A Consagração da Rússia e a omissão dos Papas – conclusão


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João Paulo I

 

O pontificado de 33 dias de João Paulo I não lhe deu tempo hábil para responder aos pedidos de Nossa Senhora. Quando Arcebispo de Veneza, ele manifestara interesse e devotamento aos acontecimentos de Fátima, chegando a travar uma longa conversa com Irmã Lúcia, em 11 de julho de 1977, durante uma peregrinação diocesana[51].


    Sublinhe-se ainda que João Paulo I haveria segredado a um de seus conselheiros: “Se eu viver, retornarei à Fátima e consagrarei o mundo, em particular os povos da Rússia, à Santa Virgem, conforme as indicações que ela deu à Irmã Lúcia[52].”


    Mas a consagração não se limita à recitação duma simples oração: tal ato significaria a renúncia total à política que João XXIII e Paulo VI haviam praticado até então. Teria João Paulo I a força e, sobretudo, as convicções necessárias para realizá-la? Nada autoriza a afirmá-lo, uma vez que sua alcunha papal era a combinação das de seus predecessores imediatos; além disso, ele estava comprometido com as diretivas do Vaticano II e da reforma litúrgica.



João Paulo II prossegue a Ostpolitik


Assentando-se à Sé de Pedro, João Paulo II prosseguiu com a ostpolitik (política de abertura do Leste), em continuação a Paulo VI. Retornemos à conferência do Cardeal Sodano:


Em outubro de 1978, a eleição do Papa João Paulo II introduziu novidades importantíssimas nas relações com o Leste: 1) a experiência pessoal de um pastor que suportara a opressão e as injustiças cometidas contra seu povo; 2) a afirmação inscrita na encíclica Redemptor Hominis, de que os direitos do homem e as liberdades fundamentais têm sua raiz única na dignidade da pessoa e constituem o critério de verificação da legitimidade dos regimes de qualquer país; 3) o orgulho da nação polonesa que reivindicava a restituição de sua dignidade cristã.

    Este foi um amplo desafio que o Papa do Leste lançou à URSS e aos demais regimes comunistas, enquanto as negociações prosseguiam com maior impulso sob a condução do Cardeal Caseroli, agora Secretário de Estado. [...As conversações] almejavam a recuperação dos espaços de oração, a possibilidade da formação para a catequese, a difusão de ideias como a dignidade da pessoa e a liberdade de consciência, que contraditavam a ideologia e a organização do mundo comunista. Deste modo, a ação paciente e infatigável contribuía, durante muito tempo [...] para que se operasse a erosão do sistema dos regimes comunistas, atingindo-os justamente no que consideravam essencial à sua ideologia – o controle das mentes[53].


    Os homens da Igreja não diligenciavam pelo Reino de Jesus e de Maria, fruto da consagração da Rússia, mas pela difusão dos Direitos Humanos e da liberdade de consciência; de fato, este plano não veio do Céu.


    Além disso, no começo de seu pontificado, João Paulo II era indiferente à Fátima; apenas após a tentativa de assassinato (13 de maio de 1981) atraiu de súbito sua atenção à mensagem de Nossa Senhora. Decidiu-se, pois, a fazer algo a respeito.



Tentativas de consagração


Quando se publicou o terceiro segredo de Fátima, no ano 2000, Mons. Bertone, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, relatou as tentativas de consagração que João Paulo II intentou.

    * Acessar versão oficial do Vaticano.


    Após o atentado de 13 de maio de 1981, João Paulo II pediu a sobrecarta em que estava a terceira parte do “segredo”. Como se sabe, ele pensou na consagração "do mundo" ao Imaculado Coração de Maria e chegou a compor uma oração para o que definia como “um ato de consagração” a celebrar-se na basílica de Santa Maria Maior, em 7 de junho de 1981, na solenidade de Pentecostes, em dia escolhido para comemorar o 1600º aniversário do I Concílio de Constantinopla e o 1550º aniversário do Concílio de Éfeso. Estando o Papa ausente, por força das circunstâncias[54], transmitiu-se a alocução em gravação. Aqui oferecemos o texto que se refere exatamente ao ato de consagração:


Ó Mãe dos homens e dos povos, Tu conheces todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Tu sentes maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas que agitam o mundo — acolhe o nosso grito dirigido no Espírito Santo, diretamente ao Teu coração e abraça com o amor da Mãe e da Serva do Senhor os povos que mais esperam este abraço, e ao mesmo tempo os povos cuja consagração Tu também esperas de modo particular. Toma debaixo da tua proteção maternal a família humana inteira que, com afetuoso transporte, a Ti, ó Mãe, nós confiamos. Aproxime-se para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança. [55]


    Esta cerimônia não é a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria em união com os bispos do mundo inteiro, mas antes a entrega, mediada pelo Papa, da “família humana inteira” às mãos da “Mãe dos Homens e dos Povos”. Não se nomeou claramente o Imaculado Coração de Maria: o texto menciona “coração” sem mais precisões.


    O Papa renovará o ato em 13 de maio de 1982, em Fátima. Irmã Lúcia reagiu imediatamente, remetendo o seguinte texto ao Mons. Portalupi, núncio apostólico em Portugal:


No ato de oferecimento de 13 de maio de 1982, a Rússia não apareceu claramente como o objeto da consagração. Os bispos não organizaram em suas dioceses cerimônias públicas e solenes de reparação e de consagração da Rússia. O Papa João Paulo II simplesmente renovou a consagração do mundo feita por Pio XII em 31 de outubro de 1942. Podem-se esperar alguns benefícios, mas não a conversão da Rússia[56].



A consagração de 25 de março de 1984


Prosseguimos com o texto de Mons. Bertone:


A fim de responder com plenitude aos pedidos de “Nossa Senhora[57]”, quisera o Santo Padre explicitar, no curso do Ano Santo da Redenção, o ato de consagração de 7 de junho de 1981, repetido em Fátima em 13 de maio de 1982. Em 25 de março de 1984, na praça de São Pedro, em união espiritual com todos os bispos do mundo – “convocados” previamente – e à evocação do fiat de Maria no momento da Anunciação, o Papa consagrou ao Imaculado Coração de Maria os homens e os povos, com inflexões que recordam as palavras comoventes de 1981:

“Ó Mãe dos Homens e dos povos, Vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós que sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o nosso mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao Vosso Coração; e abraçai, com o amor da Mãe e da Serva do Senhor, este nosso mundo humano, que Vos confiamos e consagramos, cheios de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos. De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações, que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade. À Vossa proteção nos acolhemos Santa Mãe de Deus!’ Não desprezeis as nossas súplicas que a Vós elevamos, nós que estamos em provação! Encontrando-nos hoje diante de Vós, Mãe de Cristo, diante do Vosso Coração Imaculado, desejamos, juntamente com toda a Igreja, unir-nos com a consagração que, por nosso amor, o Vosso Filho fez de Si mesmo ao Pai: “Por eles eu consagro-me a Mim mesmo – foram as suas palavras – para eles serem também consagrados na verdade (Jo. 17,19).

