Imagens: Corpus Christi ou Corpus Domini


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Só os católicos se salvam? – Há ou não há salvação fora da Igreja?



Recebemos do leitor que se identifica como "Rafael", em nosso post "Réplicas da Arca da Antiga Aliança e outras insanidades", os comentários que reproduzimos abaixo:

Henrique, uma duvida, se eu não for católico, eu não tenho salvação, é isso?? (...) Realmente está complexo essa linha de pensamento, porque isso é muito "limitado" você representar Cristo à Igreja Católica, acredito sim que você precisa da Igreja de Cristo, precisa estar no corpo, unidos, mas logo vocês falam q a unica Igreja de Cristo é a Católica, falo com amor e respeito, "muito complicado, egoísta essa linha de pensamento, dizer: "pra salvar, eu preciso estar ligado a Igreja, a unica Igreja de Cristo, a Igreja Católica. Penso muito naquela passagem de Mateus 12:30 - Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Somos de Jesus, acreditamos em Cristo, como nosso Senhor e Salvador, então fico triste com essas jargões, sou da Igreja Batista, e sou muito amado, muito bem cuidado, ali aprendo, escuto a palavra de Deus, aumento minha fé, porque a fé vem pelo ouvir, faço parte do Corpo de Cristo, e não sou "Católico", a Salvação é Dom de Deus, Efésios 2:8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Efésios 2:8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus."

    Vez em quando repete-se por aí que católicos somos egoístas, que achamos que só nós é que seremos salvos, que isso não combina com o Amor de Jesus e outras coisas do gênero. Bem, neste artigo tentaremos esclarecer estas dúvidas de modo bem simples, claro e objetivo.

    Em primeiro lugar, o consulente pergunta se fora da Igreja existe salvação. Ora, sendo esta revista, assim como o nosso website, o produto de um apostolado católico, quem nos envia perguntas evidentemente está buscando a resposta católica. E a resposta católica para esta pergunta, a qual ninguém é obrigado a adotar, porque cada indivíduo está obrigado a observar, antes de tudo, à sua própria consciência (e isso é parte da própria doutrina católica), é a seguinte: sim e não.

    Isso mesmo. Essa questão, apesar de simples, é de complexa explicação. Vejamos:

    1. Imagine um membro de alguma tribo indígena que nasceu e viveu toda a sua vida numa floresta isolada, que nunca teve contato com a civilização: ele nunca ouviu falar em Cristo, nem na Igreja, nas Escrituras ou em qualquer Sacramento. Será que ele está irremediavelmente condenado ao inferno, por não pertencer à Igreja, e nem ter como mudar essa situação? O que diz a Igreja a respeito de casos como este?

    O que a Doutrina católica diz é que este homem não será necessariamente condenado, nem por sua ignorância e nem por não pertencer à Igreja, já que para ele não haveria como ser diferente. Este homem será julgado pela sua boa ou má vontade, pela sua disposição interior em seguir o Bem, que é Deus. Assim, ele poderá, sim, ser salvo, pelo Sacrifício de Cristo como todos nós, mas por meios que só Deus conhece. 

    É dogma de fé que fora da Igreja não há salvação (Extra Ecclesiam Nulla Salus): esta máxima, formulada por São Cipriano de Cartago (no séc. III) e reiterada em documentos como a Bula Unam Sanctam (1302) do Papa Bonifácio VIII e o Concílio de Florença (1442), o qual afirma que a Igreja Católica é o meio ordinário de salvação estabelecido por Cristo.

    No entanto, os grandes teólogos, incluindo os maiores deles, como Santo Tomás de Aquino, esclarecem que essa pertença à Igreja pode ser explícita (membros formais) ou implícita (caso daqueles que, sem culpa, não conhecem a Igreja, mas seguem a vontade de Deus conforme a conhecem).

    Santo Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica (II-II, q. 2, a. 7), explica que a Fé explícita em Cristo e na Trindade é necessária para a salvação, mas aqueles que, por ignorância invencível, não conhecem e não têm como conhecer a Revelação cristã podem ser salvos se seguirem a lei natural e tiverem um desejo implícito de pertencer à Verdade divina. Ele escreve: "Se alguém, sem culpa, ignora o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas busca a verdade e faz a vontade de Deus conforme a conhece, pode ser salvo".


    O Papa São Pio IX, em sua encíclica Quanto Conficiamur Moerore (1863), aborda a questão diretamente: 

É sabido que aqueles que, por ignorância invencível, não conhecem a verdadeira religião, mas observam cuidadosamente a lei natural e os ditames da consciência que Deus colocou em seus corações, e estão dispostos a obedecer a Deus, podem, pela operação da graça divina, alcançar a vida eterna.

    O Concílio de Trento (1545–1563), um grande marco da Teologia católica, ensina que a graça salvífica de Cristo pode operar mesmo fora dos Sacramentos visíveis, especialmente no caso do "batismo de desejo", que se aplica a quem, sem conhecer a Igreja, deseja fazer a vontade de Deus e vive segundo uma consciência reta.

    Até aqui, não há grandes dificuldades; demonstramos um lado da questão. Mas há um "porém" muito importante. Por que cremos que mesmo uma tal pessoa, que nunca ouviu falar em Jesus ou na sua Igreja, se for salvo, o será mediante o Sacrifício de Nosso Senhor? Porque foi o Cristo e exclusivamente o Cristo quem possibilitou esta religação (religare/religião) a Deus, esta remissão, este resgate da alma humana ferida pelo Pecado original, para retornar à Casa do Pai e à Comunhão com seu Criador.

    A esta situação muito específica, das pessoas que não tiveram a possibilidade de conhecer a Cristo pela Igreja, a Teologia chama “ignorância invencível”. Como o próprio nome diz, é um desconhecimento a respeito dos meios que propiciam a salvação, que o indivíduo simples e verdadeiramente não tem condições de superar. Em certos casos (embora aqui estejamos tratando de uma questão muito delicada, com desdobramentos muito próprios), poderíamos aplicar esta mesma condição a uma série de outros casos, como o das pessoas que foram induzidas desde a infância a crer em falsas doutrinas, e o dos simplórios, que por incapacidade intelectual não conseguem discernir o certo do errado, e outros ainda.

    Passemos agora à análise de um segundo ponto igualmente essencial:

    2. A grande dificuldade que nosso leitor encontra, do que transparece nos seus comentários, está no ato de separar ou diferenciar Jesus Cristo e a sua Igreja. Assim, se eu digo que a salvação só é possível por Jesus Cristo, você por certo ele, enquanto protestante, concordará comigo. O problema é que ele encontra é por não identificar Cristo à sua Igreja. Para os protestantes, basta ler a Bíblia, interpretá-la ao seu modo particular (ou ao modo particular do ‘pastor’), ouvir uma pregação aqui, cantar um louvor ali e fazer algumas suas orações acolá, e pronto: assim já se considera “cristão” e “salvo”.

    Nós católicos, não entendemos assim. Nós cremos, muito concretamente, que a Igreja é a continuidade histórica do Mistério da Encarnação de Jesus Cristo no mundo. Falando de modo mais simples, a Igreja é Jesus Cristo no mundo; Jesus está no Céu, mas continua no conosco, na sua Igreja.

    Se cremos que realmente o próprio Deus tomou forma humana e veio ao mundo nos salvar. temos que crer também –, atenção! –, que não é pela pregação, por mais bela que seja, que seremos salvos. Também não é por meio de alguma "fórmula mágica" que Jesus ensinou, ou algum poder especial que Ele nos tenha dado. Não. A salvação se dá pela Pessoa de Jesus Cristo, Deus Filho, Senhor, Redentor e Salvador nosso. Sendo assim, nós, católicos, não cremos que “toda religião salva”, ou que “todas as religiões são iguais” ou que todas tenham o mesmo valor. Não podemos crer nisso porque o ser humano não é capaz de alcançar Deus por seus próprios esforços. Entretanto, analisando cruamente, é exatamente isso o que todas as outras religiões representam: o esforço humano para alcançar Deus.

