Porque fazer o Sinal da Cruz

TARDE DESSAS, passando diante da centenária igreja de São João Batista, no histórico bairro do Brás, em São Paulo (SP), terminava de traçar o Sinal da Cruz sobre minha fronte e peito quando ouvi um murmurar vindo de trás de mim: “O que é que você está fazendo, moço?” – Olhei e vi uma senhora dos seus cinquenta e poucos anos, ostentando um grande coque grisalho no alto da cabeça e óculos de aros plásticos. Ela falava num tom quase de súplica, como se eu estivesse cometendo um crime horrível.

    "Estou fazendo o Sinal da Cruz", respondi, enquanto ela balançava a cabeça negativamente. “Não faça isso, meu filho...”. Perplexo, quis saber o porquê, e ela se saiu com esta: “Cada vez que você faz esse sinal, é como se estivesse crucificando Jesus novamente, é uma ofensa...”.

    Até que ponto chega a criatividade das pessoas que odeiam a Igreja, pensei com meus botões (pensando não naquela pobre senhora, mas sim em quem incutiu tal bobagem em sua mente). Tomando cuidado para não parecer agressivo ou irônico, argumentei: "eu faço o sinal da cruz em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Como pode ser ruim algo que eu faço invocando a Deus conforme ensina a Bíblia?". Fiz questão de mencionar a Bíblia (conf. Mt 28,19), porque já tinha percebido, logo de cara, que se tratava de uma “evangélica”, e sei bem que eles acreditam que só podem aceitar aquilo que está escrito, literalmente, no Livro Sagrado.

    Ela pareceu surpresa com a minha resposta. “Esta é a primeira vez que um católico me responde com uma citação da Bíblia! Só que está errado, viu? Jesus sofreu muito na cruz, a cruz é um símbolo de maldição, de sofrimento, de vergonha...”. E ela fez menção de ir embora, mas eu insisti: "com todo o respeito, quem foi que falou isso para a senhora?"; e ela me olhou, desconcertada: “Quem falou foi um homem de Deus, meu filho”...

    "A senhora acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus?", perguntei, e ela mais que depressa respondeu, com muita ênfase: “Mas é claro!"; e então eu prossegui: "nesse caso, acho que o homem que ensinou isso para a senhora está bem equivocado. O Apóstolo Paulo diz na Bíblia: 'Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo' (Gl 6,14). Quer dizer, a Cruz é glória para o cristão. Na verdade, a cruz é o símbolo que nos identifica como cristãos, é como se fosse a nossa 'carteira de identidade'. Era um símbolo de vergonha antes de Jesus Cristo, mas depois d'Ele tornou-se símbolo de vitória, de salvação, de santidade. Quem pensa que a cruz é um símbolo de vergonha está vivendo ainda no tempo do Antigo Testamento, antes da nova e eterna Aliança em Cristo! É como se essa pessoa nunca tivesse ouvido falar em Jesus! – Digo mais: em Efésios está escrito: 'Pela cruz, Jesus Cristo reconciliou os povos com Deus, em um Corpo, eliminando com a cruz as inimizades.' (Ef 2,16)".

    Ao dizer isso, fiz uma pausa e fitei aquela senhora bem nos olhos, com firmeza e seriedade. Ela esfregou as mãos no saiote comprido, baixou o olhar e retrucou, agora baixinho: “Mas o Senhor Jesus sofreu tanto na cruz...”. – "E como sofreu!", Respondi, com firmeza. "Por isso mesmo é que devemos honrar e amar a Cruz, porque foi por meio dela que Nosso Senhor se entregou em Sacrifício pela nossa salvação. Como diz a Bíblia, a Cruz é o nosso maior orgulho enquanto cristãos! Nela, e somente nela, podemos e devemos nos gloriar!".

    Ela agora estava em silêncio, e me olhava com muita atenção, admirada, confusa. Finalizando a conversa, perguntei: "afinal, a senhora não sabia que o próprio Jesus disse: 'Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de Mim'? Está no Evangelho segundo Mateus (10,38)! E Ele também advertiu a cada um de nós: 'Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia sua cruz e me siga' (Lc 9,23), e mais ainda: 'Quem não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo' (Lc 14,27). – Se a senhora me permitir, deixo um conselho: se esse 'homem de Deus' a quem senhora se referiu está ensinando algo diferente disso, corra para bem longe dele, porque ele está dizendo o contrário do que disse Cristo! Em quem a senhora prefere confiar? Para não ter erro, entre numa igreja católica e reze, peça a Luz do Espírito Santo: peça a Ele que lhe mostre o caminho e qual a verdadeira Igreja. Peça que lhe mostre se falsos pastores por acaso não andam tentando desviá-la do verdadeiro caminho do Senhor. Afinal, a Igreja Católica é a única que foi fundada diretamente por Jesus Cristo. Quem sabe um padre possa tirar outras dúvidas que a senhora tenha? Bom, eu já vou indo. Que Deus a abençoe".

    Retomei o meu caminho, mas a mulher continuou lá, parada, muda. Nem falou um “tchau”. Andei alguns passos e olhei para trás, para ver se estava ainda no mesmo lugar. E o que vi, desta vez, surpreendeu foi a mim: ela subira as escadas da igreja, e entrava timidamente pela porta(!).

    Segui meu rumo pensando em quanta gente perdida, entre preconceitos implantados, precisando apenas de um bom conselho, transita pelas ruas desta cidade e do mundo, com a "cabeça feita" por falsos pregadores. Gente que depende apenas da orientação de um fiel católico para encontrar o seu caminho até a Igreja de Cristo. Católicos que, em sua maioria, permanecem mudos, mesmo quando aparece a oportunidade para evangelizar.

Depoimento de Henrique Sebastião para a revista
"O Fiel Católico"

** "E como crerão n'Aquele de Quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?" (Rm 10,14) – Para ensinar bem e auxiliar o próximo a sair do erro, é preciso conhecer bem a Doutrina católica. Clique para estudar conosco e aprender a defender a sua Fé: assine nossa plataforma de conteúdos exclusivos e tenha acesso à nossa formação teológica integral.

61 comentários:

  1. Parabéns Henrique!
    Quando o Papa Francisco fala de termos simplicidade, creio ser esse gesto que devemos ter. Muitas vezes são nas coisas simples do dia-a-dia que temos a oportunidade de evangelizar e não temos coragem. Como você mesmo disse, não temos discernimento e perdemos a oportunidade. Sempre ouço alguns protestante me elogiar com frases "você é um católico diferente" quando os recebo na porta da minha casa. Eles ficam sem reações quando temos palavras para dirigi-los. Palavras que os libertam e o fazem refletir. É claro que muitas vezes encontramos os turrões e ignorantes que fecham os ouvidos e o coração para tudo.
    Vejo sua atitude como a de um grande discipulado e o da senhora como a de uma grande ouvinte prestes à conversão.
    Como diz a oração: Senhor, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!
    Que nosso coração esteja preparado para a ação evangelizadora.
    Que o Senhor esteja sempre em suas ações.
    Paz e Bem!

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  2. O que é engraçado nesta história toda é que se os protestantes só se fiam na Bíblia, de veria estar na Bíblia que não devêssemos fazer este sinal (o da cruz), se eles alegam que não se deve fazer aonde esta, em que passagem e versículo que não deveríamos fazer este sinal e nem tê-los em nossas casas e igrejas?.

    Anônimo Sidnei.

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    1. 4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
      5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
      6 E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.

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    2. Renato, este post é sobre o Sinal da Cruz, não tem nada a ver com imagens. Em todo caso, eu também sei brincar de copiar passagens da Bíblia e colar aqui, quer ver só?