Queremos unir-nos ao nosso Redentor, nesta consagração pelo mundo e pelos homens, a qual, no seu Coração divino, tem o poder de alcançar o perdão e de conseguir a reparação. A força desta consagração permanece por todos os tempos e abrange todos os homens, os povos e as nações; e supera todo o mal, que o espírito das trevas é capaz de despertar no coração do homem e na sua história, e que, de fato, despertou nos nossos tempos.

Oh! quão profundamente sentimos a necessidade de consagração, pela humanidade e pelo mundo: pelo nosso mundo contemporâneo, em união com o próprio Cristo! Na realidade, a obra redentora de Cristo deve ser pelo mundo participada por meio da Igreja. [...] Ajudai-nos[58] a viver na verdade da consagração de Cristo pela inteira família humana do mundo contemporâneo. Confiando-Vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos, nós vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no Vosso Coração materno[59].”


    Seria, enfim, esta a consagração que Nossa Senhora pediu?

    Antes do mais, João Paulo II, em união com os bispos, consagrou "o mundo"; chega até a repeti-lo diversas vezes, sem nem sequer alusões – nem mesmo veladas – à Rússia[60]. Na homilia da Missa da manhã, celebrada em Roma, o Papa declara sua intenção: "Cumprir de uma vez por todas o que meus predecessores já fizeram: confiar o mundo ao Coração de Maria".


    Todo o mundo sabe que seus predecessores não consagraram a Rússia ao Imaculado Coração. Mais, apenas um deles realizou uma consagração solene: Pio XII, ao consagrar igualmente o mundo em 1942. João Paulo II afirma claramente que não faria nada além disso. Se quisesse consagrar a Rússia, diria ele algo como: “Como ainda não se consagrou a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, decidi-me em consagrá-la hoje e assim responder aos pedidos de Nossa Senhora de Fátima.”


    De fato, estava o Papa tão certo de não haver respondido aos pedidos da Santa Virgem que, na noite do dia da consagração, numa oração a Nossa Senhora, referira-se aos “povos pelos quais tu esperas nosso ato de consagração[61]”. Apesar da cerimônia da manhã, o Papa sabia que a Virgem ainda estava à espera do ato.


    Quando o Mons. Cordes, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos, perguntou por que razão o Papa não quis pronunciar o nome da Rússia, respondeu ele que temia “que os dirigentes soviéticos interpretassem suas palavras como provocação[62].”


    É verdade que, desta vez, na fórmula de João Paulo II, mencionou-se o Imaculado Coração de Maria, o que não aconteceu nas consagrações de 1981 e 1982. Entretanto o conjunto do texto é confuso e a leitura suscita uma dúvida: não é possível saber se a consagração se fez à “Mãe dos Homens e dos Povos” ou ao Imaculado Coração de Maria[63].


    À Irmã Lúcia, três dias antes dessa consagração – quinta-feira, 22 de março de 1984 –, perguntou a Sra. [Eugênia] Pestana: “Então, Lúcia, domingo é a consagração?”, ao que ela fez sinal negativo e acrescentou: “Tal consagração não pode ter um caráter decisivo[64]”. Irmã Lúcia estava ciente do que se tratava, pois tinha em mãos o texto a ser lido pelo Papa. No ano seguinte, numa entrevista publicada em "Sol de Fátima", de setembro de 1985, acerca da consagração de 1984, declarou ela: “Não houve participação de todos os bispos e não houve menção da Rússia”. À pergunta: “Então a consagração não foi feita como foi pedida por Nossa Senhora?’, deu a seguinte resposta: “Não. Muitos bispos não deram importância a este ato”.


    À revista Chrétiens-Magazine, de março de 1987, revelou o progressista Pe. Laurentin: “Irmã Lúcia continua insatisfeita. [...] Ela pensa, parece, que a consagração não foi feita de acordo com o pedido de Nossa Senhora”. 


    Está claro que as consagrações de João Paulo II em 1981, 1982 e 1984 não atenderam aos pedidos expressos de Nossa Senhora.



Após a Perestróica


A Ostpolitik de João Paulo II chegou ao auge em 1º de dezembro de 1989, menos de um mês após a queda da cortina de ferro, quando o Vaticano recebeu Mikhail Gorbachev, presidente do Soviete Supremo da URSS[65]. Nesse instante, Roma inaugurou uma nova política. Apesar da facilitação do acesso aos países do Leste, não se empreendeu uma campanha de evangelização mas, ao contrário, lançou-se mão do malfadado "ecumenismo conciliar". Os católicos e os cismáticos assinaram juntos(!), em 23 de junho de 1993, os acordos de Balamand, que se concluíram “excluindo-se doravante todo o 'proselitismo'(!) e a vontade de expansão dos católicos em prejuízo da Igreja Ortodoxa (nº 35)[66].”


    Já não se podia mais falar no desejo da Virgem Maria de converter a Rússia. Pe. Alonso, historiador oficial de Fátima, escrevia em 1976:


...poderíamos dizer que Lúcia sempre pensou que a ‘conversão’ da Rússia não se entende apenas pelo retorno dos povos da Rússia à religião cristão-ortodoxa, rechaçando o ateísmo marxista e ateu dos sovietes, mas antes se refere pura e simplesmente à conversão total e integral, ao retorno à única e verdadeira Igreja católica e romana[67].



A inexplicável mudança de opinião de Irmã Lúcia


Em maio de 1989, confiava Irmã Lúcia ao Cardeal Law, arcebispo de Boston, estas palavras sobre a consagração:


O Santo Padre acha que já a realizou, considerando as possibilidades e segundo as circunstâncias. Mas se a realizou seguindo a fórmula estrita da consagração colegiada que [Nossa Senhora] pediu e desejava? Não, isso não foi feito.[68]


    Irmã Lúcia diz aqui claramente que 1) é o Papa quem considera realizada a consagração, mas está enganado; 2) a consagração não correspondeu aos pedidos expressos de Nossa Senhora.


    Esse texto é importante, pois foi a última vez que a Irmã Lúcia reafirmou que a Rússia não fora consagrada tal como a Santa Virgem pediu. Em seguida, a partir de junho, inexplicavelmente, parece que Irmã Lúcia passou a dizer que a consagração estava feita[69].


    No ano 2000, à época da publicação da terceira parte do segredo de Fátima, o Mons. Bertone, no documento que já citamos, foi ainda muito mais explícito:


A Irmã Lúcia confirma em pessoa que este ato solene e universal de consagração [de 1984] correspondia ao desejo de Nossa Senhora ('Sim, está feita, tal como Nossa Senhora a pediu, desde o dia 25 de março de 1984'; carta de novembro de 1989). Por isso, qualquer discussão ou nova petição não tem fundamento[70].


