Vaticano volta a advertir bispos alemães: 'os protestantes não podem comungar'

Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos


UMA CARTA SOBRE a participação e comunhão de católicos e protestantes na Eucaristia, emitida pela Congregação para a Doutrina da Fé aos bispos alemães, frustrou as intenções da Assembleia Plenária que foi realizada de 22 a 24 de setembro na cidade de Fulda , Alemanha, para discutir questões como medidas contra a pandemia COVID-19, o “caminho sinodal”, o papel da mulher na Igreja  e outros temas caros ao clero modernista.


Trata-se de uma carta de 18 de setembro que rejeita a possibilidade de dar a Comunhão aos protestantes que participam das Missas católicas, como alguns Bispos têm promovido na Alemanha.


Na carta, assinada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, e pelo secretário desta Congregação, Dom Giacomo Morandi, afirma-se que as diferenças entre católicos e protestantes sobre a Eucaristia "ainda são muito significativas".


Segundo assinalam Cardeal Ladaria e Dom Morandi na carta, “é necessário um aprofundamento teológico para determinar temas centrais, como a questão da 'Presença Real' (do Corpo de Cristo na Eucaristia) e o conceito de Sacrifício”.


A Congregação para a Doutrina da Fé assim se expressou depois de ter recebido da Congregação para os Bispos, no dia 20 de maio último, o documento intitulado “Juntos à Mesa do Senhor - Opções ecumênicas para a celebração da Ceia Eucarística e da Eucaristia”, publicado após dez anos de trabalhos do grupo ecumênico formado por teólogos católicos e protestantes fundado em 1946 na cidade alemã de Paderborn.


O documento, que contém pesquisas exegéticas e históricas, tenta sustentar uma tese estapafúrdia e, para muitos, herética: a da coexistência de diferentes formas de Ceia Eucarística ao longo dos séculos; essa tese legitimaria, segundo os autores do documento, a superação das "diferenças teológicas interconfessionais" sobre a Eucaristia e que não justificaria manter a “separação das Igrejas”.


A carta do Cardeal Ladaria e de Dom Morandi foi enviada ao presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, e foi recebida no momento em que os bispos alemães realizavam, de 22 a 24 de setembro, sua assembleia plenária de outono.


Sobre esta questão interveio o presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, que afirmou, em uma recente entrevista à publicação Herder Korrespondenz, que “se os bispos alemães dão mais valor a um documento de um grupo ecumênico de teólogos que a uma determinação da Congregação para a Doutrina da Fé, então, alguma coisa não está funcionando na hierarquia de valores”.


Segundo o Cardeal Koch, a carta da Congregação para a Doutrina da Fé é um "estudo sério e bem fundamentado (...). No documento do grupo de teólogos católicos e protestantes, são abordadas questões teológicas que “não podem ser simplesmente decididas em uma Igreja local”.


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ACI Digital, em:
https://www.acidigital.com/noticias/vaticano-reitera-a-bispos-alemaes-protestantes-nao-podem-comungar-10950
Acesso 29/9/2020

5 comentários:

  1. Mas adianta o Vaticano falar alguma coisa para estes bispos alemães. Parece que o espírito de rebeldia de Lutero tomou conta de todos na Alemanha, todos eles, dos leigos aos bispos, se fazer de: cegos; surdos e mudos diante dos ensinamentos da Igreja. Triste, ver a Igreja da Alemanha deste jeito, uma Igreja que sofreu tanto no passado com Lutero, depois com Bismarck e sua Kulturkampf, e pouco tempos depois Hitler e o pouco caso que fez com a Igreja, mesmo que alguns membros da Igreja simpatizavam como ele, mesmo assim, ele desprezava a Igreja e de maneira sútil até a perseguiu, e agora, nos tempos modernos, vemos o povo católico alemão desprezando por completo a Igreja. Restará apenas um pequeno resto de católicos na Alemanha e rezo para que este pequeno resto não sofram ainda mais com as perseguições que virão, pois o futuro dos católicos, aqueles que se manterão fieis a Igreja será bem sombrio, pois haverão: católicos apostatas; ateus; muçulmanos; protestantes, todos estes, unidos em perseguição ao pequeno resto que sobrará dos católicos que realmente se manterão fieis a Cristo e sua Igreja.

    Sidnei

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    1. Esta é a era das narrativas, portanto, o episcopado alemão criou a sua narrativa para justificar a possibilidade de comunhão aos não católicos, o que na minha opinião configura sincretismo religioso. A advertência de São Paulo é muito clara e grave: "Que cada um se examine a si mesmo e, assim, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação." Logo, a proibição ao protestante é benéfica especialmente a ele mesmo, pois o protestantismo reduz a ceia Eucarística a mero ritual simbólico.

      Quanto ao nazismo, como você bem lembrou houveram membros do clero simpatizantes e perseguidos. Somente acrescento que o clero católico em geral, ainda que pouco reconhecido, teve atitudes heroicas de proteção aos perseguidos. Dentro dos campos de concentração nazistas, existem relatos históricos de verdadeiros mártires.

      A paz de Cristo!

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    2. No tocante à resistência católica na Alemanha Nazista, o primeiro partido a ser proibido foi o Zentrum, partido católico, que se negou a apoiá-lo. No campo de concentração de Dachau, havia o Pfarrerblock, ou o "Bloco dos Padres"...Só em Dachau foram presos 2.720 sacerdotes.

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  2. Quando a gente pensa que nada pode piorar mais na Alemanha...

    Por que a medicina alemã está reaprendendo a fazer abortos
    https://www.terra.com.br/noticias/mundo/por-que-a-medicina-alema-esta-reaprendendo-a-fazer-abortos,59b077c56caff6eb8f62f3b14116b9e222q68oyx.html

    Sidnei

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  3. E o que é pior: Pela crença católica quem comunga "sem distinguir o corpo de Cristo" bebe a própria condenação. Não "distinguir" significa duas coisas: 1 - comungar em pecado mortal e 2 - Não crer na presença Real de Cristo na Eucaristia, ou seja, no pão. Dar comunhão aos protestantes teria que ser fora da missa pois os protestantes não reconhecem a missa como um "sacrifício" renovado de Cristo na cruz, embora incruento e muito diferente daquele que aconteceu uma única vez na história. Os protestantes adoram a Cristo em divindade e não em corpo, alma e divindade, daí que se não adoram Cristo também como o "filho do homem", perfeito como homem ou mais perfeito possível enquanto homem sobre esta terra. Daí que a missa renova as graças que abundaram durante o calvário mas não renova o sofrimento de Cristo na cruz, uma vez que Deus já sofre constantemente pelo pecado e pelas ofensas dos homens a Ele.

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