
JAMAIS ESCONDI DE PESSOAS próximas — nem de ninguém, diga-se — minha adesão à posição doutrinal da FSSPX em face da crise que sangra a Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II. Isto aliás não é de hoje: já em 2009 eu publicava no Brasil "A Candeia Debaixo do Alqueire", livro em forma de "quaestio disputata" da lavra do tomista argentino Álvaro Calderón, até então um completo desconhecido entre nós.
Não ofendi ninguém, nem fiquei magoadinho com ninguém que, por causa disso, tenha falado cobras e lagartos a meu respeito.
São as mazelas humanas.
Tenho amigos entre pessoas que veem o presente momento da bimilenar história eclesiástica das mais diferentes maneiras, cada uma delas com variados matizes e multímodos graus de entendimento acerca da natureza da tribulação que nos acossa.
Não me meto em polêmicas e discussões porque isto traz sempre graves riscos à alma; ademais, na minha modesta visão, a presente crise é humanamente irresolvível; só uma intervenção divina direta poderia mudar o presente curso da desgraça espiritual que paira sobre a Igreja e o mundo.
Isso não implica inação, pois em tal contexto o meu lema é o seguinte:
"Fazer o bem possível, da maneira mais discreta possível".
Que Deus ilumine as consciências de todos os que vivemos neste tempo de discórdia e ódio, de rixas e contendas sem fim, de cegueira mental e paixões desenfreadas, de susceptibilidades eriçadas e falta de caridade.
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Romano Amerio, no monumental livro "Iota Unum", lembra-nos que no inferno desaparecem as funções subsidiárias das penas aplicadas (como a emenda do condenado e a defesa da sociedade), restando apenas o que é absolutamente essencial: a justiça! Em suas palavras, nem os réprobos se emendam nem o Céu precisa defender-se deles, entre outras coisas porque ali encontraram o seu justo e definitivo lugar na ordem suprema da Criação, consoante as graves culpas que pesam sobre os seus ombros.
O católico sabe – à luz da fé, e não à luz da razão natural humana – que muitos vão para essa região de irremissíveis penas por causa dos pecados cometidos com a língua. Portanto, todo cuidado é pouco com o seu manejo, pois a honra alheia não é artigo com que se brinque.
Sendo assim, mais vale perder discussões teóricas e ir para o Céu, do que "vencê-las" e ir para o quinto dos infernos.
Sidney Silveira
Olha eu concordo com ele só em parte. realmente falta muita caridade nessa birgas , mas também se todo mundo ficar escondiinho com medo do castigo, a crise não se resolve nunca. eu acho que a gente tem que brigar sim por amor a verdade .
ResponderExcluirMelissa