    Não obstante, fica claro que não se realizou a consagração tal como Nossa Senhora a pediu. Haveria Irmã Lúcia se persuadido de que o Céu aceitara o ato incompleto de 1984? Diferentes causas poderiam explicar a mudança de discurso: a pressão das autoridades vaticanas, a queda da cortina de ferro, a cessação das perseguições físicas[71] na Rússia e a total desinformação acerca da situação real do país.  Chegou-se até a levantar a incrível hipótese de que a verdadeira Irmã Lúcia havia sido substituída por uma impostora, numa conspiração de incomensuráveis proporções envolvendo o alto clero. De qualquer modo, a nova atitude da vidente permitia a Roma apresentar a Perestróica como o resultado da consagração de 1984[72] e atribuir esta glória a João Paulo II. 


    Essa interpretação era um modo de encerrar duma vez para sempre o processo de Fátima: a consagração estava feita, Fátima pertencia, enfim, ao passado[73].


    No entanto, como parte do mundo católico ainda insistisse em exigir a consagração da Rússia[74], Mons. Bertone dirigiu-se pessoalmente ao Carmelo de Coimbra para obter nova confirmação de Irmã Lúcia. Ele a mandou dizer: “A consagração desejada por Nossa Senhora foi feita em 1984 e o Céu a aceitou[75]”. A leitura atenta do texto, porém, causa perplexidade: por um lado, o extrato da conversa de uma hora e meia a duas horas que o prelado travou com a vidente contém apenas poucas dezenas de palavras; por outro lado, Mons. Bertone põe na boca de Irmã Lúcia que ela “leu detidamente e meditou o fascículo que a Congregação para a Doutrina da Fé publicara, e confirmou tudo o que ali se dizia[76]”.


    Ora nesse texto de apresentação do Terceiro Segredo de Fátima, o Cardeal Ratzinger refere-se nomeadamente ao “teólogo flamengo E. Dhanis, eminente conhecedor desta matéria”[77]. Além disso, não hesita em declarar:


É claro que, nas visões de Lourdes, Fátima, etc, não se trata da percepção externa normal dos sentidos: as imagens e as figuras vistas não se encontram fora no espaço circundante, como está lá, por exemplo, uma árvore ou uma casa. Isto é bem evidente, por exemplo, no caso da visão do inferno (descrita na primeira parte do “segredo” de Fátima) ou então na visão descrita na terceira parte do “segredo” [78]. [...] A conclusão do « segredo » lembra imagens, que Lúcia pode ter visto em livros de piedade e cujo conteúdo deriva de antigas intuições de fé [79].


    Põem-se assim em dúvida as aparições e a mensagem de Fátima. Como pôde Irmã Lúcia aprovar um texto desses? Ou é falsa a confirmação de “tudo o que foi dito”, ou fê-lo apenas por obediência. Qualquer que seja o mistério – a partir de 1989 –, em torno do testemunho de Irmã Lúcia, cuja morte lança sobre a questão um véu definitivo[80], convém valer-se do conselho de Nosso Senhor: “A árvore se reconhece pelos frutos” (Mt 12, 33).  Se o Céu aceitou a consagração de 1984, dever-se-ia enxergar os frutos. Que são deles após vinte anos?



O Céu ainda espera?


São três os frutos de que Nossa Senhora enriqueceu este solene e público ato de reparação e  consagração da Rússia, segundo a mensagem de 13 de julho de 1917: 1) a conversão da Rússia; 2) certo tempo de paz concedido ao mundo; 3) salvação eterna de muitas almas.


    Basta observar a situação do mundo e da Igreja vinte anos após a pretensa consagração de 1984 para constatar a ausência completa dos três efeitos e do triunfo do Imaculado Coração de Maria que haveria de se seguir. A Rússia não se converteu, o que é mais do que óbvio. Não acabou a perseguição contra a Igreja naquele país, apenas mudou de forma. 


    O mundo não está em paz, eis outra obviedade simplesmente histórica. Desde a II Guerra Mundial – que seria a punição dos crimes do mundo, segundo a profecia de Nossa Senhora na mensagem de 13 de julho de 1917 –, nunca mais houve paz global na terra. E mesmo depois da consagração de 1984 a situação permanece imutável: provam-no as guerras do Kôsovo, do Afeganistão e do Iraque, sem contar as guerras civis que estouram aqui e ali, na África ou alhures, devastando países inteiros. O jornal português "24 Horas", de 18 de abril de 1999, publicou um mapa das guerras civis que se desenrolaram no mundo durante a década de 1990: o periódico recenseou cerca de seis milhões de mortos; o relatório não incluía as vítimas das guerrilhas comunistas da América Latina. Ponto culminante, vemos hoje a guerra feita diretamente pela Rússia.


    Irmã Lúcia, na obra "Apelos da Mensagem de Fátima", que ela terminou em 1997 (logo, treze anos após a consagração de João Paulo II) e cuja publicação o Vaticano autorizou em dezembro de 2001, escreveu:


Lancemos uma vista de olhos sobre o mundo! Que vemos? Qual é o quadro que se depara a nossos olhos? – Guerras, ódios, ambições, raptos, roubos, vinganças, fraudes, homicídios, imoralidades, etc. E, em castigo de tantos pecados: catástrofes, doenças, desastres, fome e toda a espécie de dor e sofrimento, sob cujo peso a humanidade geme e chora.

Os homens que se julgam sábios e poderosos continuam projetando mais guerras, mortes, misérias e desgraças ...mais derramamento de sangue, em cujo mar afogam os povos.[81]


    Não se poderia traçar quadro mais trágico da situação mundial. Além disso, João Paulo II chega a mesma constatação, manifestando assim ele mesmo que o ato de 1984 de não foi eficaz neste sentido:


Em alguns dias recordaremos o trágico atentado das “torres gêmeas’ de Nova Iorque. Infelizmente, junto com as torres, parece que ruíram as numerosas esperanças de paz. As guerras e os conflitos continuam a se espalhar e a envenenar a vida de muitos povos, em particular nos países mais pobres da África, da Ásia e da América Latina[82].


    As almas, cada vez mais, perdem-se e são condenadas. Observando-se a situação atual do mundo, constata-se apenas o impressionante fluxo das múltiplas manifestações sociais e políticas do mal: da desordem social à anarquia e à guerra, da injustiça à violência contra o próximo e a sua supressão[83]. Para obter a paz, desde João Paulo II os Papas têm depositado toda a esperança no ecumenismo. Mas, a exemplo do ato de 1984, constatou João Paulo II que os múltiplos encontros interreligiosos de nada serviam e eram totalmente incapazes de fazer vir a paz sobre a Terra. Ora a Santíssima Virgem prometera “algum tempo de paz”, se se atendessem os  seus pedidos. As guerras permanentes que continuam a devastar o mundo demonstram a insistência com que se desobedece à Santa Virgem.


