O que é a Verdade? – o testemunho do ex-pastor protestante Marcus Grodi


Nosso apostolado publica agora, – com exclusividade no Brasil, – o testemunho completo (versão integral) do ex-pastor norte-americano Marcus C. Grodi, no qual relata o seu processo de conversão à Igreja Católica. Grodi é o fundador e presidente da organização “The Coming Home Network” e apresentador do programa semanal “The Journey Home”, que é transmitido pela EWTN (a maior rede de comunicação religiosa do mundo). O site "O Fiel Católico" foi escolhido, como referência de pesquisa sobre a Igreja Católica na internet, para a divulgação do texto estendido da história de sua conversão. A tradução é de Elton Netto, e a publicação do texto está devidamente autorizada pela assessoria de Marcus Grodi. Por ser extenso, publicaremos o texto em duas partes, a primeira das quais segue abaixo.



SOU UM EX-PASTOR protestante. Como muitos outros que trilharam o caminho que leva a Roma via o território conhecido como protestantismo, eu nunca imaginei que um dia me converteria ao catolicismo.

Pelo temperamento e treinamento, sou mais pastor que estudioso. Então minha história de conversão para a Igreja Católica talvez não tenha os detalhes técnicos nos quais teólogos trafegam e com os quais alguns leitores se encantam. Mas espero que eu consiga explicar de forma precisa por que fiz o que fiz, e por que acredito de todo o meu coração que todos os protestantes deveriam fazer o mesmo. Não irei me ater aos detalhes dos meus primeiros anos, limitando-me a dizer apenas que fui criado por pais maravilhosos em um lar protestante. Vivi a maioria das experiências da infância e da adolescência de um típico “baby-boomer” (geração nascida entre 1946 e 1963).

Fui ensinado a amar Jesus e ir para igreja no domingo. Cometia também a maioria dos erros tolos que outras crianças da minha geração cometiam. Mas, depois de um período de rebeldia da adolescência, quando tinha 20 anos de idade, experimentei uma reconversão radical para Jesus Cristo. Mudei minha atenção, que estava até então voltada às seduções do mundo, para me tornar uma pessoa seriamente dedicada às orações e ao estudo da Bíblia.

Como jovem adulto, renovei meu compromisso com Cristo, aceitando-O como meu Senhor e Salvador, orando para que Ele pudesse me ajudar a realizar a missão em vida que Ele havia escolhido para mim. Quanto mais eu procurava orar e estudar para seguir Jesus e moldar minha vida para Ele, mais eu sentia o desejo ardente de dedicar minha vida totalmente para servi-Lo. Gradualmente, de forma semelhante aos primeiros raios do sol que preenchem o horizonte escuro, a convicção de que o Senhor estava me chamando para me tornar pastor começou a surgir.

Essa convicção aumentava continuamente enquanto eu estava na faculdade e em seguida durante meu trabalho como engenheiro. Até que finalmente não pude mais ignorar o chamado. Eu estava convencido de que o Senhor queria que eu me tornasse um pastor, então deixei meu emprego e me matriculei no seminário teológico de Gordon-Conwell, nos arredores de Boston. Formei-me em Teologia e logo em seguida fui ordenado ministro protestante. Meu filho de seis anos de idade, Jon-Marc, recentemente memorizou o juramento de Lobinho (fase iniciante para se tornar escoteiro), que diz: “Eu ..... prometo fazer o meu melhor para realizar o meu dever para com Deus e para com meu país”. Essa promessa séria na juventude mais nitidamente expressa a importância da minha razão de desistir da minha carreira de engenheiro para servir, com essa atitude de abandono, inteiramente ao Senhor, exercendo o ministério em tempo integral.

Assumi meus deveres como pastor com seriedade, e queria executá-los corretamente e fielmente. Então, quando estivesse no final da minha vida, face a Face com Deus, eu poderia escutá-Lo dizer estas palavras muito importantes: “Muito bem, bom e fiel servidor” (Mt 25,21). Exercendo essa prazerosa vida de pastor protestante, sentia-me feliz e em paz comigo e com Deus. – Finalmente senti que havia chegado ao fim de uma jornada.


Eu não havia chegado


 Em pouco tempo me deparei com um grande número de confusões teológicas e questões administrativas. Existiam dilemas exegéticos sobre como interpretar corretamente passagens bíblicas difíceis, bem como decisões litúrgicas difíceis que poderiam dividir a congregação. Meus estudos no seminário não haviam me preparado adequadamente para tratar de tamanha complexidade de opções.

Eu simplesmente gostaria de ser um bom pastor. Porém, não conseguia encontrar para minhas questões respostas consistentes nem por meio dos meus colegas ministros, nem dos livros “como fazer” disponíveis na minha estante, nem dos líderes da minha denominação presbiteriana. Parecia ser normal que cada pastor tivesse suas próprias ideias sobre essas questões.

Essa mentalidade de “reinventar a roda toda vez que você precisar”, que é o coração da prática pastoral do protestantismo, estava me perturbando profundamente. “Por que eu precisaria ter que reinventar a roda?”, fiz essa pergunta a mim mesmo aborrecidamente. “O que teria acontecido com ministros cristãos dos séculos anteriores que passaram por essas mesmas questões? O que eles fizeram?”.

Nós fomos ensinados no seminário a enxergarmos o “triunfo” da Reforma sobre o “romanismo” como a emancipação do protestantismo sobre as leis e dogmas e costumes “artificialmente estabelecidos” por Roma que “acorrentaram” os cristãos por séculos. No entanto essa “emancipação” começou a parecer muito mais uma anarquia do que uma liberdade verdadeira.

Eu não obtive as respostas que precisava, ainda que orasse constantemente pedindo por orientação. Senti que meus recursos haviam se esgotado e não sabia para onde ir. Ironicamente, essa sensação de frustração por não ter respostas foi providencial. Isso me fez ficar aberto para as respostas oferecidas pela Igreja Católica. Tenho certeza de que se tivesse a sensação de ter todas as respostas, eu não teria tido a capacidade ou a disposição para investigar as coisas com maior nível de profundidade.


Uma brecha em minha defesa

No mundo antigo, cidades eram construídas nos topos dos morros e circundadas por fortes muralhas que protegiam os habitantes contra invasores. Quando tropas invasoras sitiavam a cidade (por exemplo, quando o exército de Nabucodonosor sitiou Jerusalém (2 Reis 25,1-7), os habitantes estavam salvos enquanto houvesse alimento e água e as muralhas pudessem resistir aos ataques realizados, por exemplo, por meio de catapultas. Porém, se surgisse alguma brecha na muralha, a cidade estaria perdida.

Minha disposição em considerar os ensinamentos da Igreja Católica teve início como resultado de uma brecha na muralha da teologia da reforma protestante que envolvia a minha alma. Por aproximadamente 40 anos trabalhei para construir aquela muralha, pedra sobre pedra, para proteger minhas convicções protestantes. As pedras foram formadas a partir das minhas experiências pessoais, da formação no seminário, dos relacionamentos, e sucessos e fracassos no ministério. A argamassa que firmou as pedras no lugar foram minha fé e minha filosofia protestantes. Minha muralha era alta, espessa e impenetrável, pensei.

Eu comecei a ficar preocupado. A argamassa ficou fraca, as pedras começaram a se mover e deslizar, no início imperceptivelmente, mas depois com uma velocidade alarmante. Tentei com empenho discernir a razão da minha crescente falta de confiança na doutrina protestante. Não estava certo sobre o que eu estava procurando para substituir minhas crenças calvinistas. Porém, eu sabia que minha teologia não era invencível. Li mais livros e consultei teólogos no esforço de remendar a muralha, mas não obtinha qualquer êxito.

Refleti bastante sobre Provérbios 3,5-6: “Confia no Senhor com todo o teu coração, não te fies em tua própria inteligência; em todos os seus caminhos reconhece-O, e Ele endireitará as tuas veredas”. Essa exortação tanto me assombrava quanto me consolava, enquanto tentava tratar das confusões doutrinais e do caos procedural dentro do protestantismo.

Os Reformadores tinham defendido a ideia da interpretação pessoal, individualizada, da Bíblia. Eu comecei a me sentir cada vez mais incomodado com aquela passagem em Provérbios 3,5-6. Protestantes crentes na Bíblia afirmam que eles de fato seguem os ensinamentos nessa passagem ao buscarem a orientação do Senhor. O problema é que os protestantes sentem que o Senhor os está orientando a transitar por milhares de diferentes caminhos de doutrina. E essas doutrinas diferem enormemente entre elas dependendo da denominação protestante.

Eu me debatia com várias perguntas: como posso saber qual vontade de Deus é aplicável para minha vida e para as pessoas da minha congregação? Como posso saber que o que estou pregando está correto? Como posso saber qual é a verdade?

Na luz da confusão acompanhada da desordem doutrinal que existe dentro do protestantismo, – cada denominação baseando o seu posicionamento doutrinal na pessoa que fundou aquela denominação, – o ostentador padrão protestante “eu acredito somente no que a Bíblia diz” começa a soar não verdadeiro. Segui a crença protestante de “somente a Bíblia” para determinar a verdade, mas as doutrinas originárias da Reforma Protestante que eu herdei de João Calvino, João Knox e dos puritanos eram bastante diferentes em muitos aspectos em relação àquelas defendidas por amigos luteranos, batistas e anglicanos.

Nos Evangelhos, Jesus explica o que significa ser um discípulo verdadeiro (veja Mt 19,16-23). É mais do que ler a Bíblia ou ter o seu nome na lista de membros de uma igreja ou regularmente estar presente nos cultos dominicais, ou mesmo fazer uma oração de conversão para aceitar Jesus como o Senhor e Salvador. Essas coisas, apesar de serem boas, isoladamente não nos tornam discípulos de Jesus. Ser discípulo de Jesus Cristo significa fazer um compromisso radical de amor e obediência ao Senhor em cada palavra, ação e atitude, buscando irradiar o amor Dele nos outros. O verdadeiro discípulo, Jesus disse, está disposto a desistir de tudo, até mesmo da própria vida se necessário, para seguir o Senhor.

Eu estava totalmente convencido dessa ideia. Da mesma forma que tentava colocar isso em prática (nem sempre com muito sucesso), fiz meu melhor para convencer minha congregação que aquele chamado para o discipulado não é uma opção, mas sim algo para o qual cristãos são chamados a se esforçar intensamente a realizar. A ironia foi que minha teologia protestante me fez impotente para chamá-los a um discipulado radical, e essa mesma teologia os tornou impotentes para escutar esse chamado e prestar atenção nele.

