claudio Cezar Henriques, titular do Instituto de Letras da UERJ, critica esse tipo de abordagem:

"A equipe que elabora a prova de Linguagens é de sociolinguística(!), trabalha com variação linguística, não é de Português(!). A prova tem que usar textos e questões que envolvam a esfera acadêmica e a linguagem padrão contemporânea. Mas, às vezes, o texto traz no conteúdo uma ideologia dos interesses dos partidos políticos que comandam a banca do ENEM."

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Fonte:
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/academicos-atacam-doutrinacao-do-enem-14546063#ixzz3Ix9YbPZb
Acesso 13/11/014
ofielcatolico.com.br

8 comentários:

  1. É comum eu dizer às minhas filhas que respondam certas questões, em suas provas ou vestibulares, de uma determinada forma (quando é múltipla escolha) , mas que, na realidade, a resposta correta seria outra.

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    1. Essa orientação aos nossos filhos é realmente fundamental, Wagner.

      Apostolado Fiel Católico

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  2. http://www2.camara.leg.br/agencia-app/resultadoEnquete/enquete/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC94DF4E Por favor vejam este link com URGENCIA, é uma enquete da câmara federal, que pergunta: "Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?" Os gays, ativistas e simpatizantes estão votando "NÃO" em massa, por favor anuncie nesta ferramenta que prega os valores tradicionais e da família para que seus seguidores votem "SIM". O resultado desta enquete vai ser usada futuramente na aprovação e criação de leis. Ajudem a divulgar, por favor, É URGENTE!

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  3. http://www2.camara.leg.br/agencia-app/?wicket:interface=:0:1:::

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    1. Muito obrigado pela dica, Marcos, mas infelizmente chegou tarde. Esta enquete já´foi encerrada, com uma absurda vitória do "não". Tudo que pude fazer foi enviar o comentário que reproduzo abaixo:

      Não respeito ou deixo de respeitar nenhuma pessoa humana em razão de suas preferências sexuais, e sim em razão do seu caráter; isto é uma coisa. Mas querer deturpar o conceito de família, minar a importância daquele que é o próprio alicerce da sociedade, isto é um crime hediondo contra os nossos princípios mais sagrados, que não vamos tolerar. O resultado apresentado, com a vitória do "não", é simplesmente ridículo. É mais do que óbvio que grupos ativistas organizados (e patrocinados, como sabemos) vieram votar em massa pelo "não". Estes enquetes não têm absolutamente nenhuma possibilidade de representar o pensamento da população brasileira.

      A imensa maioria do nosso povo, que evidentemente é a favor da família dita "tradicional" (que é simplesmente a família de fato, como sempre foi desde o início da civilização), não tem informação, instrução ou mesmo condições práticas para vir aqui votar. Esta é mais uma ridícula tentativa do governo atual de tentar fazer passar seus projetos particulares travestidos de "opinião popular". Posso garantir que o nosso povo, – constituído de esmagadora maioria cristã, – não concorda com esta verdadeira afronta, de se pretender mudar o Estatuto da Família. Mudem os nomes das coisas, vocês nunca conseguirão mudar a verdade objetiva, e nem os nossos corações. Vocês não conseguirão implantar a sua tirania. Vocês cairão, e logo. O povo finalmente está despertando, e as últimas eleições o deixaram claro.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    2. olá, eu havia mandado o link de quem já havia votado,me perdoe, este é o certo: http://www2.camara.leg.br/agencia-app/votarEnquete/enquete/101CE64E-8EC3-436C-BB4A-457EBC94DF4E

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  4. isso, por favor, divulguem

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