Considerações sobre o Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a Família (2015)

CIDADE DO VATICANO (RV) – O Relator-Geral do Sínodo, o Cardeal húngaro Peter Erdö (foto), Arcebispo de Esztergom-Budapeste, Primaz da Hungria e Presidente da Conferência Episcopal da Hungria e do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, apresentou na 1ª Congregação Geral o Relatório introdutivo dos trabalhos. No texto, dividido em três partes (Desafios, Vocação e Missão da família), Dom Erdö indicou um acompanhamento misericordioso para quem vive situações familiares difíceis, mas sem deixar dúvidas quando à indissolubilidade do Matrimônio.


Injustiças desafiam a família

Os desafios para a família são muitos, entre os quais Cardeal Erdö enumera os seguintes problemas: migrações, injustiças sociais, baixos salários, violência contra as mulheres. "As instituições são frágeis", escreve ele, e "as pessoas de nosso tempo têm medo de assumir compromissos definitivos".


Individualismo

O crescente individualismo leva a confundir os confins de instituições fundamentais como o Matrimônio e a família, enquanto a sociedade consumista separa sexualidade e procriação, tornando a vida humana e a genitorialidade “realidades componíveis e decomponíveis”.


Indissolubilidade do Matrimônio

O Relatório, todavia, ressalta aspectos positivos: o Matrimônio e a família, que não deixam os indivíduos isolados, mas transmitem valores e “oferecem uma possibilidade de desenvolvimento à pessoa humana” insubstituível. E é justamente do Matrimônio indissolúvel que deriva a vocação familiar, – explica a segunda parte do documento. Indissolubilidade que não é um jogo, mas um dom.


A família é o próprio princípio da vida na sociedade

Por isso, o Cardeal Erdö reitera “a importância da promoção da dignidade do Matrimônio e da família”, enquanto “comunidade de vida e amor”; “Igreja doméstica baseada no Matrimônio sacramental entre dois cristãos”; “princípio de vida na sociedade”. A família", – destaca o documento, – "é o local onde se aprende a experiência do bem comum”.


Formação dos sacerdotes no acompanhamento familiar

Qual é, então, a missão da família, hoje? É o que explica a terceira parte do Relatório: em primeiro lugar, reitera-se a importância da formação, seja para os esposos – para que o Matrimônio não seja somente um fator exterior e emocional, mas também espiritual e eclesial – seja para o clero, – para que acompanhe as famílias com “um amadurecimento afetivo e psicológico”, sem esquecer da exigência de uma “conversão da linguagem, para que resulte efetivamente significativo” sobretudo quando se trata de ajudar quem vive “situações problemáticas e difíceis”, nas quais é preciso unir “misericórdia e justiça”.


Família e instituições públicas

Outra missão das famílias cristãs é colaborar com instituições públicas e criar estruturas econômicas de apoio para ajudar os núcleos que vivem situações de pobreza, desemprego e falta de assistência social e médica. “Toda a comunidade eclesial deve tentar assistir às famílias vítimas de guerras e perseguições”, lê-se no Relatório.


Famílias feridas: misericórdia e acolhimento

Há ainda a missão “delicada e exigente” da Igreja com as famílias feridas. Conforme explica o Relatório, o método deve ser o da misericórdia e do acolhimento, acompanhado porém da apresentação clara da verdade sobre o Matrimônio. – “A maior misericórdia é dizer a verdade com amor", – afirmou o Cardeal Erdö. – "Deve-se ir além da compaixão, porque o amor misericordioso atrai e une, transforma e eleva e convida à conversão”.


Misericórdia requer a conversão do pecador

O Relatório centra-se, portanto, sobre casos específicos: para os conviventes, sugere “uma sã pedagogia” que oriente seus corações “à plenitude do Plano de Deus”; para os divorciados não recasados se encoraja a criação de centros de aconselhamento diocesanos para ajudar os cônjuges nos momentos de crise, apoiando os filhos, que são as maiores “vítimas destas situações”, não esquecendo “o caminho do perdão e da reconciliação, se possível”. Para os divorciados recasados, no entanto, pede-se “uma aprofundada reflexão”, tendo em conta um princípio importante:

É imperativo um acompanhamento pastoral misericordioso que, no entanto, não deixe dúvidas sobre a verdade da indissolubilidade do Matrimônio, como ensinado pelo próprio Jesus Cristo. A misericórdia de Deus oferece ao pecador o perdão, mas exige a conversão.