    Cada vez mais almas caem no inferno. Um mundo onde salvar-se-iam muitas almas viveria oficial e mormente no respeito às regras da moral, em particular às santas leis do casamento cristão. Mas não precisamos aqui demonstrar com muitos exemplos que o mundo afunda numa imoralidade nunca vista, a qual deve já ultrapassar os crimes de Sodoma e Gomorra. No seu último livro, Irmã Lúcia mesma fez observações a fazer a este respeito. Assim, acerca do Sexto Mandamento de Deus, escreveu:


Nestes tempos em que a sociedade parece ter querido fazer desse pecado uma lei, a Sagrada Escritura continua repetindo o Mandamento de Deus: “Não cometerás adultério” (Dt 5, 17). [...] Assusta olhar para o mundo de hoje, com a desordem que reina a tal respeito e a facilidade com que se mergulha na imoralidade[84].


    Sobre o nono mandamento disse ela:


“Não cobiçarás a mulher do teu próximo” (Dt 5, 21). Tal é a desordem que vai pelo mundo contra este Mandamento, que me pergunto a mim mesma: ainda vale a pena falar dele? A resposta é afirmativa, porque ainda que todo o mundo se afogue no abismo, a Palavra de Deus permanece[85].



    Nos Apelos insiste Irmã Lúcia em apontar estes dois pecados, pois tem ela em mente o que a Santa Virgem dissera à pequena Jacinta: “Os pecados que mais levam almas para o inferno são os pecados da carne"[86]. 


    Sim, a Santíssima Virgem Maria prometeu que, se a Rússia fosse consagrada ao seu Imaculado Coração, salvar-se-iam inúmeras almas. Pelo contrário, a atual condição do mundo certamente leva  um imenso número de almas ao inferno. Eis aí uma prova de que a Rússia não foi consagrada.


    Não se realizou, assim, nenhuma das três promessas ligadas à consagração da Rússia. Eis que resta fazer a observação mais importante: certo dia Irmã Lúcia perguntou a Nosso Senhor porque esses três benefícios maravilhosos não seriam concedidos se o Papa não consagrasse a Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Respondeu Nosso Senhor: "Porque quero que toda a minha Igreja reconheça esta consagração [conversão da Rússia] [...] a devoção a este Imaculado Coração"[87].


    Não foi o que aconteceu a partir de 25 de março de 1984: a devoção ao Imaculado Coração de Maria nunca esteve tão sumida; e ainda serviram-se da queda do Muro de Berlim para exaltar não a  intercessão da Santíssima Virgem Maria e Nosso Senhor em sua Misericórdia, senão a política de João Paulo II; à morte deste, os meios de comunicação o saudaram como “o demolidor do comunismo[88]”, “o artífice da derrocada do comunismo na Polônia[89]. Acrescente-se ainda que nunca se fez nada para que se disseminasse com força a devoção reparadora dos primeiros sábados do mês.


    O próprio Papa polonês, contudo, não associou a queda do Muro de Berlim à consagração de 1984, nem atribui a situação da Rússia à ação do Imaculado Coração de Maria. Estamos aqui mui distantes de um triunfo do Coração de Nossa Senhora. 



Epílogo


No domingo de Páscoa de 1984, encerrava assim o sermão Mons. Lefebvre:


Deseja a Santíssima Virgem que seja a Rússia consagrada ao Imaculado Coração. Para quê? Para que reine seu Filho na Rússia e retorne o Reino de Nosso Senhor [o "Reino de Maria', claro, é nada mais que o 'Reino de Cristo' mesmo] àquele país, que neste momento está entregue nas mãos de satã como instrumento para destruir o reinado de Jesus Cristo sobre a humanidade e o mundo inteiro. Sabe assim a Santíssima Virgem – a que esmagou a cabeça da serpente e luta contra satã – que é para lá que se há de levar as bênçãos de Deus; ela deseja ser a Rainha da Rússia para entregar seu reino ao Filho, por isso pediu que lhe fosse consagrada a Rússia.


    Até hoje, por motivos difíceis de entender, ninguém quis simplesmente declarar: “Consagramos solenemente a Rússia ao Imaculado Coração de Maria”, para que as graças da Santíssima Virgem convertessem o pais e o abençoassem abundantemente, transformando-o em terra de missão: ao invés de instrumento de satã, um país missionário. Para que tivéssemos paz abençoada e as almas se salvassem, alcançando a vida eterna.

    Em verdade, vivemos tempos de luta: em sua Razão insondável, permite o Bom Deus que o reino do diabo possua uma extensão imensa. Logo, devemos lutar nós, fiéis católicos, secundados pelos auxílios da Santíssima Virgem, dirigido pelos bons sacerdotes, para que reine Nosso Senhor Jesus Cristo, seu divino Filho e Senhor de todos[90].


    Neste combate dos últimos tempos, guardamos a esperança invencível, fundamentada numa Promessa infalível: “As portas do Inferno jamais prevalecerão" (Mt 16,18). Em 29 de agosto de 1931, numa carta a Mons. Silva, bispo de Leiria-Fátima, Irmã Lúcia reafirmou algo que Nosso Senhor lhe revelara, e que deveria ser já de conhecimento geral de todos os fiéis: “Nunca será tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria[91]”.


"Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará."
(Nossa Senhora, aos 13 de julho de 1917 em Fátima)



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Notas desde a primeira parte (acessar a série completa):

[1] Padre Joaquim Maria Alonso, Fatima ante la esfinge el mensaje escatologico de Tuy, Ed. Sol de Fatima, Madrid, 1979, p. 92. Nunca se traduziu este livro em francês [nem em português] [N. do T.: tradução da versão francesa de Dominicus]. – O padre Joaquin-Maria Alonso (1913-1981), claretano espanhol, é decerto o mais autorizado especialista das aparições de Fátima. Em 1966 Mons. Venâncio, bispo de Leiria-Fátima, encarregou-o dum estudo crítico e exaustivo da história e da mensagem de Fátima. Suas pesquisas o levaram a se encontrar diversas vezes com Irmã Lúcia. Em 1975 já estavam encerrados os trabalhos, quando Mons. Amaral, bispo de Leiria-Fátima, proibiu a publicação. Foi necessário esperar até 1992 para que o santuário publicasse, em português, o primeiro volume dos documentos. Desde então saíram mais três volumes, mas o conjunto da obra (24 livros de 800 páginas cada) ainda está inacessível.


[2] N. do T.: equivoca-se o articulista: o subscritor da carta foi em realidade D. José Alves Correia da Silva, Bispo de Leiria-Fátima, que a remeteu ao Papa Pio XI às instâncias de Irmã Lúcia. Adiante Dominicus cita de novo este fato, já agora se referindo com acerto ao verdadeiro autor, D. Corrêa da Silva.


[3] Citação do Pe. Alonso em Marie sous le symbole du coeur, contribution de six experts à la connaissance de Fatima, Paris, Téqui, 1973, p. 50 [N. do T.: esta é quase ipsis verbis a resposta de Irmã Lúcia à quinta pergunta do questionário que Pe. Gonçalves – à época, confessor da vidente de Fátima – lhe enviou em maio de 1930; a pergunta dizia respeito ao desejo e à vontade de Nosso Senhor em relação à Rússia].


[4] Ver B. De Lespielle, La Russie ou ‘l’empire intérieur, em Civitas nº 10, 4º trimestre de 2003, p. 61-67 (artigo mui favorável a Vladimir Putin; sem querer prejulgar o futuro, teríamos neste ponto uma grande prudência).