    Essa tentativa dos seres humanos de alcançar Deus por seus próprios esforços vem desde a Antiguidade, e a história da Torre de Babel o revela quando mostra os homens que (metaforicamente) tentaram erguer uma torre alta o suficiente para alcançar o céu, onde imaginavam que Deus habitava.

    Pois vemos que desde aqueles tempos antiquíssimos o homem não aprendeu a sua lição: ele ainda acha que pode chegar até Deus pelos seus méritos, seja estudando muito, conversando com "espíritos" ou lendo e interpretando as Sagradas Escrituras por conta própria. Nós, católicos, cremos que tudo isso é simplesmente inútil! Como tanto dizem os protestantes, só Jesus salva! Sim, é verdade, e este mesmo Jesus nos deixou para a nossa salvação a sua Igreja, una e indivisível, que é seu próprio Corpo – sendo Ele mesmo a Cabeça – para a nossa salvação.


Pacino Di Bonaguida – 'A Árvore da Vida'

    E aqui é óbvio que estamos falando de uma Igreja –, a Igreja dada e deixada por Cristo –, e não de "muitas igrejas" fundadas por novos “pastores” e “pastoras”, cada qual baseando-se exclusivamente em sua interpretação particular das Escrituras; logo, como seria inevitável, cada um ensina uma doutrina diferente das demais.

    O Espírito Santo não se contradiz a Si mesmo, então, como poderia estar em todas as muitas "igrejas" – se umas creem em coisas completamente diferentes das outras?

    Por exemplo, umas ensinam que o batismo é necessário para a salvação, outras dizem que não; umas admitem o batismo de crianças, outras dizem que isso é absurdo; umas admitem o divórcio, outras dizem que Deus não o admite em hipótese alguma; umas guardam o sábado e ensinam que isso é muito importante, outras guardam o domingo e outras não guardam dia nenhum; umas são adeptas das orações barulhentas, com altos berros e pesados instrumentos musicais nos seus louvores, outras dizem que isso é contrário à Bíblia, que prescreve que tudo no culto a Deus deve ser feito com ordem e decência (1Cor 14,40), etc, etc...

    Nosso leitor se declara batista, mas bem é fácil, por meio de uma breve pesquisa na internet, descobrir as opiniões das outras igrejas “evangélicas" sobre os batistas. Há críticas pesadíssimas de heresia para cima! E se consultarmos os próprios batistas, estes terão também severas críticas às outras denominações. Neste ponto, nós é que perguntamos: como poderia se dizer que Deus está em todas as diferentes "igrejas", se umas contrariam as outras, se cada uma tem a sua própria doutrina, e umas consideram as outras heréticas? Se o Apóstolo nos garante que a Igreja de Cristo tem um só Senhor, uma só Fé e um só Batismo (Ef 4,5)?

    Claro que alguma coisa está muito errada, aí. Esse desencontro entre denominações protestantes ou ditas "evangélicas" sempre aconteceu, acontece e vai continuar acontecendo, e conseguirá nosso leitor compreender o porquê? Ora, isso acontece porque todas elas caem no mesmo erro primordial, que é observar somente a Bíblia como única regra de fé e prática. A Bíblia –, mesmo sendo o Livro sagrado dos cristãos e Palavra de Deus por escrito –, assim como todo livro, para ser compreendido, depende da sua correta interpretação. E evidentemente existe uma interpretação correta das Sagradas Escrituras e muitas interpretações erradas –, algumas simplesmente equivocadas, outras completamente absurdas –; por isso é que a própria Bíblia, em passagem alguma, se declara como a única e exclusiva regra dos cristãos, mas elege a Igreja como “a Casa do Deus Vivo” e “a coluna e o sustentáculo da Verdade” (1Tm 3,15). Por isso é que Jesus jamais nos orientou a observar exclusivamente a Bíblia, mas disse claramente que não adianta examinar as Escrituras para se chegar a Ele (João 5,39-40). E é por isso que o mesmo Senhor conferiu autoridade a Pedro e aos outros Apóstolos sobre a sua Igreja, até mesmo para perdoar ou reter os nossos pecados. E sem isso não há comunhão com Deus; logo, não há salvação!

    Retomando o nosso raciocínio central, nós sabemos e entendemos que só Jesus salva, e por quê? Porque somente Ele é Deus, que se fez homem e uniu, nEle mesmo, a humanidade a Deus. Ele é a Ponte entre Deus e os homens, porque Ele é a um só tempo as duas coisas: em uma Pessoa, estão a divindade e a humanidade. Assim, só há um modo de o homem ser salvo, que é morrer e nascer novamente em Cristo, e a partir daí viver em Cristo, ser em Cristo, comungar com Cristo, ser parte do Corpo de Cristo... Que (atenção) é a Igreja!

    Ora, a Igreja é o Corpo de Cristo e o próprio Cristo! Por isso é que quando S. Paulo Apóstolo teve a visão do Senhor, ouviu a sua voz, que lhe dizia “Por que me persegues?”. A quem Paulo estava perseguindo? A Jesus? Sim! Mas como isso seria possível, se Jesus já havia sido crucificado e morto, se já estava no Céu, à Direita do Pai, em Glória inacessível? Como Paulo podia perseguir Jesus? Ele podia fazê-lo porque Jesus, mesmo estando no Céu, estava ao mesmo tempo aqui na Terra: Paulo perseguia a Igreja, o Corpo do Senhor, cuja Cabeça é Ele próprio; Igreja que á a continuidade de Cristo no mundo. Por isso, ao perseguir a Igreja, Paulo perseguia o próprio Jesus. Por isso, o Senhor não lhe disse: “Por que persegues os meus servos?”, ou “Por que persegues os meus seguidores?”. Não. O Senhor diz: “Por que ME persegues?”. Perseguir a Igreja é perseguir Jesus, porque a Igreja é Jesus.

    Sendo assim, não se trata de frequentar a comunidade batista, calvinista, luterana, presbiteriana, anglicana, adventista, universal, mundial, internacional, nacional, quadrangular, etc, etc, etc... Trata-se de pertencer à única Igreja que foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Maria virgem, Filho de Deus e Deus, Senhor e Salvador de todos.

    Você participa dos cultos na igreja batista, ouve as pregações do "pastor", lê a Bíblia, sente-se bem e acolhido por lá? Eu sinto ter que dizê-lo, mas a sua igreja foi fundada por John Smyth, em 1604, na Holanda, que já começou errado: estudando as Sagradas Escrituras por conta própria, sendo que as próprias Escrituras dizem que, “antes de tudo”, devemos saber que “nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular” (2Pd 1,20).

    Mas então, qual será a Igreja chamada pela própria Escritura de "Noiva do Senhor" (Ap 21,9), "Corpo de Cristo" (1Cor 10,16), “Casa do Deus Vivo” e “coluna e o fundamento da Verdade” (1Tim 3,15)? Ora, que Igreja existia no tempo em que estas palavras foram escritas sob a inspiração do Espírito Santo? A única, una e indivisível Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é católica (universal), apostólica (guarda a Tradição dos Apóstolos) e hoje romana (apenas porque a sua sede primacial está em Roma).