O caminho da penitência e a 'lei da gradualidade'

O Relatório introdutório também enfoca o chamado “caminho penitencial”, especificando que este pode se referir aos divorciados recasados ​​que praticam continência e que portanto “poderão aceder também aos Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, evitando porém de provocar escândalo”. Ou, esse pode ser entendido de acordo com a prática tradicional da Igreja latina que permitia aos sacerdotes ouvir as confissões dos divorciados recasados, dando absolvição apenas para aqueles que, de fato, tinham a intenção de mudar de vida.

Com relação à “lei da gradualidade” para se aproximar dos Sacramentos, especifica-se: “Embora algumas formas de convivência tragam em si alguns aspectos positivos, isso não implica que possam ser apresentadas como bens”. No entanto, uma vez que “a verdade objetiva do bem moral e a responsabilidade subjetiva do indivíduo” são distintas, então, “em nível subjetivo pode ter lugar a lei da gradualidade e portanto a educação da consciência”.


Cuidado pastoral das pessoas com tendências homossexuais

Outro parágrafo é dedicado ao cuidado pastoral das pessoas homossexuais: eles devem ser acolhidos “com respeito e delicadeza”, evitando qualquer sinal de discriminação injusta, conforme explica o Relatório, esclarecendo bem, porém, que “não há fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias, sequer remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus para o Matrimônio e a família”. Além disso, o Cardeal Erdö acrescentou:

É totalmente inaceitável que os Pastores da Igreja sofram pressões nesta matéria e que os organismos internacionais condicionem as ajudas financeiras aos países pobres para a introdução de leis que estabeleçam o (falso) ‘matrimônio’ entre pessoas do mesmo sexo.”


Vida inviolável desde a concepção até a morte natural: não ao aborto e à eutanásia

Os últimos parágrafos do Relatório abordam o tema da vida, da qual se reafirma o caráter da inviolabilidade desde a concepção até a morte natural. Não, portanto, ao aborto, à terapia agressiva, à eutanásia, e sim à abertura à vida como “uma exigência intrínseca do amor conjugal”. Dom Erdö lembra o grande trabalho da Igreja no apoio às mulheres grávidas e às crianças abandonadas, e também aquelas que abortaram e sinceramente se arrependeram, bem como às famílias impossibilitadas de curar seus entes queridos doentes.

"A Igreja faz sentir a sua presença, compensando as deficiências do Estado e oferecendo um apoio humano e espiritual ao trabalho de assistência", diz o Relator geral, e estes são “valores que não podem ser quantificados com o dinheiro”.


Incentivar a adoção de crianças, uma forma de apostolado familiar

Recomendando, além disso, a “promover a cultura da vida diante da cada vez mais difundida cultura de morte”, o Relatório também sugere “um ensino adequado sobre métodos naturais para a procriação responsável”, redescobrindo a mensagem da Encíclica Humanae Vitae de Paulo VI. Central também o incentivo à adoção das crianças, “forma específica de apostolado familiar”.


A Igreja seja sempre mais testemunha da misericórdia de Deus

Finalmente, no âmbito da educação, recorda-se que “os pais são e permanecem os principais responsáveis pela educação humana e religiosa dos seus filhos” (quase ouço berrar aos meus ouvidos o famigerado slogan ideológico de nosso governo atual: 'Brasil, Pátria Educadora'... Caberá às famílias ou à Pátria a educação de nossas crianças?) e que cabe à Igreja encorajá-los e apoiá-los “na participação vigilante e responsável” aos programas escolares e educacionais dos filhos. O Relatório se conclui, portanto, exortando a Igreja a “converter-se e tornar-se mais viva, mais pessoal, mais comunitária”, testemunha da “maior misericórdia” de Deus.


