Que deve fazer o fiel católico nestes tempos de crise e apostasia? – parte 6 | reflexões sobre o Sedevacantismo II

→ Leia a parte anterior desta série


[AVISO: dentro deste tópico específico, tudo o que se afirma não representa necessariamente a posição da Fraternidade Laical São Próspero, mas expressa os pontos de vista defendidos pelos sedevacantistas, com o intuito de tentar esclarecê-los.]


Um falso Papa à frente da Igreja: uma teoria absurda?

Existe hoje um sentimento e/ou uma compreensão generalizada de que a Igreja jamais, em tempo algum e em nenhuma hipótese, poderia ter um falso Papa, e que todos os que se atrevem a sequer considerar tal possibilidade são cismáticos ou loucos que não merecem nenhuma consideração. Mas é fato que a Igreja, ao longo de toda a sua longa história, já teve 42 antipapas (veja a lista completa). Destes, um dos casos mais notórios foi o do antipapa Anacleto II, que reinou de 1130 a 1138. Este foi  artificialmente implantado por uma eleição inválida, depois de Inocêncio II, o verdadeiro Papa, já ter sido canonicamente eleito. Apesar da falsidade, Anacleto II obteve o controle de Roma e o apoio da maior parte do Colégio dos Cardeais de seu tempo, e foi obedecido por quase toda a população romana por quase uma década, até que o verdadeiro Vigário de Cristo recuperasse o controle da cidade, no ano 1138[4].


    Não deveria, portanto, parecer tão inviável a hipótese do sedevacantismo diante de uma situação em que o próprio Papa ensina heresias e professa uma doutrina estranha, trabalhando pública e incansavelmente pela implantação de uma religião totalmente nova – a religião da fraternidade universal.

    Se houvesse mais honestidade intelectual e menos falso pudor ou puritanismo entre os chamados "católicos tradicionalistas", a posição sedevacantista seria, sem grandes problemas, reconhecida como aquilo que é: uma posição teológica viável e possível mediante o atual panorama da Igreja.


Infalibilidade do Papa: uma inescapável consequência da sua legitimidade – eis a grande 'pedra no sapato' dos adeptos da posição 'RR'


Para os adeptos da posição RR (Reconhecer e Resistir), questionar a legitimidade do papado de Francisco seria o selo distintivo de uma seita, de um grupo em cisma com a Igreja de Cristo. Para muitos, porém, a mera observação da realidade demonstra exatamente o contrário.

    Um dos principais argumentos sedevacantistas é o de que reconhecer a legitimidade do papado de Francisco seria o mesmo que reconhecer a sua infalibilidade, e a partir daí não se poderia fazer nenhum tipo de oposição e nem resistir a nada do que esse Papa mande ou ensine: isso iria frontalmente contra a autoridade que o Papa/Vigário de Cristo na Terra detêm perante os homens, autoridade esta conferida por Cristo em Pessoa. É isso o que afirma, por exemplo, o Concílio Vaticano I (18 de julho de 1870) – um concílio infalível, ao contrário do Vaticano II – em sua Constituição Dogmática Pastor Aeternus, e com grande contundência (negritos nossos):


“1836 – (…) o Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de S. Pedro para que estes, sob a Revelação do mesmo, pregassem uma nova doutrina, mas para que, com a sua assistência, conservassem santamente e expusessem fielmente o Depósito da Fé, ou seja, a Revelação herdada dos Apóstolos. E esta doutrina dos Apóstolos abraçaram-na todos os veneráveis Santos Padres, veneraram-na e seguiram-na todos os santos doutores ortodoxos, firmemente convencidos de que esta Cátedra de S. Pedro sempre permaneceu imune de todo erro, segundo a Promessa de Nosso Senhor Jesus Cristo feita ao Príncipe dos Apóstolos: ‘Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos’ [Lc 22, 32]. 

1837. Foi, portanto, este Dom da Verdade e da Fé, que nunca falece, concedido divinamente a Pedro e aos seus sucessores nesta Cátedra, a fim de que cumprissem seu sublime encargo para a salvação de todos, para que assim todo o rebanho de Cristo, afastado por eles do venenoso engodo do erro, fosse nutrido com o pábulo da Doutrina celeste, para que assim, removida toda ocasião de cisma, e apoiada no seu fundamento, se conservasse unida a Igreja Universal, firme e inexpugnável contra as portas do Inferno.”