    Então, se você confessa que sem Jesus não há salvação, você está a meio caminho de compreender porque para nós, católicos, sem a Igreja não há salvação. E que só pode haver uma Igreja, e não muitas igrejas com muitas doutrinas que se contradizem e disputam entre si. A Igreja de Cristo não é instituição humana, não é empresa, não é um salão alugado ali na esquina, não é um nome criativo numa placa. Sim, a Igreja é composta por homens, e os homens que a compõem são sempre falhos, desde os Apóstolos até hoje. Mas a Igreja é, igualmente, o próprio Senhor Jesus Cristo que continua conosco hoje, agora, no mundo. É neste sentido, fundamentalmente, que cremos que "fora da Igreja não há salvação"; simplesmente porque fora de Cristo não há salvação. Isso, entretanto, não contraria o que dissemos no primeiro ponto desta nossa explanação.

    Finalizando, quando você diz que acha "egoísta” essa “linha de pensamento", eu lhe respondo: se é egoísmo crer em Nosso Senhor e integrar a sua Igreja, ser membro do seu Corpo, como acabamos de demonstrar, então continuaremos “egoístas” com muita alegria, entrega e amor. Também continuaremos respeitando quem pensa diferente, quem não adota a mesma fé, porque é Deus mesmo quem nos dá o direito de escolher o que quisermos para as nossas vidas: o bem ou o mal, a luz ou as trevas, a vida ou a morte. Não temos e nem poderíamos ter a pretensão de privar alguém da dádiva divina do direito de escolha. Mas continuaremos trabalhando para que todos entendam que respeitar não é o mesmo que abdicar da obrigação que temos, enquanto cristãos, de defender a verdade. Deus o ilumine e salve, caríssimo Rafael!

O espiritismo, o cristianismo e as muitas doutrinas - conclusão

** Leia a primeira parte deste post



Recebemos, de mais um leitor espírita anônimo, inconformado com a publicação de nossa postagem puramente informativa sobre Chico Xavier, uma mensagem que publicamos em duas partes, por ser longa e trazer muitos questionamentos, – cuja elucidação, porém, poderá ser do interesse público. Segue abaixo a segunda e conclusiva parte, seguida de nossas respostas:

"Então amigo, não julgue e sim faça sua parte...Estude sim mas faça sua parte, não seja um fanático, e sim um exemplo do bem e para o bem...

Não sou tão bom em palavras ou na língua portuguesa mas busco meu humilde conhecimento para aprender com os bons homens deste mundo, com suas escrituras, obras, com o bem, pois todos colocam lições boas em nossas vidas. O equivoco, o erro, as falhas humanas esqueço e busco tirar o que estes colocaram de bom como ensinamento e exemplo...

Entenda o que Deus nos colocou, entenda a missão de Jesus neste mundo, se não entender quando Jesus vier vamos novamente matá-lo por nosso julgamento ignóbil, por nossa curta visão, por nosso fanatismo e por nossa falta de absorver o bem. Em tudo podemos tirar o bem, basta mudarmos nossa visão de doutores da lei, donos da verdade e donos do certo...o que é certo neste mundo, quem garante que esta ou aquela religião é verdadeira, quem garante que tais escrituras foram as relíquias de Deus e de Jesus...

Que Deus lhe ilumine, e busque aprender, tire o melhor de cada religião, por que nem Deus nem Jesus disse esta é a religião ou escritura verdadeira, mas disse sim: Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se entender isto não mais julgarás, não mais condenará seu irmão, não vai querer ser o certo e sim irá buscar aprender com tudo e com todos... Em tudo podemos tirar o bem...

O mais importante é o que você tem feito para o bem seu, de seu semelhante, quantas horas você esta guardando para o auxílio ao próximo, para visitar o enfermo, o preso, o desabrigado, os necessitados, o que tem feito de bem, como trato seus entes querido, como tem tratado seu próximo."

PREZADO LEITOR, continuamos reproduzindo o seu texto e acrescentando logo a seguir nossas respostas, parte por parte:

"Então amigo, não julgue e sim faça sua parte... Estude sim mas faça sua parte, não seja um fanático, e sim um exemplo do bem e para o bem..."

Como já expliquei na primeira parte desta resposta, emitir opinião a respeito de um assunto que se conhece bem, apresentando fatos biográficos, acompanhados das devidas fontes, isto não é "julgamento". Se denunciar o erro, o engano ou o dolo fosse "julgar", então Jesus teria julgado os fariseus, chamando-os de "hipócritas", "raça de víboras", "sepulcros podres por dentro" (conf. Mt 12, 34; 23, 13-15; 23,27 e outros), etc.

Curioso é que, ao mesmo tempo em que me diz para não julgar, você me julga. Para defender Chico Xavier, você está julgando quem produziu o artigo. Não admite que “julguem” o ídolo, o grande e inquestionável mito, mas julga quem está apresentando fatos comprometedores da vida do personagem histórico.

Sou eu mesmo o principal autor daquele artigo, e você não me conhece. Como pode saber se estou ou não "fazendo a minha parte"? Se você me manda fazer a minha parte, fica subentendido que eu não a esteja fazendo, e assim é que você, sem saber o que eu faço, forma um juízo arbitrário a meu respeito. Isto é julgamento!

O que eu faço (e o que deixo de fazer) é bem conhecido por Deus, que (Ele sim) me julgará no tempo oportuno. Tento fazer o melhor que posso, mas por certo sou falho. Especificamente neste site, o que estou tentando fazer é cumprir a minha obrigação como cristão, teólogo e diretor de um apostolado catequético, buscando esclarecer a verdade dos fatos a quem a procura. Tenho muitíssimos defeitos, mas sou, sim, "fanático" pela Verdade, pela Vida e pelo Amor. Tudo isso encontro em Deus e não em mitos fabricados.

"Não sou tão bom em palavras ou na língua portuguesa mas busco meu humilde conhecimento para aprender com os bons homens deste mundo, com suas escrituras, obras, com o bem, pois todos colocam lições boas em nossas vidas."

Até nisso você se equivocou. Você é bom, sim. Sua escrita está acima da média. Mas concordo que deve continuar buscando, de preferência ajustando o foco. Em vez de doutrinas bonitas, confortadoras, agradáveis, busque a Verdade.

"O equivoco, o erro, as falhas humanas esqueço e busco tirar o que estes colocaram de bom como ensinamento e exemplo..."

Seguindo esse mesmo raciocínio, eu poderia me tornar um seguidor, por exemplo, de Adolf Hitler e da ideologia nazista, sem nenhum problema. Se não devemos olhar os erros, as falhas, e somente o lado bom de tudo, então precisamos reconhecer que o Führer possuía inúmeras qualidades: foi um brilhante comunicador, líder, orador e até ator. Grande patriota, recuperou a economia da Alemanha e a autoestima daquele povo de modo admirável, num curtíssimo espaço de tempo. Foi um exemplo de determinação e persistência, tinha uma força de vontade impressionante, que o levou de mensageiro a líder máximo de uma das mais poderosas nações do planeta. Gostava de crianças e de animais, era amante das artes... O (gigantesco) "lado ruim" é que suas falhas de caráter eram gravíssimas; tanto que, na prática, encobriram completamente suas qualidades. Por isso é que eu, assim como toda pessoa de boa vontade, quero distância da filosofia nazista. Entende o meu ponto?

Outro exemplo, o pastor louco Jim Jones falava manso, tinha doces ensinamentos, suaves palavras... E consta que era muito humilde e simples. Suas qualidades eram tão cativantes que ele conseguiu levar, na boa lábia, mais de novecentas pessoas ao suicídio, entre homens, mulheres e crianças.