Cardeal Baldisseri: o Sínodo olhe para a família com ternura e compaixão

Além do Cardeal Erdö, a primeira Congregação Geral do Sínodo dos Bispos teve o discurso do Secretário-Geral da Assembleia, Cardeal Lorenzo Baldisseri, que percorreu, em ordem cronológica, o caminho preparatório deste 14º Sínodo ordinário, enfatizando que a família é um tema “importante e transversal”, que diz respeito não apenas os católicos, mas a todos os cristãos e à humanidade toda.

Convidando, em seguida, a Assembleia a trabalhar constantemente “na unidade e para a unidade”, o purpurado saudou os muitos casais presentes no Sínodo, na qualidade de Auditores e Peritos: entre eles, afirmou, há "uma significativa presença feminina" da qual se espera “uma contribuição especial para que o Sínodo possa olhar para a família com um olhar de ternura, com a atenção e compaixão típica das mulheres”.

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Fonte:
Rádio Vaticana, disp. em:
http://br.radiovaticana.va/news/2015/10/05/s%C3%ADnodo_acompanhar_as_fam%C3%ADlias_com_miseric%C3%B3rdia,_na_verdade/1176868
Acesso 5/10/015
www.ofielcatolico.com.br

12 comentários:

  1. Que mantenham afastados - na teoria já estão - os casados em segundas uniões e homossexuais em sodomia da S Comunhão, Confissão e de plena participação na Igreja como iguais aos obedientes ás leis do Senhor Deus, como catequistas por ex.!
    Ter misericordia com eles e compaixão não significa trata-los como os que estão dentro da Igreja cumprindo fielmente os S Mandamentos, senão seria apologizar seus comportamentos erroneos e induzi-los ao pecado sob uma falsa misericórdia, salvando-lhes apenas as aparências de cristãos, além desses serem um mau exemplo de cristãos, e o são!
    Ou bem que se convertam ou fiquem à margem da Igreja, apesar de nem por isso os discriminar, mas os convidar á conversão!

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  2. no curso ao vivo do padre paulo ricardo de ontem ele respondeu uma pergunta ótima de um henrique. Era você? se foi, parabéns. Pergunta exelente que eu queria saber a reposta e confesso que estou muito preocupado com o momento da igreja.

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    1. Poderia compartilhar conosco a pergunta e a resposta?

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    2. Bem, Patrick, o tema do encontro era o mesmo desta nossa postagem, – o Sínodo sobre a família, – com enfoque na delicada situação atual da Igreja, as tendências de bispos e teólogos e o perigo de uma certa corrente modernista (que conhecemos tão bem) exercer uma indesejável e elevada influência para as decisões que serão tomadas no Sínodo.

      O padre Paulo Ricardo falava exatamente sobre a imprudência (e a inconveniência) de se "abrir para discussão" temas sobre os quais a Igreja simplesmente não tem poder de mudar, – assim como a indissolubilidade do Matrimônio ou o fato de as práticas homossexuais constituírem pecado grave, – e do perigo real de ocorrer uma grande apostasia caso o Papa viesse a ser convencido por estes grupos a "liberar" que sodomitas e adúlteros se aproximassem da Mesa da Comunhão para receber Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor.

      A pergunta que eu fiz, dentro deste contexto, foi: "se o Papa der ouvidos a esses teólogos revolucionários, não é de se temer que Roma perca a fé, e os verdadeiros católicos tornem-se um pequeno grupo?".

      Uma pergunta difícil e delicadíssima, que eu formulei dentro daquele contexto específico, entre pessoas de um grupo também específico, preparado para compreender as coisas.

      A pergunta levou o revmo. Padre a citar os parágrafos do Catecismo da Igreja Católica (§675ss) que preveem a grande apostasia da Igreja no final dos tempos e a polêmica segunda parte da mensagem de Nossa Senhora de Salete, que ele considera autêntica.

      Resumindo, a resposta do padre à minha pergunta foi que sim, esta grande apostasia não só é possível como esperada (tanto que é prevista e advertida no próprio Catecismo da Igreja), embora ele (assim como eu) acredite que isso não venha a acontecer agora. Rezemos muito nesta intenção.

