Mais um triste capítulo da novela iniciada com a campanha de lançamento do livro "Os Erros do Catecismo Moderno", de autoria de Michael Haynes. Não tenho como não comentar, de passagem, a bizarrice de toda a desproporcional reação provocada por esse evento, sendo que é bem fácil encontrar na internet, já há anos, muitos e muitos conteúdos similares, em diversas fontes, produzidos por influenciadores e diversos professores — como o respeitado Carlos Nougué, por exemplo —, dizendo exatamente a mesma coisa, que aliás é óbvia e inegável: sim, o "Catecismo amarelo", promulgado em 1992, contém linguagem ambígua, contém erros que deveriam ser urgentemente corrigidos e induz o leitor a interpretações até heréticas, em alguns casos. É preciso uma alta dose de desonestidade intelectual e uma capacidade imensa para malabarismos intelectuais, filosóficos e teológicos para tentar negar isso. Eu mesmo já andei falando a respeito por aqui.
Nada disso nunca despertou tanta reação nem inflamou tanto as paixões. Nada disso despertou a ira do Bernardo Küster ou do Pe. José Eduardo, como agora. Seja como for, há um lado bom nessa situação toda: já não é de hoje que urge que as coisas sejam postas às claras na Igreja, de uma vez por todas, e parece que isso terá que acontecer muito em breve.
Explico: está cada vez mais perto o momento em que o faz-de-conta hipócrita que domina o meio dito "conservador" vai encontrar o seu fim. Logo não será mais possível "acender uma vela para Deus e outra para o diabo", como se dizia antigamente. Quem é, será, e quem não é, terá que assumir. Cada um será forçado a adotar uma posição clara: se você acha certo um papa beijar o blasfemo Alcorão, então tudo bem, está com a maioria; agora, se você costuma blasfemar contra a Virgem Santíssima, então é um "irmão separado" e será tratado com toda a caridade. Para ser aceito na Igreja, você terá que concordar com celebrações pagãs acontecendo dentro das igrejas e em pleno Vaticano, com a participação ativa do próprio papa. Mas, cuidado! Se você quer converter alguém, então não é bem-vindo.
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Alguém viu reações contundentes da parte do Pe. José Eduardo diante de tantas cenas parecidas com esta? Será um zelo seletivo? |
A não ser que Leão XIV mude tudo, mas, honestamente, acho muito difícil, para dizer o mínimo. Ele já andou dizendo "sente" Francisco olhando por ele, do Céu...
Fato é que tudo indica que ficar em cima do muro, em breve, deixará de ser uma opção possível. Por fim, acho muito interessante que estejam chamando os membros do CDB de "protestantes", porque, se eles virassem mesmo protestantes, aí tudo ficaria bem, já que a igreja do Vaticano II trata protestante como irmão e até diz que eles alcançarão a salvação junto conosco. A única coisa que não pode, de jeito nenhum, é ter amor à Tradição da Igreja Católica. O que dói mais é tratarem Dom Lefebvre como cismático, enquanto dizem que Lutero foi um grande "reformador" e não um "herege", reconhecendo suas "contribuições legítimas" para questionar práticas problemáticas da Igreja medieval" e blablabla[1]. Não sei se o leitor conhece a biografia de Dom Lefebvre, mas o homem foi indubitavelmente um santo, e inclusive sua mãe morreu em odor de santidade[2].
Deus pode tirar de todo mal um bem maior, e Ele sempre o faz. Que Deus tire algo bom dessa confusão toda.
Abaixo, alguns vídeos selecionados que tratam a respeito do caso em questão.
[1] “Creio que as intenções de Martinho Lutero não fossem erradas: era um reformador. Talvez alguns métodos não fossem justos, mas naquele tempo, se lermos por exemplo a história do Pastor (um luterano alemão que, ao ver a realidade daquele tempo, …” (2017, declarações no 500º aniversário da Reforma Protestante). ACI Digital et al., disp. em:
https://www.acidigital.com/noticia/31541/o-que-o-papa-francisco-disse-sobre-lutero-e-a-corrupcao-na-igreja?