[5] Dom Guéranger, Anné Liturgique, 12 de novembro, festa de São Josafá.


[6] Alude ele à Roma católica ('primeira Roma'), que já acredita decaída, e à queda de Constantinopla (‘segunda Roma').


[7] Na época do cisma os orientais condenavam a Igreja Romana pela utilização do pão ázimo na consagração do Corpo de Nosso Senhor na Missa.


[8] Trata-se de Constantinopla.


[9] Ver Gaston Zananiri, Pape et patriarches, Paris, NEL, 1962, p. 63-66.


[10] Padre Calmel O.P., Le Coeur Immaculé de Marie et la paix du monde, em Itinéraire 38, dezembro de 1959, p. 24.


[11] No final do séc. XIX e começo do séc. XX surgiu entre os católicos um fervor em prol da conversão da Rússia. Deus parecia que preparava os corações para os acontecimentos de Fátima. Ver o artigo do padre Emmanuel-Marie O.P.: Le père Emmanuel et l’Orient chrétien” em Le Sel de la terre 44, p. 424-449; e Antoine Wenger, Rome et Moscou, 1900-1950, Paris, DDB, 1987, p. 18, sobre o padre Alzon, que remeteu a Pio IX em 1878 uma Mémoire sur un essai d’évangelisation en Russie.


[12] Note-se que Nossa Senhora não falou da “conversão dos russos”, mas da “conversão da Rússia”, designando assim o país na qualidade de entidade política e social. Não diz respeito apenas à conversão da maioria da população – precondição necessária para qualquer restauração – mas também à regeneração das instituições da Rússia, que se há de transformar num autêntico país cristão.

[13] Esperava-se encontrar a palavra conversão. Parece se tratar de um lapsus calami de Irmã Lúcia.


[14] Carta que o Pe. A.M. Martins S.J. transcreveu em Memórias e cartas da irmã Lúcia, Porto, L.E., 1973, p. 415 [Ver também Irmã Lúcia, O Segredo de Fátima nas Memórias e Cartas da Irmã Lúcia (Introdução e notas pelo Pe. Dr. Antônio Maria Martins, S.J.), São Paulo, Ed. Loyola, 1974, p. 171]. Nesta obra apresentam-se as cartas de Irmã Lúcia em língua portuguesa, francesa e inglesa. Diz-se no texto original em português mas será tarde: Um erro grosseiro, encontradiço em certas obras, acrescenta às traduções francesas e inglesas “ce sera trop tard, it will be too late”. Escreverá Irmã Lúcia ao Mons. Silva em 19 de agosto de 1931: “Nunca será tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria” (carta citada por Pe. Alonso em Marie sous le symbole du coeur, ibid., p. 43).


[15] Sobre o problema das indulgências, o leitor pode consultar Sel de la Terra 46 (p. 23-53) e 48 (p. 79-118).


[16] Leão XIII, Carta Encíclica Annum Sacrum, em Documentos de Leão XIII, São Paulo, Paulus, 2005, p. 724 e 727.


[17] Resumimos aqui um artigo do Padre Joseph de Sainte-Marie O.C.D., “


[18] Ver: Irmão Michel de la Sainte-Trinité, Toute la vérité sur Fatima, t. 2, Saint-Pares-lès-Vaudes, CRC, 1986, terceira seção; ou o resumo desta obra, do Irmão François de Marie-des-Anges, Fatima joie intime événement mondial, CRC, 1991, cap. 10.


[19] A 5 de agosto de 1921, Bento XV faz ao mundo um apelo em favor da Rússia, para que enviem ajuda a ela por ocasião da grande fome que a assolou, em decorrência da guerra de 1914-1918. Logo após, ele entrou em negociações com o governo de Lênin, para combinar a distribuição de víveres. Era louvável a intenção caridosa, mas a operação favorecia deveras o governo comunista, que naquele momento tentava obter o reconhecimento das grandes potências. Na continuação dos esforços Pio XI foi muito mais longe: na Conferência de Gênova de 1922, o primeiro encontro internacional em que tomaram assento os bolcheviques, sugeriu Mons. Pizzardo “a readmissão da Rússia na comunidade dos países civilizados” em troca da liberdade de consciência e da liberdade de culto. Mons. d’Herbigny foi um dos agentes mais ativos dessa política. Ver: Ulisse Floridi, Moscou et le Vatican, Paris, France-Empire, 1979; Irmão Michel de la Sainte-Trinité, Toute verité sur Fatima, t. 2, ibid., p. 351-382.


[20] Pio XI, Alocução Ecco una aos professores e aos alunos do Colégio Mondragone, 14 de maio de 1929, em http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/speeches/documents/hf_p-xi_spe_19290514_ecco-una_it.html (acessado em 21/3/2022).


[21] Pequena cidade marítima próxima a Pontevedra, para onde enviaram a repouso a adoentada Irmã Lúcia.


[22] Carta de Irmã Lúcia citada por Pe. Alonso e reproduzida por Irmão Michel de la Sainte-Trinité em Toute la vérité sur Fatima, t. 2, ibid., p. 344. – Há de se sublinhar certas datas, que levam a acreditar na punição dos homens de Igreja já a partir daquele momento. Em 1932 o Pe. de Lubac, que elaborou sua “Nova Teologia” inspirada em Blondel, deu a público na Revue de sciences religieuses um artigo conducente ao enfraquecimento da autoridade da Igreja sobre a sociedade temporal. Também em 1932 o Pe. Congar começou a seguir os cursos na faculdade de teologia protestante; neste ano, Karl Rahner ingressou na Universidade de Friburgo, a fim de ali seguir os cursos de Heidegger, ao passo que o Pe. Chenu era nomeado reitor de estudos no convento dominicano de Saulchoir. Em 1933 Maritan expôs pela primeira vez suas novas idéias políticas em Du régime temporel et de la liberté. Segundo inúmeros testemunhos convergentes, começou nos anos 30 a infiltração comunista dos seminários (ver infra).


[23] Os vértices desse “triângulo” eram a Rússia (onde a diplomacia de Pio XI não logrou o fim das perseguições), o México (onde a diplomacia livrara os Cristeros dum fim trágico) e a Espanha (que soçobrava no terror).


[24] Pio XI, carta encíclica Divini Redeptoris, em https://www.vatican.va/content/pius-xi/pt/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19370319_divini-redemptoris.html (acessado em 21/3/2022). – Curiosamente, esta passagem se omitiu na edição dos Enseigmenents pontificaux de Solesmes, Paris, Desclée, 1952, volume intitulado La paix intérieure des nations. Não a encontramos também no Dezinger de 1957, nem no Dezinger-Schönmetzer de 1976 (ambos limitam-se a citar breves passagens da encíclica).