Hoje, temos realmente uma quantidade de clérigos – muitos presbíteros e também bispos e mesmo cardeais de reconhecida sabedoria e ilibada conduta moral – além de muitos competentes teólogos e uma infinidade de leigos “de boa ciência, competência e prestígio” (nas palavras do atual CDC, Cân. 212, §§2-3) que resistem ou se recusam a reconhecer Jorge Mario Bergoglio como o Papa legítimo. Por exemplo, Mons. Viganò não o chama “Papa Francisco”, e sim apenas pelo nome civil, tendo assumido por diversas vezes que, para ele, não se trata de um verdadeiro Papa, ao menos não em sentido pleno.



A grande questão: só temos que obedecer quando o Papa fala ex-cathedra?


Aqui temos uma das mais importantes questões daquelas que precisam ser resolvidas para que se possa  ao menos começar a entender todo o problema. O Papado é um dogma de Fé, bem como a infalibilidade papal. Por exemplo, a  encíclica Immortalle Dei, de Leão XIII (1º de novembro de 1885), afirma  que é necessário que o fiel católico tenha adesão total a tudo aquilo que os pontífices romanos ensinam, ao que ensinaram e mesmo àquilo que ainda ensinarão(!):

...os católicos nos escutem, como é o seu dever, e saberão exatamente quais são as obrigações de cada um, na 'teoria' como na 'prática'. Na teoria, primeiro, é necessário ater-se com decisão inabalável a tudo o que os Pontífices romanos têm ensinado ou ensinarem, e, todas as vezes que as circunstâncias o exigirem, fazer disso profissão pública.

(Leão XIII, Immortalle Dei, 1885, §52)


Mesmo que o Papa ainda não tenha ensinado determinada doutrina, já é necessário ao católico, de antemão, aceitar tudo aquilo que ele ainda vier a ensinar, e mais ainda: aderir a isto e confessá-lo publicamente. Antes mesmo que um verdadeiro Papa ensine alguma coisa, já deve ser obedecido, em tudo. E prossegue:


Particularmente, no que diz respeito às 'liberdades modernas', como lhes chamam, deve cada um ater-se ao julgamento da Sé Apostólica e conformar-se com suas decisões. Cumpre resguardar-se de se deixar enganar pela honestidade especiosa dessas liberdades, e lembrar-se de que fontes elas emanam e por qual espírito se propagam e se sustentam.

(Idem)


    Vê -se claramente que os verdadeiros fiéis católicos não podem abrir mão dessa obrigação imposta pela Tradição da Igreja desde o seu início, diante de um Papa legítimo: a fidelidade ao Papa, cuja autoridade foi recebida diretamente do Senhor Jesus Cristo, e isso não se resume às declarações dadas ex-cathedra, mas a todo ensinamento do Sucessor de São Pedro. O oposto disso configura cisma.


    Aqui é muito importante aprofundar sobre essa questão crucial da infalibilidade papal, que sempre gerou e continua gerando – hoje mais do que nunca – grande confusão entre os fiéis. 

    A "Nota doutrinal explicativa" da fórmula conclusiva da Professio fidei, da Congregação para a Doutrina da Fé (confira na íntegra), explica bem as três situações distintas da infalibilidade do Papa no exercício do seu Magistério. Temos aí que o Papa deve sempre ser obedecido:


        1. quando define com um juízo solene [ex-cathedra] uma doutrina: este é o Magistério extraordinário infalível [esta doutrina em geral já é bem conhecida do público comum];


        2. quando propõe como definitiva uma doutrina, ainda que sem um ato definitório solene (que declare explicitamente que a mesma pertence ao ensinamento do Magistério ordinário e universal como verdade divinamente revelada ou como verdade da doutrina católica');


        3. quando “apresenta como verdadeira ou, ao menos, como segura” alguma doutrina: este ainda é o Magistério ordinário, que exige o “religioso obséquio da vontade e da inteligência”:

    Convém citar o documento textualmente (trechos entre colchetes são observações nossas; atenção aos trechos que destacamos em negrito):