      DEUS ORDENA A CONFECÇÃO DE IMAGENS:

      "Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.(...). Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro. E porás o propiciatório em cima da Arca (...). E ali virei a ti; e de cima do propiciatório, do meio dos querubins falarei contigo a respeito de todas as ordens aos filhos de Israel." (Êxodo 25,19-22)

      "O povo veio a Moisés e disse: ‘Pecamos, pois temos falado contra o Senhor e contra ti. Pede por nós ao Senhor’. Moisés, pois, orou pelo povo. Então disse o Senhor a Moisés: ‘Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e todo que olhar para ela viverá’.” (Números 21,7-9)

      O TEMPLO DE DEUS, CONSTRUÍDO SEGUNDO A VONTADE DO ALTÍSSIMO, ERA REPLETO DE IMAGENS:

      "Fez no Santuário dois querubins de madeira de oliveira, com 10 côvados de altura. (...) Revestiu de ouro os querubins. Mandou esculpir em relevo, em todas as paredes da casa ao redor, no santuário como no Templo, querubins, palmas e flores abertas. Nos dois batentes de oliveira mandou esculpir querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu-as de ouro."

      "Por baixo da borda em redor havia botões que o cingiam, dez em cada côvado (...). E firmava-se sobre doze bois, três dos quais olhavam o norte, três o ocidente, três o sul e três o oriente (...). Sua espessura era três polegadas, e a borda era em forma de lírio. Fez também duas bases de bronze: eram formadas de painéis e enquadradas de molduras. Nos painéis enquadrados haviam leões, bois e querubins, assim como nas travessas igualmente. Por cima e por baixo dos leões e dos bois pendiam grinaldas. (...) Nas placas dos esteios e painéis, assim como no espaço livre entre elas, esculpiu querubins, leões, palmas e grinaldas circulares. Deste modo fez as dez bases: todas com a mesma fundição, a mesma medida e os mesmos entalhes. (...) Todos estes objetos que Hirão fez para o rei Salomão, para a casa do Senhor, eram de bronze polido." (I Reis 7,13-51)

      Querubins, anjos, flores, romãs, frutas, lírios, palmas, e até bois e leões! Havia muito mais imagens no Templo de Jerusalém do que em qualquer igreja católica de hoje,

      Tem muitas outras passagens na Bíblia que mostram que Deus não só aprova como ordena o uso de imagens no culto, mas não cabem neste espaço. Para maiores esclarecimentos, acesse o endereço abaixo:

      http://www.ofielcatolico.com.br/2010/01/imagens-na-igreja-outra-vez.html

      Abraço fraterno e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    3. O problema deste pessoal como o Renato Pereira citando Exodo 20, 4-6, é de se questionar o seguinte: DEUS proíbe as imagens de maneiras relativa ou absoluta?. Se fora absoluta, então não se pode fazer nenhuma, mas, nenhuma imagem mesmo, até mesmo, gravuras e figuras que se apresentam em livros e revistas protestantes, e também as imagens citadas pelo Henrique que estão na Bíblia. Porém, se for relativa, então devemos verificar quais as imagens proibidas, e a resposta esta na própria passagem de Exodo 20, a parti do versículo 3 o qual esta escrito: "3.Não terás outros deuses diante de minha face.4. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.5. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto". Hora, as imagens proibidas por DEUS estão bem evidentes aqui, não são todas as imagens de maneira absoluta, mas as imagens de falsos deuses, de ídolos, então se trata de uma proibição relativa, é isto que os protestantes não entendem, ou não querem entender. Há, mas vocês católicos se prostram diante dessas imagens em sinala de adoração e até pedem orações a elas, em primeiro lugar, nós católicos não se prostramos diante destas imagens em sinal de adoração, mas, em sinal de honra em reverência não a imagem mas quem a ela representa, e nós sim, pedimos em oração, novamente não a imagem mas quem a ela representa, a intercessão destes homens e mulheres e de Santos Anjos cujas imagens representam, dentro da comunhão dos Santos em que todos nós unidos a CRISTO, somos solícitos uns com os outros, e nesta comunhão é que nós aqui na terra pedimos aos irmãos que já estão nos céus que orem por nós diante de DEUS, PAI, FILHO E ESPIRITO SANTO. Esta é nossa fé e é nisto que cremos.

      Anônimo Sidnei.

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    4. Graça e Paz!

      Bem, em relação ao sinal da cruz, não fazemos porque, pra simplificar, não está na Bíblia ordenança para fazê-lo. Claro que temos tradições que não estão na Bíblia, mas elas não tem peso de doutrina. São mais questões administrativas.
      Quanto às imagens: creio que a raiz do problema é outra. Nós protestantes não fazemos orações a outros, apenas a Deus. Por isso as imagens acabam não sendo necessárias.
      Sei que há Igrejas na Europa com imagens de Calvino, Lutero e outros. Mas são apenas históricas. Normalmente, nenhum protestante fará orações a Calvino ou Lutero.

      Espero ter ajudado.

      Em Cristo.

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    5. O Sinal da Cruz, assim como o uso da água benta ou das cinzas na celebração que antecede a Quaresma, é um sacramental, e os sacramentais também não tem peso de doutrina.

      Apostolado Fiel Católico

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    6. Henrique, você poderia me explicar o que é sacramental? Não conheço esse termo.

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    7. Olá, Filipe, sua resposta foi publicada em forma de post. Espero que o ajude.

      Abraço fraterno e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    8. O problema não é a CRUZ, más usar tal SÍMBOLO como amuleto da proteção. Nunca vi um católico carregando uma cruz nas costas só porque Jesus disse pra cada um levar sua cruz. Isso é simbolismo católicos, não adianta fazer sinal da cruz e NAO perdoar como Jesus perdoou, amar como Jesus amou, ISSO É LEVAR A CRUZ, ISSO SIM É SINAL DO CRISTAO, amar!

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    9. Assim armou a todos não com a segurança que vem das lanças e dos escudos, mas com a coragem que suscitam as boas palavras. Narrou-lhes ainda uma visão digna de fé uma espécie de visão que os cumulou de alegria.
      12. Eis o que vira: Onias, que foi sumo sacerdote, homem nobre e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu.
      13. Em seguida havia aparecido do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável, e nimbado por uma admirável e magnífica majestade.
      14. Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus.
      15. E Jeremias, estendendo a mão, entregou a Judas uma espada de ouro, e, ao dar-lha, disse:
      16. Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos.
      São Paulo diz que Abel, mesmo depois de morto ainda fala - Hebreus 11,3-4
      São Paulo diz que as almas dos justos que morreram nos rodeiam como testemunhas - Hebreus 12,1
      Meu querido Filipe Santos, essas são as provas de fé que sustentam as práticas de pedirmos a intercessão dos santos, pois estão glorificados na Santa Presença de Deus,
      As imagens são símbolos que nos remetem ao próprio Deus, pedir oração através da imagem é apenas simbólico, pois a imagem por si mesma não possui poder, mas ao trazermos na fé a esperança de alcançarmos a Presença de Deus e de seus anjos e santos, conseguimos através dessa representação simbólica elevar nossas súplicas, e demonstrar o valor que tem os símbolos do Santuário de Deus e o que representam para nós!

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    10. O SIGNIFICADO DO SINAL DA CRUZ

      LITURGIA

      «Qual a origem do sinal da cruz dos cristãos? Que significa propriamente?»

      A fim de elucidar o assunto, examinaremos em primeiro lugar o significado da cruz antes do Cristianismo; a seguir, analisaremos a prática do sinal da cruz entre os cristãos.

      1. A cruz antes de Cristo

      A cruz é um dos símbolos mais antigos e difundidos entre os povos — o que se deve provàvelmente à sua configuração extremamente simples e espontânea; consta de duas linhas retas que se cortam em direções opostas: a vertical, lembrando o fogo, representaria as aspirações mais profundas e ardentes do homem, sua sede de algo de melhor e sua- atividade; a linha horizontal, lembrando a superfície plácida da água, representaria a tranquilidade e a paz decorrentes da consecução do objetivo almejado.

      E que conceitos terão os homens associado ao símbolo da cruz?

      1.1. As primeiras noções que a humanidade parece ter concatenado com a cruz, eram alvissareiras ou de bom presságio, não de mau agouro.

      Como se poderia evidenciar isso?