[25] Antigos comunistas testemunharam o fato, nos Estados Unidos (Bella Dodd: “Nos anos 30, infiltramos 1100 nos seminários, a fim de destruir a igreja por dentro”; Douglas Hyde, etc.) e na França (Henri Barbé – 1901-1966; Albert Vassart – 1898-1958, etc.). Ver Sel de la terre 45. P. 207-208 e 27, p. 188-190; Itinéraires 227, p. 151; Catholic Family News, agosto de 1991. – Baseada nesses acontecimentos, escreveu Marie Carré um célebre romance: ES 1025, ou les mémoires d’un anti-apôtre, Chiré-en-Montreuil, Éditions de Chiré, 1978. – Mais tarde, em 1945, o Gen. Serov, chefe dos serviços secretos da União Soviética, funda o grupamento “Pax”, cuja missão era infiltrar-se na Igreja Católica a partir da Polônia (ver L’affaire Pax en France, suplemento do nº 86 de Itinéraires). Na época do Concílio dobrou-se o orçamento do Pax (ver Itinéraires 79, p. 55-57); o grupamento colaborou nos ataques então assestados contra a Cúria Romana (ver Itinéraires 88, p. 14-18).


[26] A idéia da consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria veio duma mística portuguesa, Alexandrina Maria da Costa, que recebia revelações particulares de Nosso Senhor. Como a investigação acerca da seriedade dessas comunicações resultasse mui positiva, os bispos de Portugal referendaram, já em junho de 1938, aquele pedido ao Papa Pio XI. Ante as dificuldades em obter-se a consagração da Rússia, Mons. Ferreira achou por bem juntar os dois pedidos num só. – Ver o artigo do Sr. Pe. Delestre, “Pourquoi ne pas obéir à la Mère de Dieu comme il le faudrait?”, em Le Sel de la Terre 32, sobretudo a páginas 53 e 54.


[27] Texto publicado por Pe. A.M. Martins e reproduzido por Irmão François Marie-des-Anges em Fatima joie intime, ibid., p. 233-234 [N. do T.: tradução da versão francesa].


[28] Pio XII, Radiomensagem aos fiéis portugueses por ocasião da  Consagração da Igreja e do Gênero humano ao Coração Imaculado de Maria (31 de outubro de 1942).


[29] Decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, de 4 de maio de 1944, AAS, 1945, p. 37-52.


[30] Carta de Irmã Lúcia, de 28 de fevereiro de 1943, ao bispo de Gurza.


[31] Ver Irmão Michel de la Sainte-Trinité, Toute la vérité sur Fatima, ibid., t. 3, p. 94-97.


[32] Foi uma intervenção especial de Nossa Senhora, em Ile-Bouchard, que salvou a França do comunismo em 1947 (ver o artigo do Sr. Paul Chaussée em Le sel de la terre 53).


[33] Esta aparição está relatada a páginas 440 da obra Il Pellegrinaggio delle Meraviglie, publicada sob os auspícios do episcopado italiano em 1960, na cidade de Roma. Afirma a obra que a mensagem foi transmitida ao Papa em junho. O cônego Barthas chega a mencionar o fato numa comunicação, durante o congresso mariológico de Lisboa e Fátima, em 1967: “De primordiis cultus mariani”, Acta congressus mariologici in Lusitania anno 1967 celebrati, Roma, 1970, p. 517 (ver Irmão Michel de la Sainte-Trinité, Toute la vérité sur Fatima, t. 3, ibid., p. 217, nota 1) [N. do T.: ver também http://www.fatima.org/port/crusader/portcr84_ferrara.asp, acessado em 31 de outubro de 2011 ].


[34] Pio XII, Carta apostólica Sacro Vergente Anno, de 7 de julho de 1952, em https://www.vatican.va/content/pius-xii/it/apost_letters/documents/hf_p-xii_apl_19520707_sacro-vergente-anno.html (consultado em 21/3/2022).


[35] Carta citada por Pe. Alonso e reproduzida na obra coletiva Marie sous le symbole du coeur, ibid., p. 56 [N. do T.: tradução da versão francesa].


[36] Produziu-se o fenômeno de 29 de agosto a 1º de setembro de 1953. Aconteceu na casa do casal Jannuso. Ângelo, o marido, acabara de alistar-se no partido comunista. Remeta-se à obra de Mons. Ottavio Musemeci, A Syracuse, la Madone a pleuré, Paris, Casterman, 1956.


[37] O padre Dhanis S.J. começara as críticas em 1944. Pretendia ele fazer distinção entre “Fatima I” (as aparições de 1917, que têm o reconhecimento oficial da Igreja) e “Fatima II” (as aparições posteriores de Nosso Senhor e Nossa Senhora em Pontevedra e Tui, de cuja autenticidade duvidava, atribuindo-as sobretudo à imaginação da vidente). Essa atitude lhe permitia por ao largo a consagração da Rússia e a devoção reparadora dos primeiros sábados do mês e a reduzir Fátima tão-somente a uma mensagem de oração e penitência que não incomodava ninguém. A tese do Pe. Dhani acabou vencedora no Vaticano, não obstante a refutação magistral e de primeira hora do Pe. Fonseca, e mais tarde a de Pe. Alonso, especialista oficial de Fátima, mormente no artigo Fatima y la critica, publicado na revista espanhola de teologia mariana que estava sob sua direção: Ephemerides Mariologicae 18 (1968), p. 393-435. Ver o artigo do Sr. Pe. Delestre: “Comment Fatima s’est imposé à l’Église” em Sel de la terre 53.


[38] John Haffert, Fatima, apostolat mondial, Paris, Téqui, 1984, p. 54.


[39] Sobre a descoberta da inaudita traição a Pio XII, ver o Irmão Michel de la Sainte-Trinité, Toute la vérité sur Fatima, Saint-Parres-lès-Vaudes, CRC, 1985, t.3, p. 299-305.- Mons. Roche, que durante 25 anos foi íntimo colaborador do Cardeal Tisserant, escreveu a Jean Madiran que as relações entre Montini e Stalin duraram pelo menos doze anos: “Parece que vós ignorais um acordo precedente, fechado durante a recente guerra mundial, em 1942 para ser mais exato, cujos protagonistas foram Mons. Montini e Stalin em pessoa. O acordo de 1942 me parece de importância considerável.” (Itinéraires 285, p. 153). L’Ostpolitik conduzida após a morte de Pio XII não foi fruto da súbita decisão de João XXIII: já havia muito que estava em preparação.


[40] Demonstrou-o com mestria o Papa São Pio X, na encíclica Pascendi, em que constata que o modernismo é o “esgoto coletor de todas as heresias.”


[41] João XXIII, discurso de abertura do Concílio, em 11 de outubro de 1962. – Segreda João XXIII: “Estou sobretudo grato ao Senhor pelo temperamento que me deu, que me preserva de incômodas inquietações e de desânimos.” (João XXIII, Diário Íntimo, Lisboa, Livraria Agir Editora, 1964, p. 340).


[42] Remeta-se ao livro do Irmão François de Marie-des-Anges, Jean-Paul, 1er, le pape du secret (Toute vérité sur Fatima, t. 4), Saint-Parres-lès-Vaudes, CRC, 2003, p. 56-68.