Em qualquer caso, o Magistério da Igreja ensina uma doutrina para se crer como divinamente revelada ou se aceitar de modo definitivo com um ato definitório [ex-cathedra] ou com um não definitório [nos documentos papais não dogmáticos, como a famigerada 'Declaração de Abu Dhabi' assinada por Francisco em conjunto com o Imam islâmico Ahmed Al-Tayyib, a qual afirma hereticamente que 'todas as religiões são da Vontade de Deus']. No caso de ato definitório, uma verdade é solenemente definida com um pronunciamento 'ex cathedra' por parte do Romano Pontífice ou com a intervenção de um Concílio ecuménico. No caso de um ato não definitório, uma doutrina é infalivelmente ensinada pelo Magistério ordinário e universal dos Bispos dispersos pelo mundo e em comunhão com o Sucessor de Pedro. Tal doutrina pode ser confirmada ou reafirmada pelo Romano Pontífice, mesmo sem recorrer a uma definição solene, declarando explicitamente que a mesma pertence ao ensinamento do Magistério ordinário e universal (...) como verdade da doutrina católica. Por conseguinte, quando acerca de uma doutrina não existe um juízo na forma solene de uma definição, mas essa doutrina (...) é ensinada pelo Magistério ordinário e universal, que inclui necessariamente o do Papa —, em tal caso, essa é para se entender como sendo proposta infalivelmente


A terceira proposição da Professio fidei afirma (como 'Profissão de Fé' dos fiéis): 'Adiro ainda, com religioso obséquio da vontade e da inteligência, aos ensinamentos que o Romano Pontífice ou o Colégio episcopal propõem, no exercício do Magistério autêntico, ainda que não entendam proclamá-los com um ato definitivo' (ex-cathedra).


Nesse parágrafo incluem-se todos aqueles ensinamentos — em matéria de fé ou moral — apresentados como verdadeiros ou, ao menos, como seguros, embora não tenham sido definidos com um juízo solene nem propostos como definitivos pelo Magistério ordinário e universal. Tais ensinamentos são, todavia, expressão autêntica do Magistério ordinário do Romano Pontífice ou do Colégio Episcopal, exigindo, portanto, o religioso obséquio da vontade e do intelecto.


    Percebe-se que, na prática, é falsa a ideia de que estejamos livres da obediência a tudo o que ensina um  Papa legítimo, restringindo-se essa obediência apenas àquilo que ele declare formal e solenemente.

    De fato, a maioria dos pronunciamentos papais que temos como dogmáticos foram emitidos antes de todas essas teorias acerca do Magistério existirem. Desde sempre, a Igreja ensinou que o Papa é o cabeça visível e o Pastor universal, que não pode ensinar o erro nem conduzir por caminhos de perdição. Vermos teólogos e leigos discutindo o status a ser reconhecido nos diversos pronunciamentos papais, para saber se aquilo deve ser obedecido ou não, é uma completa novidade. Uma novidade absurda. Pois, afinal, o que significa toda essa teoria quando estamos diante de ensinamentos que são, clara e manifestamente, errôneos, anticatólicos e até mesmo heréticos? 

    Fato é que teólogos (mesmo anteriores ao Vaticano II) discutem há tempos a existência de uma “infalibilidade negativa”, que consiste no fato de que os ritos aprovados por todo verdadeiro Papa para uso na Igreja inteira estejam garantidos por uma infalibilidade, por assim dizer, de menor grau, pela qual estes, no mínimo, não podem conter nada de “danoso à fé e à piedade” (vide Bula ‘Auctorem Fidei’). Sendo assim, pergunta-se: como se poderia reconhecer um Papa como legítimo e, ao mesmo tempo criticar aquilo que ele ensina em suas catequeses, homilias, encíclicas, declarações e documentos públicos?


    A infalibilidade negativa implica, ainda, a infalibilidade na aprovação de congregações e ordens religiosas, impedindo que estas possam conter algo de intrinsecamente prejudicial à Fé (isto é ensinado com certeza pela Suma de la Sagrada Teología Escolástica dos padres jesuítas, por Ludwig Ott, Pe. Jesus Bujanda e outros teólogos pré-CVII).


    Junte-se a tudo isso a discussão entre o prof. de Mattei e outros teólogos sobre a infalibilidade do Magistério ordinário e universal ser entendida em sentido “sincrônico de uma extensão no espaço num período histórico específico”, ou se deve ser entendido no sentido “diacrônico de uma continuidade no tempo, para exprimir um consenso que abraça todas as épocas da Igreja”. No primeiro caso, o ensinamento do Vaticano II sobre a liberdade religiosa seria infalível, sendo esta a doutrina mais alheia a tudo o que ensinaram todos os Papa antes do Vaticano II.