      Em geral, o desenho da cruz era associado, entre os povos orientais primitivos, a alguma das três seguintes ideias, muito caras a todo homem: a ideia do sol, fonte de calor, luz e vida (ou seja, de bem-estar); a ideia da terra inteira; do universo, ou a ideia do homem mesmo.

      Procuremos exemplificar cada uma dessas três associações:

      a) O binômio «cruz = sol, fonte de vida» é dos mais frequentes na antiguidade.

      a') Assim os caldeus na Mesopotâmia representavam o sol por um disco donde procediam oito ralos; juntando esses raios dois a dois, obtinham quatro braços -ou feixes de luz a emanar (a Igual distância) do disco central — o que equivalia a uma cruz.

      Entre os destroços da idade do bronze, não faltam; em objetos de cerâmica, em joias, os traços característicos da cruz. a recordar um foco de luz ou o sol.

      b') No Egito, um dos hieróglifos tinha a forma de cruz; era o ank, o qual significava «vida, ser». Na verdade, o ank nada mais era um tau (T) munido de uma alça sobre a trave horizontal, para ser facilmente transportado; tomava assim a forma de uma chave, sendo por isto chamado «chave da vida».

      Do Egito, o símbolo ank ou a chave da vida difundiu-se para a Fenícia e para outras regiões do mediterrâneo, aparecendo em túmulos, cerâmicas, joias...

      c') Outra modalidade de cruz antiga é a cruz gamada (assim dita porque se compõe de quatro gamas (r), unidos entre si pelas bases); encontra-se frequentemente na Grécia antiga e na Ásia. Na Índia, a cruz gamada tinha o nome de swastiska (apelativo derivado de su, bem, e astl, está). Na China, a cruz gamada pertencia aos sinais da escrita, exprimindo «pluralidade» e, por conseguinte, «abundância, prosperidade, longa vida». No Japão, representava o número 10.000 e, derivadamente, «abundância, prosperidade».

      Continua...

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    11. Os estudiosos têm perguntado: donde se poderia derivar o sentido de bom agouro da cruz gamada? — Diversas são as respostas apresentadas: a cruz gamada significaria ou água corrente ou o ar, ou o fogo, ou o relâmpago ou o sexo feminino ou o sol e seu aparente curso rotatório. Cada uma destas explicações parece encerrar parte da verdade: em última análise, é bem possível que originariamente a cruz gamada tenha representado o sol em seu aparente movimento (o sol é, sim, um dos elementos básicos que a cruz constantemente simboliza); posteriormente, a cruz gamada se terá tornado símbolo do movimento dos astros em geral e, por extensão, símbolo de tudo aquilo que parece mover-se por si mesmo (a água, o vento, o raio, o fogo, etc.). Consequentemente, a cruz gamada ficou sendo aos poucos um símbolo de prosperidade, fecundidade ou bênção; em algumas regiões, veio a ser mesmo o emblema dos deuses que asseguram o desenvolvimento, do homem e da natureza.

      Segundo Albert Reville, os aborígenes do México chamavam a cruz «árvore da fecundidade» ou «árvore da vida».

      b) A cruz era cara aos antigos também por simbolizar a terra ou o universo. Com efeito, por seus quatro braços a cruz alude as quatro partes do mundo e aos quatro ventos que trazem a chuva benéfica. Entre os chineses, dizia-se que a Divindade plasmou a terra em forma de cruz. O filósofo grego Platão (séc. V a.C.), por sua vez, ensinava que a estrutura do universo é constituída por dois grandes eixos que se cortam ao meio em forma de X (cf. Timeu 36).

      Já na era cristã, S. Jerônimo (+421), fazendo eco a esse antigo modo de ver, interrogava:

      «A imagem da cruz, que representa ela senão a moldura quadrada do mundo?» (Com in Mc).

      c) O terceiro título que outrora valorizava a cruz, era a afinidade com o tipo humano. Com efeito, desde que estenda os braços para os lados, o homem toma a forma de cruz; em consequência, não era raro dizer-se que o homem foi feito segundo a figura da cruz. Nos destroços da pré-história encontram-se amuletos e ídolos a representar o homem em forma de cruz.

      1.2. No Império Romano, isto é, no fim da era pré-cristã, a cruz foi sendo mais e mais aplicada como instrumento de suplício; destarte tornou-se lembrete de ignomínia e morte; aos cidadãos do Império ela não podia deixar de inspirar horror espontâneo (como a imagem da forca horroriza o homem do séc. XX). Por isto mesmo a cruz, entre os romanos, não tinha uso decorativo nem simbólico; estava mesmo banida do setor da estética.

      Recapitulando: nos primórdios de sua história, a cruz aparece como sinal de bom agouro, principalmente por estar não raras vezes associada à ideia do sol, fonte de vida e felicidade.

      Somente no limiar da era cristã a cruz se tornou motivo de escândalo e repúdio, dado o largo uso que dela foram fazendo os magistrados na punição de criminosos.

      Ora foi em meio a tal estado de coisas que o Cristianismo, mensagem do Crucificado, começou a se propagar. Consideremos, pois, o comportamento dos discípulos de Cristo em relação ao símbolo da cruz.

      Continua...

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    12. 2. Os cristãos e o sinal da cruz

      2.1. Muito embaraçosa era a situação dos cristãos "frente aos demais cidadãos do Império Romano: deviam-lhes apregoar a mensagem da cruz redentora, de modo a suscitar não somente compaixão, mas também entusiasmo e adoração diante de Jesus Cristo crucificado!

      «Enquanto os judeus exigem milagres e os gregos andam em busca da sabedoria, nós, da nossa parte, pregamos Cristo crucificado — escândalo para os judeus, loucura para os gentios. Para aqueles, porém, que foram chamados — tanto judeus como gregos —, é... poder de Deus e sabedoria de Deus» (São Paulo, 1 Cor 1,22-24).

      Em tais circunstâncias, os discípulos de Cristo não hesitaram em acentuar o caráter aparentemente paradoxal da «Boa Nova» ou da salvação pela cruz. A fim de persuadir mais eficazmente, terão, em casos oportunos, recorrido à estima que os antigos pagãos tributavam ao sinal da cruz; não era esta, apesar de tudo que ela pudesse evocar de horrendo para um cidadão romano, um símbolo espontâneo de; bom agouro desde os primórdios da humanidade?

      O seguinte episódio ilustra bem como os cristãos procuraram aproveitar as antigas concepções de seus concidadãos pagãos a fim de os levar à fé de Cristo:

      O historiador cristão Sócrates (t 439) refere que no ano de 389, em Alexandria (Egito), «quando se demolia e despojava o templo de Serápis, foram encontrados caracteres ditos 'sacros' gravados sobre pedras. Esses caracteres tinham a configuração da cruz; vendo-os, tanto os cristãos como os pagãos não hesitaram em relacioná-los com a sua respectiva religião. Os cristãos, considerando a cruz como sinal da paixão salutar de Cristo, julgaram tratar-se do sinal característico da fé; os pagãos, porém, diziam que se tratava de algo de comum a Cristo e a Serápis... Levantou-se uma controvérsia sobre o assunto, por ocasião da qual alguns dos gentios convertidos ao Cristianismo e bem iniciados na significação dos hieróglifos deram a interpretação do sinal que tinha a forma de cruz; asseveraram, sim, que significa (em linguagem hieroglífica) a vida futura. Os cristãos aproveitaram-se então dessa circunstância em favor da sua própria religião, concebendo ainda mais ardor e segurança na defesa da sua causa. Entrementes aconteceu que alguém demonstrou, por meio de outros hieróglifos, que o templo de Serápis deixaria de existir quando nele se tornasse notório ao público o sinal em forma de cruz a simbolizar 'a vida futura'. Diante disto, maior número de pagãos abraçou o Cristianismo e. confessando os seus pecados, recebeu o Batismo» (História Eclesiástica V 17).

      Continua...

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    13. 2.2. O fato é que desde cedo na história do Cristianismo o sinal da cruz aparece como um dos gestos mais caros aos cristãos e mais frequentemente praticados por eles.