Acesso 17/6/2025.
[2] O Padre Le Crom, em sua obra biográfica "Un Père et Une Mère" (Editions Spes1948), inclusive, destacou sua vida piedosa e os sinais de santidade que teriam aparecido em sua morte, inclusive os estigmas de Nosso Senhor. Ele acreditava que essa experiência poderia ajudar na reflexão sobre a santidade da causa de Dom Lefebvre, em defesa da Missa tradicional e da tradição da Igreja.
A paz de Cristo,
ResponderExcluirEssa agora...que é isso? Posso não concordar com muita coisa do CDB (nada tenho contra as posições da FSSPX, que aliás, está em Comunhão com o Vaticano), mas essa, digamos, perseguição agora?
Sobre o Padre José Eduardo, não sei o que aconteceu, talvez a aproximação dele com o ex presidente (lembrando que o atual é falso católico, como todos os comunas, é só ler a Encíclica do querido Papa Pio XI - Divinis Redemptoris - Sobre o Comunismo Ateu, para saber que católicos não podem nem de longe fletar com algo vindo dos socialistas e nem ser um "liberal" de carteirinha), sabidamente protestante, bajulador de "pastores" Reformistas; tenha lhe feito muito mal. Uma coisa é criticar posições, outra, ofender e calúniar.
Essa foto do ilustre padre paulistano, muito amigo do atual boss que está em Brasília, fazendo uma reverência a uma "mãe de santo", é de lascar! Claro, o Arcebispo de SP deveria estar viajando, com algum compromisso pastoral e não viu isso. Sugiro comunicá-lo com urgência sobre o fato! (contém ironia), para que ele afaste esse sr. que vive nas ruas igual a qualquer candidato em época de eleição, com microfone nas mãos em apoio a teses "progresistas".
Sobre o Catecismo "amarelo", é óbvio que há falhas, percebo isso, só não concordo com gritos em rede social, etc. Essa situação tem que ser levada ao Vaticano por lideranças católicas e discutida lá. Repito que Leão XIV chegou agora, vamos aguardar. O Cardeal Burke está encaminhando a ele um pedido para, ao contrário de Francisco, liberar a Missa no Rito Tridentino. O que ele disse sobre Francisco olhando para ele não significa muita coisa, talvez, vejam; talvez seja apenas p/calar os fãs do Papa argentino que já começaram a criticá-lo.
Lutero e suas 95 teses....ninguém me tira da cabeça que ele, e isso está claro para mim, nas suas 95 teses, jamais pensou em criar outra igreja, não há nada ali que lembre uma proposta de ruptura. O que aconteceu é o mesmo que acontece na política brasileira, por exemplo: alguns revoltados com a posição do partido que fazem parte, brigam, tumultuam, saem e fundam novo partido. Os inimigos da Igreja, claro, nobres com poder de decisão, de convencimento; viram em Lutero o momento para criar uma "igreja" do seu gosto, do seu jeito, sem um líder único que ficava, claro, em Roma, longe do controle deles, já que na época só havia cartas, além da imprensa que ainda engatinhava, que eram levadas por barcos lentos e lombo de cavalo até o seu destino que poderia levar meses para chegar.
Evidentemente o sr. Lutero, como qualquer político, viu a chance de crescer, ter influência e no caso, até casar, já que ele casou com uma ex freira de origem nobre, sem perder a sua liderança, digamos, pastoral, algo que não poderia fazer se continuasse sendo um frei da Ordem de Santo Agostinho, se não me engano.
No fundo, foi algo político, muito mais do que religioso, mas seu seguidores não percebem isso até hoje. É muito triste que o CVII, que teve alguns acertos, mas vários erros, tenha se aproximado do Islã e dos Protestantes, além de ter caído tb. em teses de esquerda, com a militância dita "ecológica".
Oremos.
Salve Maria.