Alguém pode perguntar: “Se tudo o que é necessário para ser salvo é confessar com tua boca que Jesus é o Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos (Rom 10,9), então por que eu devo mudar? Oh, com certeza, eu devo mudar meus caminhos de pecador. Eu devo me esforçar para agradar a Deus. Porém, se eu não o fizer, o que importa? Minha salvação está assegurada”.

Um repórter de um jornal da cidade de Nova Iorque, – então a história segue, – queria escrever um artigo sobre qual invenção as pessoas consideravam a mais surpreendente do século vinte. Ele foi às ruas, entrevistando pessoas aleatoriamente, e recebeu uma variedade de respostas: o avião, o telefone, o automóvel, o computador, a energia nuclear, a viagem espacial e os antibióticos. As respostas seguiram essa linha até que uma pessoa deu uma resposta incomum. “É óbvio”, ele falou, “a invenção mais surpreendente foi a garrafa térmica”. “A garrafa térmica?”, perguntou o repórter, com as sobrancelhas levantadas. “É claro. Ela mantém as coisas quentes aquecidas e as frias resfriadas”. O repórter, demonstrando surpresa: “e daí?” – “Bem, como saber qual é realmente a invenção mais surpreendente?”...
Essa anedota teve um significado especial para mim. Já que era minha tarefa e meu dever ensinar a Verdade de Jesus Cristo para minha congregação, minha crescente preocupação era simples: “Como eu sei o que é e o que não é a Verdade?”.

Todo domingo eu ficava no meu púlpito e interpretava as escrituras para a minha assembleia, sabendo que em um raio de 25 km da minha igreja existiam dezenas de outros pastores protestantes. Todos eles acreditavam que somente a Bíblia era a única autoridade para a doutrina e a prática, ainda que cada um deles estivesse ensinando alguma coisa diferente do que eu ensinava. Estaria a minha interpretação das Escrituras correta ou não? Eu pensava... Talvez algum desses outros pastores esteja certo, e eu esteja guiando erradamente esse povo que acredita em mim. Eu também tinha a compreensão – não, a aterrorizante certeza – de que um dia eu morreria e me apresentaria diante do Senhor Jesus Cristo, o Juiz Eterno. Eu seria solicitado a responder como liderei as pessoas que Ele me entregou para pastorear.

“Estou pregando a verdade ou o erro?”, eu perguntava a Deus repetidamente. “Eu acho que estou certo, mas como posso ter certeza?”. Esse dilema me atormentava frequentemente. Comecei a questionar cada aspecto do meu ministério e da teologia proveniente da Reforma Protestante, desde as questões insignificantes até às mais importantes. Olho para trás agora com perplexo humor; como eu me inquietava durante aqueles dias difíceis de incerteza.

Cheguei até a ficar em dúvida sobre vestir ou não o colarinho clerical. Ministros presbiterianos não possuem um código de vestimenta clerical. Alguns vestem colarinhos; alguns, terno de negócios; alguns, toga; outros, uma combinação de tudo. Um amigo pastor mantinha o colarinho clerical no porta-luvas do carro, na expectativa de trazer de alguma forma vantagem para ele ao colocá-lo. “Algo como dar uma desculpa para evitar uma multa por excesso de velocidade”, ele confidenciou uma vez com um largo sorriso conspirador. Por fim eu decidi não usar o colarinho clerical. No culto de domingo, vesti uma toga preta, utilizada pelo coral, por cima do meu terno.

Sobre o formato e o conteúdo da liturgia de domingo, cada igreja tinha sua própria visão sobre como as coisas deveriam ser feitas, e cada pastor era livre para fazer quase tudo que ele quisesse dentro dos limites do que era aceitável e possível. Sem normas estabelecidas pela denominação religiosa para me orientar, eu fazia o que todos os outros pastores faziam: improvisava. Hinos, sermões, escolha das passagens da Escritura, participação da congregação, administração do Batismo, casamento e a Ceia do Senhor eram todas partes da liturgia nas quais me sentia livre para realizar experimentos. Eu me arrepio com a lembrança de um domingo em particular, quando no esforço de tornar mais interessante e “relevante” a participação dos jovens, falei as palavras de consagração do Senhor, “Este é o Meu Corpo, este é o Meu Sangue, fazei isto em memória de Mim”, utilizando um jarro de refrigerante e uma tigela de batatas fritas.

Questões teológicas eram o que mais me aborrecia. Lembro-me de estar em um hospital ao lado da cama onde um homem estava próximo de morrer, após sofrer um ataque cardíaco. Sua esposa extremamente preocupada me perguntou: “meu marido irá para o Paraíso?”. Eu hesitei por um momento antes de dar minha memorizada resposta presbiteriana. Considerei a grande diversidade de respostas alternativas que poderia dar, dependendo se quem perguntava era metodista, batista, luterano, da assembleia de Deus, nazareno, cientista cristão, do evangelho quadrangular, testemunha de Jeová ou qualquer outra denominação. Tudo o que eu podia fazer era falar, da boca para fora, um conjunto de palavras piedosas, porém, vagas, “nós devemos confiar no Senhor”, com a intenção de fazê-la se sentir menos preocupada sobre a salvação do marido. Ela talvez tenha sido confortada, mas a pergunta dela, emocionada e repleta de lágrimas, atormentou-me. Afinal, como um pastor, seguidor da reforma protestante, eu acreditava nas doutrinas calvinistas da predestinação e na perseverança dos santos. Esse homem entregou sua vida a Cristo, estava regenerado e confiante de que era um dos eleitos por Deus. Porém, ele realmente era?

Eu estava profundamente preocupado por saber que não importa quão sério ele tivesse pensado que era predestinado ao Paraíso (é interessante que aproximadamente todos que pregam a doutrina da predestinação acreditem firmemente que eles próprios fazem parte dos eleitos), e não importa quão sinceramente aqueles ao redor dele acreditam que ele tenha sido, ele poderá não ter ido para o Paraíso.

O que aconteceria se ele secretamente “tivesse uma recaída” cometendo pecado grave e vivendo em um estado de rebelião contra Deus no momento em que o ataque cardíaco o pegou de surpresa? A teologia da reforma protestante me disse que se esse fosse o caso, então a pobre pessoa foi simplesmente enganada por uma falsa segurança, pensando que ele estava regenerado e predestinado para o Paraíso, quando de fato ele não havia sido regenerado ao longo de sua vida e estava na verdade em sua caminhada para o inferno. Calvino ensinou que os eleitos do Senhor irão, – obrigatoriamente, – perseverar na Graça e eleição. Se uma pessoa morre em estado de rebelião contra Deus, ele prova que jamais foi um dos eleitos. Que tipo de certeza absoluta é essa? Eu me perguntei.

Achei difícil dar claras e confiáveis respostas para perguntas que minha comunidade eclesial me fazia, como por exemplo: “Meu marido irá para o paraíso?”. Todo pastor protestante que eu conheci tinha um conjunto diferente de critérios que ele listava como “necessários” para a salvação. Como calvinista, eu acreditava que se alguém publicamente aceitava Jesus como seu Senhor e Salvador, ele estava salvo pela Graça através da fé. Porém, mesmo consolando outros com essas palavras que soavam bem, incomodava-me o estilo de vida mundano e algumas vezes extremamente pecaminoso desses agora falecidos membros da minha congregação.

Após alguns poucos anos de ministério, eu comecei a ter dúvidas se deveria continuar.


Contemplando os pardais


 Levantei-me numa manhã antes do alvorecer e, pegando uma cadeira dobradiça, meu jornal e uma Bíblia, saí para um campo silencioso próximo da minha igreja. Era o período do dia que mais gostava, quando os pássaros estão cantando o despertar do mundo.

Frequentemente me admiro com a exuberância dos pássaros no início da manhã. Quão admiravelmente curtas memórias eles têm! Iniciam cada dia de suas simples existências com uma sinfonia de louvor para o Senhor que os criou, completamente desprendidos de preocupações ou planos. Algumas vezes eu “contemplava os pardais” e meditava sobre a simplicidade de suas vidas.

Sentando silenciosamente no meio de um campo coberto de orvalho, aguardando o sol aparecer, eu lia as Escrituras e meditava sobre as questões que me atormentavam, colocando minhas preocupações diante do Senhor. A Bíblia me alertou a não “confiar em (meu) próprio discernimento”, então estava determinado a confiar em Deus para me guiar. Eu estava imaginando deixar a função de pastor e visualizava três opções. Uma era me tornar o líder de um ministério jovem de uma igreja presbiteriana grande que havia me oferecido essa posição. Outra era deixar todo o ministério e voltar para a engenharia. A outra possibilidade seria retornar para a escola e aprimorar minha qualificação científica em uma área que pudesse abrir profissionalmente ainda mais as portas para mim: eu havia sido aceito em um programa de biologia molecular na Universidade do Estado de Ohio.

Pensei por muito tempo sobre essas opções, pedindo a Deus que guiasse meus passos. Uma voz audível seria ótimo, eu pensei, sorrindo, enquanto fechava meus olhos e esperava pela resposta do Senhor. Não fazia ideia de que forma A Resposta viria, mas não demorou muito para vir.

Meu devaneio terminou abruptamente quando um pardal cantando alegremente voou sobre mim e seu excremento atingiu a minha cabeça! “O que está me dizendo, Senhor?”, eu clamei com angústia por aquele Trabalho. A cantoria dos pássaros foi a única resposta. Não houve Voz vinda do Céu (nem sequer uma risada), mas somente os sons da natureza acordando do sono aquela região de Ohio.

Aquilo teria sido um sinal divino ou meramente um comentário no editorial do irmão pássaro sobre minhas preocupações? Com desgosto fechei minha cadeira, peguei minha Bíblia e fui para casa. Mais tarde, naquele dia, quando contei à minha esposa, Marilyn, sobre as três opções que eu estava considerando e o incidente sujo com o pássaro, ela riu e exclamou com sua típica sabedoria: “O significado é claro, Marcus: Deus está dizendo 'nenhuma das opções acima!'”.

Embora preferisse um método menos humilhante de comunicação, eu sabia que nada ocorre acidentalmente, e que nem os pardais, nem o que eles deixaram cair na Terra, ocorrem sem o conhecimento de Deus. Considerei isso pelo menos como uma dica cômica dada por Deus para eu permanecer no ministério. Porém, ainda sabia que minha situação não estava endireitada. Talvez eu precisasse de uma igreja maior, com mais verba e com mais assistentes. Certamente, então, eu estaria feliz. Assim, parti em direção de “a igreja maior é melhor”, pensando que satisfaria meu coração inquieto.