      Claro, essa pergunta e a resposta levaram a uma série de desdobramentos úteis e importantes, mas que não cabem neste espaço. Se eu conseguir um pouco de precioso tempo, tentarei publicar algo sobre o assunto por aqui, em forma de postagem.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo

      Apostolado Fiel Católico

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    3. Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós! A paz de NSJC!

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    4. Obrigado pela resposta Henrique. Eu sabia que o tema era o Sínodo, mas como não sou assinante no momento do Pe. Paulo Ricardo, não assisti a aula de ontem.

      Imaginava que a pergunta era nesse sentido, por isso perguntei. Seria ótimo que fizesse uma postagem, pois sempre aborda os assuntos com muitos fundamentos e de forma prudente.

      Confesso que este Sínodo já foi (e ainda é um pouco) motivo de confusão em minha cabeça, e exatamente o que foi levantado pelo Pe. Paulo Ricardo é o que me questiono (segundo você transcreveu na sua resposta):

      "O padre Paulo Ricardo falava exatamente sobre a imprudência (e a inconveniência) de se "abrir para discussão" temas sobre os quais a Igreja simplesmente não tem poder de mudar, – assim como a indissolubilidade do Matrimônio ou o fato de as práticas homossexuais constituírem pecado grave"

      Exatamente esta questão que segue sem resposta para mim. Que o acolhimento a estas pessoas que sofrem com estes problemas é importante, todos sabem, pois até o CIC nos ensina, já é parte da Doutrina Católica. Se este acolhimento não é feito de forma correta, é claro que a Igreja precisa corrigir isso.

      Mas o que me deixou preocupado, é que neste momento em que avança a cultura da morte, ideologia de gênero, e todo tipo de ataque a família tradicional, na minha humilde opinião, estes seriam os temas mais importantes.

      A confusão (ao que parece) esta feita, parece que está se polarizando, um lado fala que não pode questionar o Sínodo e o Papa, e outro ataca de forma muito agressiva, principalmente o Papa Francisco.

      Os demais vídeos do Pe. Paulo Ricardo sobre este assunto eu vi, e por enquanto achei que ele foi o mais elucidativo (e prudente) nesta questão.

      Já li várias opiniões, desde dos chamados "cleaners" até os "radtrads" (sou totalmente contra estas "nomenclaturas"), e pedindo para o Espírito Santo me ajudar, hoje me sinto um pouco mais seguro do que pode vir pela frente, mas volto a salientar que uma opinião clara, fundamentada, e sem poder ser taxada de cleaner ou radtrad, seria fundamental para ajudar muitas pessoas, que assim como eu, podem estar sem respostas e preocupadas.

      Uma conclusão que cheguei é que dificilmente irá chegar até nós (logo), o que realmente está se passando, e que o melhor a fazer é se manter fiel e na Graça. Na mídia em geral é melhor não confiar, pois para eles quanto mais confusão, melhor.

      Novamente agradeço sua dedicação neste apostolado.

      Paz e Bem!

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  3. Achei muito infeliz e sem misericórdia essa forma farisaica do comentario do sr. Renan, quanto aos casais em segunda união.

    Segue abaixo uma forma mais misericordiosa pelo então Papa, hoje emériro, Bento XVI, quando questionado sobre o aasunto em 2012.

    Diálogo com as Famílias

    Festa dos Testemunhos no Parque Bresso de Milão, Itália

    Encontro Mundial das Famílias 2012

    2 de junho de 2012

    MANOEL ANGELO: Alguns desses casais que se casam novamente gostariam de se reaproximar da Igreja, mas vêem negados os Sacramentos a eles e a desilusão é grande. Se sentem excluídos, marcados por uma sentença definitiva (…).

    Santo Padre, sabemos que estas situações e que estas pessoas estão muito no coração da Igreja: quais palavras e quais sinais de esperança podemos dar a eles?

    frase_bento_xvi_namoroSANTO PADRE: (…) Em realidade, este problema dos casais em segunda união é um dos grandes sofrimentos da Igreja hoje. E não temos receitas simples.