      No séc. m, por exemplo, Tertuliano na África atestava o amplo uso que do sinal da cruz faziam os fiéis nas mais variadas contingências da vida cotidiana:

      «Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições. quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da cruz» (De corona militis 3).

      Pouco depois, a mesma praxe era testemunhada no Oriente por São Cirilo de Jerusalém (1386):

      «Não nos deixemos deter pela vergonha de confessar o Crucificado. Corajosamente façamos o sinal da cruz com a mão sobre a nossa testa ao iniciar qualquer ato, ou seja. antes de comer e beber, ao entrarmos em casa e ao sairmos, antes de nos deitarmos, ao adormecermos e ao nos levantarmos, ao caminharmos e ao descansarmos» (Catequese XIII 36).

      O hábito de fazer o sinal da cruz estava tão arraigado entre os cristãos que até mesmo o Imperador Juliano (t 363), apóstata, costumava persignar-se nos momentos de perigo (cf. Teodoreto, Hist ecl. m 3).

      O uso popular era, de resto, confirmado pela Liturgia da Igreja. È o que dá a ver S. Agostinho no seguinte trecho :

      «Com o sinal da cruz consagra-se o corpo do Senhor (= a Eucaristia), santifica-se a fonte batismal, ordenam-se os sacerdotes e os outros ministros; numa palavra, consagra-se tudo que, por invocação do nome de Cristo, deve ser tornado santo» (serm. 181; cf. In Io tr. 118,5).

      Tão peremptório testemunho leva alguns estudiosos a supor uma tradição litúrgica muito antiga, datada talvez da época dos Apóstolos, os quais terão dado inicio e autoridade ao costume de fazer o sinal da cruz. Embora não se possa insistir no valor desta hipótese, reconhecer-se-á que documentos do séc. II (como as «Constituições da Igreja do Egito», os «Atos de São João,... de São Tomé,... de São Pedro») aludem explicitamente à praxe de persignar-se vigente entre os cristãos da época. Sabe-se ademais que os catecúmenos da primitiva Igreja eram repetidamente assinalados com a marca da cruz, marca esta que fazia parte também do ritual do Batismo.

      Continua...

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    14. 2.3. Quanto à maneira como se fazia o sinal da cruz, deve-se notar o seguinte :

      Tratando-se de pessoas, nos primeiros séculos ou o próprio cristão ou o ministro sagrado marcava apenas a testa mediante o polegar ou o dedo indicador da mão direita, de acordo com o que insinua São João no Apocalipse (cf. Apc 7,3; 9,4; 14,1). O sinal podia ter a forma de cruz (-f) propriamente dita ou de tau (T) ou de chi (X).

      Aos poucos, passou-se a assinalar também a boca do cristão, os seus olhos, por fim, o seu coração ou o seu peito, a fim de imprimir um sinal de santificação respectivamente às palavras, aos olhares e aos afetos da pessoa (o tríplice sinal da cruz feito sucessivamente sobre a testa, os lábios e o peito ainda está em uso na Liturgia, desempenhando um papel simbólico bem evidente).

      Desde cedo, como referem os testemunhos de Tertuliano e S. Cirilo de Jerusalém, o mesmo gesto simbólico foi sendo traçado outrossim sobre os objetos de uso cotidiano dos cristãos, principalmente sobre os alimentos, a fim de comunicar um valor religioso a todos os atos do discípulo de Cristo, mesmo aos que ele realiza em comum com os demais seres vivos (como o comer e o beber); ficava (e fica) assim realçado que nada é profano ou meramente leigo na vida de um cristão, mas tudo deve ser exercício da obra da Redenção, iniciada por Cristo na cruz do Calvário e desdobrada por cada cristão no setor de atividades em que a Providência o colocou.

      Consta, aliás, que na antiguidade e na Idade Média a cruz fazia as vezes de assinatura, no caso dos analfabetos, representando assim a própria pessoa do cristão.

      2.4. A posição dos dedos, ao traçarem o sinal sagrado, variou no decorrer dos tempos.

      Do séc. VI em diante, Isto é, após o surto da heresia monofisita (que afirmava haver em Cristo uma só natureza e uma só pessoa), os monofisitas fizeram questão de professar a sua doutrina persignando-se e dando a bênção com um único dedo estendido (para simbolizar uma só natureza em Cristo), ao passo que os cristãos fiéis à reta fé, no Oriente, passaram a traçar o sinal da cruz com dois dedos estendidos (o polegar e o indicador ou o indicador e o médio), a fim de afirmar as duas naturezas em Cristo.

      Na mesma época introduziu-se também o uso de estender três dedos para professar a fé na SSma. Trindade ou o trinômio «Jesus Cristo Salvador».

      Tornou-se também habitual, a partir do séc. VIII no Oriente, o gesto de unir entre si as extremidades do polegar e do anular, de modo a formarem um circulo, ficando os três outros dedos (o indicador, o médio e o mindinho) estendidos; tal configuração da mão devia exprimir, pelo seu número ternário, a fé na SSma. Trindade e, pelo seu binário, a crença nas duas naturezas de Cristo; havia de lembrar outrossim as letras gregas I X C (iniciais da fórmula «Jesus Cristo Salvador»).

      No Ocidente, tornou-se costume estender os três primeiros dedos, ficando o anular e o mindinho dobrados; os beneditinos, a partir do séc. VIII. davam a bênção estendendo os cinco dedos da mão (a simbolizar as cinco chagas do Senhor, como geralmente se diz); esta praxe tornou-se obrigatória no Ocidente por ordem do Papa São Pio V (t 1572).

      Continua...

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    15. 2.5. Pergunta-se agora: e de guando data o grande sinal da cruz, que vai da testa ao peito e de espádua a espádua?

      Há possíveis vestígios de tal rito no séc. V, pois o biógrafo de São Severino de Colônia (f 482) narra que Este santo, antes de morrer, fez com a mão estendida o sinal da cruz sobre todo o seu corpo (Mon. Germ., Auct. Ant. I 28). O rito parece ter-se difundido principalmente por obra dos monges. Muito provàvelmente, a princípio, para fazer o grande sinal da cruz, estendiam-se apenas os três primeiros dedos e passava-se da espádua direita para a esquerda (gesto que os cristãos orientais ainda hoje conservam). Após o séc. XIII foi prevalecendo entre .os ocidentais a praxe, atualmente usual, de fazer o -grande sinal com a mão direita aberta, passando-se do ombro esquerdo para o direito. — A que motivos se devem tais mudanças? — Difícil seria afirmar alguma coisa a esse propósito.

      O Papa Inocêncio III (+1216), sem pretender indicar a origem histórica das modalidades do sinal da cruz, propunha interpretações alegoristas do mesmo, de acordo com a mentalidade de sua. época. Assim, por exemplo, referindo-se à maneira mais antiga de fazer o grande sinal, explicava que os três dedos estendidos significavam a SSma. Trindade, a qual, conforme o profeta Isaias «com três dedos mede a massa do globo terrestre» (cf. Is 40,12); a mão seria levada de cima (da testa) a baixo (ao peito), porque Cristo desceu do céu - à terra;... da direita para a esquerda, porque o mesmo Senhor passou dos judeus para os gentios!... Quanto à modalidade posterior, ocidental, dizia o mesmo autor que a mão passava da espádua esquerda para a direita porque nós nos devemos transferir da miséria para a glória, como Cristo se transferiu da morte para a vida (cf. De sacro mysterio n 45, ed. Migne lat. 217, 825). Tais explicações não se impõem; servirão para nutrir a piedade de quem se sinta aliciado por elas!

      No séc. XVI ainda estavam em vigor no Ocidente as duas modalidades (a mais antiga e a nova) de se fazer o grande sinal da cruz.

      Continua...

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    16. fiste era, naturalmente, acompanhado de uma fórmula. A principio proferia-se a simples indicação: «Signum crucis (eis o sinal da cruz)» ou a clássica profissão de fé trinitária: «Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo», ainda tisual. Os gregos costumam hoje em dia dizer: «Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, tem piedade de nós». Ocorre outrossim. nos rituais latinos a invocação do Senhor: «Nosso auxílio está no nome do Senhor» ou «Deus, vinde em meu auxilio».