Em seis meses eu encontrei uma que gostei, e na qual o grande número de congregados parecia ter gostado de mim também. Eles me ofereceram uma posição de pastor sênior, com assessores e uma verba dez vezes superior a da minha igreja anterior. Melhor de tudo, essa era uma igreja evangélica robusta, com muitos membros, que eram ativamente interessados no estudo da Escritura e no ministério de leigos. Eu apreciava pregar diante dessa grande e, em grande parte, aprovadora congregação a cada domingo. Inicialmente pensei que tivesse resolvido o meu problema. Mas após somente um mês percebi que maior não significava melhor. Minha frustração simplesmente cresceu proporcionalmente. 

Sorrisos educados se apresentavam para mim durante cada sermão. Porém, eu não estava cego para o fato de que para muitos na congregação as minhas exortações apaixonadas sobre viver uma vida virtuosa simplesmente moviam-se rapidamente de um lado para o outro pela camada superficial da religiosidade como uma pequena gota de água sobre uma frigideira quente. Muitos diziam: “Ótimo sermão! Ele realmente foi uma benção para mim!”. Entretanto, parecia óbvio que eles quiseram dizer na realidade: “Aquele sermão é bom para as outras pessoas, pastor, – para os pecadores, – mas eu já alcancei a salvação. Meu nome já está na lista dos que irão para o Paraíso. Eu não preciso me preocupar com todas essas coisas, mas certamente concordo com você, pastor, que devemos falar a todos os pecadores para se endireitarem com Deus”.

Certo dia me encontrei diante do presbitério local como um porta-voz de um grupo de pastores e leigos que estavam defendendo a ideia de que ao usarmos a língua paterna para Deus numa oração pública, nós devemos chama-Lo “Pai”, não “Mãe”. Defendi essa posição apelando para a Escritura e a tradição cristã. Para meu espanto, percebi que o grupo que eu representava era minoria e que estávamos lutando em uma batalha perdida. Essa questão não seria solucionada por algum argumento claro que considerasse cuidadosamente a Escritura ou a história da igreja, mas sim por uma votação – a maioria dos votos sendo pró-linguagem-gênero-neutro liberal. Foi nessa reunião que reconheci pela primeira vez o princípio anárquico em que se encontra centrado o protestantismo.

Esses liberais (gravemente errados nos seus planos de reduzir Deus a uma mera função de “criador, redentor e santificador” ao invés de considerarem as Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo) estavam sendo simplesmente bons protestantes. Eles estavam simplesmente seguindo o curso do protesto idealizado para eles por seus antecessores Martinho Lutero, João Calvino e outros reformadores. A máxima (o princípio) da reforma de “eu não aceitarei um ensinamento a menos que eu acredite que ele esteja correto e seja bíblico” foi sendo invocado por esses liberais protestantes em favor de seus protestos contra o nome masculino para se referir a Deus. Subitamente reparei que eu estava observando o protestantismo na plena glória da doutrina egocêntrica do seu habitat natural: o protesto. “Em que tipo de igreja eu estou?”. Perguntei a mim mesmo, desapontado com a votação realizada e com o meu grupo derrotado.

Sobre este período, minha esposa, Marilyn, que estava sendo diretora de um centro pró-vida de crise de gravidez, passou a me questionar a respeito da inconsistência entre nossas firmes convicções pró-vida e a postura pró-escolha da nossa denominação protestante. “Como você pode ser ministro de uma denominação que aprova o assassinato de bebês que estavam por nascer?”, ela me perguntou. A liderança da minha denominação protestante havia se curvado perante a pressão de feministas radicais, homossexuais, pró-aborto e outros grupos extremistas pertencentes àquela denominação. Não obstante, aparentemente, para que membros de determinadas congregações pudessem se manter pró-vida e também com outros pontos de vista tradicionais, estes membros impuseram normas liberais rigorosas como critério para contratação de novos pastores. Quando Marilyn me despertou para o fato de que uma parcela das contribuições da minha congregação para a Assembleia Geral Presbiteriana era muito provavelmente para pagar abortos, – e não havia nada que eu ou minha congregação pudesse fazer a respeito, – fiquei chocado.

Marilyn e eu sabíamos que tínhamos que deixar essa denominação, mas para aonde iríamos? Essa pergunta me levou a outra: onde eu encontraria um emprego como pastor? Comprei um livro que listava detalhes de todas as principais denominações cristãs e comecei a avaliar muitas das que me interessavam. Eu lia os resumos doutrinais e pensava: essa denominação é legal, mas não gosto do ponto de vista deles sobre o Batismo. Essa aqui está "ok", mas o ponto de vista deles sobre o final dos tempos é exageradamente aterrorizador. Essa soa exatamente do jeito como estou procurando, mas me sinto desconfortável com o estilo deles realizarem adoração.

Após examinar todas as possibilidades e não encontrar nenhuma que eu gostasse, fechei o livro me sentindo frustrado. Eu sabia que estava deixando o presbiterianismo, mas não tinha ideia de qual denominação era a “certa” para me unir. Parecia-me que cada uma delas tinha algo de errado. “Muito ruim, eu não posso customizar minha igreja perfeita”, pensei comigo tristonhamente. Durante essa época, um amigo de Illinois me telefonou. Ele também era um pastor presbiteriano, e havia escutado um rumor de que eu estava planejando deixar a denominação presbiteriana. “Marc, você não pode deixar a igreja!”, ele me repreendeu. “Você nunca deve deixar a igreja; você está comprometido com a igreja. Não importa se alguns teólogos e pastores são excêntricos. Nós temos que permanecer com a igreja e trabalhar pela renovação com as pessoas que pertencem a ela! Nós temos que preservar a unidade a todo custo!”. “Se isso é verdade”, eu respondi aborrecidamente, “por que nós protestantes nos separamos primeiramente da Igreja Católica?”.

Não sei de onde saíram aquelas palavras. Nunca em minha vida tive sequer um pensamento passageiro sobre os reformistas estarem ou não corretos por terem deixado de fazer parte da Igreja Católica por discordar dela. Essa era a natureza fundamental do protestantismo: tentar trazer renovação por meio de divisão e fragmentação. O lema do presbiterianismo é “Reformada e sempre reformando”. (Dever-se-ia acrescentar: 'e reformando, e reformando, e reformando, e reformando...').

Eu poderia ir para outra denominação, sabendo que mais tarde possivelmente mudaria para outra, quando me tornasse insatisfeito; ou eu poderia decidir permanecer onde estava, convivendo com todos aqueles problemas. Mas então, como eu poderia justificar minha permanência onde estava? Por que eu não deveria retornar para o grupo da denominação anterior da qual nós, presbiterianos, desafiadoramente nos separamos por discordarmos dela? Nenhuma dessas opções me parecia correta, então decidi que deixaria o ministério até resolver a questão de alguma forma.

Retornar para a escola parecia a forma mais fácil para pegar um fôlego diante de tudo isso. Então eu me matriculei em um programa de pós-graduação em biologia molecular na Universidade Case Western Reserve. Minha meta era combinar meus conhecimentos científicos e teológicos em uma carreira de bioética. Eu esperava que um doutorado em biologia molecular me desse uma melhor condição entre os cientistas que uma graduação em Teologia ou ética.

As idas até o campus de Cleveland me tomavam uma hora. Então, durante os oito meses seguintes eu tive bastante período de silêncio para introspeção e para oração. Logo fiquei profundamente imerso em um projeto de pesquisa em engenharia genética, o qual envolvia a remoção e a reprodução de DNA humano retirado de rins homogeneizados. O programa era bastante desafiador, mas eu amava isso. Ainda assim, comparando com a complexidade dos aminoácidos e dos ciclos de bioquímica, debater-me com as conjugações latinas e declinações alemãs parecia ser bem mais fácil. – O projeto me fascinava e também me assustava. Eu sentia prazer com o estimulo intelectual da pesquisa científica. Porém, também via quão desumanizante poderia ser a pesquisa no laboratório. Tecido genético, colhido de cadáveres de pacientes mortos na Clínica de Cleveland, era enviado para nosso laboratório para pesquisa de DNA. Eu me sentia profundamente comovido pelo fato desses tecidos terem vindo de pessoas, – mães e pais, crianças e avós, – que tinham vivido, trabalhado, sorrido e amado. Dentro do laboratório, esses numerosos e organizados frascos de tecido eram simplesmente tubos de “coisas”, material “experimental” que era completamente dissociado da pessoa humana a quem pertenceu algum dia.

Escrevi um artigo sobre os problemas éticos relacionados com transplante de tecido fetal e comecei a falar para grupos cristãos sobre os perigos e as virtudes da tecnologia biológica moderna. As coisas pareciam caminhar conforme o plano – pelo menos até eu perceber que minha verdadeira razão para voltar à escola não era me graduar. Foi até o dia que comprei um exemplar do jornal local de Cleveland.

Em uma manhã de sexta-feira, após dirigir por muito tempo até Cleveland, estava tomando meu café da manhã e matando tempo antes da aula, tentando me manter acordado. Normalmente eu estaria utilizando meu tempo para estudar um pouco, mas naquela manhã fiz algo não usual: comprei um exemplar do jornal "The Plain Dealer". Coloquei os vinte e cinco centavos de dólar na máquina de venda de jornais. Eu não tinha como saber que estava chegando num ponto de bifurcação da Estrada. Estava para enveredar por um caminho que me levaria para fora do protestantismo (suponho que se tivesse sabido a priori para onde isso me levaria, teria corrido para outro caminho). Passando os olhos com pouco interesse, deparei-me com um pequeno anúncio que me chamou a atenção: “O teólogo católico Scott Hahn falará na paróquia católica local neste domingo à tarde”.

Fiquei extremamente surpreso: “Teólogo católico Scott Hahn?”. Não poderia ser o Scott Hahn que eu conheci! Frequentamos juntos, no início dos anos 80, o seminário teológico Gordon-Conwell. Naquela época ele era um calvinista anticatólico convicto, o mais convicto do campus. Estive participando superficialmente de um intenso grupo de estudo calvinista liderado pelo Scott. Mas enquanto o Scott e outros passavam horas investigando a Bíblia como detetives, tentando desvendar cada ângulo de cada implicação teológica, eu jogava basquete.