Os exemplos que eu poderia citar, nesta linha, são infinitos. Sim! Os erros dos homens são fundamentais para que saibamos definir se eles são dignos de confiança. Se eu olhar só o lado bom de todos, dando crédito a todo o mundo, terminarei caindo num abismo profundo.

"Entenda o que Deus nos colocou, entenda a missão de Jesus neste mundo, se não entender quando Jesus vier vamos novamente matá-lo por nosso julgamento ignóbil, por nossa curta visão, por nosso fanatismo e por nossa falta de absorver o bem."

Para me dar esse tipo de conselho, devo aceitar a premissa de que você compreendeu perfeitamente a missão de Jesus neste mundo? E como foi que isso aconteceu? Algum "espírito" lhe contou? Bem, o que eu já disse, repito: de que Jesus você está falando? A Mensagem do Jesus Cristo que eu conheci, tanto pelo registro das Sagradas Escrituras quanto pela Tradição Apostólica, vai infinitamente além das regras morais e do auxílio ao próximo.

O erro crasso do espiritismo é procurar observar as regras morais do cristianismo – sem observar a sua essência, a sua espiritualidade mais profunda, o seu sentido último. – As boas obras são o reflexo da fé, são consequências dela, e não o contrário. O cristão mostra a sua fé pelas suas boas obras, não atinge a fé praticando boas obras.

"Em tudo podemos tirar o bem, basta mudarmos nossa visão de doutores da lei, donos da verdade e donos do certo...o que é certo neste mundo, quem garante que esta ou aquela religião é verdadeira, quem garante que tais escrituras foram as relíquias de Deus e de Jesus?"

Deus nos deu a consciência do bem e do mal, do certo e do errado. A esta faculdade chamamos consciência. É esse dom divino, essa grande preciosidade, que nos torna humanos. Devo jogar minha consciência fora, soterrá-la, me livrar dela, para que as pessoas não pensem que eu me acho "dono da verdade"? Devo deixar de orientar o meu próximo, quando tiver oportunidade, tirando-o do engano e tentando conduzi-lo ao bom caminho, sempre que puder? Bem, eu posso lhe informar quem é que me garante que o cristianismo é a religião verdadeira: o próprio Senhor Jesus Cristo, que é Deus encarnado. A esta certeza chegamos mediante o Dom da Fé.

"Que Deus lhe ilumine, e busque aprender..."

Obrigado pelos votos de benção. Quanto a buscar aprender, tenho feito isso a minha vida inteira, desde a minha infância, e Deus me deu muitas respostas, inclusive com milagres e experiências profundíssimas que mudaram a minha vida para sempre. Mesmo assim eu sei que, por mim mesmo, sou e sei nada. Continuarei buscando. Devolvo-lhe o mesmo conselho.

"...tire o melhor de cada religião..."

Como diz Jesus, quem encontra o Tesouro da Verdade deve vender tudo o que tem para comprar esse único Tesouro. Tudo de positivo que cada religião possa ter encontra-se no cristianismo de forma plena e mais perfeita. Quem lhe diz isso é alguém que já passou por muitas religiões, que já foi espírita (sim), praticou Yoga devocional, quis ser monge budista. Só no cristianismo autêntico, que se encontra na única Igreja instituída por Jesus Cristo, que é Deus e Senhor, encontrei mais que "o melhor": encontrei o Caminho que leva a Deus.

"...por que nem Deus nem Jesus disse esta é a religião ou escritura verdadeira, mas disse sim: Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se entender isto não mais julgarás, não mais condenará seu irmão, não vai querer ser o certo e sim irá buscar aprender com tudo e com todos... Em tudo podemos tirar o bem..."

Pela terceira vez, fico me perguntando que Jesus e que "deus" você conhece. O Jesus que eu conheço diz: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim." (João 14,6). E como eu poderia cumprir o Primeiro Mandamento, – amar a Deus sobre todas as coisas, – sem conhecer Deus? Primeiro é preciso conhecer Deus, chegar-se a Ele, integrar o seu Corpo Místico (que é a Igreja, como dizem os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos), e então será possível amá-lo sobre todas as coisas, para poder amar também ao meu próximo como a mim mesmo.

Sei que por falar a verdade sem rodeios (assim como fazia São Francisco de Assis, que você citou), por não tentar ser "politicamente correto", você acha que eu não tenho amor pelas pessoas, mas a realidade é exatamente o contrário. Por muito amar é que muito tento resgatar almas. – Meus pais também eram severos, tinha às vezes palavras duras, mas tudo era reflexo do seu profundo amor. Na grande História da humanidade, narrada na Bíblia, Deus foi muitas vezes duro, mas também a dureza era reflexo do seu profundíssimo e insondável Amor, tanto que chegou ao ponto de nos dar seu Filho unigênito, em Sacrifício pelo nosso bem.

"O mais importante é o que você tem feito para o bem seu, de seu semelhante, quantas horas você esta guardando para o auxílio ao próximo, para visitar o enfermo, o preso, o desabrigado, os necessitados, o que tem feito de bem, como trato seus entes querido, como tem tratado seu próximo."

Essas coisas devem ficar entre nós e Deus, como diz o SENHOR: "Que a tua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita", e não como os falsos fariseus, que mandavam tocar trombetas diante de si quando distribuíam esmolas, para serem admirados. Aí está algo que a Igreja Católica cumpre fielmente, – se fizesse propaganda de todas as suas muitíssimas obras de caridade e de toda a assistência social que promove e sustenta, não seria tão injustamente criticada.

Aqui, porém, preciso perguntar: existirá uma só maneira de se fazer o bem? Não resta nenhuma dúvida de que oferecer um prato de comida ou um agasalho para um pobre é fazer o bem. E quanto a salvar sua alma imortal? Isto não seria fazer um bem ainda maior? O que é mais importante? Certamente, para quem acredita em reencarnação, a saúde da alma não é coisa urgente, se afinal teremos infinitas oportunidades para renascer e recomeçar tudo de novo, sem lembrar do mal feito em outras vidas. Mas e para quem crê na doutrina do Cristo, que diz que viveremos neste mundo e morreremos apenas uma vez, vido depois disso o Juízo (Hb 9,27)?

Encerrando, deixo eu uma pergunta: como seria possível responder hoje por atos cometidos em outras vidas, os quais nem sabemos quais são, já que não nos lembramos deles? Seria possível "evoluir" espiritualmente dessa maneira? Se você vai à escola e tem uma aula sobre determinada matéria, mas depois esquece de tudo o que viu e ouviu, o aprendizado obviamente volta à estaca zero, simplesmente porque a aprendizagem é um processo cumulativo. Nenhum ser humano nunca poderia evoluir se continuasse perdendo sua memória de uma aula para a outra. O aprender é como somar: todo dia você vai acrescentando conhecimento e experiência, até atingir o ponto desejado. O total é o que você aprende, é o seu grau de evolução, seja intelectual, intuitiva ou moral. Sem memória ativa não pode haver aprendizado.

Da mesma maneira seria num longo processo de reencarnações: eu aprendo uma coisa numa vida mas, ao reencarnar, esqueço tudo o que aprendi. Como evoluir dessa maneira? A lógica mais elementar demonstra a incoerência e impossibilidade dessa tese pagã absurda que Allan Kardec plagiou do hinduísmo e tentou misturar com elementos do cristianismo.