      2.6. Recapitulando, pode-se assim propor o significado do tradicional sinal da cruz, tão caro aos cristãos :

      1) É primeiramente o selo do Senhor, imposto ao respectivo discípulo, a fim de indicar que o cristão pertence totalmente (alma e corpo, pensamentos, palavras e obras) a Cristo; dai a razão de se persignarem as principais partes do corpo (testa, lábios, coração, ouvidos, olhos...).

      2) É profissão de fé em Cristo e, em particular, no poder redentor da cruz; daí utilizar-se frequentemente o sinal da cruz para dissipar as tentações e insidias do demônio; dizia mesmo uma antiga fórmula que acompanhava o «persignar- -se»: «Eis a cruz do Senhor; fugi, ó hostes adversárias!» Ainda atualmente no Ritual do batismo o ministro faz o sinal da cruz sobre o candidato, dizendo: «Este sinal da santa cruz que nós impomos à testa (de tal catecúmeno), tu, ó maldito - demônio, nunca ouses violá-lo». Pelo mesmo motivo, ao se praticar o exorcismo, multiplicam-se os sinais da cruz sobre a pessoa possessa.

      3) É invocação da graça e da bênção de Deus sobre pessoas ou objetos, invocação feita mediante os méritos da cruz (ou da crucifixão) de Cristo. Por esse motivo, todos,os sacramentos são acompanhados do sinal da cruz; qualquer bênção é dada mediante o sinal da cruz, pois, como dizia São Leão Magno (+461), «a cruz de Cristo é a fonte de todas as bênçãos, é a causa de todas as graças» (serm. 59,7).

      4) Pode acontecer que o sinal da cruz tenha valor meramente indicativo, servindo apenas para designar pessoas ou coisas a que se refira alguma fórmula de oração. Assim Rufino de Aquiléia (+410) narra que os fiéis costumavam persignar a testa quando proferiam no símbolo de fé as palavras: «Creio... a ressurreição desta carne» (Com. in Symb. Apost. 43). As cruzes que o sacerdote faz sobre a hóstia e o cálice após a Consagração da S. Missa já não podem ter valor de bênção, mas são meros sinais indicativos.

      Continua...

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    17. Apêndice

      A guisa de complemento, seguem-se algumas notas sobre a posição doutrinária dos protestantes a respeito do sinal da cruz.

      Lutero, em seu contraste contra Roma, eliminou dos ofícios públicos tal sinal; não obstante, recomendou calorosamente aos discípulos, não deixassem de o fazer todos os dias de manhã ao se levantarem. As «Constituições Eclesiásticas» de Hannover (1536-89), por sua vez, aboliram o sinal da cruz no culto; o teólogo luterano Brenz, no séc. XVI, receava que esse gesto levasse os fiéis à magia!

      Contudo o sinal da cruz não desapareceu logo por completo; ao contrário, muito mereceu a estima das comunidades protestantes, principalmente por ocasião da celebração da ceia do Senhor.

      O racionalismo do séc. XVIII foi funesto para tal gesto simbólico; o escritor protestante J. C. Velthusen preconizava a total extinção do mesmo, desde que não fosse necessário para satisfazer a mentalidade dos fiéis mais fracos na fé; G. B. Elsenschmidt julgava que o «persignar-se» favorecia a superstição; em consequência, por todo o século passado esse gesto esteve, por assim dizer, banido dos usos protestantes.

      Nos últimos decênios, porém, já se têm feito ouvir testemunhos a favor de sua restauração. Basta citar H. Asmussen: além de afirmar diferença radical entre «sinal da cruz» e «magia» ou «encantamento». Este autor observa que a cruz traçada por ocasião de uma bênção constitui um sábio lembrete de que a promessa de bênção messiânica se cumpriu pela cruz de Jesus Cristo (cf. Asmussen, Die Lehre vom Gottesdlenst. München 1939, 257-9). Principalmente a chamada «Alta Igreja Anglicana» (High Church) compartilha as ideias do Catolicismo a respeito do sinal da cruz. — É assim que a cruz mais uma vez atrai os homens!

      Autor: Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

      Ademilson Moura

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    18. "O problema não é a CRUZ, más usar tal SÍMBOLO como amuleto da proteção". Só pode falar uma besteira dessas quem não entende nada de catolicismo, até porque, como explicou Ademilson em seu primeiro comentário, a imagem (da Sagrada Cruz ou não) não possui poder em si própria, ou seja, não é um amuleto.
      "Nunca vi um católico carregando uma cruz nas costas só porque Jesus disse pra cada um levar sua cruz. Isso é simbolismo católicos, não adianta fazer sinal da cruz e NAO perdoar como Jesus perdoou, amar como Jesus amou, ISSO É LEVAR A CRUZ, ISSO SIM É SINAL DO CRISTAO, amar!"
      Em primeiro lugar, é óbvio que ao dizer que cada um deve carregar a sua cruz Nosso Senhor estava falando de modo simbólico para se referir às dificuldades e sofrimentos pelos quais cada um deve passar se quiser ser discípulo dEle. Nenhum católico verdadeiro seria tão burro a ponto de pensar que a cruz a qual Ele se referia era NECESSARIAMENTE literal e, portanto, colocaria uma cruz de verdade nas costas.
      Em segundo lugar, também é óbvio que não adianta fazer o Sinal da Cruz ou qualquer outro sacramental e não amar como NSJC amou, perdoar como Ele perdoou, etc. Se alguém quiser com isto insinuar que para nós católicos fazer o Sinal da Cruz substitui ter uma vida santa, novamente como se fosse um "amuleto mágico", é a própria pessoa que precisa aprender a amar e perdoar como o Senhor ao invés de julgar e dar pitaco sobre o que não conhece.
      Em terceiro lugar, não confunda carregar a própria cruz com amar. Levar a sua cruz é suportar os sofrimentos da vida com a fé e esperança cristãs que NSJC pede a cada um de nós, o que pode significar o amor ao próximo ou não (depende muito da situação). A paz de NSJC!

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    19. Engraçado como nossos irmãos evangélicos gastam um tempo precioso para nos julgar porque veneramos imagens e traçámos o sinal da cruz sobre a face ao passar frente a uma igreja católica, se é pecado o que dizer da universal que construiu uma replica da arca da aliança sendo que até algumas igrejas quadrangular agora aderiram a arca,e o que dizer de alguns padres que usam batinas e a estola como se fossem padres que eles tanto criticam,aqui em BR é comum vem em algumas igrejas petencostais,eu penso que antes de tudo tem que haver o respeito pois julgamento e condenação só cabe a Deus.

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  3. Aproveitante este post, gostaria de perguntar ao Henrique sobre o porque os Testemunhas de Jeová não acreditam que CRISTO morreu em uma cruz, eles alegam que no texto dos evangelhos em grego a palavra cruz se apresenta como stauros que traduzido significa poste, estaca, e que a palavra cruz só apareceu depois de traduzido a Bíblia do grego para o latim. O que podemos responder aos testemunhas de jeová para rebate-los diante da insistente alegação de que CRISTO foi morto em uma cruz e não em uma estaca ou poste como eles alegam?.

    Anonimo Sidnei.

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    1. Olá, Sidnei,

      Os tais "TJ" são craques em "procurar motivo", como se diz por aí. Para eles, qualquer pretexto é usado para questionamentos infundados contra as doutrinas mais tradicionais e antigas da autêntica fé cristã, e assim incutem dúvidas tolas nas mentes ingênuas e despreparadas. Eles possuem até uma outra versão/tradução das Escrituras que é só deles, repleta de crassos erros de tradução.

      A confusão que eles criam sobre a questão de Jesus ter morrido pregado numa cruz ou numa estaca ou poste se baseia no fato de que, lá nos primeiros princípios, a crucifixão não era da maneira como conhecemos hoje: o condenado era realmente pregado ou amarrado a uma só peça de madeira ou poste, geralmente terminado em ponta.