    Todavia, quando hoje vemos e constatamos o que acontece em torno do pontificado atual, isto é, quando percebemos a atitude daquele considerado o atual Pontífice universal a contrariar àquilo que a Igreja desde sempre prescreveu, em tantos de seus pontos fundamentais [como veremos detalhadamente nesta série], sem sequer citar seus antecessores ao tomar decisões heterodoxas e assumir atitudes que escandalizam (lançando num oceano de confusão a uma multidão de almas devotas), temos um sinal de alerta que acusa o estado de ilegitimidade: ele próprio parece se considerar e se assumir como alguém que usa da Igreja Católica para fundar uma nova igreja segundo seus parâmetros particulares.


    Todos aqueles dotados de uma mínima dose de inteligência e boa consciência, associadas à necessária honestidade intelectual que deve ter todo fiel católico, deparam-se inevitavelmente com a terrível realidade: Francisco-Bergoglio rompeu com a Igreja Católica. Mais ainda do que isso, ele rompeu até mesmo com a noção revolucionária de igreja fundada a partir do Concílio Vaticano II, na medida em que ele, pessoalmente, faz questão de avançar muitos passos além, iniciando um novo paradigma e propondo-se como líder de uma nova religião. 


    Assim, não devemos limitar ao Sedevacantismo – como um movimento singular – o protagonismo na investigação dos gravíssimos problemas aqui apresentados, mas ampliar a todo fiel católico verdadeiro e capaz de entender tais coisas. Em outras palavras, a todos aqueles que aderiram à Religião católica apostólica romana e que constatam, estupefatos, a simples realidade (cada vez mais inegável): o que se vem ensinando a partir da Santa Sé hoje em dia –, aliás desde o CVII –, já não é e nem pode mais ser considerado catolicismo. Neste novo suposto pontificado, tudo se agravou a níveis nada menos que insuportáveis, mesmo para muitos dentre aqueles de consciência laxa, e até para os católicos tão mal informados quando mal formados, mas que são pessoas minimamente esclarecidas e/ou razoáveis.



O Argumento Eclesial


O argumento eclesial é exatamente o que acabamos de expor: antes de se perguntar se Francisco é Papa legítimo, perguntemo-nos primeiro a qual igreja ele pertence. Se considerarmos que ele pertence a uma igreja própria, então sim, podemos considerá-lo papa; a saber, o papa desta igreja nova (obrigatoriamente herética para a Igreja cristã bimilenar). 


    Evidentemente, uma igreja, seja a verdadeira Igreja de Cristo ou qualquer das seitas paralelas inventadas no correr dos séculos, não se caracteriza nem se define pelas suas construções e nem pelos espaços físicos que ocupa, nem pelo lugar em que se instala. Também não se pode defini-la pela mera aparência, pelas roupagens, adereços e símbolos que ostenta. Qualquer igreja pode mudar a sua sede. Qualquer seita pode usurpar os trajes, adornos, objetos, cores e símbolos da verdadeira Igreja de Cristo (quantas vezes já o vimos acontecer?). De fato, isso sempre aconteceu. Não é difícil entender que aquilo que define e sustenta a Igreja é, antes da sua aparência ou do seu endereço, a Fé que ela confessa


    Como saber, então, se o assim chamado “papa Francisco” pertence à verdadeira Igreja de Cristo? A resposta é realmente bem simples: observe a Fé que ele defende, e com esta, a doutrina que ele prega, as prioridades do seu governo, as decisões que ele toma, os documentos que ele escreve, os discursos que ele faz. Observe (como ensinou um dia o padre Paulo Ricardo) não o que ele defende (os pobres, a fraternidade universal, o congraçamento dos povos, etc.), mas sim aquilo que ele combate: a hierarquia sagrada da Igreja (que ele chama de 'clericalismo'), a evangelização para a conversão dos povos (que ele chama de 'proselitismo religioso'), a santa Missa tradicional, os institutos religiosos tradicionais e praticamente tudo o que remete à sagrada Tradição apostólica.


    Hoje, muitos entendem a Igreja como uma espécie de república democrática, reduzindo toda a realidade sagrada do seu inefável Mistério à condição de uma organização meramente humana: como em toda democracia, também na Igreja teríamos o seu presidente eleito, a comandar uma hierarquia instituída e, estando tudo de acordo com a constituição local e suas leis vigentes, não haveria o que questionar. Todavia, na Igreja Católica não é e nem pode ser assim. Na verdadeira Igreja de Cristo, a autoridade do Papa está ancorada num Fundamento do qual ela depende inteiramente, e este Fundamento é a Confissão de Fé de São Pedro Apóstolo.