Finalizando, prezado leitor espírita, fique claro que apesar de todas as diferenças e dificuldades, meu desejo mais sincero é o seu bem, sua redenção e seu encontro com o Cristo Salvador. Conte com as minhas orações. Um abraço fraterno, e que a Luz do SENHOR brilhe sobre a sua vida.
www.ofielcatolico.com.br

O espiritismo, o cristianismo e as muitas doutrinas


Recebemos, de mais um leitor espírita anônimo, inconformado com a publicação de nossa postagem puramente informativa sobre Chico Xavier, uma mensagem que publicaremos em partes, por ser longa, com diversos questionamentos cuja elucidação poderá ser do interesse público. Segue abaixo a primeira parte, seguida de nossas respostas:

"Ao Navegar pela internet me deparei com assuntos religiosos e criticas ao médium Chico Xavier. Observei bem sua escrita, é de profissional, de alguém letrado, com certeza, porém, observe o vosso julgar....

Eu busco conhecer tudo sobre religiões e ensinamentos que estas nos colocam.... Cada religião tem alguns pontos bons e outros não tanto... Enfim amigo, qual é a religião certa...qual é o correto, vejo que é um critico Católico e não observa os pontos bons e os exemplos que cada religião traz ao ser humano.

Jesus foi morto justamente por pessoas como vós...julgaram-no e condenaram-no sem observar o que ele trazia de bom. Olhe as obras e os ensinamentos que pregava Jesus, e aqueles que estão buscando seguir seus exemplos....

Chico, Madre Tereza, Buda, Dalai Lama, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Francisco de Assis, Néfi (Mórmon), O Profeta Mohamed, e outros diversos homens que buscaram na fé em Deus levar um pouco de fé, caridade, humanismo aos homens, levar ensinamento, honra, caráter, dignidade, respeito, auxílio e amor..."

PREZADO LEITOR, eu realmente sinto, mas preciso adverti-lo: o seu comentário está equivocado desde a primeira até a última linha. Vou replicar o seu texto, destacando-o entre aspas, e responder parte por parte, para que você compreenda bem do que estou falando:

"Ao Navegar pela internet me deparei com assuntos religiosos e criticas ao médium Chico Xavier."

Logo de cara, dois equívocos numa só sentença. Primeiro, o post a que você está se referindo não tem nenhuma "crítica" ao Chico Xavier. O texto simplesmente apresenta uma relação de fatos comprovados a respeito do homem, não do personagem mítico. – Observe bem que estamos falando da pessoa real, do homem que realmente existiu, e não do mito.

Em segundo lugar, quando você diz "o médium Chico Xavier", está colocando implicitamente, como se fossem fatos, duas falsas premissas: primeiro, que seja uma realidade indiscutível essa suposta faculdade de comunicação com espíritos que chama de "mediunidade". Segundo, que o homem em questão tenha sido comprovadamente um possuidor dessa capacidade. A verdade é que nenhuma dessas duas afirmações foi jamais comprovada: são elementos do seu universo de crenças, coisas que você assume como fatos, mas que não são. Ponto.

Segundo a minha fé, mediunidade não existe, e segundo o bom senso mais elementar, – e conforme as fartas provas e evidências que apresentamos no artigo em questão, – Chico Xavier a) muito possivelmente tinha problemas mentais e b) praticou o charlatanismo. Um charlatanismo que não buscava dinheiro, mas atenção, carinho e notoriedade, por razões bastante complexas. Chico Xavier colecionou traumas desde a infância; perdeu sua mãe muito cedo e foi criado por uma madrinha completamente desequilibrada, que o torturava, entre outras coisas espetando-o com garfos e obrigando-o a lamber feridas do seu meio-irmão. Já nessa época, ele chamava a atenção pelas boas redações que fazia na escola, mas foi advertido por uma professora por suspeita de plágio...

Portanto, enquanto católico, eu me recuso a dialogar neste nível, assumindo o título "o médium Chico Xavier". A pesquisa mais isenta demonstra que Chico era doente mental e charlatão, e a ciência diz que não existe essa coisa de "mediunidade". Comecemos por aí.

"Observei bem sua escrita, é de profissional, de alguém letrado, com certeza, porém, observe o vosso julgar...."

Sim, sou um profissional da escrita e estudo a Filosofia, a Teologia e a ciência das religiões (esta última já há três décadas). Por isso mesmo, sei bem que emitir opinião a respeito de um assunto que se conhece bem não é "julgamento". Compreende isso? Se apresentar o erro, o engano e/ou o dolo é "julgar", então Jesus julgou os fariseus, chamando-os de "hipócritas", "raça de víboras", "sepulcros podres", etc (como vemos no Evangelho segundo Mateus 12, 34; 23, 13-15; 23,27 e outros).

Tudo que o meu texto faz é citar alguns fatos pouco conhecidos (porque pouco divulgados), sobre a vida de um homem que se tornou mito na imaginação de muita gente. E tudo acompanhado das devidas fontes, referências bibliográficas e até fotos. Ou será que as fotografias que mostram Chico Xavier participando de farsas comprovadas, grosseiras e criminosas também "julgam"?

"Eu busco conhecer tudo sobre religiões e ensinamentos que estas nos colocam...."

Se é assim, com muita humildade eu lhe digo: parece-me que a sua perspectiva das coisas está distorcida. "Religião" (como analisamos melhor aqui) vem do latim religio e significa religação com o Divino e/ou retomar o Caminho para Deus. Logo, mais importante do que os "ensinamentos" que esta ou aquela linha religiosa nos colocam é que ela seja compatível com a verdade, pois Deus é Verdade. Quem não se importa com a verdade ou considera-a como coisa secundária, de menor importância, jamais encontrará Deus. Este é o caso dos espíritas, que creem que mais importante do que a fé e/ou a doutrina é a conduta moral do indivíduo.

Para quem pretende encontrar Deus, de nada adianta lhe apresentar uma filosofia belíssima, recheada de histórias emocionantes, que reconforte a sua alma, que dê tranquilidade à sua consciência, que lhe dê respostas prontas para todas as suas perguntas. O que importa, na busca por Deus, é encontrar a verdade, e a verdade só pode ser uma, – ela não se adequa aos desejos ou às fantasias dos homens.

Vou dar um exemplo bem simples: eu estou agora vestindo uma camisa branca. Esta é a verdade. Mesmo se um milhão de pessoas disserem que a minha camisa é preta, – e mesmo que isso fizesse com que todas elas "se sentissem bem", e ainda que insistissem nisso com toda a veemência, – ainda assim, minha camisa continuaria sendo branca. A verdade não muda, não se dobra, não é relativa. A verdade é o que é. Entende isto? Do mesmo modo é Deus, e é exatamente dessa maneira que Ele próprio se apresenta, nas Sagradas Escrituras: "EHYEH ASHER EHYEH" ('EU SOU O QUE EU SOU').

Sendo assim, não importam os ensinamentos das muitas religiões, tudo o que importa realmente é conhecer a verdade, porque só ela pode nos libertar das trevas da ignorância, da superstição, dos sofrimentos inúteis...

"Cada religião tem alguns pontos bons e outros não tanto... Enfim amigo, qual é a religião certa... qual é o correto, vejo que é um critico Católico e não observa os pontos bons e os exemplos que cada religião traz ao ser humano."

Eu vou lhe responder direta e objetivamente qual é a religião certa, mas antes permita-me esclarecer que a religião verdadeira não tem "pontos ruins", e nem pode ter. O que existem são pessoas boas e pessoas ruins, e pessoas que cometem erros, em todos os lugares, em todos os setores da sociedade, em todas as religiões. A Igreja de Cristo, no começo, era formada por apenas doze homens, e mesmo assim, desses doze, um traiu Jesus por dinheiro e outro o negou por três vezes(!). Do mesmo modo, hoje temos padres incompetentes, outros até criminosos, como os tão falados pedófilos, e até mesmo bispos que os encobrem. Mas veja que, assim como Judas não representa Jesus, – simplesmente porque o traiu, porque não fez o que o Senhor ensinou, – também os padres falhos ou criminosos não representam a Igreja, porque são seus traidores.