Ainda que não visse o Scott desde sua graduação em 1982, escutei um rumor negro acerca de ele ter se tornado católico. Eu não havia pensado muito sobre isso. Ou o rumor era falso, inventado por alguém que se sentiu ofendido pela (ou que sentiu inveja da) intensidade das convicções do Scott, ou então o Scott mudou. Decidi fazer a viagem de uma hora e meia para descobrir. Eu estava completamente despreparado para o que viria a descobrir.

** Leia a segunda e conclusiva parte deste depoimento

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Marcus Grodi é o fundador e presidente do 'The Coming Home Network International'. Ele frequentemente profere palestras e é o anfitrião dos programas da EWTN (www.ewtn.com/) veiculados duas vezes por semana: 'The Journey Home' (televisão) e 'Deep in Scripture' (rádio). Escreve para vários periódicos católicos e é autor dos livros 'How Firm a Foundation' (CHResources, 2002) e 'Thoughts for the Journey Home' (CHResources, 2010). Marcus vive com sua esposa, Marilyn e seus dois filhos mais jovens, Peter e Richard, em uma pequena fazenda próxima de Zanesville, Ohio.
Uma versão anterior dessa estória foi publicada no livro 'Surprised By Truth: 11 Converts Give the Biblica and Historical Reasons for Becoming Catholic' (Patrikc Madrid, ed. Basilica, 1994).
Essa história está publicada no livro 'Journeys Home', editado por Marcus Grodi (CHRresources, ver. Ed. 2011). Para solicitar o livro, clique aqui.
A versão original da história de conversão do Marcus Grodi encontra-se em:
http://chnetwork.org/2011/01/marcus-c-grodi-what-is-truth/

www.ofielcatolico.com.br

46 comentários:

  1. Marcus Grodi, Scott Hahn, Alex Jones.. e tantos outros.. . Todos homens inteligentes e bem formados, e todos se converteram a Igreja Católica porque eram sinceros e queriam encontrar a verdade. E vem um bando de profetinhas aqui querendo ser os donos da verdade, falando asneira pra quem já está na verdade da Igreja de Jesus Cristo. Triste isso.

    Torres

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  2. O mais engraçado é que estes hereges “profetinhas de proveta” dispõem de tantos sites como suas próprias denominações ditas “evangélicas”, para exporem suas teses teológicas heréticas, e no entanto, ficam a perturbar sites católicos.
    Sinceramente, na minha ótica católica, não vale a pena publicar seus pontos de vista por aqui. Penso ser este Apostolado voltado para o aprimoramento e engrandecimento da nossa fé católica. Quaisquer outros que pensem diferentes, digo: pensem hereticamente, devem ser desprezados e ignorados. Desculpem!!!!
    Há quase quinhentos anos os católicos sofrem com as perseguições protestantes; ataques e incêndios aos nossos patrimônios sacros e históricos; a inquisição protestante que ceifou vidas de tantos padres e fieis católicos pelo mundo a fora; as leviandades acerca da historia cristã; e a cara de pau em querer reinventar o cristianismo, como diz o testemunho supracitado do Marcus Grodi;
    “Essa mentalidade de “reinventar a roda toda vez que você precisar”, que é o coração da prática pastoral do protestantismo, estava me perturbando profundamente. “Por que eu precisaria ter que reinventar a roda?”,
    Eu não acredito que estes que veem aqui expor suas exegeses e hermenêuticas teológicas protestantes, queiram de alguma forma se tornar católicos. Duvido!!!
    Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!

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    1. Parece-me salutar a participação de protestantés bem irtencionados e cordatos nesse espaço, mesmo que nao seja, a priori, sua intenção a conversão. Pois, tanto este site pode ser o canal escolhido por Deus para tocar-lhes o coração, como suas questões suscitam importante esclarecimentos doutrinais poo do Henrique

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  3. Graça e Paz.

    Estou lendo este testemunho, mas ainda não inteiro por falta de tempo. Parei na parte da certeza da salvação. Não entendi quais as dúvidas do pastor que tanto o atormentaram.
    É possível sim ter certeza da salvação, e a predestinação é uma realidade. Creio que ele mesmo não entendeu os princípios bíblicos.

    Obrigado.

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    1. Filipe, só teremos certeza da salvação quando estivermos no céu, ou se estivermos caminhando no rumo certo, não adianta nada, mas absolutamente nada, alguém dizer que esta salvo por crer em CRISTO e fizer totalmente o contrário do que ELE ensinou. Quanto a predestinação, nós católicos também cremos na predestinação, mas a predestinação positiva, ou seja, aquela em que DEUS, quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade (I Timóteo 2, 4), porém a predestinação negativa, o qual DEUS desde a eternidade predestinou alguns para o céu e o restante para o inferno, esta predestinação nós não cremos, pois para nós católicos é inconcebível crer que DEUS é o autor do próprio mau que as pessoas cometem para depois pararem no inferno. Cremos que DEUS na sua onisciência sabe muito bem quem irá se salvar e quem irá se perder, e então ele se utiliza dos que irão se perder para chegar ao seu intento, valendo daquele velho ditado: "com defunto ruim não se gasta vela", ou seja, se tal pessoa irá para o inferno, porque assim ela o quis, pois negou a DEUS, então DEUS sabendo que não tem mais jeito mesmo com tal pessoal, ELE se utiliza dela para atingir seus planos, exemplo disto vemos na Bíblia os casos do Faraó e Judas Iscariotes, o qual DEUS para salvar seu povo de Israel se utilizou da dureza do coração do Faraó para realizar seus planos de libertar o povo eleito da terra da escravidão do Egito, e Judas ELE se utilizou de sua traição a CRISTO justamente para através desta traição JESUS ser entregue as autoridades judaicas e romanas para depois ser crucificado e desta entrega a cruz então nos resgatar de nossos pecados.

      Anonimo Sidnei.

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    2. Sidnei, Graça e Paz.

      Eu acredito que todo Cristão deve ter certeza de sua salvação. Veja o que o apóstolo João diz:

      Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.
      Isto vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do Filho de Deus.

      1 João 5:12-13

      O mesmo apóstolo fala ainda:

      Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
      os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

      João 1:12-13

      O apóstolo quer que saibamos que temos a vida eterna! Você, eu e todo aquele que é verdadeiramente convertido e pratica o Cristianismo, estamos salvos por Cristo, e podemos ter segurança nisso!
      Mas você está certíssimo quanto a necessidade de fidelidade de nossa parte. Nenhum Cristão verdadeiro pode praticar o contrário do que o Senhor manda; esses são os enganadores deste mundo. O Próprio Cristo afirma:

      Pelos seus frutos os conhecereis.
      Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
      Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?
      E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!

      Mateus 7:20-23

      Quem é verdadeiramente salvo, tem prazer no serviço do Rei dos Reis, e odeia o pecado.

      Bem, agora falemos um pouco de predestinação. Um pouco pois o tema é longo, e não é propósito aqui.
      O texto que você citou fala sobre como agir diante dos governos. Nessa época, os cristãos eram perseguidos pelo fato de serem cristãos; ainda assim deveriam orar e suplicar pelos governantes que os perseguiam, pois mesmo entre eles haveria os salvos. Vejo "todos os homens" nesse sentido; todas as classes sociais, raças e nacionalidades.

      Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens,
      pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade.
      Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
      o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

      1 Timóteo 2:1-4

      A minha dificuldade de entender "todos os homens" no sentido mais amplo, de todas as pessoas, é que se Deus quer que todos se salvem, ninguém irá ao inferno; pois Ele é onipotente, e nenhum plano Dele pode ser frustrado.
      Creio na predestinação, mas não que Deus seja o autor do mal. De alguma forma que não compreendo, Deus é soberano e guia o universo, sem que nada aconteça fora de Sua vontade; ainda assim, não cria o mal, nem é culpado por Ele. Como você citou Faraó, deixo uma passagem com ele, em outro post, pois nesse não cabe...

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    3. Sidnei, agora publico a passagem de Romanos.

      Não quer dizer, porém, que a palavra de Deus tenha falhado. Porque nem todos os que descendem de Israel são verdadeiros israelitas,
      como nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Abraão; mas: É em Isaac que terás uma descendência que trará o teu nome {Gn 21,12}.
      Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que serão considerados como descendentes.
      Realmente, a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho {Gn 18,10}.
      E não somente ela, senão também Rebeca, que concebeu {dois filhos} de um só homem, Isaac, nosso patriarca.
      Antes mesmo que fossem nascidos, e antes que tivessem feito bem ou mal algum {para que fosse confirmada a liberdade da escolha de Deus,
      que depende não das obras, mas daquele que chama}, foi dito a Rebeca: O mais velho servirá o mais moço {Gn 25,23}.
      Como está escrito: Amei Jacó, porém aborreci Esaú {Ml 1,3}.
      Que diremos, pois? Haverá injustiça em Deus? De modo algum!
      Porque ele disse a Moisés: Farei misericórdia a quem eu fizer misericórdia; terei compaixão de quem eu tiver compaixão {Ex 33,19}.
      Dessa forma, a escolha não depende daquele que quer, nem daquele que corre, mas da misericórdia de Deus.
      Por isso, diz a Escritura ao faraó: Eis o motivo por que te suscitei, para mostrar em ti o meu poder e para que se anuncie o meu nome por toda a terra {Ex 9,16}.
      Portanto, ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem quer.
      Dir-me-ás talvez: Por que ele ainda se queixa? Quem pode resistir à sua vontade?
      Mas quem és tu, ó homem, para contestar a Deus? Porventura o vaso de barro diz ao oleiro: Por que me fizeste assim?
      Ou não tem o oleiro poder sobre o barro para fazer da mesma massa um vaso de uso nobre e outro de uso vulgar?
      {Onde, então, está a injustiça} em ter Deus, para mostrar a sua ira e manifestar o seu poder, suportado com muita paciência os objetos de ira preparados para a perdição,
      mostrando as riquezas da sua glória para com os objetos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória?
      {Esses somos nós, que ele chamou não só dentre os judeus, mas também dentre os pagãos.} É o que ele diz em Oséias:
      ¶ Chamarei meu povo ao que não era meu povo, e amada a que não era amada.
      E no lugar mesmo em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo, ali serão chamados filhos de Deus vivo {Os 2,1}.
      A respeito de Israel, exclama Isaías: Ainda que o número de filhos de Israel fosse como a areia do mar, só um resto será salvo;
      porque o Senhor realizará plenamente e prontamente a sua palavra sobre a terra {10,22s}.

      Romanos 9:6-28

      Obrigado pelo diálogo respeitoso e fraterno!

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    4. Eu acredito que todo Cristão deve ter certeza de sua salvação. Veja o que o apóstolo João diz:

      Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.
      Isto vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do Filho de Deus.

