Reflexo do vazio espiritual de nossos tempos e o culto à feiura – Sobre o presépio do Vaticano em 2020




O TEMPO LITÚRGICO que estamos vivendo nos leva a pensar sobre a história da nossa relação (nós, seres humanos) com Deus. Antes mesmo da Encarnação do Verbo de Deus, nos tempos do Antigo Testamento, ainda depois do Pecado original, essa relação já existia, porém era mais distante. A Presença de Deus era sentida e reverenciada, o homem buscava por seu Criador, e Ele se manifestava de muitos modos ao seu povo.


Deus foi adorado no Templo, mas permanecia então um Deus todo misterioso, todo espiritual, não visível. E ainda que já assistisse e confortasse ao seu povo com promessas maravilhosas – "Poderá uma mãe esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto das suas entranhas? Mas mesmo que esta o esquecesse, Eu nunca te esqueceria" (Is 49,15) – ainda assim permanecia um Deus "Altíssimo" (do hebraico El Elyon), inacessível, invisível e intangível.


E o povo sofrido, sedento por relacionar-se com o mundo espiritual e com as realidades divinas, tropeçava no caminho e caía constantemente na idolatria, quando buscava representar pictoricamente tais realidades intangíveis – das quais tanto necessitava.




Todavia este mesmo Deus inacessível quis fazer-se acessível; invisível, quis ser visível; intangível, quis ser provado pelo toque das mãos humanas. E Deus se fez carne, e habitou entre nós. Esta é a Festa do Natal: o Mistério do Verbo de Deus – e Deus Ele mesmo – tomando nossa carne, para purificá-la e pagar por meio dela as nossas culpas.


Deus tornou-se visível e pisou o mundo material para poder levar nossas almas até as alturas das coisas santas e invisíveis. É por esse motivo tão sublime que, a partir desse momento, a Igreja não vai mais proibir, antes vai favorecer que se representem pictoricamente as imagens de Nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, bem como as de sua e nossa Santa Mãe, as dos santos, as dos anjos do Céu. Para que por meio dessas coisas, sensíveis e materiais, nas representações artísticas, possamos elevar-nos às realidades que elas representam.



Nenhum católico presta culto à pedra, ao gesso, ao bronze ou aos materiais onde se lavram as imagens sacras/religiosas: prestamos culto às realidades que elas representam; as peças sacras são como que canais sensíveis que favorecem a elevação de nossas mentes e almas.


E a Igreja sempre exigiu que essas imagens fossem representadas digna e decorosamente: os materiais deveriam ser nobres e muito bem cuidados, por motivos óbvios. Exatamente por essa razão as imagens precisam ser dignas quanto à sua aparência e muito bem cuidadas. O Código de Direito Canônico, nos seus cânones 1186 a 1190, trata do cuidado extremo com que os clérigos devem honrar as sacras imagens, às quais chama "preciosas".


Esses cuidados são necessários porque as imagens têm uma função muito importante: a de despertar e infundir no povo a devoção, nunca a de escandalizar a quem quer que seja.


Neste tempo litúrgico tão especial em que nos encontramos, veio a nós, por este gigante da Fé, São Francisco de Assis, a bela tradição de homenagear o Natal de Nosso Senhor por meio de representações artísticas muito próprias  e específicas. Especialmente para as crianças, mas não só para elas, a prática de construir presépios configura-se em uma verdadeira catequese.


Para espanto geral, há alguns dias foi inaugurado, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o presépio "oficial" da Igreja Católica. Muitos não quiseram acreditar no que seus olhos viam, tal a fealdade, o mal gosto e a falsidade das imagens escolhidas.


Por desgraça, as pessoas hoje incumbidas de zelar por tais santos e belos valores da Igreja, claramente não amam estas mesmas tradições: são modernistas e revolucionários que não têm devoção em seus corações, e só pensam em trazer novidades, em destruir tudo o que há, para em seu lugar acrescentar algo "diferente", radicalmente avesso a tudo o que a Igreja sempre fez e quis fazer.


Nas redes sociais ao redor de todo o mundo, as manifestações em reação a essa aberrante "obra de arte" são praticamente unânimes: é feio, é horrível e não representa a nossa Fé; mais ainda, é ofensivo a Nosso Senhor, à sua santíssima Mãe e a nosso pai São José.


Modernistas não creem que a Fé seja um dom espiritual e sobrenatural: para eles, é apenas um sentimento romântico, meramente humano, uma paixão como qualquer outra e, portanto, passível de ser substituída por qualquer outra coisa, outro sentimento, outra paixão romântica.

As figuras ali representadas se parecem com astronautas ou alienígenas. Alguns têm feições semelhantes às dos totens dos deuses nórdicos. Muitos dizem até que parecem representações de demônios... Exagero? Talvez.

Fato é que estamos cansados de tanto sofrer ataques, de tanta profanação, de Sacrários destruídos, de nossas imagens sendo quebradas, de tanto ver a nossa fé sendo desrespeitada. Mas ultimamente não são nossos inimigos externos – nem ateus, nem protestantes, nem muçulmanos – que têm nos entristecido. São nossos padres, nossos bispos e até o nosso Papa.