    O sofrimento é grande e podem somente ajudar as paróquias, os indivíduos, ajudando estas pessoas a suportar o sofrimento deste divórcio. Eu diria que é muito importante saber, naturalmente, a prevenção, isto é, aprofundar desde o início, no namoro, numa decisão profunda, madura. Além disso, o acompanhamento durante o matrimônio, afim que as famílias não estejam nunca sozinhas, mas realmente acompanhadas em seu caminho.

    E depois, quanto a essas pessoas, devemos dizer (…) que a Igreja as ama, mas eles devem ver e sentir este amor. Parece-me um grande desafio para uma paróquia, uma comunidade católica, fazer realmente o possível para que eles se sintam amados, aceitos, que não se sintam “fora”, mesmo que não possam receber a absolvição e a Eucaristia. Eles devem ver que mesmo assim vivem plenamente na Igreja. Talvez, se não é possível a absolvição na Confissão, todavia, um contato permanente com um sacerdote, com um guia espiritual, é muito importante para que possam ver que estão sendo acompanhados, guiados.

    frase_bento_xvi_comunhao_espiritualDepois, é também muito importante que sintam que a Eucaristia é verdadeira e participada se realmente entram em comunhão com o Corpo de Cristo. Mesmo sem o recebimento “corporal” do Sacramento, podemos estar espiritualmente unidos a Cristo no Seu Corpo. E fazer entender isso é importante, que realmente encontrem a possibilidade de viver uma vida de fé, com a Palavra de Deus, com a comunhão da Igreja e podem ver que o sofrimento deles é um dom para a Igreja, porque serve, assim, para defender também a estabilidade do amor, do Matrimônio; e que este sofrimento não é somente um tormento físico e psíquico, mas é também um sofrimento na comunidade da Igreja, para os grandes valores da nossa fé.

    Penso que o sofrimento deles, se realmente interiormente aceito, pode ser um dom para a Igreja. Devem sabê-lo, que justamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja. Obrigado pelo vosso empenho.

    - See more at: http://ocatequista.com.br/archives/5893#sthash.WDxNi6fH.dpuf

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    1. Para a comunhão espiritual as condições devem ser as mesmas da S Eucaristia em espécie; portanto, quem está em pecado grave, caso das uniões ilegítimas, está fora dela e não faz o efeito desejado!
      O mesmo acontece com quem se envolve na aberração chamada união homô!
      Não são duas situações estranhas, em pecado e o preferindo, e querer ao mesmo tempo ser de Jesus?
      E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus. Lc 9,62

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    2. A verdadeira Misericórdia, que é demonstrada no perdão dos pecados quando o pecador ESTÁ REALMENTE ARREPENDIDO, e que foi proposta por Nosso Senhor ao dizer: vai E NÃO PEQUES MAIS para a mulher adúltera, foi pregada sim por Renan no comentário dele, anônimo.
      No texto que você trouxe o Papa fala muito de sofrimento, de dor etc, MAS EM NENHUM MOMENTO ENFATIZA A QUESTÃO DO PECADO e da sua incoerência com a Sagrada Comunhão.
      O SOFRIMENTO ESTÁ PRESENTE, SIM, nos fiéis que se divorciam por motivos legítimos e permanecem na castidade. Agora, a partir do momento que alguns deles têm uma segunda união eles estão usando de artifícios humanos e mundanos para superar o sofrimento. Não é mais a castidade e profunda oração, e sim a mera vontade de se "casar" de novo que vão supostamente aliviar a dor por um casamento infeliz.
      Infeliz e farisaica é justamente essa negação do verdadeiro arrependimento e da consciência do pecador na hora de cometer o pecado, justificada por um sofrimento com o qual ele não soube lidar, travestida de misericóridia.
      Eram justamente os fariseus que não suportavam as palavras de NSJC por serem muito duras e se escandalizaram quando Nosso Senhor defendeu a indissolubilidade do matrimônio. É essa postura farisaica que a Igreja, que ama todos os seus filhos mas nem por isso é conivente com seus pecados, não pode assumir.
      Portanto, anônimo, se você pensa como os fariseus o problema é seu. Não venha querer taxar nós católicos de algo que você próprio faz parte.
      "Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério." (Mt 19,9). A paz de NSJC!