    Quando Pedro confessou sua Fé diante de Jesus –, Fé recebida do Alto –, o Cristo mesmo lhe conferiu autoridade sobre a Igreja: “...não foi a carne nem o sangue...” (não foi nenhum poder humano, não foi uma decisão tomada 'democraticamente' por nenhuma assembleia humana reunida ou por alguma instituição fundada por homens), mas foi Deus mesmo Quem, do Céu, revelou-lhe a Verdade. Pois enquanto Pedro-Pedra se mantivesse firme, fundamentado sobre esta Confissão, os portais do Inferno não triunfariam sobre a Igreja. 


    É sobre a Confissão de Pedro que todo o edifício da Igreja está assentado: a Fé fundamental no Cristo, como o único Salvador, Filho do Deus Vivo, e a consequente fidelidade a este Caminho, que deverá ser seguido até o último dia. Aquele que se desviar deste Evangelho seja anátema, esteja fora da Comunhão da Igreja: assim está decretado expressamente nas infalíveis Escrituras Sagradas (cf. Gl 1,9). 


    Não é nem um pouco difícil entender e reconhecer esta base fundamental, mas nem este primeiríssimo fundamento da Fé cristã e católica foi preservada na nova igreja do Vaticano II, quando observamos que, por exemplo, a partir dele se passou a aceitar a religião dos judeus como verdadeira, tanto assim que agora eles não precisam mais se converter, porque serão salvos assim como nós. A nova religião da nova igreja do CVII aceita a todas as religiões como caminhos válidos e igualmente dignos para se chegar a Deus – e neste ponto ninguém jamais tinha ido tão longe quanto Bergoglio, que disse textualmente: “A única certeza que temos para todos (todas as religiões) é que somos todos filhos de Deus”! [conf. Mensagem para a Semana de oração pela unidade dos cristãos de 2016]


    A única certeza – a única certeza – que temos para todos, segundo a religião de Bergoglio, é esta: somos todos – católicos, protestantes, muçulmanos, hindus, budistas, umbandistas, quimbandistas, adoradores da Pachamama/"Mãe Terra"... – igualmente filhos de Deus. Tentar convertê-los, salvar suas almas para Cristo, é pecado, "um grave pecado contra o ecumenismo", como ele também disse textualmente (vídeo ao final do texto).


    As perguntas que se impõem e que não poderão ser caladas, para os honestos e para todo aquele que tem Fé verdadeira e verdadeiro amor a Deus, são estas: a religião que ensina tais coisas pode ser confundida, ou pelo menos poderia ser de algum modo conciliada, com o verdadeiro catolicismo? O papa da religião que professa tal coisa pode ser o Papa da Igreja Católica?




         ** Leia a parte seguinte desta série


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8 comentários:

  1. Particularmente estou gostanto muito dessa série sobre a crise na igreja . Pergunto se o autor é sedevacantista?

    Toni

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    Respostas
    1. A resposta é não, Toni. Este artigo e o anterior apresentam o ponto de vista do Sedevacantismo. Boa parte dele, inclusive, foi escrito por um autor (padre) sedevacantista cujo nome não estou autorizado a divulgar.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
      Frat. Laical S. Próspero

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  2. Boa série de posts, vim gostando bastante. Mas o que parece é que a cada postagem, o autor fica mais sedevacantista (mesmo com o aviso ali acima kkkkkk)

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    1. Haha... Confesso que ao reler estes últimos dois artigos, até eu fico com a mesma impressão... Mas não é exatamente o caso. Vou tornar pública a minha posição no final, mas de momento digo que essas postagens servem justamente para esclarecer a posição dos sedevacantistas, e para tanto tenho que apresentar as razões e os argumentos que eles têm. Alguns são bem consistentes, sim, não há como negar. O máximo que eu mesmo digo nesse sentido é o que já está escrito aí: mediante o atual panorama da Igreja, trata-se de uma posição teológica viável e possível. Vejo muita irracionalidade da parte daqueles que não aceitam sequer dialogar ou mesmo refletir a respeito.