Isso tudo fará parte de um plano maior, de destruição da Fé e dos valores cristãos na sociedade humana? E o Vaticano, ou gente dentro do Vaticano, compactua com esse movimento? Muitos dizem que sim.  "É só um presépio, é só um estilo de arte diferente, vocês são muito antiquados, retrógrados, reacionários", dirão outros. 

Seja como for, dói no coração ver astronautas, aliens e/ou deuses nórdicos no lugar do Deus Menino, de Nossa Senhora e de São José elevados na praça do Vaticano. Resta-nos rezar, fazer penitência e montarmos, em nossas próprias casas, belas representações do presépio, as quais ofereceremos carinhosamente a nosso Senhor e Salvador, em reparação de tantos ultrajes que vem sofrendo. Miserere Domine!


Nossos tempos exigem uma sólida 
formação cristã católica!


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6 comentários:

  1. Essas fotos são do presépio em questão? Sem palavras...

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  2. MINHA MÃE SANTÍSSIMA, ONDE CHEGAMOS??? EU SOU ARTISTA CATÓLICO APOSTÓLICO ROMANO. SOU UM CONVERTIDO AO CATOLICISMO. VENHO DE FAMÍLIA JUDAICA.
    PARABÉNS PELO LINDO E SÉRIO ARTIGO.
    BEIJO NATALINO - URBANO MEDEIROS MÚSICO EM MG

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  3. UM PRESENTE NATALINO PRA TODOS https://www.youtube.com/watch?v=l7vP_xIHkKE
    MAESTRO URBANO MEDEIROS - MG

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  4. O MENINO-DEUS, NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, ABSOLUTAMENTE NADA TEM A VER COM ESSE SINISTRO E SOTURNO “PRESÉPIO - MAS, A MAÇONARIA APROVOU-O, O MAIS CERTO!
    QUANTO MAIS ALIENAR E RELATIVIZAR OS POVO CATÓLICO - SUBVERTENDO-O A NÃO CRER NO MENINO DEUS, REI E SENHOR DO UNIVERSO - TANTO MELHOR!
    Apenas presépio muito digno se o Vaticano desejar homenagear a NOM-Maçonaria, as quais cultua todas as espécies de deuses pagãos e seitas protestantes; aliás, ausente a deusa índia Pachamamma e senti sua falta, pois comporia ainda mais o macabro, esdrúxulo e repugnante cenário – que pena!
    Dentre as passagens constantes em o “O papa ditador” que mais causou repercussão à época é a em que o autor levanta o véu sobre o juízo de Pe Bergoglio, escrito em 1991 pelo superior-geral da Companhia de Jesus, o holandês Peter Hans Kolvenbach – 1928-2016 – quando de consultas sigilosas pró ou adversas à nomeação do próprio Pe Jorge Bergoglio como bispo auxiliar de Buenos Aires e se apresentava sob o pseudo Marcantonio Colonna:
    “O texto do relatório nunca foi tornado público, mas o seguinte relato foi feito por um sacerdote que teve acesso a ele antes que desaparecesse do arquivo dos jesuítas, pois padre Peter van Kolvenbach acusava o Pe Bergoglio de uma série de defeitos, que vão do uso habitual da linguagem vulgar à duplicidade, à desobediência escondida sob uma máscara de humildade e à falta de equilíbrio psicológico. Na ótica de sua idoneidade como futuro bispo, o relatório enfatizou que, como provincial, ele havia sido uma pessoa que havia trazido divisão à sua ordem,” finalizou.
    O importante é que deveríamos RESISTIR ao hoje papa Francisco, significando externar respeitosamente nossa análise e juízo diante de pronunciamentos, como os da encíclica Fratelli Tutti, ou o endosso dele ao reconhecimento legal das uniões homossexuais, o que constitui mais um golpe mortal no que ainda resta dos membros da civilização cristã ocidental.
    Em suma, RESISTIR significa denunciar, com franqueza filial e respeitosa, a perigosa contradição entre o tratamento privilegiado dispensado pela Santa Sé à China vermelha – cujo regime comunista não condena, enquanto esse satânico governo trucida os católicos romanos – e o desprezo do Papa Francisco pelos grandes países da Europa e das Américas!
    Aliás, semana passada, em sua terra natal, a convulsionada Argentina sob governo marxi-abortista, na Câmara dos deputados, aprovaram o diabólico aborto: não constatei até agora nenhuma censura dele ao maligno infanticídio aprovado junto à Câmara, também ali muitas centenas ou milhares de mulheres eufóricas pelo "direito de assassinar sem censura", recordando aquele: “E todo o povo respondeu: “Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!” Mt 27,25.

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  5. Quanto ao pseudo- presépio, sem comentários. Não tenho palavras. Acho que os membros da igreja que não concordam com isso devem fazer urgentemente uma carta aberta e pedir para ela ser lida em um veículo de comunicação de grande alcance. Vai polemizar. Os católicos precisam se posicionar, fazer também protestos pacíficos em frente ao Vaticano e às dioceses. Não se pode continuar deixando que desrespeitem a sagrada família e os cristãos. O que mais poderá acontecer?

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  6. Em tempo: está sendo salva uma alma do purgatório:
    Reportagem do G1 sobre o "presépio"
    https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/12/15/presepio-darth-vader-do-vaticano-recebe-criticas.ghtml

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