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    3. Caro anônimo, por que não se identificar?
      Vossa interferência foi brilhante ao citar as sábias palavras do nosso querido e amado Papa Emérito Bento XVI, no diálogo com as famílias em Milão na Itália, onde se abriu a forte possibilidade dos casais em segunda união poderem viver a comunhão espiritual com Nosso Senhor Jesus Cristo.
      O nosso irmão Renan cita, por exemplo, que os catequistas são pessoas obedientes a Lei do Senhor Deus, ora, conheço um excelente catequista de adultos na situação de segunda união exercendo um belo trabalho de evangelização dentro da Igreja, e é tratado por todos como membro do mesmo Corpo de Cristo.
      Agora, não devemos nos esquecer que existem “santos” dentro da Igreja conhecidos como “Santos de pau oco”, como são carinhosamente chamados aqui do Nordeste, pessoas que se acham mais “santas que todos os santos”.
      Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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    4. Não há possibilidade alguma, forte ou fraca, de a Doutrina da Igreja mudar, André, e tenho certeza que você sabe disso. A única possibilidade, ontem, hoje e sempre, é de todo e qualquer pecador, arrependido de seus pecados, se confessar e aí sim poder comungar do Corpo e do Sangue de NSJC.
      O catequista pode, sim, exercer um excelente trabalho de evangelização e ser membro do Corpo de Cristo, como todos os pecadores, mas isso não muda a sua situação de pecado, obviamente.
      Quantos aos santos do pau oco, é fato que eles existem e se tratam de irmãos soberbos que faltam no que diz respeito à humildade, mas não à crença na imutabilidade da Fé e no respeito ao Sacramento da Confissão e ao Santíssimo Sacramento.
      Quanto aos que se acham "mais santos que todos os santos", creio que o melhor exemplo que podemos ver é justamente o daqueles que, vendo a história bimilenar da Igreja (incluindo o surgimento do anglicanismo), a vida e crença dos santos e santas na castidade e indissolubilidade do matrimônio, se acham "mais certos" que eles a ponto de quererem solapar a doutrina do matrimônio e separar o que Deus uniu. Isso sim é querer ser mais santo que todos os santos. A paz de NSJC!

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    5. Claro que a Santa Doutrina da Igreja jamais mudará (é o que todo fiel católico espera). Agora, diante das sábias palavras do Santo Padre Emérito, no encontro com as famílias em Milão, ratifico, abriu-se a possibilidade dos casais de segunda união, poderem viver a comunhão espiritual.
      Alguns tratam o caso de segunda união como se fosse um caso de excomunhão “latae sententae”, privando-os da graça de Deus e da Salvação. Não! O maior problema, drama e cruz, que abrange diretamente os divorciados em segunda união é não poder ter acesso aos Santos Sacramentos da Reconciliação (que prepara e abri o caminho ao Sacramento Eucarístico) e da Eucaristia, conforme argumentos doutrinários-teológicos e pastoral da Familiaris Consortio.
      A Exortação Apostolica de São João Paulo II, Familiaris Consortio no seu n. 84, exorta os casais em segunda união a participarem de um caminho de vida cristã que deve coexistir em ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar o sacrifício da Santa Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar seus filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitencia, etc
      E um dos melhores meios deles (segunda união) participarem ativamente da comunidade paroquial é, segundo o ensinamento da Santa Igreja, a comunhão espiritual (caminho extra-sacramental da graça), “com firme confiança crê que, mesmo aqueles que se afastaram do mandamento do Senhor e vivem agora nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação, se perseverarem na oração, na penitencia e na caridade” (FC 84).
      “Por meio da comunhão espiritual, de fato, ficam satisfeito os desejos de amor da alma que quer unir-se a Jesus Hóstia seu amado esposo”. São João da Cruz
      Seja sempre louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!
      Salve Maria!
      São Semeão, rogai por nós!

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