[43] Mons. Roche, carta a Jean Madiran, publicada em Itinéraires 285, p. 154.


[44] Conferência de imprensa de Mons. Léfèbvre no aeroporto de Roissy, em 9 de dezembro de 1983.


[45] Aconteceu em 1964. É de se lamentar que não tenham requerido tão-só a consagração da Rússia, mesmo que assim não surtisse melhor efeito em Paulo VI. No discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio, em 21 de novembro de 1964, declarou Paulo VI apenas isto: “Nosso predecessor Pio XII, de venerável memória, com inspiração do alto, consagrou solenemente [o mundo inteiro] ao Imaculado Coração de Maria.” Ao que acrescentou: “Ao teu Imaculado Coração, ó Maria, confiamos o gênero humano.” Mas trata-se dum discurso, e não duma cerimônia solene, e além disso não se nomeou a Rússia. Depois do que dissemos acerca das meias consagrações de Pio XII, não se pode considerar este discurso como resposta aos pedidos de Nossa Senhora de Fátima. Ainda, Paulo VI usa o termo confiar (em latim committimus) e não o consagrar, empregado por Pio XII.


[46] Robert Serrou, Paris-Match nº 946, de 27 de maio de 1967, p. 52-53.


[47] Demais a mais, confessará Paulo VI que a viagem à Fátima lhe foi penosa: “Acredito que ao ir a Roma, o general de Gaulle fez uma peregrinação de penitência, como a que fiz à Fátima.” (Aludido por Jean Guitton, Journal de ma vie, Paris, DDB, t.2, p. 226-228.)


[48] Recordemos neste lugar que o desejo de Lúcia, expresso a Pio XII na carta de 2 de dezembro de 1940, era de “que a festa em honra do Imaculado Coração de Maria seja estendida a todo o Mundo, como uma das principais na Santa Igreja” (carta publicada nas obras de Antônio Maria Martins S.J., Memórias e cartas de Irmã Lúcia, Porto, ibid., p. 439, e também Irmã Lúcia, O Segredo..., São Paulo, ibid., p. 182.). Se a festa de segunda classe não é das principais festas da Igreja, que dizer duma simples memória? – No missal de Paulo VI a memória ao Imaculado Coração de Maria atualmente se encontra no sábado após o segundo domingo depois de Pentecostes, no dia seguinte à festa do Sagrado Coração de Jesus.


[49] Vê-se aqui a continuidade perfeita da política inaugurada por Montini em 1942. Estas linhas do Cardeal Sodano são extratos da apresentação à imprensa e às altas autoridades políticas, em 27 de junho de 2000, do livro póstumo do Cardeal Casaroli (morto em junho de 1998): Il martirio dell pazienza. La Santa Sedee i paesi comunisti (1963-1989), Einaudi editore. [N. do T.: tradução da versão francesa] – O Sr. Mikail Gorbachev, último presidente da URSS antes da abertura do Muro de Berlim, assistia à conferência, cujo transcrito encontra-se na DC de 6 e 20 de agosto de 2000, nº 2231, p. 721 a 724.


[50] Mons. Hnilica, no artigo publicado em Pro Deo et Fratribus, nº 40-41, de março-abril de 2001.


[51] O Cardeal Luciani publicou um relato da visita no hebdomadário católico e veneziano Gente veneta, de 23 de julho de 1977 (texto integral no livro do Irmão François de Marie-des-Anges, Jean Paul Ier, Le pape du secret, p. 321-322).


[52] Citado pelo Irmão François de Marie-des-Anges, ibid., t.4, p. 347.


[53] Cardeal Sodano, DC 2231,p. 723-724.


[54] Estava ele ainda no hospital.


[55] DC 2230, p. 672.


[56] Citação do Irmão François de Marie-des-Anges, em Fatima, joie, événement mondial, Saint-Parres-lès-Vaudes, CRC, 1991, p. 360 [N. do T.: tradução da versão francesa]. Além disso, é possível duvidar que seja a mesma consagração de Pio XII, que proferiu mui claramente: “É ao Vosso Imaculado Coração que consagramos ao mundo”; João Paulo II não o disse. Demais, as consagrações de 1981 e de 1982 não obtiveram frutos visíveis.


[57] Reconhece Mons. Bertone que as consagrações de 1981 e 1982 não correspondiam de todo aos pedidos da Virgem Maria. As aspas que apôs em “Nossa Senhora” são estranhíssimas e deixam dúvidas acerca da autenticidade das aparições.


[58] Aqui se dirige João Paulo II à Santa Virgem.


[59] DC 2230, ibid., p. 672-673.


[60] João Paulo II fala das “nações particularmente necessitadas desta oferenda e desta consagração”, mas as palavras desta frase, que abrange várias nações, não deixa entrever a Rússia, ao passo que o texto de Pio XII era mais límpido, pois que mencionava “o ícone [...] escondido e guardado para dias melhores”.


[61] ORLF, de 27 de março de 1984, p. 5.


[62] Irmão François de Marie-des-Anges, Fatima, joie intime, événement mondial, ibid., p. 363-364.


[63] As hesitações e imprecisões de linguagem se originam mormente do fato de que a noção de Imaculado Coração de Maria é de difícil compreensão ao atual clero oficial. Chegou a declarar o Cardeal Ratzinger: “Indica-se como caminho [...] – caminho surpreendente para pessoas provenientes da atmosfera cultural anglo-saxônica e germânica – a devoção ao Imaculado Coração de Maria. (Cardeal Joseph Ratzinger, Compreender a mensagem de Fátima, DC 2230, p. 681. Este texto é parte do dossiê O Segredo de Fátima, que a Congregação para a Doutrina da Fé publicou em 27 de junho de 2000.) Terrível é esta frase: se dermos crédito a ela, a mensagem de Fátima, centrada no Imaculado Coração de Maria, não seria universal, mas abrangeria tão-somente países latinos, os únicos capazes de compreendê-la.


[64] Irmão François de Marie-des-Anges, Fatima, joie intime, événement mondial, ibid., p. 361 [N. do T.: ver também www.fatima.org/span/crusader/cr83/cr83pg20.pdf, acessado em 31 de outubro de 2011].


[65] Começou a desmantelar-se a cortina de ferro em 9 de novembro de 1989. Sobre o tema consulte-se a obra de Pascal Bernardin, L’Empire écologique, Cannes, Éditions Notre-Dame des Grâces, 1998, cap. II. Explica o autor que a Perestróica, preparada havia muito pela KGB, marca nova fase da Revolução Mundial. – Ver também, de Hélène Blanc, KGB connexion, Le système Poutine, Éditions Hors Commerce, 14/18 rue Kléber, 75012 Paris, 2004 (www.horscommerce.com)


[66] Déclaration de la Commission mixte internationale pour le dialogue théologique entre l’Église catholique et l’Église orthodoxe, DC 2077, 1º e 15 de agosto de 1993, p. 714.