A religião católica, segundo a minha fé, é a verdadeira religião de Cristo. É o caminho para a Salvação, é o Corpo Místico de Cristo, é a Casa do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade (todos títulos dados por São Paulo Apóstolo). Logo, ela não pode conter "pontos" que não sejam bons. As coisas aparentemente ruins que ocorrem em ambientes católicos são provocadas por erros de homens que não seguem a verdadeira doutrina católica, por má compreensão, por interpretações falhas ou, simplesmente por má intenção, mesmo. Leia o Catecismo da Igreja Cetólica, por exemplo, e veja se consegue encontrar ali algo de ruim. Os problemas ocorrem quando os filhos da Igreja se desviam do Caminho que ela aponta.

Quanto às falsas religiões, seus "pontos bons", como você diz, não compensam. Pense bem: se a doutrina católica é verdadeira, e não existe reencarnação, uma religião que ensina a reencarnação não pode ser boa, porque está pregando uma mentira fundamental, e mesmo que ela promova alguns atos de caridade, esse bem menor não compensa o fato de estar pregando uma mentira que pode levar as pessoas a perderem suas almas, pois só se vive uma vez neste mundo, e depois haverá numa eternidade de plena felicidade ou de pleno sofrimento.

Do mesmo modo, se existe a reencarnação, uma religião que diga que a reencarnação não existe está negando a verdade, e só a verdade liberta. Logo, essa religião que nega a verdade não poderia ser boa. Estaria conduzindo milhões e milhões de pessoas ao erro, a um engano, induzindo-as a uma perda de tempo monumental no processo de "evolução do espírito".

Então, suponha por um minuto que a Igreja Católica esteja certa, que Jesus seja Deus e Salvador, que veio ao mundo para nos libertar da morte e trazer a vida eterna por meio do seu Sacrifício Redentor. Mais ainda, suponha que seja verdade que Satanás, inimigo de Deus e dos homens, tenta desviar a humanidade desse Caminho da Salvação, dando origem a todo tipo de falsa doutrina que leva à perdição. Se for assim, então o espiritismo só pode ser uma religião má, um caminho de engano, de treva, porque nega todas as verdades fundamentais defendidas por Cristo e pela sua Igreja.

Não adianta nada pregar a caridade, não adianta distribuir alimentos aos pobres, promover o bem social, etc... Se a alma está sendo desviada para o inferno! – Esta vida passa (e como passa rápido!), mas a nossa alma viverá para sempre. Não adianta nada dar um pão a quem tem fome e fazê-la perder a alma, desviando-a do Caminho da Verdade. Então, os supostos "pontos bons" de uma religião falsa não compensam o risco de se perder a alma.

** Respondendo, por fim, à sua pergunta, diretamente e com toda a objetividade: a religião certa é aquela que dá testemunho da Verdade. Nem mais, nem menos. Se eu encontro a Verdade, preciso aderir a ela, me agarrar a ela com unhas e dentes, e deixar todas as ilusões para trás. Jesus fala, numa parábola, de um homem que encontra um tesouro enterrado num determinado terreno. Então ele vai e vende tudo o que tem para comprar o terreno, e toma posse do tesouro. Há um sentido espiritual muitíssimo profundo nessa parábola: quem encontra a Verdade, que é o maior de todos os tesouros, porque conduz à vida eterna, deve se desfazer de tudo o que tem, deve se livrar de tudo, de todas as suas ilusões, mesmo aquelas que lhe são caras, que lhe dão conforto, e ficar somente com a Verdade. Todo o resto é perda de tempo.

"Jesus foi morto justamente por pessoas como vós... julgaram-no e condenaram-no sem observar o que ele trazia de bom. Olhe as obras e os ensinamentos que pregava Jesus, e aqueles que estão buscando seguir seus exemplos.... Chico, Madre Tereza, Buda, Dalai Lama, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Francisco de Assis, Néfi (Mórmon), O Profeta Mohamed, e outros diversos homens que buscaram na fé em Deus levar um pouco de fé, caridade, humanismo aos homens, levar ensinamento, honra, caráter, dignidade, respeito, auxílio e amor..."

Com toda a honestidade, eu não sei de que Jesus você está falando. O Jesus Cristo que chegou até nós pelo testemunho dos Apóstolos pregou a ressurreição, instituiu a Igreja, a Eucaristia, o Batismo no Espírito Santo, assumiu-se como o Cristo, declarou que resgataria a humanidade pelo seu Sacrifício na cruz. Foi isso o que ele trouxe, e muito mais. E tudo isso é negado pelo espiritismo. Foi exatamente por negarem todas essas coisas, – em especial a sua divindade, como fazem os espíritas, – que agiram aqueles que condenaram o Cristo.

"Observar o que Jesus trouxe de bom", você diz. Puxa, se você soubesse o que é a experiência de participar da Sagrada Comunhão, no Corpo e Sangue, Alma e Divindade do Cristo, Deus e SENHOR nosso... Se você soubesse o quanto isso é transformador, curativo, arrebatador! Se você pudesse compreender o que é ser verdadeiramente acolhido e libertado por Ele!.. Perdoe-me mais uma vez, mas eu preciso ser honesto: você não tem a menor ideia do que Jesus trouxe de bom! Muita atenção: estou falando do Jesus real, e não da caricatura pintada no "evangelho segundo o espiritismo".

Os espíritas imaginam que o maior bem que Jesus fez foi ajudar os pobres, praticar a caridade, pregar o amor fraterno... Mas Buda também fez a mesma coisa, e todos esses que você citou, além de Zaratustra, Confúcio, Ramana, Mahavira, etc, etc... Todos eles falaram bonito, trouxeram belas doutrinas, arrebanharam seguidores. Mas não é nada disso que faz de Jesus o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Jesus é completamente diferente, porque segui-lo é muito mais do que seguir uma doutrina. Segui-lo é incorporar a sua Pessoa, é nascer de novo, não numa outra encarnação, mas aqui e agora mesmo. O cristianismo não é seguir uma doutrina, é seguir uma Pessoa. Mais do que seguir, o objetivo é "tornar-se Um" com essa Pessoa, e essa Pessoa é o próprio Deus.

Destituir o cristianismo de sua essência mística para ficar só com as suas regras morais é como jogar fora a sua própria alma para ficar com uma casca oca.

E dentro desse contexto, é muito curioso vê-lo citar Madre Teresa e São Francisco, porque eles acreditavam exatamente no mesmo que eu creio e que acabei de descrever aqui. Permita-me apresentar-lhe o verdadeiro São Francisco (não aquele personagem açucarado que tantas vezes vemos em filmes e historinhas). Escreveu ele: "Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal! Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima Vontade, porque a morte segunda (no Dia do Juízo) não lhes fará mal!"...

Você coloca lado a lado São Francisco e Maomé, como exemplos de "respeito e auxílio". Bem, assim eu vejo que você não estudou a vida Maomé, por isso não sabe que ele promoveu guerras insanas, praticava a pedofilia e reprimia com extrema violência qualquer opositor. E também vejo que você não conhece Francisco de Assis, portanto não sabe como ele foi até os muçulmanos para tentar convertê-los ou morrer mártir. S. Francisco foi até as tropas maometanas cantando os versículos do Salmo 22: “Mesmo que esteja entre as sombras da morte, nada temerei, Senhor, porque Tu estás comigo”.

