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O cardeal Robert Francis Prevost, recém-eleito papa Leão XIV, avança para receber os aplausos dos cardeais no interior da Capela Sistina. |
COMO DIZEM POR aí, o assunto da chegada do papa Leão XIV está "hypado": católicos e não católicos de todos os tipos não falam de outra coisa e os motores de busca estão sobrecarregados com as pesquisas sobre o nome de Robert Francis Prevost, agora Leão XIV.
Como diretor de apostolado, é claro, também tenho recebido perguntas sobre ele. Querem saber o que acho, quais as minhas considerações. Vou responder então, publicamente, obviamente a partir das minhas parcas capacidades.
De início, eu realmente pretendo evitar comentários além daquilo que está sendo amplamente noticiado em muitas fontes, conforme já postamos por aqui mesmo, de forma resumida, ao menos até as coisas assentarem um pouco.
Considero totalmente imprudente querer decretar o que virá desse papado desde já, como muitos estão fazendo. Tudo o que temos por enquanto são informações sobre o passado do homem, seu histórico como bispo e cardeal, e a partir daí há quem festeje e quem lamente essa escolha. E isso diz muito pouco.
Dentro da realidade objetiva, apenas três tipos de pessoas esperavam por uma restauração radical da Igreja com o advento de um novo papa: 1) os muito crentes; 2) os crédulos ingênuos e 3) os alienados.
Para que nos viesse um Pontífice acima de qualquer suspeita e capaz de fazer o que realmente é preciso — como falei antes, um Papa da santa Igreja bimilenar e não um papa da "igreja do Vaticano II" —, seria necessária uma intervenção divina tremenda na História, algo de proporções bíblicas, talvez na forma de algum sinal que enchesse os cardeais eleitores de temor, ou se Deus mesmo forçasse o entendimento daqueles homens para tal. E sabemos que Deus raramente age assim.
Dos cardeais elegíveis que nós tínhamos, talvez uns dois ou três tivessem potencial para tanto, e, mesmo assim, qualquer um deles pouco poderia fazer, agindo sozinho contra forças unidas e muito poderosas em sentido contrário.
Claro, foi animador — foi como uma lufada de esperança — aquele anúncio do nome escolhido. Leão XIV!? Ninguém esperava por isso. E também foi muito bom vê-lo surgindo na sacada paramentado, crucifixo tradicional. Especialmente foi revigorante ouvir, como suas primeiras palavras como papa, a benção apostólica, e não um terrível "boa tarde". Ele rezou em latim, invocou os santos Apóstolos, fez o povo entoar a Ave-Maria... Bons auspícios, não há como negar.
Mas foi igualmente frustrante ouvi-lo falar, já no seu primeiríssimo pronunciamento, em "construir pontes" (isso de novo, não...), em ter paz com o mundo e com "todos" e já invocando a heterodoxa "sinodalidade" da Igreja...
Porém, menos de duas horas após a eleição, eu já estava recebendo listas enormes com os erros e defeitos do homem, posições comprometedoras assumidas no passado, verdadeiros dossiês condenatórios... Isso está errado.
Pela Graça divina, que é inesgotável, creio que ele, mesmo que tenha vindo para ser um continuador do reinado verdadeiramente calamitoso iniciado por Francisco, pode se converter à Fé da Igreja e se tornar um Papa verdadeiro. Porque ao assumir esse cargo, ao se assentar àquela Cátedra, ele poderá receber auxílios especiais do Céu. E receberá muitas súplicas da parte de católicos tradicionais. E ele pareceu ser um homem sensível, que por mais de uma vez teve a fala interrompida pela emoção do momento, a voz embargada. Isso pode ser outro bom sinal.
Que Leão XIV não tenha escolhido esse nome excelente (que, para a nossa satisfação, de pronto já incomodou globais e 'lacradores' de plantão) só como uma espécie de disfarce para as suas reais intenções, como uma estratégia pensada para acalmar a oposição que ainda existe contra a revolução instalada na Igreja, Que ele NÃO seja mais um papa do Vaticano II, nem o papa da igreja conciliar e sinodal, mas um legítimo Sucessor de São Pedro. Rezemos e ofereçamos penitências a Deus, antes de falar demais.
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quanto ao fato dele ter dito "construir pontes" por que tanta reação? "(isso de novo, não...)" afinal, ele não é o "Pontífice"? Ou ele deveria ter dito, "erguer muros", ou não dizer nada? mas se fosse para dizer algo do tipo, seria assim mesmo... agora, vamos aguardar para saber que tipo de "ponte" ele vai construir, mas de momento tem meu voto de confiança
ResponderExcluirA reação é porque nessa parte do discurso parecia Francisco falando, e Francisco foi o pior pesadelo da Igreja, pelo menos nos últimos séculos: as "pontes" que ele construiu foram todas de ligação com hereges, apóstatas, ideólogos anticristãos e até feiticeiros. Mas todas as vias de ligação com a Tradição e com o Magistério perene da Igreja foram impiedosamente implodidas. Rezemos, rezemos. E não nos iludamos.
ExcluirHenrique Sebastião
Fraternidade Laical São Próspero
obrigado, nobre amigo! os primeiros sinais dele achei positivos, veremos
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