      1 João 5:12-13

      O mesmo apóstolo fala ainda:

      Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
      os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

      João 1:12-13

      O apóstolo quer que saibamos que temos a vida eterna! Você, eu e todo aquele que é verdadeiramente convertido e pratica o Cristianismo, estamos salvos por Cristo, e podemos ter segurança nisso!

      RESPOSTA: Termos inicialmente a Salvação isto não quer dizer que acabaremos com ela, isto esta bem clara nas Sagradas Escrituras, a começar por Ezequiel 18, e muitas outras passagens que demonstram que uma vez salvos só continuaremos salvos, se continuarmos tendo fé e praticando aquilo que JESUS ordenou (1º Cor. 9,27; Heb. 3, 14; 6, 4-6, a parábola dos talentos – Mat. 25, 14-30; do banquete Mat. 22, 1-10, mostram a situação dos que foram salvos = acolhidos como servos do senhor, que entraram no banquete da núpcias, mas que não corresponderam a graça de DEUS e não desenvolveram esta graça por meio das obras, e por isto, forma colocados para fora e perderam a salvação e a vida eterna)

      Anonimo Sidnei

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    5. Mas você está certíssimo quanto a necessidade de fidelidade de nossa parte. Nenhum Cristão verdadeiro pode praticar o contrário do que o Senhor manda; esses são os enganadores deste mundo. O Próprio Cristo afirma:

      Pelos seus frutos os conhecereis.
      Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
      Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?
      E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!

      Mateus 7:20-23

      Quem é verdadeiramente salvo, tem prazer no serviço do Rei dos Reis, e odeia o pecado.

      RESPOSTA: Concordo

      Anonimo Sidnei

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    6. Bem, agora falemos um pouco de predestinação. Um pouco pois o tema é longo, e não é propósito aqui.
      O texto que você citou fala sobre como agir diante dos governos. Nessa época, os cristãos eram perseguidos pelo fato de serem cristãos; ainda assim deveriam orar e suplicar pelos governantes que os perseguiam, pois mesmo entre eles haveria os salvos. Vejo "todos os homens" nesse sentido; todas as classes sociais, raças e nacionalidades.

      Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens,
      pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade.
      Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador,
      o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

      1 Timóteo 2:1-4

      A minha dificuldade de entender "todos os homens" no sentido mais amplo, de todas as pessoas, é que se Deus quer que todos se salvem, ninguém irá ao inferno; pois Ele é onipotente, e nenhum plano Dele pode ser frustrado.

      RESPOSTA: Não há dificuldade de entender 1º Timoteo 2, 1-4, pois se São Paulo diz que DEUS quer que todos os homens, todos os seres humanos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, isto que dizer que realmente que DEUS quer isto, e não somente alguns, não somente aos reis e autoridades, mas todos os seres humanos o qual estão incluídos estes reis e autoridades, não vejo mais problemas de se entender isto aqui.

      Anonimo Sidnei

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    7. Creio na predestinação, mas não que Deus seja o autor do mal. De alguma forma que não compreendo, Deus é soberano e guia o universo, sem que nada aconteça fora de Sua vontade; ainda assim, não cria o mal, nem é culpado por Ele
      RESPOSTA: É contraditório, ao mesmo tempo que não crê que DEUS seja o autor do mal, mas crê que ELE é soberano e guia o universo, sem que nada aconteça fora de Sua vontade, quem ler isto não vai entender é nuca, o mais correto então é afirmar, que DEUS não sendo o criador do mau, porém, permite que isto aconteça, pois deu o livre arbítrio a toda criatura, dos Anjos aos seres humanos, e estas criaturas fazendo mau uso dela e que rejeitaram a DEUS, porém, mesmo nesta rejeição, DEUS então providencia algo muito maior que a própria criação em sua inocência original, que seria a redenção da humanidade mediante a entrega de CRISTO na cruz, para a salvação de todos que NELE crerem e fizerem o que ELE ordenou. Talvez aqui podemos chegar uma conclusão que DEUS querendo salvar a humanidade de uma forma impar, então permitiu e foi de sua vontade que deixasse as criaturas dar as costas a ELE, para depois fazer voltar estas mesmas criaturas que deram as costas a ELE, voltarem a ELE de forma mais extraordinária do que no ato de sua criação.

      Anonimo Sidnei.

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    8. Sugiro ao Henrique uma postagem urgente sobre o tema da Predestinação.

      Anonimo Sidnei

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    9. Como sempre, todo diálogo sobre doutrina com protestantes, – mesmo respeitoso, mesmo fraterno, mesmo com vistas à edificação mútua, – revela-se infrutífero, e não há como ser diferente, por causa daquele ponto que precisa ser discutido antes de qualquer outro ponto.

      Se existe uma coisa que eu aprendi, nestes meus anos todos de estudo e apostolado, é que não adianta nada, – absolutamente nada, – debater sobre temas periféricos, como a predestinação, o culto aos santos, a assunção ou a virgindade perpétua de Maria, as imagens, etc, etc, etc... Se nós não tirarmos da frente, antes de tudo e em primeiríssimo lugar, uma "coisinha" chamada Sola Scritptura.

      Conseguem entender isto? Todo protestante do planeta Terra só consegue dialogar citando passagens bíblicas, – o que é óbvio, afinal, ele tem a Escritura como única e exclusiva regra de fé e prática. – Sendo assim, ele é incapaz de ultrapassar a letra, ele simplesmente não consegue entender que o mesmo Espírito Santo que inspirou a Igreja a escrever o Livro também inspira sua Igreja, una e indivisível, a proclamar a Verdade ainda hoje, – conforme a Promessa do Cristo, de que estaria com a sua Igreja até a consumação dos séculos.

      Então, pela bilionésima vez eu digo a todos os protestantes que não adianta citar texto bíblico, porque todo texto escrito, – sem nenhuma exceção, mesmo que seja texto divinamente inspirado, – depende (literalmente, é refém) de interpretação humana.

      É na interpretação que residem as disputas, e não no texto em si. Logo, toda disputa é absolutamente inútil enquanto essa verdade fundamental não for compreendida, e quanto a isso as próprias Escrituras nos advertem, categoricamente:

      "ANTES DE TUDO, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular" (2Pd 1,20)

      Antes de tudo, sabei isto. E aqui, o protestante dirá: "Não, esta passagem diz apenas que as Sagradas Escrituras não foram produzidas segundo o entendimento dos homens, mas sob Inspiração divina". E nós, católicos, concordamos com isso, mas vamos além e enxergamos o óbvio: do mesmo modo como foi produzida precisa ser compreendida, e a maior e mais irrefutável prova disso está nos frutos da livre interpretação da Bíblia: divisão e mais divisão, heresias as mais terríveis, exploração da fé, deturpações absurdas, blasfêmias...

      Nosso Senhor já advertiu, e foi bem claro, que pelos frutos podemos conhecer a árvore. Os frutos do Sola Scriptura e do livre exame da Bíblia falam por si. Aqui está todo problema, esta é a raiz da divisão e de todas as disputas entre católicos e protestantes.

      Dito isto, – que é o mais importante e deve ser resolvido, bem compreendido e assimilado, "antes de tudo" e de uma vez por todas, postarei a seguir a interpretação católica das passagens citadas por Filipe.

      Apostolado Fiel Católico

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    10. A interpretação da Igreja para as passagens apresentadas por Filipe é um pouco complexa, mas no fundo é insofismável. Ei-la:

      Deus não é e nem atua em nossa dimensão de existência, que é temporal. O SENHOR está além e acima do tempo que nos limita. Para Deus, os nossos "ontem, hoje e amanhã" são uma só coisa. Quando criou o homem e deu-lhe o livre arbítrio, por exemplo, Deus Onipotente e Onisciente sabia que este lhe trairia, e sabia que precisaria resgatá-lo pelo Sangue Preciosíssimo de seu próprio Filho, segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

      Deus não é "pego de surpresa" pelas ações do homem. Se pensarmos assim, teremos de admitir que de fato não cremos na Onisciência divina. "Onisciente" quer dizer saber tudo, e isto inclui o pleno conhecimento do futuro, é claro.

      Pois bem. Sendo Deus onisciente, Ele evidentemente sabe quais de nós serão salvos, quais alcançarão o Céu e quais merecerão o inferno. Aí está a explicação para as passagens que parecem dizer que alguns já foram criados para o mal ou para a perdição eterna.

      Bem. E será que a isto poderíamos chamar predestinação? Não. E se formos discutir nos moldes do Sola Scriptura, como sempre, será possível apresentar passagens que parecem contrariar algumas outras passagens apresentadas. – Em 2Pd 3,9, por exemplo, está escrito que Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos se salvem.

      Ora, se Deus já criou algumas pessoas para a perdição, então não há sentido em dizer que Ele não quer que ninguém se perca, porque Ele mesmo teria criado alguns para a perdição. Logo, seria da vontade dEle, – sim senhor, – que alguns (ou muitos) se perdessem.

      Claro, o protestante vai argumentar a isso com alguma outra passagem, e o católico poderá responder com outras tantas, e assim prosseguirá a discussão infrutífera e sem fim, porque (como expliquei no meu comentário anterior), a raiz do problema não está nesta nem em nenhuma outra controvérsia bíblica específica, e sim na heresia-mor denominada "Sola Scriptura".

      Deus deseja que todos se salvem, criou o homem à sua Imagem e Semelhança e destinou todos ao Paraíso. Tudo isto é 100% bíblico. Mas Ele deu a este mesmo homem o livre arbítrio, a liberdade, o direito de escolher entre o bem e o mal, a vida e a morte, advertindo-o: "Escolhe a vida!" (Dt 30,19).

      O fato de Deus saber de antemão quem será salvo está relacionado à sua Onisciência, e não a predestinação, ao menos não no sentido que conferem a esta palavra os protestantes.

      Existe, sim, uma realidade que poderíamos denominar "predestinação", como fica evidente no caso dos Profetas e da própria Virgem Maria, escolhidos por Deus desde antes do seu nascimento para exercerem suas missões muito especiais no Plano divino de salvação, mas trata-se de algo diferente, e não tem a ver com predestinação das almas à salvação ou ao inferno.

      Encerro com uma reflexão: um dos atributos essenciais de Deus é a Justiça. Outro é a Misericórdia infinita. E a Bíblia diz que Deus é, literalmente, Amor. Bem, será que o mais louco dos loucos seria capaz de afirmar que seria "justo", "misericordioso" ou "amoroso" da parte de Deus condenar alguém ao sofrimento eterno do inferno por determinado crime, sendo que esta pessoa não teve nenhuma possibilidade de escolha? Sendo que ela já foi criada, destinada desde antes do seu nascimento para fazer aquilo? Sendo que, de certo modo, Deus mesmo a induziu ao pecado? Isso seria justo? Seria misericordioso? Um ato de amor? Nós, católicos, cremos que não.