Já os falsos pacifistas de hoje, contrários ao debate honesto de ideias e às polêmicas, preferindo ignorar o mal para "ficar de bem" com todo mundo, dizem inspirar-se no exemplo de São Francisco... Suprema contradição, irenismo em nome de São Francisco! Se fossem mesmo inspirados pelo seu exemplo, iriam até os inimigos de Cristo, e, como São Francisco, pregariam a eles a religião verdadeira com destemor, mostrando os erros das falsas doutrinas, assim como o grande santo denunciou Maomé diante dos maometanos.

Sobre Teresa de Calcutá, me faz lembrar de um episódio emblemático de sua vida, que me foi contado por um missionário: um empresário muito rico, mesmo sendo ateu, em viagem à Índia fez questão de conhecer Madre Teresa, pois tinha admiração pela sua obra. Chegando à casa das missionárias, encontrou-a suja e maltrapilha, trabalhando em meio a um mar de crianças miseráveis, muitas doentes, num quadro desolador. Viu aquela velha e frágil senhora, que poderia estar descansando e aproveitando tranquilamente seus últimos anos de vida, sacrificando-se, literalmente, pelo bem do próximo. Comovido, aproximou-se dela e declarou sua admiração. Madre Teresa foi gentil, mas não deixou de fazer o seu trabalho, alimentando uma pobre criança que não podia comer sozinha. Os dois conversaram por alguns minutos, até que e o rico empresário, notando o grande crucifixo que ela trazia pendurado ao pescoço, comentou: “Admiro muito o seu trabalho e o seu exemplo, mesmo não acreditando neste símbolo que a senhora usa”.

Ouvindo isso, Madre Teresa respondeu: “Meu filho, tudo o que eu faço, todas as coisas pelas quais você me admira, é tudo naquEle que está representado neste símbolo! Se não fosse pela minha fé e amor a Cristo Crucificado e Ressuscitado, você nem saberia que eu existo! Na verdade, não sou eu que faço, é Ele Quem faz em mim!”.

Então, o testemunho de todos os santos vai infinitamente além de uma mensagem de paz e de  tolerância. Pelo contrário, nenhum deles deixou de lutar pela verdade, quando foi preciso. E a verdade nem sempre é agradável.

Continua...
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A Igreja mudou os Mandamentos de Deus?

Os Mandamentos de Deus e os Mandamentos da Igreja



RECEBEMOS EM NOSSA caixa de e-mails, de um leitor que se identifica pelo pseudônimo "Edu," a seguinte mensagem:

Há alguns ramos protestantes que acusam o catolicismo de ter alterado os mandamentos de Deus. Há até mesmo aqueles que acusam a Igreja Católica Apostólica Romana de ser o cumprimento de Daniel 7:25. Gostaria de fazer duas perguntas: Os mandamentos do catecismo são essencialmente os mesmos de Êxodo 20? Por que há alguma diferença entre eles? É devido a alguma mudança ou ao resumo das leis contidas no Novo Testamento?
E qual é a interpretação oficial da Igreja sobre Daniel 7:25?"

Prezadíssimo Edu, em primeiro lugar agradecemos pela confiança depositada em nosso apostolado. Antes de qualquer análise a respeito dos temas que você propõe, é fundamental entender que "o cristianismo não é a religião do livro", como disse o grande Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Verbum Domini, e foi assim esclarecido pelo biblista Pe. Giorgio Zevini: “O cristianismo é a religião da Palavra de Deus (que não se limita às Sagradas Escrituras, sendo um conceito muitíssimo mais amplo), e não do livro; não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo Encarnado e Vivente (Jesus Cristo)”.

Nós não somos judeus: somos cristãos. Os antigos judeus se baseavam exclusivamente nas Escrituras para saber o que era certo e o que era errado. Eles tinham como única regra de fé e prática a Bíblia hebraica, que era (e é) composta da seguinte maneira:

• O Mikrá, mais popularmente chamado Tanakh, constituído dos livros da Lei, a Torá ou Chumash, que é o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia cristã, chamado Pentateuco);

• Os oito livros dos Profetas ou Neviim;

• Os onze livros chamados Escritos ou Ketuvim.

Dizendo de modo mais simples, as Escrituras que eles observavam são os livros que compõem o Antigo Testamento da nossa Bíblia cristã. Quando vemos, na Bíblia, alguma alusão às "Escrituras", refere-se sempre ao conjunto ou a algum destes livros.



O costume da maioria dos antigos judeus, nos tempos do Antigo Testamento, era simplesmente "fazer o que estava escrito, e não fazer o que não estava escrito". Assim se resumia a sua espiritualidade. Justamente por isso foram tão duramente criticados por nosso Senhor; sua observância era apenas ritual, enquanto que seu espírito estava longe: "Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim" (Mt 15,8-9).

Em outra oportunidade, Jesus falou diretamente do erro de pensar que o Caminho e a Vida podem ser encontrados somente pelo estudo das Escrituras: "Vós examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna. Pois são elas que testemunham de mim, e vós não quereis vir a Mim, para terdes a vida” (Jo 5,39-40). – "Julgais ter nelas a vida eterna", diz o Senhor, mas estão enganados! Não se pode chegar a Deus somente por meio da leitura da Bíblia. Estudavam muito a Escrituras, achavam que nelas encontrariam todas as respostas, mas não procuravam o Senhor! Qualquer semelhança com certos "bibliólatras" que conhecemos hoje não é mera coincidência.

Além disso, como acabamos de ver, as Escrituras observadas pelos judeus são os livros do nosso Antigo Testamento, e todas as vezes que Jesus ou os Apóstolos falam em "Escrituras", estão se referindo a esses livros, pois, evidentemente, no tempo em que eles estavam no mundo a Bíblia cristã ainda não existia.

Muitos dos ditos "evangélicos" de hoje em dia são rápidos em citar determinadas passagens da Escritura, como por exemplo o Salmo 119, que diz: "Lâmpada para os meus pés é tua Palavra", imaginando que o salmista está se referindo à Bíblia que eles levam debaixo do braço(!). Com isso tentam provar que o cristão deve se basear exclusivamente nas Escrituras para viver a sua fé, e que a Igreja não é importante. Mas eles não entendem o óbvio: na época em que esse Salmo foi escrito, o Novo Testamento da Bíblia, – que é o eixo e o cumprimento de toda a Escritura, para o cristão, – simplesmente não havia sido escrito. Logo, não é da Bíblia cristã que ele está falando.

Essas pessoas também não param para pensar que foi a Igreja Católica que, guiada pelo Espírito Santo, produziu o Novo Testamento, determinou quais livros seriam canonizados para compor a Bíblia como a conhecemos, copiou-a e preservou-a através da História, para que chegasse até nós, hoje. A verdade é que sem a Igreja não haveria a Bíblia, e não o contrário.

Hoje, porém, depois de Jesus Cristo, graças a Deus nós vivemos nos tempos da Nova e Eterna Aliança! Somos membros da Igreja, que é o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo na Terra. Por isso, não há sentido algum nessa obsessão de achar que é preciso sempre encontrar na Bíblia alguma palavra que confirme tudo o que a Igreja diz ou faz. Até porque a própria Bíblia diz que é a Igreja "a coluna e o sustentáculo da Verdade" (1 Tm 3,15), e diz ainda mais: "Não há dúvida de que vós sois uma Carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações" (2Cor 3,3). Sendo assim, é à Igreja que devemos recorrer para entender e interpretar a Bíblia, e não o contrário.