      A Bíblia faz menção a isto em Gn 40,19 (José diz ao padeiro que ele seria pendurado no madeiro): é a palavra 'es, no hebraico original, que significa pau ou madeiro e aparece também em Js 8,89, (Josué manda tirar do madeiro o cadáver do rei de Ai), e em Est 5,14.

      Os latinos traduziram esse madeiro usando o termo "acuta crux". Sêneca (4aC - 65dC), em sua Epístola XVII (1-10), chama assim a esse instrumento simplérrimo e pavoroso de execução.

      Mas existem também, entre os próprios autores latinos, referências muito claras a outra espécie de peça de suplício, que é a que nós conhecemos, porque o Cristo foi executado nela, chamado simplesmente "crux", sem o complemento "acuta", que o modifica.

      Essas referências são explícitas e mencionam que a crux, diferente da acuta crux se compunha de duas peças de madeira. Uma das provas mais definitivas está nas citações de Tito Mácio Plauto (254-184 aC): dois séculos antes de Cristo, ele já descrevia a cruz como composta de duas vigas atravessadas, sendo uma maior, o stipes, tronco mais longo e pesado, que era fixado no solo, e uma menor, o patibulum ou antenna, a travessa que forma os "braços" da cruz.

      Um texto de Plauto (Carbonaria, fragmento 2), descreve: "Patibulum ferat per urben deinde adfigatur cruci", isto é, o patibulum era carregado pela cidade, antes de ser pregado à cruz. Note-se que esse texto foi produzido quase dois séculos antes de Cristo.

      Em uma outra descrição, o mesmo autor testemunha que o patibulum ou trave da cruz era levada pelo réu sobre o ombro, ou passando-o por detrás do pescoço, segurando a trave com as mãos.

      Também Tertuliano (160 - 220 dC), ainda em fins do século II, afirma (Adversus Nationes, livro II): "Tota crux impatur cum antenna scilicet sua, et com illo sedilis excessu": "Toda a cruz, suspensa com sua trave atravessada, nela sobressaindo o 'assento'".

      Temos, portanto, testemunhos explícitos de um pagão e de um Padre da Igreja. Ambos viveram no tempo em que se crucificavam pessoas, e registraram por escrito como era a cruz. Mas não é só: um escritor latino chamado Maternus Julius Firmicus, pagão que viveu no tempo de Constantino, descreve: "Patibulum sufixus in crucen tollitur" (Mathematica 6, 31): "O patibulum era pregado na cruz levantada".

      Não há nenhuma dúvida de que a cruz, desde antes da era cristã, compunha-se de duas peças, e assim era a cruz latina, na qual nosso Senhor foi sacrificado. A cruz evoluiu da simples estaca para o instrumento de suplício com duas peças que conhecemos.

      Por fim, o fato de Constantino ter exaltado grandemente a Sagrada Cruz é uma outra grande evidência da veracidade histórica do tipo de cruz em que o Cristo entregou sua vida, em meio a sofrimentos extremos, pelo bem de todos nós. Prova que Nosso Senhor Cristo sofreu a maior humilhação ao ser sacrificado sobre um objeto que era, como vimos, símbolo máximo de vergonha e humilhação, transformando-o no mais glorioso de todos os estandartes.

      [Para um estudado mais aprofundado: The Crucifixion of Jesus: A Forensic Inquiry, Frederick T. Zugibe (2005)]

      Apostolado Fiel Católico

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    2. Obrigado Henrique pela resposta, porém poderei sem medo de errar dizer a qualquer um. não somente aos TJ que aquilo que esta na Bíblia como stauros não significa somente estaca ou posto, mas a cruz como a conhecemos já que no grego não havia algum outro nome para se dar a palavra cruz, foi então que os escritores do N.T. empregaram tal palavra (stauros) para designar que não se tratava somente de uma estaca ou posto mas de fato a cruz?.

      Anonimo Sidnei.

      E só para reforçar o que você Henrique disse, se de fato a cruz era uma vergonha para aqueles que morressem nela e para os familiares e amigos, como então os cristãos seguidores de alguém iriam adotar como simbolo um instrumento que significava uma grande vergonha para as pessoas daquela época.

      A revolta de Espartacus não somente Espartacus mas um grande número de pessoas não foram estaqueadas e empaladas mas crucificadas.

      A uma menção de uma imagem encontrada na colina Paladino em Roma em que se vê um homem ajoelhado diante de alguém com cabeça de burro crucificado, é claro que esta era uma representação debochada dos pagãos contra os cristãos que adoravam a JESUS na cruz, mas esta é uma clara afirmação que o cristão acreditavam, sim, que JESUS morrera em uma cruz e não em um estaca ou poste de madeira, http://paulowon.com/2013/01/06/cabeca-de-burro-ou-a-face-de-deus/.

      Por fim, existem nas catacumbas de Roma símbolos como a da cruz ancora, o que demonstra que os primeiros cristãos tinham a cruz como um simbolo de uma ancora o qual através do sacrifício de CRISTO na cruz, ela a cruz se torna como uma ancora por qual CRISTO nos firmou na salvação eterna assim como um a ancora firma um navio no fundo do mar para não ficar a deriva, demonstrando mais uma vez que os primeiro cristãos tinham e acreditavam sim, que CRISTO padeceu em uma cruz e não em uma esta ou poste de madeira.

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    3. Ótimas informações, que complementam e enriquecem a minha exposição inicial. Agradeço pela valiosa colaboração.

      Apostolado Fiel Católico

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  4. Graça e Paz.

    Como é bom conversarmos com boa dose de conhecimento e civilidade! Sabe Henrique, a cruz é algo muito forte para mim. Como diz um hino famoso:
    "Sim, eu amo a mensagem da cruz.
    Seu triunfo meu gozo será!
    Pois um dia, em lugar de uma cruz,
    A Coroa Jesus me dará!".
    Quando penso na cruz de Cristo, me sinto pequeno, como na verdade sou. Cristo ali pagou por meus pecados, para que eu não tivesse que pagá-los. Com toda a minha justiça, e toda a minha bondade, na verdade merecia o inferno. Fui salvo apenas pelo sacrifício de Cristo!
    Refletir sobre o sacrifício na Cruz me ajuda a compreender seu significado; sua expressão de amor por pecadores caídos, a grandeza de Deus e a minha pequenez.

    Deus os abençoe.

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  5. Gostei da explicação dada aquela senhora evangélica. Espero que a mesma tenha encontrado o caminho da verdade. Seria tão bom que a nossa igreja começando pelos padres e bispos dissessem para o povo que a igreja que Jesus Cristo fundou é a nossa. Não precisa julgar nenhuma seita, mas falar a verdade é necessário.

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    1. Gostaria de saber aonde fala na bíblia q Jesus fundou a igreja católica.

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    2. Qual Bíblia, anônimo? A Bíblia Sagrada dos cristãos? Aquela que foi produzida, canonizada e preservada pela Igreja Católica? Eu respondo: está lá em Mateus 16,17-19:

      "E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
      Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
      E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus."

      Posso lhe garantir que a "igreja" do "pastô" da esquina não foi fundada diretamente por Nosso Senhor Jesus Cristo, mas a Igreja Católica sim.

      E antes que você diga que a pedra em questão não era Pedro, e sim Jesus, leia o post abaixo:

      A Pedra sobre a qual se fundamenta a Igreja neste mundo

      Um abraço fraterno

      Apostolado Fiel Católico

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  6. Parabéns.
    Se cada um de nós fizesse o que você fez, estaríamos trazendo muito mais pessoas para a Verdadeira Igreja.

    Que Deus lhe abençoe.

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  7. Gostaria de saber pq no 4 mandamento se diz para guardar o sabado e os catolicos guardam o domingo?

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    1. Porque não vivemos mais nos tempos da Antiga Aliança, mas nos novos tempos da Nova e Eterna Aliança com Deus em Cristo Jesus.

      O motivo mais importante é que Jesus Cristo ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (Dominus, o Dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico.

      O Antigo Testamento é figura do Novo; o sábado judaico é figura do domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica:

      §2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.

      Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28,1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…” Em Ap 1,10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    2. Henrique, confesso que não entendi direito, você pode me explicar?
      Se o domingo é o primeiro dia da semana, o sétimo dia da semana é no Sábado, correto?
      Paz e bem!

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    3. Sim, sem dúvida Josilaineee(?). Como o domingo é dia de descanso, e a nossa semana de estudos e trabalho começa na segunda-feira, tendemos a achar que a segunda é o primeiro dia. Mas na realidade o primeiro dia é o domingo, e o sétimo é o sábado.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    4. Continuo sem entender, me desculpe! É Josilaine kkk
      Se o Sétimo dia é sábado, por que guardamos domingo?

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    5. Sua resposta foi dada num artigo próprio, que você pode ler acessando o link abaixo, Josilaineee:

      Por que a Igreja guarda o domingo e não o sábado?

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    6. Muito obrigada!!! A Paz!

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  8. Pq os catolicos rezam e os catolicos oram? Qual o significado e diferença desses dois?

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    1. Queira ler a sua resposta acessando o link abaixo:

      Diferença entre orar e rezar – as "vãs repetições"

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  9. Se Deus disse crescer e se reproduzir pq o padre nao faz como Deus mandou?

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    1. Como cristãos, Adilson Ribas, precisamos ir bem além do Livro do Gênesis e das normas da Antiga Aliança.

      Como católicos, sabemos ler o Livro Sagrado por inteiro, como deve ser, e sabemos que nos tempos da Nova e Eterna Aliança entre Deus e os homens, em que vivemos, o celibato é aconselhado aos presbíteros, na própria Bíblia Sagrada, por São Paulo Apóstolo:

      "Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor.O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido. Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha. " (1Cor 7,32-40)

      O próprio Apóstolo era celibatário. E diz:

      "Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele. Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu. " (1Cor 7,7-9).

      Além disso, e mais importante, Nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro Sacerdote, foi celibatário. A Igreja vê n’Ele o modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato, se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou clara a sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “

      "Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda”." (Mt 19,12)

      Quem pode melhor compreender a Escritura do que a Igreja de Cristo, sua autora, Corpo do Senhor, coluna e sustentáculo da Verdade para aquele que crê?

      Tanto o celibato quanto o Matrimônio, para o cristão, são sagrados, e nem um nem outro pode ser excluído. Cada um tem de Deus o seu dom particular, e convém aos sacerdotes, que consagram suas vidas para o cuidado das coisas de Deus, manterem-se solteiros e inteiramente separados (santificados) de tudo o que é do mundo.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    2. É sempre assim, eles chegam fazem um monte de perguntas depois somem.

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  10. Calma Luis antonio, eu nao sou pastor, meu objetivo é aprender vou ler o q me foi respondido analisar e farei minha treplica. Por enquanto obrigado Henrique

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    1. Se o seu objetivo é aprender, Adilson, e se você ainda nem leu e não analisou a resposta, então como pode já dizer que vai treplicar?

      E se o que eu disse estiver simplesmente correto, e o seu "pastor" estiver errado? Isso nem lhe passa pela mente? Será que você estar errado e a Igreja Católica ser realmente a Igreja de Cristo é algo que você não quer admitir, mesmo que seja verdade?

      Veja como a sua fala denuncia o seu apego a uma determinada doutrina humana, algo que foi incutido em sua mente e do qual você não quer se libertar: "Vou ler, analisar, e depois farei a minha tréplica", você diz. Ora, mas se você nem sabe o que foi dito, como pode dizer que vai treplicar, isto é, que vai contestar, que vai tentar refutar? E se o que eu disse, insisto, estiver certo?

      Você não sabe o que eu disse, mas já sabe o que fará, já sabe qual será a sua reação. Você pede que eu lhe mostre o que eu tenho, mas você tampa os ouvidos e fecha os olhos com toda a força, e já está pronto para gritar a resposta: "É mentira, é mentira, é mentira!".

      Aonde isso vai levá-lo? A afirmar o seu ego? Você vai se sentir melhor se conseguir encontrar as palavras certas para montar uma tréplica? Isso vai fazer com que você se sinta bem?

      Talvez sim, talvez você se sinta temporariamente bem por achar que venceu um debate na internet, mas me responda: onde é que fica a Verdade?

      Quando você lê um artigo como este, a sua reação é automática: lá vai você procurar na Bíblia, revirar as páginas, esmiuçar o texto em pesquisas por palavras-chave para ver se consegue encontrar alguma coisa que possa usar para, aparentemente, contrariar o que eu disse. Mas me responda uma coisa: onde é que fica a Verdade nessa história?

      Até Satanás usou citações da Escritura para tentar Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas a Verdade não está perdida em nenhum versículo. A Verdade não está isolada, embalada para presente nas páginas das Sagradas Escrituras. A Verdade é transcendente, – está muito além da nossa capacidade de compreender o texto sagrado. E não se entregue ao pecado da soberba extrema de pensar que o Espírito Santo o assiste particularmente a cada vez que você lê. Para isso é que existe a Igreja, com toda a sua autoridade, dada pelo Senhor Jesus Cristo.

      Pense nisso, abra sua mente, procure antes de tudo pela Verdade, e aceite-a quando ela mostrar sua belíssima face.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  11. É um prazer ter uma pessoa como você na igreja católica henrique!
    Que Deus o abençoe e continue te dando sabedoría!

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  12. Só p exclarecer Henrique ,sou católico os sacramentais tem peso sim na doutrina catolica .satanás os teme.#emanuel

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  13. Eu estou amando tudo o que tenho lido, tem me ajudado muito nas minhas varias duvidas e questionamentos que surgiram com maior intencidade apois minha mãe que diziam ser "catolica roxa" se torna "evangelica" creio hoje que foi por nunca ter cido verdadeiramente catolica e meu pai por fraquesa espiritual por suas doenças a pouco tempo tambem se tornou assim por dizer "evangelico".
    Tem me dado muita força encontrar tantas respostas esclarecedoras em seu blog Henrique, estou me fortalecendo aqui para poder debater esses pontos com minha mãe e poder traser de volta essa ovelha perdida mas, nao tem sido tarefa facil para mim depois de tanto tempo longe da igreja por ser fraca na fé mas, vou percistir na fé da unica igreja de Cristo Jesus, me coloque em suas oraçoes e minha famila tbm.
    Deus seja verdadeiramente louvado por ter dado a você esse dom tao maravilhoso de fazer a obra Dele, resgata e transforma os corações perdidos, adormecido!


    A Paz de Jesus e o Amor de Maria esteja com voce sempre cada vez mais..

    Regiane Ap. Rosa - Minas Gerais

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  14. Porque fazemos o sinal da cruz quando passamos enfrente a uma igreja?
    Eu tenho para mim que é como reconhecimento que Jesus Cristo verdadeiramente abita ali na Sagrada Eucaristia, estou errada?

    Regiane Ap. Rosa

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    1. Regiane, salve Maria!

      Falamos já dessa questão, no post que você pode ler no endereço abaixo:

      http://ofielcatolico.com.br/2001/04/porque-fazer-o-sinal-da-cruz.html

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  15. Sou João, filho de Deus, católico, casado, Shalom.
    Meu irmão, gostaria que esclareça, ou comente a argumentação que Pedro morreu na crux como Jesus. Por favor se puder use argumentos históricos.

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    1. O que diz os Padres da Igreja:
      - Carta do Papa Clemente de Roma aos Coríntios (ano 96). Falando da perseguição de Nero, ano 64, escreve: “Lancemos os olhos sobre os excelentes apóstolos: Pedro foi para a glória que lhe era devida… A esses homens … juntou-se grande multidão de eleitos que, em consequência da inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico exemplo” (5,3-7; 6,1).

      - Santo Ireneu (140-203), Bispo de Lião-França, escreveu uma obra importante “Contra as Heresias”. Nesta nos confirma a chegada de Pedro a Roma: “À maior e mais antiga e conhecida por todos, à Igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos Pedro e Paulo” (III, 3, 2); “Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a Igreja romana transmitiram o governo episcopal a Lino” (III, 3, 3).