[67] Pe. Joaquin Alonso, La Verdad Sobre el Secreto de Fatima, Fatima sin mitos, Madrid, Ejercito Azul, 1988, p. 78. .


[68] Ver Irmão François de Marie-des-Anges, Fatima, joie intime, ibid., p. 374 [N. do T.: tradução da versão francesa].


[69] O Irmão François de Marie-des-Anges, em Jean-Paul Ier, le pape du secret, Saint-Parres-lès-Vaudes, CRC, 2003, p. 451, dá certo número de testemunhos sobre o tema. Afirma o Pe. Caillon: “O Papa disse que já se fez a consagração. Ele obrigou a Irmã Lúcia a dizer a mesma coisa.”


[70] DC, de 16 de julho de 200, ibid., p. 673 [N. do T.: tradução da versão francesa].


[71] Como falaremos adiante, perseguições morais e administrativas ainda seviciam o catolicismo na Rússia. Não esqueçamos que as perseguições físicas continuam, por ex., na China e na Coréia do Norte. Ver sobretudo Harry Hu: Retour au Laogai, La vérité sur les camps de la morte dans la Chine d’aujourd’hui, Paris, Belfond, 1996;


[72] Os aliados da tese também saíram em sua defesa. Assim, em La Nef nº 158, de março de 2005, num artigo intitulado: “In memoriam Soeur Lucie”; Alian de Penanster não hesita em escrever: “Em 1985, [Irmã Lúcia] respondeu que enfim a condição [exigida por Nossa Senhora para se converter a Rússia] cumpriu-se e Maria estava satisfeita. Daí aconteceu à Rússia Gorbatchev e a Perestróica. A conversão da Rússia poderia começar.” Notemos antes do mais um grosseiro erro cronológico: foi a partir de 1989, e não de 1985 – após o começo da Perestróica, e não antes – que Irmã Lúcia começava a mudar de discurso. Por outro lado, parece que Alain de Penanster ignora a situação atual da Rússia: veremos mais adiante o que resultou da “conversão” do país.


[73] Afirma claramente o Cardeal Ratzinger: “Antes de tudo, temos de afirmar com o Cardeal Sodano: “A Mensagem de Fátima se relaciona inteiramente com acontecimentos que, agora, pertencem ao passado”. (DC 2230, de 16 de julho de 2000, p. 683.)


[74] É possível assinalarmos a ação perseverante e corajosa do Pe. Nicholas Grüner, diretor da revista Fatima Crusader. (Ver Le Sel de la terre 39, p. 249)


[75] ORLF, de 1º de janeiro de 2002, p. 6.


[76] Este fascículo está reproduzido em DC2230, ibid.


[77] DC, ibid., p. 679. [N. do. T.: remeta-se o leitor ao endereço eletrônico acima] – Já sublinhamos que o Pe. Dhanis era o principal responsável pelo descrédito que Roma votava à autenticidade do segredo de Fátima.


[78] O cardeal está misturando as coisas: a visão do inferno e a do terceiro segredo é possível que Deus as tenha causado na imaginação das crianças, o que não quer dizer que seriam tais visões uma invenção. Contudo, grave seria a pretensão de que se houvesse inventado a visão de Nossa Senhora: que fazer então com os fenômenos atmosféricos que todos constaram, e sobretudo com o milagre do sol, testemunhado por 70.000 pessoas, dentre as quais inúmeros incréus? (O cardeal não alude a este milagre em seu texto). Em razão da queimadura que o brilho da luz da aparição causou em seus olhos, Irmã Lúcia teve de usar óculos pelo resto da vida. Ver Le Sel de la terre 43 (editorial) e 53 (artigo sobre o reavivamento miraculoso de Portugal, no parágrafo sobre os fenômenos atmosféricos vinculados à aparição).


[79] DC, ibid., p. 680, 682. [N. do T.: remeta-se o eleitor etc.] – Um comentário de conclusão ao segredo nestes termos é decerto um escândalo.


[80] Interessante notar que Mons. Bertone, agora cardeal, foi o enviado do Vaticano para celebrar os obséquios de Irmã Lúcia em 15 de fevereiro de 2005, impondo ele os selos na porta da cela da religiosa.


[81] Irmã Lúcia, Apelos da mensagem de Fátima, Fátima, Ed. Secretariado dos Pastorinhos, 2003, p. 78. Todavia, os editores da obra não hesitaram em reproduzir uma fotografia do ato de 1984 com a seguinte legenda: “Na praça de São Pedro, em Roma, o Papa João Paulo II, diante da Imagem da Capelinha, em união com todos os bispos da Igreja, consagra o mundo e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria (25 de março de 1984).” Encontra-se a fotografia e a legenda nas Memórias de Irmã Lúcia, do Secretariado dos Pastorinhos, Fátima, 2003, p. 155.


[82] João Paulo II, “O sonho de um mundo livre de guerras”, ORLF, de 9 de setembro de 2003, p. 1-2. Comentamos este texto em Le Sel de la terre 47, p. 248-253.


[83] João Paulo II, “Mensagem de celebração da Jornada Mundial da Paz, de 1º de janeiro de 2005”, ORLF, de 21 de dezembro de 2004, p. 6.


[84] Irmã Lúcia, Apelos da mensagem de Fátima, ibid., p. 239 e 242.


[85] Irmã Lúcia, Apelos da mensagem de Fátima, ibid., p. 253.


[86] Citação do Pe. de Marchi em Temognages sor les apparitions de Fatima. Fátima, Ed. Missões Consolata, 1966, p. 279. [N. do T.: Ver também Irmã Lúcia, O Segredo..., São Paulo, ibid., p. 93]– Versa sobre uma aparição particular da Virgem Maria à Jacinta, de que tomamos conhecimento por mãe desta, D. Olímpia. Jacinta entendeu que o que a Santa Virgem pedia era se não comesse carne (vianda) nos dias interditos! Mas Jacinta também acrescentava: “Virão modas que ofenderão muito a Nosso Senhor.”


[87] Carta de Irmã Lúcia, de 18 de maio de 1936, que o Pe. A.M. Martins S.J. reproduziu em Memórias e cartas de Irmã Lúcia, ibid, p. 415 [Ver também Irmã Lúcia, O Segredo..., ibid.]


[88] Nota da Agência France-Presse, de 13 de abril de 2005.


[89] Nota da agência americana Associeted Press, de 4 de abril de 2005.


[90] Mons. Marcel Lefebvre, Homélie du dimanche de Pâques, 22 de abril de 1984, à Êcône, extraído do magnífico CD: Pour l’amour de l’Église, le Christ-Roi, Homélies et allocutions de Mgr Lefebvre, de cuja edição se encarregou o setor de gravações do Seminário S. Pio X (CH – 1908, Riddes), volume 1.


[91] Carta citada por Pe. Alonso em Marie sous le symbole du coeur, ibid., p. 43.


________________
** As informações apresentadas nesta série foram extraídos do artigo "Os papas e a consagração da Rússia", por "Dominicus", publicado na revista Permanência n. 264 (Natal de 2011), com adaptações e atualizações nossas.



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