Esse novo e maravilhoso tempo, em que agora vivemos (e que deveríamos verdadeiramente viver, de todo coração e alma), já havia sido profetizado desde os tempos antigos: "Eis a Aliança que farei com a casa de Israel: Oráculo do Senhor, incutir-lhe-ei a minha Lei, gravá-la-ei em seu coração. Serei o seu Deus e Israel será o meu povo!" (Jr 31,33). – Somos nós, os cristãos, a nova Israel. Devemos gravar a Lei de Deus em nossos corações, e esta é a Lei do Amor (Mt 22,36-40)! Deus espera ser buscado em Espírito e em Verdade (Jo 4,24), e não mais na letra morta da Lei, pois “A letra mata, mas o Espírito Vivifica” (2Cor 3,6).

** Fique claro que nada do que dissemos até aqui diminui a importância fundamental da Sagrada Escritura, que é, sim, Palavra de Deus em forma de Livro Sagrado, e que é, sim, extremamente útil para a nossa instrução. Apenas demonstramos que a própria Bíblia Sagrada nos ensina que devemos ir além do que está escrito, seguindo o Cristo que é Presente entre nós, como membros da única Igreja que Ele nos deu (Mt 16,16-19), Igreja que é seu Corpo (1Cor 12,27 / Ef 4,12 / Rm 12,5), Igreja que é a Casa do Deus Vivo e fundamento da Verdade (1 Tm 3,15), única Igreja na qual comungamos Corpo e Sangue, Alma e Divindade do próprio Cristo, em santa Intimidade (1Cor 10,16).

Esclarecidos esses pontos essenciais, passamos às questões que você trouxe. Infelizmente, são muitos os que inventam calúnias para tentar denegrir a Igreja de Cristo, mas o importante é notar que isso acaba também se constituindo em mais uma prova de que somos a autêntica Igreja, pois o próprio Senhor nos alertou que seria assim: "Sereis odiados de todos por causa do meu Nome" (Mt 10,22). Você pode facilmente observar que o ódio de todos, sejam ateus, comunistas, homossexuais, "vadias", protestantes, espíritas, esotéricos, modernistas, etc... é sempre direcionado em primeiro lugar contra a Igreja Católica Apostólica Romana.


Os Mandamentos de Deus

É claro que a Igreja Católica não mudou os Mandamentos do Antigo Testamento. Isso simplesmente não existe. O que a Igreja fez, com a autoridade que lhe foi conferida pelo próprio Senhor Jesus Cristo, foi sintetizar os Mandamentos, – porque eles foram dados a Moisés para a condução de um povo específico, num tempo específico, conforme uma situação específica e no contexto da Antiga Aliança. – Aqui é preciso reafirmar a importância fundamental de assumir que vivemos agora no tempo da Nova e Eterna Aliança em Cristo.

A Igreja, pois, sintetizou os Mandamentos no contexto do Novo Testamento, assim como foram aperfeiçoados por Jesus com o seu ensinamento e o seu exemplo. Todos os pontos essenciais dos Mandamentos de Deus, todavia, permanecem; todas as orientações de Deus estão fielmente mantidas. Vejamos:

1) Amarás a Deus sobre todas as coisas;
2) Não tomarás o Nome de Deus em vão;
3) Santificarás as festas;
4) Honrarás teu pai e tua mãe;
5) Não matarás;
6) Não cometerás atos impuros (masturbação, fornicação, pornografia, práticas homossexuais, adultério);
7) Não roubarás;
8) Não dirás falso testemunho nem mentirás;
9) Não cobiçarás a mulher do próximo nem consentirás em pensamentos ou desejos impuros;
10) Não cobiçarás os bens alheios.

Digno de nota é que as pessoas que se apresentam como muito preocupadas com a fidelidade à letra são as mesmas que arrancaram de suas Bíblias sete livros inteiros (Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, I Macabeus e II Macabeus e fragmentos dos livros de Ester e de Daniel) que sempre constaram da Bíblia, desde os primeiros exemplares impressos, e que eram observados pelos próprios Apóstolos.


Os Mandamentos da Igreja

Já os Mandamentos da Igreja são diferentes dos Mandamentos dados por Deus ao povo hebreu no deserto. E por que é que a Igreja tem também os seus próprios mandamentos? Mais uma vez, porque vivemos agora o novo Tempo da Graça. Como é que Deus haveria de dar a ordem a Moisés, por exemplo, para que o povo não deixasse de comparecer à Celebração do Sacrifício do Cristo, aos domingos, se naquele tempo ainda não existia a Missa? Como daria o mandamento de comungar Corpo e Sangue do Cordeiro de Deus, se o Cordeiro ainda não havia sido imolado, pois o Senhor ainda não havia se oferecido na Cruz?

Assim, os Mandamentos da Igreja são uma espécie de complemento aos Mandamentos de Deus, e se referem mais específica e diretamente a nós, povo cristão. E foi Cristo mesmo quem deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer os meios para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou" (Lc 10,16). E disse ainda mais: “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a Terra, será ligado no Céu, e tudo o que desligardes sobre a Terra, será também desligado no Céu.” (Mt 18,18)

Ele falava aos Apóstolos, que eram a Igreja no seu primeiro início. Logo, a Igreja legisla, isto é, define suas leis, com o Poder de Cristo. Quem não a obedece, desobedece a Cristo, logo, desobedece a Deus Pai. Assim, para a salvação do povo de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo cristão tem de cumprir, conforme ensina o Catecismo. São eles:

1) Assistir Missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e nestes dias abster-se de ocupações de trabalho;
2) Confessar-se ao menos uma vez por ano;
3) Receber o Sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da Ressurreição;
4) Jejuar e não comer carne quando manda a Igreja;
5) Ajudar a Igreja em suas necessidades.


O Livro do Profeta Daniel, cap. 7, vs. 25


A passagem de Daniel, 7,25, diz o seguinte: "(Esse reino) proferirá insultos contra o Altíssimo, e formará o projeto de mudar os tempos e a Lei; e os santos serão entregues ao seu poder durante um tempo, tempos e metade de um tempo".

É um trecho um pouco complicado para os leigos, mas bem simples para os bons teólogos, que sabem que se refere à política de infidelidade a Deus de um governante chamado Antíoco Epífanos, que foi contra a observância do sábado e das festas judaicas. Esse fato você pode conferir no primeiro capítulo de 1Macabeus (vs. 41 a 52).

É claro que essa passagem não tem absolutamente nada a ver com a Igreja Católica, e no final do versículo está a prova definitiva: fala em "um tempo, tempos e metade de um tempo", e nós sabemos que está se referindo a três anos e meio, pois cada "tempo", nesse caso, representa um ano. Para confirmar isso, você pode ler no capítulo 4, versículo 13 do mesmo livro de Daniel: fala em "sete tempos". Pois bem, o estudo histórico (e exegético do texto original em aramaico e hebraico) revela que se refere, aqui, a sete anos. Então, "um tempo, tempos e metade de um tempo", significa um ano (um tempo), mais dois anos (plural sem definição, segundo o costume, são dois; se fossem três ou mais seria dito 'três tempos', ou 'quatro tempos', etc.), mais metade de um tempo (meio ano). Total, três anos e meio.

E assim, vemos claramente que o profeta não pode estar ser referindo à Igreja Católica, que existe há dois mil anos; lembre-se que contra ela todo tipo de falso profeta já "profetizou" que acabaria, no correr dessa longa história.

A única coisa que podemos fazer pelas pobres pessoas que acreditam em mentiras tão estúpidas e diabólicas quanto essa é rezar por elas. E tentar instruí-las, sempre que tivermos a oportunidade. Para isso, precisamos nós próprios procurar a reta instrução, como você e a maioria dos nossos leitores fazem. Assim como diz o primeiro Papa: "Estai sempre prontos a responder, para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança" (1Pd 3,15)... Deus certamente irá abençoá-los por isso.

** Leia também: A Igreja Católica mudou a Bíblia?


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