      - Eusébio de Cesaréia (260-340), na sua “História Eclesiástica”: “O apostolo Pedro na Judéia, empreendeu uma longa viagem além-mar… para o Ocidente, veio para Roma” (História , II, 14, 4-5). “Nero foi também o primeiro de todos os inimigos de Deus, que teve a presunção de matar os apóstolos. Com efeito conta-se que sob o seu reinado Paulo foi decapitado em Roma. E ali igualmente Pedro foi crucificado. Confirmam tal asserção os nomes de Pedro e de Paulo, até hoje atribuídos aos cemitérios da cidade” (História, II, 25, 5).
      - “Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de São Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à via Óstia e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro” (História, II, 25, 6).
      - “Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio na mesma ocasião” (História, II,25,8).
      - Orígenes, (185-253), na obra Comentários ao Gênesis, terceiro livro (conservado na História de Eusébio, III,1, 2): “Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele mesmo desejara sofrer”.

      “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lucas 21.16-17).

      - “Se a mim me perseguiram também vos perseguirão a vós... mas tudo isso vos farão por causa do meu nome” (João 15.19-20).

      Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

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    2. Caro João, além das indicações acima, sobre as verdades cristãs, assista este belo filme sobre Pedro, que lhe vai auxiliar melhor vossa caminhada rumo a Santa Tradição da nossa Santa Igreja Católica Apostólica Romana:
      https://www.youtube.com/watch?v=OtI-crFMBsY
      Salve Maria!

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  16. A Igreja católica tem 2 mil anos teve varias adaptações históricas,a Igreja evangélica apos Lutero já soma 494 anos,A divisão entre os católicos romanos e os luteranos aconteceu em 1521, com a Dieta de Worms, onde Lutero e todos seus seguidores foram oficialmente excomungados pela Igreja Católica. A divisão tinha por base a doutrina da justificação, sendo que Lutero advocava-a através do princípio de que "a salvação vem somente pela graça, somente pela fé e somente por Cristo", contrariando o ponto de vista romano, que se baseava em uma "salvação pelo amor e pelas boas obras".surgiu varias denominações e ai a bíblia diz se não e contra nos e por nos.

    "Marcos 9"

    38 "Mestre", disse João, "vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos."
    39 "Não o impeçam", disse Jesus. "Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida,
    40 pois quem não é contra nós está a nosso favor.
    41 Eu digo a verdade: Quem der um copo de água a vocês em meu nome, por vocês pertencerem a Cristo, de modo nenhum perderá a sua recompensa.
    42 "Se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma grande pedra amarrada no pescoço.
    Sim copiei e colei. realmente gostei das informações aqui presente.aceito criticas e vou ler com respeito.

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    1. Caro Alexsandro,

      Seu resumo da História não corresponde muito bem aos fatos. Não está correto dizer que a doutrina da Igreja Católica "se baseava na 'salvação pelo amor e pelas boas obras". As obras nunca foram a base ou a causa, e nem poderiam ser, mas sim consequência. Não creia em tudo o que diz a Wikipedia.

      A Igreja Católica sempre pregou a salvação, primeiro e exclusivamente, em Cristo, porque "por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens e resgatou-os do pecado que os mantinha na escravidão (CIC §1741),sendo as boas obras como que o reflexo da fé autêntica, pois "se a fé não se desenvolve nas obras, está morta (cf. Tg 2,14-16) e não pode dar frutos de vida eterna" (CIC §3).

      Quanto a questão "Quem não é contra nós está a nosso favor", já postamos um artigo específico por aqui a esse respeito. Leia acessando o link abaixo:

      Quem não é contra nós está a nosso favor?

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  17. “É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.”Proclo de Constantinopla, bispo
    A primeira coisa que nossos pais católicos nos ensinam a fazer é o sinal da Cruz. É uma das mais belas marcas de nossa religião; é o ato que inicia e termina nossas orações particulares ou coletivas. É um sinal externo que “nos volta para Deus”.
    Sua referência é bíblica. Uma delas está no livro de Ezequiel (9,3-4): “O Senhor disse: Percorre a cidade, atravessa Jerusalém e marca na fronte os que se lamentaram afligidos pelas abominações que nela se cometem.”
    A marca é um tau (T), última letra do alfabeto hebraico, que tinha a forma de uma cruz. Os marcados são propriedade do Senhor, uma porção sagrada e intocável. Em Apocalipse 7,3 temos outra cena semelhante: “Não causeis danos à terra nem ao mar nem às árvores, até que selemos a fronte dos servos do nosso Deus.” Em ambos os textos, a marca na fronte significava a salvação e sem ele o homem não seria poupado.
    Tertuliano (†220) escrevia no ano 211 d. C.: “Nós marcamos nossa fronte com o sinal da cruz. Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz” (De corona militis 3).
    Fazer o sinal da cruz já era um hábito antigo quando escreveu isso.
    Há muitos textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de Cristo:
    Mt 10,38: “Aquele que não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim” (Cf.Mc 8,34; Lc 9,23; 14,27).
    Mt 16,24: “Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
    Gl 2,19: “Pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado com Cristo.”
    Gl 6,14: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.”
    Diz ainda Santo Hipólito de Roma (†235), descrevendo as práticas dos cristãos do século II: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se á feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que á um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreite para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).
    São Paulo exalta a santa cruz: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que se salvam, isto é para nós, é uma força divina.” (1 Cor 1,18)
    Podemos e devemos fazer o sinal da cruz sempre que vamos rezar, conversar com Deus, pedir a sua proteção. Ao passar por uma igreja, ou outro lugar sagrado, podemos fazer o sinal da cruz, com respeito, e bem feito, para pedir a Deus a sua proteção. O importante é a intenção de rezar, “voltar-se para Deus”. O próprio Sinal da Cruz é uma oração. Importa que seja feito com devoção, e não como superstição.
    Diante do Santíssimo Sacramento, pode-se fazer o sinal da cruz, mas não é obrigatório; e sim a genuflexão. Também não é necessário fazer o sinal da cruz ao receber a sagrada Comunhão, pois já o fizemos no início da celebração.
    Nota: vale a pena lembrar que no dia 14 de setembro a Igreja celebra a festa da exaltação da santa cruz.
    “… Até hoje a cruz é glorificada; com efeito, é a cruz que ainda hoje consagra os reis, adorna os padres,protege as virgens, dá força aos ascetas, reforça os elos dos esposos, dá ânimo às viúvas.É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.”Proclo de Constantinopla, bispo (c. 390-446) – Sermão para o Domingo de Ramos

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  18. Sou catequista de adultos e procurando embasamento para os encontros encontrei vocês. Obrigada mil vezes! Vocês me emocionam com tanto zelo e dedicação pela palavra de Deus (tradição, magistério e palavra escrita). Deus Trindade abençoe a todos. Maria nossa mãe, onipotência suplicante, interceda por nós!!!

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  19. É muito triste a ignorância dos protestantes, como eles se irritam com simples gestos e palavras. Nem preciso dar exemplos, pois cada um consegue imaginar mil e um exemplos disso. Afirmo com segurança que o politicamente correto é a versão secular dessas bobagens protestantes.

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    1. As trevas não compactuam com a Luz, nem se misturam com ela. Não me refiro com isso aos protestantes em sim, como pessoas, mas sim às falsas doutrinas nas quais estão, infelizmente, perdidos.

      Fraternidade Laical São Próspero

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  20. Seguindo o raciocínio da verdade absoluta se o catolicismo romano está certo o protestantismo está errado e cristianicamente falando isso implica em salvação eterna e condenação eterna.

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  21. Geralmente os protestantes não aceitam a ideia que os católicos romanos são cristãos evangélicos por isso é importante os católicos romanos terem argumentos para refutar os protestantes e evangelizá-los.

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  22. o proprio Cristo se encarnou para que tivessemos entre nós uma IMAGEM viva de Deus...discutir com protestante é perda de tempo, ainda mais com protestante brasileiro, que nem mesmo sabe que é protestante, sao "evangelicos"...

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