      Esta é a doutrina católica.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    11. Caros irmãos fieis católicos!

      Paz e graça!

      Eu tenho um livro (pequena obra) de Santo Anselmo de Cantuaria, Doutor da Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que fala sobre o “livre Arbítrio e Predestinação – Uma conciliação entre a Presciência e a Graça Divina). Antes de qualquer discussão deste tema antiguíssimo, seria muito bom se todos fieis católicos pudessem comprar esta obra escrita no período da Idade Média.

      A tradução é excelente em português e latim.

      http://www.fonteeditorial.com.br/fonte-editorial-catalogo/livre-arbitrio-e-predestinacao-uma-conciliacao-entre-a-presciencia-e-a-graca-divina/

      “Tentei expor por escrito, e com a ajuda de Deus, o que achei por bem comunicar acerca destas três questões nas quais o livre-arbítrio parece incompatível com a presciência, a predestinação e a graça divina” (Santo Anselmo)

      Pax et bonum!

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    12. Graça e Paz a todos!

      Henrique, td bem com vc? Estou perseverando na leitura do livro que você me deu. É bom, suscita muitas discussões, faz florescer ideias e a vontade de conhecer mais do evangelho. Obrigado pela longa resposta!

      Sidnei, você colocou algo a respeito da perda de salvação. Os evangélicos pentecostais me dão as mesmas respostas, e a discussão vai longe... Deixemos isso pra outra ocasião!

      Bem, de volta a predestinação. Esse é um dos assuntos mais controversos. A visão católica, pelo que me passaram aqui, é muito semelhante à maioria das igrejas evangélicas. Os argumentos são muito parecidos. Hoje há, no Brasil, apenas alguns os protestantes calvinistas que defendem isso. Pentecostais defendem todos os pontos de refutação mostrados aqui.
      Eu vou colocar aqui minha visão pessoal. O texto bíblico, por vezes, enfoca o ponto de vista de Deus; outras vezes, foca o dos homens. Quando diz que Deus quer que todos se salvem, é no sentido da missão da igreja, de pregar a toda criatura, sem distinção. Quando se refere à predestinação e eleição, é a escolha soberana de Deus. Veja, Jesus afirmou que largo é o caminho para a perdição e muitos passam por ele. Logo, muitos perecerão no inferno. Se Deus quer que todos se salvem, e muitos perecerão, algo está errado, não? Pois Deus é Senhor absoluto, e nada acontece sem que seja Sua vontade. Eu creio que nesse caso, posso harmonizar esse texto com outro, no qual o próprio Deus afirma que não sente prazer na morte do perverso. Por falta de tempo, escreverei mais em outra ocasião, se vocês assim desejarem.

      Obrigado.

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    13. Caríssimo Henrique, além de raciocinarmos muito parecido, considero suas explicações realmente irrefutáveis, e sua capacidade didática é excelente! O Sr. seria um brilhante professor!
      Sua resposta foi claríssima, de uma transparência ímpar! Chego a considerar que, a estes esclarecimentos, não entende quem não quer. E por mais que nosso estimado Filipe pondere o que foi tão bem esclarecido, não conseguirá escapar do que já está dito: tudo, inescapavelmente tudo, se enquadrará no problema da interpretação particular. Por isso católicos e protestantes não se entenderão jamais, a não ser quando estes últimos abandonarem o princípio da exclusividade escriturística e aceitarem a autoridade da primeira (única) Igreja de Cristo.
      Como isso não acontecerá, a não ser por um milagre divino, estaremos fadados a retornar e caminhar em círculos, perdidos entre as mesmas querelas de sempre.
      Prova disso é que, quando o católico bota as coisas às claras, como fez acima Henrique, o protestante não responde objetivamente aos argumentos expostos, tende a mudar o assunto, "puxar" algum outro tema.

      Mil vezes parabéns a este apostolado!

      Prof. Leopoldo

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    14. Bem, professor, agradeço envaidecido os elogios, os quais certamente não mereço. E não sei se me atreveria a dar aulas no mundo de hoje, a não ser para um grupo seleto.

      Quando o Sr. diz que um protestante só abandona o princípio do Sola Scriptura e aceita a autoridade da Igreja por milagre divino, eu penso que a Graça de Deus anda especialmente abundante nos últimos tempos. Penso em Marcus Grodi, Scott Hahn, Alex Jones, Sideneh Veiga, Fernando Casanova, Albertove Maria, Jose Roberto Carneiro da S. Lobo Roberto e tantos outros, – todos ex-pastores protestantes que são hoje católicos convictos, fervorosos e ativistas.

      Se pensarmos bem, há alguns poucos anos seria praticamente inconcebível um pastor protestante convertendo-se católico. Isto me faz pensar e renova as minhas esperanças.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    15. L. Lang, Graça e Paz.

      Nunca conversamos, mas obrigado pelo tratamento carinhoso. O sr é professor? Acredito que enriquece ainda mais o debate. Mas veja, me proponho a responder objetivamente a todos os argumentos propostos, dentro do limite de minha capacidade e conhecimento. Acho que vai ser muito legal esse compartilhamento. Tenho em mente que não estou "em casa", quer dizer, tomo muito cuidado em respeitar a fé dos irmãos católicos, que são os donos deste espaço. Acho que todos podemos evoluir quando expostos a outra visão, outra forma de interpretar, e assim repensar nossa própria forma de pensar.
      Gosto das explicações do Henrique, por sua sinceridade, clareza e honestidade, coerentes com a doutrina católica verdadeira.
      Falando nisso, poderia falar algo sobre a visão de Agostinho sobre a predestinação. Seria interessante uma contribuição nesse sentido.

      Obrigado.

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    16. Olá, Filipe, é curioso: eu estava fazendo a contagem regressiva para você ou algum outro amigo protestante citar Santo Agostinho... (rs) É que este santo é sempre citado nesta discussão.

      Podemos falar sobre isso, sim, mas de antemão é preciso entender que Agostinho, assim como qualquer outro santo, não é considerado por nós infalível, nem foi ele um mestre impecável, irretocável em absolutamente tudo o que fez e disse. Os santos também estiveram sujeitos ao erro, assim como qualquer um de nós. Mestre, por excelência, só Jesus.

      Então, ainda que Sto. Agostinho tenha, em algum momento, acreditado na predestinação, isso não muda a doutrina católica, por um lado, nem diminui a importância deste grande santo da Igreja, por outro. Veja que estou só apresentando o ponto de partida para essa discussão, que eu sei que é longa.

      De início, adianto que Agostinho viveu nos primórdios do cristianismo, quando a influência filosófica platônica era fortíssima, e Aristóteles ainda desconhecido. A linguagem de Sto. Agostinho, em determinados momentos, então, não é tão precisa quanto a de S. Tomás de Aquino, que já se encontra no apogeu da doutrina cristã.

      Fato é que Sto. Agostinho escreveu contra os pelagianos e maniqueus defendendo claramente o livre-arbítrio, e fez o mesmo em "Confissões", uma de suas obras magnas, – insistindo em demonstrar como o homem é livre para escolher entre o bem e o mal.

      Apostolado Fiel Católico

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    17. Uma coisa que creio é que DEUS é soberano, mas não tirano. Crer que é da vontade de DEUS que alguns se salvem e vão para os céus e outros se percam e vão para o inferno, isto não demonstrar soberania da parte de DEUS, mas tirania, mas uma coisa que DEUS não é, é ELE ser tirano, pois ELE demonstrar ser Amor, e respeita a liberdade de todos, até mesmo, da pessoa não querer estar em SUA companhia pela eternidade e querer ir para o inferno.

      Anonimo Sidnei.

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    18. Henrique, como você disse, o Mestre por excelência é Cristo, que é bendito eternamente.
      Mas Ele mesmo disse que ninguém pode ir à Ele se o Pai não o trouxer. E não orou, em sua oração sacerdotal, pelo mundo: orou por aqueles que o Pai O tinha dado.
      Por falar em Tomás de Aquino, ele também acreditava na Predestinação, não?

      Sidnei, compreendo a dificuldade com essas passagens. Muitos a tem hoje em dia. Mas não é mal nem tirano em nada que faça, pois Ele é o padrão de justiça e bondade, e tem direito de fazer absolutamente tudo com a própria criação. Para mim, é confortador pensar que a salvação não está em minhas mãos pecadoras, mas sim na do Deus único e verdadeiro.

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    19. É confortador sim pensar que a nossa salvação depende de Deus, Filipe, mas crer que NSJC escolhe quem vai ser salvo ou não e quer que alguns se salvem e outros se percam é chamar o Senhor de tirano. Se Ele não é mal nem tirano em nada que faça, então Ele não pode fazer isso com as Suas criaturas. A paz de NSJC!

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    20. Petrivalianici, concordo que usando uma lógica humana, chegamos a essa conclusão. Mas a lógica humana não se aplica a Deus.
      A predestinação é prova da misericórdia de Deus. Não podemos escolher a Cristo se Deus não nos escolher.

      Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia.

      João 6:44

      Antes mesmo que fossem nascidos, e antes que tivessem feito bem ou mal algum {para que fosse confirmada a liberdade da escolha de Deus,
      que depende não das obras, mas daquele que chama}, foi dito a Rebeca: O mais velho servirá o mais moço {Gn 25,23}.
      Como está escrito: Amei Jacó, porém aborreci Esaú {Ml 1,3}.
      Que diremos, pois? Haverá injustiça em Deus? De modo algum!
      Porque ele disse a Moisés: Farei misericórdia a quem eu fizer misericórdia; terei compaixão de quem eu tiver compaixão {Ex 33,19}.
      Dessa forma, a escolha não depende daquele que quer, nem daquele que corre, mas da misericórdia de Deus.

      Romanos 9:11-16


      Ocorre que o homem natural é incapaz de se chegar a Deus, pois a carne não está sujeita ao bem, nem mesmo pode estar. Por isso predestina seus amados, para que que consigam a salvação. Vejam:


      Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo,
      e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos.
      No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade,
      para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado.

      Efésios 1:3-6

      Mas lógico que temos a livre agência, não somos robôs. Nós confirmamos a nossa eleição através de obras e de uma vida santa, pois quem assim o faz prova que é um dos eleitos.

      Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais.
      Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

      2 Pedro 1:10-11

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    21. O problema principal, como disse Henrique, é o Sola Scriptura, Filipe. Você apresenta uma passagem bíblica, eu apresento outra e a discussão nunca termina, pois os dois só dizem se basear nas Escrituras, e um sempre pode usar um texto das Escrituras contra o outro.
      Veja que os textos dizem que a escolha depende de Deus para que tenhamos as condições de sermos santos, mas a decisão da nossa salvação, até pela questão do livre-arbítrio, depende de nós, a partir do momento que decidimos viver como Deus quer.
      É tanto que 2Pd 3,9 diz que Deus quer que todos se arrependam e ninguém pereça. Assim, independente da questão da predestinação, o problema se encontra em querer achar todas as respostas só usando a Bíblia e sem a ajuda da Igreja, como prega o Sola Scriptura.

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    22. Petrivalianici, concordo que obter todas as respostas é algo, para mim, surreal. Também acho que estas discussões são, muitas vezes, chatas. Mas não infrutíferas. Até a ciência humana cresce com discussões, pois assim o conhecimento é provado.
      Como você diz, aparentemente 2 pessoas podem apresentar textos diferentes, que levam a conclusões diferentes. Mas como a Bíblia não erra, é necessário harmonizar as afirmações. Geralmente, quando isso ocorre, Deus está nos falando de 2 lados da mesma moeda, dois pontos de vista do mesmo assunto. Isso é algo longo, como sabem, mas é maravilhoso, pois podemos conhecer mais sobre a caráter maravilhoso de Deus.

      Finalizando, sobre o texto que você citou:

      O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

      2 Pedro 3:9

      Eu entendo que o Apóstolo fala para os cristãos, já que cita as promessas de Deus e usa o termo "conosco". Portanto, Deus deseja que os filhos da promessa se salvem e nenhum se perca. Veja:

      "Veja que os textos dizem que a escolha depende de Deus para que tenhamos as condições de sermos santos"

      Exatamente!! É isso mesmo. Se Deus não nos escolher, não teremos as condições de ter salvação, porque o homem carnal é inimigo de Deus e nunca vai querer escolhê-LO.

      Quando Ele nos escolhe, em algum período de nossa vida também nos chamará (vocação). Os predestinados não resistirão: dirão sim ao chamado de amor do Pai. E aí sim, poderão tomar a "a decisão da nossa salvação".

      A partir daí, todos concordamos: é preciso viver uma vida santa. Creio que isso pode, à luz da Bíblia, ser também chamado de Justificação.

      Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
      E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

      Romanos 8:29-30

      É sempre um prazer exaltar a Cristo com os irmãos.

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    23. Quanto duas pessoas apresentam textos diferentes da Bíblia e os interpretam particularmente, sem levar em conta a autoridade da Igreja, que criou a Bíblia, Deus não está falando através de nenhum lado da moeda. Uma das pessoas pode até estar interpretando de forma correta, mas ela tem que entender que a melhor forma de saber o que a Bíblia quer dizer é consultando a Coluna e Fundamento da verdade, a Igreja Católica.
      A escolha de Deus é para que tenhamos condição de viver uma vida de santidade, mas isso não significa que Ele está nos predestinando para ser salvos. Se o Senhor fizer com que uma pessoa cresça numa família cristã, ética, etc e a pessoa for para o inferno por sua livre escolha, por exemplo. Deus escolheu a pessoa para ter condições de viver em santidade, como eu disse, mas não a predestinou para a salvação. Da mesma forma, alguém pode nascer numa família que rejeita e despreza Deus e acabar sendo salva, porque A PESSOA disse não ao pecado. A nossa salvação depende de Deus porque Ele não nos abandonou e morreu para nos salvar, mas somos nós que decidimos se vamos para a Vida Eterna ou não.

      Excluir
    24. Bem, não apenas eu, mas a Igreja Católica também acredita na predestinação. Há, no entanto, posições distintas. Descobri isso aqui:

      http://www.presbiteros.com.br/site/a-doutrina-catolica-admite-a-predestinacao-2/

      Dá uma olhada.

      Espero que não haja problema de citar outro site.

      Que Deus nos abençoe.

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    25. Esta discussão sobre predestinação vai longe, sugiro a todos que encerramos por aqui até que o Henrique traga uma postagem falando sobre isto, mas sempre ficará a duvida a aqueles que não crerem na predestinação (como eu), se DEUS escolhe alguns para o céu e outros para o inferno porque ELE é soberano e faz o que quer com sua criação, então ELE não é um DEUS justo mas é um tirano, e por mais que os defensores da predestinação queira dizer que não, mas esta é justamente a conclusão que se chega, e nem adianta dizer que nossa compreensão esta longe da compreensão de DEUS ou coisa assim, porque DEUS nos revelou muito bem qual o seu desejo com relação a todos nós, a toda humanidade, que é a salvação de todos, e não somente de alguns predestinados.

      Anonimo Sidnei.

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    26. "Se o Senhor fizer com que uma pessoa cresça numa família cristã, ética, etc e a pessoa for para o inferno por sua livre escolha, por exemplo. Deus escolheu a pessoa para ter condições de viver em santidade, como eu disse, mas não a predestinou para a salvação. Da mesma forma, alguém pode nascer numa família que rejeita e despreza Deus e acabar sendo salva, porque A PESSOA disse não ao pecado. A nossa salvação depende de Deus porque Ele não nos abandonou e morreu para nos salvar, mas somos nós que decidimos se vamos para a Vida Eterna ou não.

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      Décio da Silva4 de dezembro de 2014 11:32
      Bem foi um longo texto, mas uma grande prova de que só existe uma Igreja funda por Cristo, e essa Igreja é a Igreja Católica Apostólica Romana.

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      RespostasHenrique Sebastião4 de dezembro de 2014 16:18
      Olá, Décio. Sim, este foi um longo texto, e olhe que esta é apenas a primeira parte... (risos) Realmente, o depoimento integral de Marcus Grodi é extenso, pois é bem detalhado, mas sem dúvida é uma leitura que vale a pena.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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      Luiz5 de dezembro de 2014 19:19
      Prezado,
      Henrique Sebastião
      Sou protestante e adimiro a sua educação em expor suas explicações,no texto acima apesar de longo não há nemhuma ofensa a Igreja Católica,apenas o testemunho de ex-protestante narrando a sua História de conversão a Igreja Católica.
      Não entendo por determinados leitores católicos aproveitam a opotunidade para agredirem
      os protestantes. .
      Exsitem Católicos verdadeiros com voçê, que são éticos, e que apesar de nossas divergências mantem um excelente nivel de convivência.

      Um abraço



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      Anônimo9 de dezembro de 2014 07:58
      "Sidnei, compreendo a dificuldade com essas passagens. Muitos a tem hoje em dia. Mas não é mal nem tirano em nada que faça, pois Ele é o padrão de justiça e bondade, e tem direito de fazer absolutamente tudo com a própria criação. Para mim, é confortador pensar que a salvação não está em minhas mãos pecadoras, mas sim na do Deus único e verdadeiro."

      Como o Petrivalianici comentou, se DEUS escolher quem vai ser salvo ou não, se ELE escolher quem vai para o céu ou para o inferno, ELE não é um DEUS justos e verdadeiro, mas um tirano. Alegar que DEUS é justo mas que determinou desde a eternidade quem vai se salvar e quem vai se perder é uma contradição tremenda, ou ELE é justo ou não é.

      "Mas Ele mesmo disse que ninguém pode ir à Ele se o Pai não o trouxer. E não orou, em sua oração sacerdotal, pelo mundo: orou por aqueles que o Pai O tinha dado."

      O PAI trouxe por sua graça, e esta graça o qual foi correspondida livremente pelos homens, este DEUS trouxe a JESUS, e por estes que JESUS orou em sua oração sacerdotal do capítulo 17 do Evangelho de São João.

      Anonimo Sidnei.


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      Exato Petrivalinice, é exatamente isto que esta escrito em Ezequiel capitulo 18.







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    27. "Eu entendo que o Apóstolo fala para os cristãos, já que cita as promessas de Deus e usa o termo "conosco". Portanto, Deus deseja que os filhos da promessa se salvem e nenhum se perca."

      Quanta contradição, ou DEUS deseja que os filhos da promessa se salvem e nenhum se perca, ou ELE já os predestinou para isto?.

      Anonimo Sidnei.

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    28. Sidnei, estou de acordo com você. Encerremos o tópico até uma hora apropriada. Apenas em relação ao último comentário:

      "Quanta contradição, ou DEUS deseja que os filhos da promessa se salvem e nenhum se perca, ou ELE já os predestinou para isto?"

      Deus deseja a salvação dos filhos da promessa, e se Ele deseja, eles se salvarão. Não há nada que Deus realmente queira que não aconteça.

      Isso quer dizer que, em algum momento da vida deles, ouvirão o evangelho, aceitarão Cristo como salvador e viverão uma vida santa.
      A predestinação consiste nisso.


      Obrigado.

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    29. Então quer dizer que a predestinação consiste que os que DEUS escolheu, os filhos da promessa, ouvirão o evangelho, aceitarão Cristo como salvador e viverão uma vida santa, e o restante?, o restante então foram todos programados para irem para o inferno porque DEUS quer?, se eles não levarão uma vida santa, eles não levarão porque é desejo de DEUS?. Filipe, não adianta, nem você e nem nenhum presbiteriano querer explicar o inexplicável, não creremos jamais em um DEUS que faça alguns serem santos para no final já nem irem, mas já estarem no céu pois este foi o desejo de DEUS desde a eternidade, e outros praticarem o pecado e rem para o inferno porque este também é o desejo de DEUS. Repito, esta não é atitude de um DEUS justo e verdadeiro, mas de uma verdadeiro tirano, se você quiser continuar em um deus assim, continue, é sua liberdade de crer assim, respeitamos por isto, porém, querer fazer nos crer nisto, aí é ir longe demais.

      Anonimo Sidnei.

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    30. Sidnei, última resposta então para encerrar o tópico. Deus não é, e nem pode ser, injusto em nada que faça. Isto porque Ele é a própria justiça.

      Os que não são predestinados serão condenados por seus próprios pecados. Eles não aceitarão a Cristo e usarão mal sua liberdade, para serem pecadores e inimigos de Deus, como o é todo homem carnal. A condenação deles é justa. Eles tem culpa, não são robôs programados para fazer o mal.

      O que creio é que sem um toque especial de Deus, não temos em nós bondade para aceitar a Cristo como Senhor e Salvador.