      Henrique Sebastião
      Frat. Laical S. Próspero

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  3. .. "TENTAR CONVERTÊ-LOS É PECADO, "UM GRAVE PECADOCONTRA O ECUMENISMO, COMO ELE DISSE TEXTUALMENTE". (vídeo ao final do texto).
    Como permanece então a seguir, que jamais pode ser excluído? * Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo"...Mt 28 19-20
    Não resistir ao acima configurará no pluralismo religioso como válido, e o termo "ECUMENISMO" no contexto atual ressoaria como "SINCRETISMO RELIGIOSO" em toda sua extensão e validade, tal como me afirmava um parente meu, embora o desculpemos por ser pessoa inculta no quesito religião católica - atuava na roça - portanto, àquela época não passava de apenas ex ruralista e, na sua ignorância, por falta de conhecimentos sobre a fé católica, afirmava: "todas as religiões são boas - depende de acreditar"!
    Hoje em dia, com a redefinição de termos, capitaneada pela NOVILÍNGUA RELATIVISTA, como nos propõe tão sabiamente Orwell, os termos foram modificados para atenderem ao relativismo e às ideologias que propagam uma e agem doutra forma muito diferentemente do apregoado, visando relativizar as mentes para seus pérfidos e escusos objetivos - levarem a todos à confusão e à alienação totais, bestializando os de fé mal entendida e finalmente docilizando-os para ferreamente escravizar!
    Quando fôra eleito e considerado como papa Francisco, várias vezes ouvi o vídeo do esquerdo-comunista-maçônico Leonardo Boff-TL-PT-PCs afirmando entusiástica e euforicamente: Francisco é um dos nossos!
    Temos de levar em consideração que, em 2014, o falecido cardeal belga Godfried Danieells levou ao conhecimento público que havia uma conspiração para destronar o papa Bento XVI e ele compartilhava dessa trama e, à sua morte teria confirmado por escrito como dos membros da Conspiradora Mafia de Sankt Gallen e, a essa época, imediatamente o bispo norte americano D Rene Henry Gracida, 95 anos, declarou como Francisco não sendo papa porque a eleição foi inválida, um golpe contra Bento XVI em conluio com os globalistas, cujo ato de fechar todas as operações do IOR-Banco do Vaticano foi o golpe fatal, havendo até um comentário interessante nesse sentido **"Ratzinger não podia comprar nem vender", tendo-se absoluta certeza que esse impedia em muito a instalação da Nova (Des)Ordem Mundial-NOM ao rechaçar, sem meias palavras, quaisquer maus elementos das esquerdas que propusessem suas diabólicas ideologias - era um convicto anti marxista - portanto, desafeto mortal sem tréguas da NOM!
    Interessante: tão logo "renunciou", melhor seria "fôra pressionado a renunciar", tanto pela maçonaria externa quanto pela Maçonaria Eclesiástica a essas alturas bem sedimentada dentro do Vaticano, enquanto isso, o bispo emérito da diocese de S Maria, Cazaquistão, D Jan Pawel Lenga aliou-se a D Rene e outro, cujo nome por ora não me recordo.
    Na Amoris laetitia, pág 181: "Ninguém pode ser condenado para sempre, porque está não é a lógica do Evangelho"! Seria uma nova doutrina! Ipso facto, incide na teoria protestante: estou salvo, nem necessidade de santificar-me, ao invés de eu levar a vida diligentemente na fé da Igreja católica de 2 000 anos, deixo que a vida me leve, decorrendo disso extinção de recepção dos sacramentos, da S Missa, da imprescindível confissão quando pecamos etc.
    Recordemos que Jesus citou pelo menos 11 vezes sobre a existência do inferno e o caso, por ex, do rico epulão e de Lázaro, aquele no inferno e esse salvo.
    *** "Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema". Gal 1,8.
    Considerar-se sedevacantista não seria talvez ideal, seja lá como for, está ocupada, inclusive pelo venturo anticristo que deverá ilicitamente ocupá-la.

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  4. Parabéns por mais um excelente artigo! de fato, provoca reflexões naqueles que buscam pela verdade.
    Mas, em breve, acho que tudo vai ficar mais esclarecido... vem aí o igreja da sinodalidade. Não sei até quando (nós) os RR vão resistir...

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    Respostas
    1. Disse bem, Geraldo.

      A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
      Frat. Laical S. Próspero

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  5. Sou sedevacantista e não tenho medo de dizer. O primeiro Papa São Pedro ensinou a desobedecer e combater autoridades corruptas ao dizer que importa obedecer À Deus que aos homens!

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