      Excluir
    31. "Os que não são predestinados serão condenados por seus próprios pecados. Eles não aceitarão a Cristo e usarão mal sua liberdade, para serem pecadores e inimigos de Deus, como o é todo homem carnal. A condenação deles é justa. Eles tem culpa, não são robôs programados para fazer o mal."

      Se eles não são predestinados ao céu, mas se perderão pelos seus próprios pecados, logo, uma vez não predestinados ao céu, eles estão predestinados ao inferno, a contradição ainda persisti, embora já disse em um comentário anterior, todos estamos predestinados ao céu o qual a Igreja crê na predestinação positiva, porém, alguns ou muitos rejeitarão esta predestinação ao céu e preferirão ir para o inferno, talvez estejamos chegando a algum acordo.


      "O que creio é que sem um toque especial de Deus, não temos em nós bondade para aceitar a Cristo como Senhor e Salvador."

      Isto se chama "GRAÇA", pois o ser humano com suas próprias forças não poderá encontrar DEUS e nem a Salvação em JESUS CRISTO, somente pela Graça de DEUS o qual chama a todos os homens, é que poderão encontrar a DEUS e pela fé em CRISTO traduzidas não somente com palavras mas também pelas Obras poderão chegar a Salvação Eterna, embora DEUS na sua pré-ciência sabe muito bem quem irá se salvar e quem irá se perder, mas aos que irão se salvar, DEUS dá toda a Graça e oportunidades possíveis para que os salvos cheguem ao seu fim.

      Anonimo Sidnei.

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    32. Filipe,

      Parece-me que você subestimou a capacidade intelectual do Marcus Grodi ao acreditar que ele não havia entendido os princípios bíblicos. Ele se formou em teologia em um renomado seminário protestante e conhecia bem a doutrina da predestinação segundo a visão calvinista, que era a orientação doutrinal por ele professada. Então, se havia algum erro de interpretação dos princípios bíblicos em relação à salvação e à predestinação, como colocado por você, tal erro teria sido introduzido por Calvino, um dos pais da reforma protestante. Seus muitos seguidores apenas seriam e são levados ao erro como consequência de confiarem na doutrina calvinista.

      A dificuldade naquele momento do Marcus G. residia em aplicar com coerência os princípios bíblicos segundo a visão protestante, diante das realidades com as quais ele se deparava ao exercer seu ministério como pastor. Pois ao aplicar a doutrina em situações reais, ele começava a perceber inconsistências nos princípios fundamentais do protestantismo.

      Por outro lado, por ele estar sinceramente decidido a seguir Jesus Cristo, aquela dificuldade, acompanhada de muitas orações, abriu seu coração para buscar com coragem e determinação as respostas para seus questionamentos. Inicialmente investigando várias denominações evangélicas, e em seguida passando a analisar também a doutrina católica.

      Caso não tenha ainda concluído a leitura do testemunho do Marcus Grodi (por ter ocupado o tempo para expressar sua interpretação da Bíblia sobre a predestinação (rs...)), você verá que os intensivos estudos dele sobre os argumentos católicos levaram 1,5 anos.

      Por muito estar em jogo na posição dele caso se convertesse ao catolicismo, o Marcus G. teve o cuidado de tomar uma decisão muito bem fundamentada. Então, foram muitos livros, documentos, áudios sobre a doutrina e a história da Igreja, além de debates com protestantes e católicos, até chegar a se convencer sobre a questão mais importante, que é a autoridade da Igreja Católica, para encontrar o que ele buscava: a verdade. Assim como o Henrique bem comentou anteriormente sobre a Sola Scriptura, seguindo a mesma linha de raciocínio, o Marcus Grodi afirma no final deste testemunho que toda discussão sobre como interpretar as Escrituras não chega a qualquer lugar se não houver um meio de saber com certeza infalível que determinada interpretação é a correta.

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    33. Elton, Graça e Paz

      Eu fiz o meu comentário anterior por causa de alguns assuntos falados pelo Marcus Grodi. Não creio que subestimei. Mas, o que ele disse sobre a salvação e suas dúvidas foi algo que eu nunca vi na doutrina da minha igreja.
      Digo isso embora eu seja apenas um aprendiz, não um representante da Igreja. Há homens com currículo muito maior que Marcus Grodi que estão na mesma Igreja Presbiteriana e não apresentam as mesmas inquietações; e eu também não subestimo essas pessoas.
      Veja, um calvinista não segue apenas as ideias de Calvino, mas há um corpo de pensadores e teólogos que, ao longo de séculos, foi desenvolvendo as doutrinas.
      Entre essas doutrinas, está a predestinação. Isso não é exatamente a minha visão, porque não a desenvolvi, mas é a que entendo melhor e percebo harmonia com as Escrituras. Mas estou aberto a estudar outras visões, como qualquer estudante honesto também estaria.

      Obrigado pela menção e voltamos a conversar.
      Só não de predestinação, por enquanto! (rs)

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    34. Filipe,

      O Marcus Grodi apresenta na EWTN desde 1997 um programa semanal, chamado The Journey Home, no qual entrevista convertidos de várias denominações protestantes e de outras religiões para o catolicismo. São muitos os ex-presbiterianos, uma boa parte ex-pastores, que passaram por inquietações semelhantes às que ele que vivenciou. Quando essas pessoas se aprofundaram nos estudos da história e da doutrina da Igreja, reconheceram a autoridade da Igreja Católica e a solides da sua doutrina.

      Por falar em currículo, procure saber, por exemplo, sobre casos como o de Francis J. Beckwith, ex-presidente da sociedade teológica evangélica dos EUA, e do Scott Hahn, summa cum laude no seminário de Teologia de Gordon-Conwell e Ph.D. em Teologia Sistemática na Universidade de Marquette. A propósito, ambos já estiveram no programa The Journey Home. A história de conversão do Soctt Hahn, que foi pastor presbiteriano, e de sua esposa está disponível em um livro traduzido para o português com o título Todos os Caminhos levam a Roma. É de leitura agradável, como um romance, e certamente lhe será bastante útil para seus estudos.

      A paz de Cristo,

      Elton

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    35. Elton, Graça e Paz.

      O Henrique me deu o livro ao qual você se refere. Eu o estou lendo, devo estar na página 78. Me proponho a discutir o que achei da leitura após terminar.

      Obrigado pelas referências.

      Que Deus nos abençoe.

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  4. Bem foi um longo texto, mas uma grande prova de que só existe uma Igreja funda por Cristo, e essa Igreja é a Igreja Católica Apostólica Romana.

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    1. Olá, Décio. Sim, este foi um longo texto, e olhe que esta é apenas a primeira parte... (risos) Realmente, o depoimento integral de Marcus Grodi é extenso, pois é bem detalhado, mas sem dúvida é uma leitura que vale a pena.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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  5. Prezado,
    Henrique Sebastião
    Sou protestante e adimiro a sua educação em expor suas explicações,no texto acima apesar de longo não há nemhuma ofensa a Igreja Católica,apenas o testemunho de ex-protestante narrando a sua História de conversão a Igreja Católica.
    Não entendo por determinados leitores católicos aproveitam a opotunidade para agredirem
    os protestantes. .
    Exsitem Católicos verdadeiros com voçê, que são éticos, e que apesar de nossas divergências mantem um excelente nivel de convivência.

    Um abraço

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  6. "Sidnei, compreendo a dificuldade com essas passagens. Muitos a tem hoje em dia. Mas não é mal nem tirano em nada que faça, pois Ele é o padrão de justiça e bondade, e tem direito de fazer absolutamente tudo com a própria criação. Para mim, é confortador pensar que a salvação não está em minhas mãos pecadoras, mas sim na do Deus único e verdadeiro."

    Como o Petrivalianici comentou, se DEUS escolher quem vai ser salvo ou não, se ELE escolher quem vai para o céu ou para o inferno, ELE não é um DEUS justos e verdadeiro, mas um tirano. Alegar que DEUS é justo mas que determinou desde a eternidade quem vai se salvar e quem vai se perder é uma contradição tremenda, ou ELE é justo ou não é.

    "Mas Ele mesmo disse que ninguém pode ir à Ele se o Pai não o trouxer. E não orou, em sua oração sacerdotal, pelo mundo: orou por aqueles que o Pai O tinha dado."

    O PAI trouxe por sua graça, e esta graça o qual foi correspondida livremente pelos homens, este DEUS trouxe a JESUS, e por estes que JESUS orou em sua oração sacerdotal do capítulo 17 do Evangelho de São João.

    Anonimo Sidnei.

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  7. Ainda bem que esse pastor se converteu para a igreja de Jesus Cristo

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  8. Filipe, ainda não li o post todo, mas percebo que a predestinação da qual fala o post é diferente da do protestantismo, tanto que é dito que Deus não quer que ninguém se perca.
    De qualquer forma, como disse Sidnei, acho melhor esperarmos o post sobre a predestinação, que tratará de forma mais aprofundada sobre o assunto. A paz de NSJC!

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  9. “Bem, não apenas eu, mas a Igreja Católica também acredita na predestinação...”

    A resposta de um teólogo católico numa revista (Pergunte & Responderemos) a um questionamento, não quer dizer que seja a posição da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
    O respeitado beneditino Dom Estevão Bittencourt, foi e sempre será um dos maiores teólogos católicos brasileiros, mas, sozinho (fora do Magistério), não fala em nome da única e Santa Igreja de Jesus Cristo, fora da qual não há salvação.

    Momento catequético do CIC:

    §170 Não cremos em fórmulas, mas nas realidades que elas expressam e que a fé nos permite "tocar". "O ato (de fé) do crente não pára no enunciado, mas chega até a realidade (enunciada). Todavia, temos acesso a essas realidades com o auxílio das formulações da fé. Estas permitem expressar e transmitir a fé, celebrá-la em comunidade, assimilá-la e vivê-la cada vez mais.

    §171 A Igreja, que é "a coluna e o sustentáculo da verdade" (1 Tm 3,15), guarda fielmente a fé uma vez por todas confiada aos santos. E ela que conserva a memória das Palavras de Cristo, é ela que transmite de geração em geração a confissão de fé dos apóstolos. Como uma mãe que ensina seus filhos a falar e, com isto, a, compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, nos ensina a linguagem da fé para introduzir-nos na compreensão e na vida da fé.

    §185 Quem diz creio diz "dou minha adesão àquilo que não cremos". A comunhão na fé precisa de uma linguagem comum da fé, normativa para todos e que una na mesma confissão de fé.

    Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

    Salve Maria!

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